Resumo de A CEIA DO SENHOR
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RESUMO DO CULTO BIBLICO
O culto é a expressão da fé. É o tributo de honra, louvor e serviço àquele que se venera. Quem é "aquele"? Bem... Nesse ponto as civilizações não se entendem. Nós adoramos o que sabemos, porque a salvação vem dos judeus". (João 4:22). Aleluia ! Aí está aquele que deve ser o alvo de culto de todo ser humano: o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Os judeus são o nosso ponto de referência religiosa na história. Portanto, convém que nos dediquemos a conhecer aspectos do seu culto que nos serão de grande utilidade no entendimento de nossas práticas atuais. Normalmente, temos o hábito de fazer avaliações dos cultos em que participamos. Depois dizemos : "Não gostei do culto hoje", ou , "fiquei muito satisfeito com o culto". Falamos como se o culto fosse dirigido a nós. Deus nos livre de usurparmos a glória que lhe é devida. Que ele nos abençoe e que possamos ser encontrados como aqueles que adoram ao Pai em espírito e em verdade.
A ESSÊNCIA DO CULTO BÍBLICO
Cremos firmemente que há. Jesus reafirmou o que Moisés, no Antigo Testamento, deixou claro: o primeiro mandamento exige um amor a Deus, sem limites (Dt.6:4,5). Séculos depois que Deuteronômio foi escrito, um intérprete da lei levantou esta pergunta para Jesus: "Qual é o grande mandamento da lei?" Respondeu o Mestre: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento"(Mt. 22:36-37).
O CULTO VERDADEIRO REQUER AMOR DE TODO O CORAÇÃO
Tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, o amor que há no coração é o alvo da busca de Deus. Ele se dirige ao coração porque ali está a sede do amor. Pois é no coração que o Todo-poderoso toca, ao fazer contato conosco, "... aquela parte do homem ... onde, em primeira instância, se decide a questão pró ou contra Deus" Enfim, quando adoramos, só devemos ficar satisfeitos se expressarmos o verdadeiro amor ou se nosso culto revelar toda a preciosidade do Senhor, infundindo-a nos participantes. Certamente, reconhecemos que nunca alcançaremos um amor perfeito por Deus, à altura do amor que ele tem por nós, seus filhos. Se, como a Pedro, ele nos perguntasse: "Amas-me mais do que estes?" (Jo.21:15).
O CULTO NO VELHO TESTAMENTO
O serviço divino assim concebido foi introduzido como fruto maduro da teofania sinaítica; ao pé do monte sagrado, o grupo, transfuga do Egito e em caminho pelo deserto, experimentava pela primeira vez a sacralidade de um lugar a par com a palavra de Javé precedente da aparição de Deus.
O CULTO PRÉ-MOSAICO
O culto é patrimônio comum do gênero humano. Em Gênesis 1 a 11 encontramos por duas vezes uma ação litúrgica: os sacrifícios de Caim e Abel, e a oferta de Noé depois do dilúvio. Conclui-se daí com direito ser o culto fenômeno essencialmente humano de acordo também com as pesquisas da História das Religiões. Os sacrifícios descritos em Gênesis 1 a 11 representam dois tipos diferentes quanto à sua motivação. Caim e Abel ofereceram as primícias da lavoura e do rebanho, em ação de graças e para impetrar a bênção para o futuro. Já o sacrifício de Noé teve como fundo a salvação de perigo mortal. Os sobreviventes recomeçam sua vida olhando para o Salvador a quem pertence a vida recém doada. Ambos os motivos conservam seu valor até os tempos atuais. Honra-se ainda tanto o Deus benfeitor como o Deus redentor, no ritmo das solenidades anuais , a par com as ações cultuais motivados por ocasiões peculiares.
