Resumo de A VERDADEIRA ADORACAO
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Curso de Graduação Livre – Bacharelado em Filosofía
Disciplina: LIVROS HISTÓRICOS
Aluno: 2019033796
Clément R.S.Danilo
RESUMO
CONCEITO GERAL
INTRODUÇÃO
O Pentateuco registra o nascimento do povo de Deus. Essa narrativa continua na segunda parte do Cânon, conhecida como "Livros Históricos". Lemos esses livros por motivos que vão além do seu valor histórico. Eles traçam a história do relacionamento de Deus com sua nação.
O livro de Josué foi escrito para mostrar o valor insuperável da obediência. Apesar de haver alguns exemplos de desobediência, de um modo geral, o livro de Josué não contrasta a obediência com a desobediência como fazem os livros de Reis.
Juízes, por outro lado, relata o estado quase irremediável de Israel depois da conquista. A nação foi vítima de transigência religiosa. O livro de Juízes foi escrito para justificar a necessidade de um rei para Israel.
O livro de Rute ilustra o cuidado soberano de Deus por indivíduos fiéis que vi¬viam em um tempo de apostasia religiosa. Deus usou a fidelidade de uma única família para realizar um milagre e dar a Israel seu maior rei, Davi.
Os livros de Samuel traçam a história do início da monarquia em Israel. Os livros contam a história dos dois primeiros reis: Saul e Davi.
Os livros de Reis contam em detalhes a história da monarquia de Salomão até a queda de Jerusalém.
Os demais Livros Históricos são do período pós-exílio. Os livros de Crônicas constituem o primeiro comentário das Escrituras. Esses livros relatam as histórias de Davi, Salomão e do reino de Judá, histórias já conhecidas dos livros de Samuel e Reis. Mas o cronista não estava simplesmente relembrando notícias antigas. Ele ressaltou a obra de Deus em meio ao seu povo por meio da linhagem de Davi.
Os livros de Esdras e Neemias, que provavelmente foram escritos como uma só obra, apresentam os acontecimentos da restauração, na metade do século 5º a.C. Sob o governo persa, os judeus que viviam na Babilônia receberam permissão para voltar para sua terra natal e reconstruí-Ia.
O livro de Ester demonstra o cuidado soberano de Deus e a proteção dele sobre seu povo, mesmo quando eles estavam vivendo no exílio persa.
A maior parte das expressões religiosas do antigo Oriente Próximo era mitológica. Os povos antigos geralmente expressavam suas convicções teológicas e visão de mundo por meio de mitos complexos, nos quais os eventos ocorriam fora da história. A maioria dos livros de religiões do mundo são coleções de literatura de sabedoria e aforismos religiosos. Mas Israel via sua própria História como palco para a revelação divina. A palavra de Deus para o mundo é, em grande parte, uma narrativa de seu relacionamento com uma nação e seu plano para estabelecer um relacionamento com toda a humanidade.
A História é importante tanto para o Câ¬non judaico quanto para o cristão. O Cânon cristão separa e agrupa todos os livros que são predominantemente de natureza histórica. Esses Livros Históricos narram a História de Israel de um ponto de vista religioso. O Cânon judaico chama Josué, Juízes, Samuel e Reis de "Profetas Anteriores". Esses livros apresentam a História de Israel de um ponto de vista profético. A tradição judaica atribui a profetas a autoria de outros livros (Samuel como autor de Juízes e Jeremias como autor de 1Reis).
Os autores bíblicos freqüentemente apelam para acontecimentos com a finalidade de validar suas afirmações teológicas e partem do pressuposto que os acontecimentos descritos são historicamente precisos. A veracidade factual daqueles acontecimentos históricos torna possível aceitar como verdadeiras as afirmações teológicas da Bíblia. A historicidade não prova que a teologia é verdadeira. Mas a confiabilidade histórica é necessária para que as afirmações teológicas sejam verdadeiras, pois elas são baseadas em acontecimentos da História.
O Livro de Josué
Com este livro começa a segunda divisão do Antigo Testamento. Segundo o arranjo do cânone judaico, Josué é o primeiro livro da divisão chamada de Os Livros Históricos.
Segundo o cânone cristão, com base na Septuaginta, Josué é o primeiro dos doze livros históricos. Esta maneira de classificar os livros parece olhar-lhes sob o prisma do tipo literário observado neles, o de narrativa histórica. Alguns estudiosos modernos preferem juntar Josué com o Pentateuco e assim falar do Hexateuco. Ainda outros desses dizem que os livros de Deuteronômio, Josué, Juízes, Samuel e Reis formam uma unidade que designam como “A Obra Histórica Deuteronomista”.