O CULTO E O TEMPO - O SÁBADO E AS FESTAS
A adoração, quando expressa em ritual, exige tempo. Sob o antigo pacto, Deus fez provisão para períodos de tempo diários, semanais, anuais e mesmo de gerações, para o cumprimento da obrigação de culto em Israel. O sacrifício diário, o descanso do sábado ou do sétimo dia, os primeiros dias do mês e as cinco festas anuais do período pré-exílico foram divinamente determinados. "Tempos designados" (Num. 29:39) eram considerados centrais na expressão da adoração a Deus em Israel, porque eventos passados, nos quais Deus agira, nunca deveriam ser esquecidos. As festas agrícolas de Canaã receberam uma dose de historicidade em combinação com os eventos ocorridos entre Javé e o povo. E foi esta re-interpretação que preservou as solenidades de sua total paganização, posto que também em Israel permanecessem ligadas à lavoura. O caso mais eloqüente de um historicização é a festa da Páscoa que se transformou em memória das origens de Israel. A páscoa lembra ainda outra evolução significativa do culto divino em Israel. Na sua qualidade de festa pastoril, ela foi celebrada na intimidade da família; crescendo, porém, a importância do templo em Jerusalém, todos os festejos foram transferidos para lá, entre eles também a páscoa. Destruído o templo, ou talvez já um pouco antes, a celebração desta festa voltou para a família. Vê-se daí que as festas não dependiam exclusivamente do santuário.
LUGAR SAGRADO - O TEMPLO
Na adoração do antigo Israel, o espaço sagrado era comparável em importância, aos tempos divinamente designados. Deus escolheu locais especiais para se revelar no decorrer da história vétero-testamentária. Especialmente após o êxodo e a instituição da lei, o levantamento do tabernáculo significava localizar a glória de Deus no Lugar Santo. Deus proibiu Israel de erigir altares sacrificiais em qualquer lugar onde seu nome residisse (Dt.12:5) Nos recessos inacessíveis do Santo dos Santos, aquele aposento santo, respeitável primeiramente no tabernáculo e depois no templo onde Deus "residia", ficavam o propiciatório e a arca que continha as tábuas da sua lei. Ali, o s angue da expiação pelos pecados da nação era aspergido, no mais solene rito anual de adoração (Lv.16). A adoração é o protocolo pelo qual se pode entrar na presença divina.
O SACRIFÍCIO
Considerando que o homem é pecador, ele precisa de um sacrifício propiciatório para remover qualquer ofensa que o separe de Deus, de modo que possa ter comunhão com seu Criador. Como "Moisés... se interpôs, impedindo que sua cólera os destruísse" (Sal.106:23); assim o sacerdote e o pecador sob a égide do Antigo Pacto se uniam para oferecerem a Deus uma vítima sacrificial em propiciação. Seguindo as ordens divinas, os pecadores gozavam da bênção de pecados cobertos (Sal.32:1) ou apagados (Is.43:25). Há, contudo, uma verdade básica a ser lembrada. "Deus não é influenciado por meio de sacrifício sacerdotal... É realmente o próprio Deus quem realiza o ato de perdão e expiação, mas o culto sacerdotal é designado como resposta ao seu ato e como testemunho da purificação do pecador. Quatro tipos distintos de sacrifício eram prescritos: 1 - A oferta queimada; 2 - A oferta de manjares era literalmente chamada uma "dádiva".3 - A oferta pacífica (Lv.3:7,11-14). 4 - As ofertas pelo pecado e pela culpa (Lv.4:1-6,7).
O CULTO CRISTÃO NA IGREJA PRIMITIVA
O que sabemos do culto cristão nos dá uma idéia do modo como aqueles cristãos do primeiro século percebiam e experimentavam sua fé. Com efeito, quando estudamos o modo como a igreja antiga adorava, nós nos apercebemos do impacto que sua fé deve ter tido para as massas despojadas que constituíam a maioria dos fiéis. Outra característica comum do culto nesta época é que só podia participar dele quem tivesse sido batizado. Os que vinham de outras congregações podiam participar livremente, sempre e quando estivessem batizados. Em alguns casos, era permitido aos convertidos que ainda não tinham recebido o batismo assitir à primeira parte do culto - isto é, as leituras bíblicas, as homilias e as orações - mas tinham que se retirar antes da celebração da ceia do Senhor propriamente dita. Outro dos costumes que aparece desde muito cedo era celebrar a ceia do Senhor nos lugares onde estavam sepultados os fiéis já falecidos. Esta era a função das catacumbas. Alguns autores dramatizaram a "igreja das catacumbas", dando a entender que estas eram lugares secretos em que os cristãos se reuniam para celebrar seus cultos escondidos das autoridades. Isto é um exagero. Na realidade as catacumbas eram cemitérios e sua existência era conhecida pelas autoridades, pois não eram só os
cristãos que tinham tais cemitérios subterrâneos. Mesmo que em algumas ocasiões os cristãos tenham utilizado algumas das catacumbas para se esconder dos seus perseguidores, a razão pela qual se reuniam nelas era que ali estavam enterrados os heróis da fé.
OS BATISMOS
No livro de Atos, vemos que tão logo alguém se convertia era batizado. Isto era possível na primitiva comunidade cristão, onde a maioria dos conversos vinha do judaísmo, e tinha, portanto, certo preparo para compreender o alcance do Evangelho. Mas conforme a igreja foi incluindo mais gentios tornou-se cada vez mais necessário um período de preparo e de prova antes da ministração do batismo. Este período recebe o nome de "catecumenato", e no princípio do século terceiro durava uns três anos. Durante este tempo, o catecúmeno recebia instrução acerca da doutrina cristã, e tratava de dar mostras em sua vida diária da firmeza de sua fé. Por fim, pouco tempo antes do seu batismo, era examinado - às vezes em companhia de sues padrinhos - e eram admitidos na classe dos que estavam prontos para serem batizados.
A PRÁTICA DA ADORAÇÃO
Deus mandou que seu povo, sob a Antiga Aliança, cumprisse ao pé da letra todas as suas instruções a respeito da adoração. Ele advertiu Moisés sobre a construção do Tabernáculo. Tinha de ser " segundo a tudo o que eu te mostrar para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis" (Êx.25:9).
A DOUTRINA DOS APÓSTOLOS
Adoração e doutrina apóiam-se mutuamente, porque um culto oferecido na ignorância evapora (Jo.4:22 At.17:23), carece de substância e de verdade. Doutrina não significa apenas granjear informação. Não foi uma aula bíblica acadêmica que os apóstolos ministraram , mas ensinamentos junto com apelos aos discípulos para que acatassem as diretrizes do Senhor. Quando igrejas do século XX dão uma ênfase exagerada à transmissão da informação e não à sua expressão, elas promovem depressão espiritual.
COMUNHÃO - A CEIA DO SENHOR
A adoração genuína conduz-nos à lembrança de que não somos de nós mesmos. Fomos comprados por preço infinitamente alto. Conseqüentemente, somos escravos de Deus e dos membros do Seu Corpo. Ações de graça pelo sacrifício do Filho de Deus incitam os filhos beneficiados a indagar como se desincumbir da obrigação imposta. Que presente digno devemos trazer para o altar cristão? O pano de fundo da eucaristia cristã descobre-se na refeição da Páscoa. Esta celebração consistia de duas partes: primeira, "enquanto comiam", e segunda, "depois de cear" (I Cor.11:24).
AS ORAÇÕES
Um dos elementos que têm destaque no culto da igreja primitiva é a oração. O judeu do primeiro século dificilmente podia imaginar um culto sem orações, pelo menos na sinagoga. Conseqüentemente, era natural que os primeiros cristãos continuassem essa prática, ainda que com algumas modificações. A importância básica das orações é notada no nome "lugar de oração" (At.16:13).
CONCLUSÃO
A Bíblia apresenta a questão do culto de Gênesis a Apocalipse. Das ofertas de Caim e Abel até a adoração dos seres celestiais. No transcorrer da história bíblica, Deus vem ensinando o seu povo a cultuá-lo. No Velho Testamento, as formas exteriores do culto eram as mais enfatizadas. Percebemos que elas tinham um objetivo didático a fim de trazer à percepção humana realidades espirituais. No Novo Testamento, a utilização de tais recursos fica reduz ida a um número bem pequeno. Nova Aliança, o culto é, antes de tudo, uma forma de vida. Seja o comer, o beber, o falar, tudo deve ser feito para a glória de Deus. Não obstante, as reuniões da igreja, que chamamos de cultos, têm grande importância nesse contexto. Elas constituem o culto coletivo, oportunidade de comunhão e ensino. Sua ênfase é espiritual e não tanto ritual. Assim sendo, dependemos do Espírito Santo para realizarmos um culto aceitável diante de Deus. Em outras palavras, o culto verdadeiro é aquele cuja essência provém do próprio Deus e a ele retorna.