O livro é universalmente designado pelo nome do seu herói maior, que domina o cenário do começo ao fim do conteúdo. O nome no original significa “Salvação de Iavé” ou “Iavé é Salvador”. Equivale ao nome “Jesus”, proveniente do grego (através do latim) que dependia do aramaico, que por sua vez dependia do hebraico. Tanto na Bíblia Hebraica como na Septuaginta
Muitos anos antes de substituir Moisés como líder de Israel, Josué demonstrou ser um homem de fé, visão, coragem, lealdade, obediência inconteste, oração e dedicação a Deus e à sua palavra. Quando foi escolhido para substituir Moisés, já era um homem “em que há o Espírito” .
A data bíblica aproximada da invasão de Canaã por Israel é 1405 a.C. o livro abrange os 25-30 anos consecutivos da história de Israel.
A tradução judaica, no Talmude, atribui a Josué a autoria literária do livro. As partes do livro acrescentadas depois da morte de Josué foram talvez escritas por um dos “anciãos que ainda viveram muito depois de Josué” (24.31). Josué morreu cerca de 1375 a.C., aos 110 anos de idade (24.29).
Como é claro no caso do Pentateuco é também evidente que alguém registrava os acontecimentos principais da história de Israel enquanto aconteciam. As evidências dentro do próprio texto apontam para uma testemunha ocular de parte dos eventos registrados no livro.
As evidências internas do texto inspirado apontam para a seguinte conclusão. Teria havido um autor das fontes básicas do livro, autor (ou autores) que era testemunha ocular dos eventos que descreveu. Este autor poderia ter sido o próprio Josué ou um sacerdote ou outro designado por Josué. Também teria havido um outro autor, ou editor, de uma época posterior a Josué, no período do reino de Davi ou depois, que teria completado e atualizado o livro, levando-o à sua forma atual.
Josué viveu próximo ao fim da opressão de Israel pelo Egito, e testemunhou as pragas que Deus enviou a esse país, a primeira Páscoa, a travessia milagrosa do mar Vermelho e os sinais sobrenaturais durante as peregrinações no deserto. Serviu a Moisés como comandante militar na batalha contra os amalequitas, pouco depois da saída do Egito. Somente ele acompanhou Moisés na subida ao monte Sinai, e serviu mas tarde a Moisés como um dos doze espias que observaram a terra de Canaã.
O livro foi escrito como um registro da fidelidade de Deus, no cumprimento de suas promessas pactuais a Israel, concernentes à terra de Canaã. As vitórias da conquista aparecem como os atos libertadores da parte de Deus pró Israel sobre uma decadente cultura Cananéia. A violência neste livro deve ser enquadrada nesta perspectiva. A arqueologia confirma que o povo cananeu era caracterizado por extrema depravação e crueldade quando Israel ocupou a terra.
Este é o primeiro dos livros históricos do Antigo Testamento a descrever a história de Israel como nação na Palestina. Oferece muitos aspectos da vida de Josué como o escolhido de Deus para completar a missão de Moisés. O livro registra vários milagres divinos em favor de Israel, sendo que os dois mais notáveis são a queda de Jericó e o prolongamento das horas da luz do dia, na batalha em Gibeom
A história do povo de Israel revela a providência e a graça divina dispensada sobre aqueles que o temem. Deus havia provido os israelitas de terra, cidades e produtividade no terreno em que estavam cultivando. Deus opera sinais diante dos nossos olhos para serem reconhecidos e lembrados. Racionalizar e esquecer os grandes sinais do Senhor, sempre tem sido a causa do abandono de Deus e da murmuração.
Aprendemos assim o princípio da providência divina e devemos entender que os bens que possuímos e o sustento que entra diariamente em nosso lar é um testemunho constante da generosidade divina para conosco. Recebemos tanto do Senhor que não temos razão de fazermos qualquer murmuração contra ele. Sejamos agradecidos por sua providência.
O Livro de Juízes
O nome é extraído dos juízes, cujos feitios são registrados pelo livro. O livro é fragmentado e não cronológico na sua disposição. Os eventos registrados são mais locais e tribais do que nacionais.
A palavra hebraica traduzida por “Juízes” significa “os que julgam ou governam” (líderes), “libertadores”, ou “salvadores”. Essas pessoas, além da sua função em alguns casos de julgar o povo, executavam o julgamento de Deus sobre os opressores de Israel.
No cânon judaico, Juízes é o segundo livro dos Primeiros Profetas. Em nosso cânon, é o segundo dos livros históricos. Continua a história registrada em Josué e prepara o leitor para entender as narrativas dos livros de Samuel.
Historicamente, o livro e Juízes fornece o relato principal da história de Israel na terra prometida, da morte de Josué aos tempos de Samuel. Teologicamente, revela o declínio espiritual e moral das tribos, após se estabelecerem na terra prometida. Esse registro deixa claros os infortúnios que sempre ocorriam a Israel quando ele se esquecia do seu concerto com o Senhor e escolhia a senda da idolatria e da devassidão.
O livro narra a época mais escura de toda a história de Israel. A vida moral era de nível baixíssimo e a vida religiosa estava em condição sincrética. Javé era considerado o Deus do povo, mas muitas vezes Ele foi cultuado como um dos baalins. Segundo as descobertas de Ugarite do século 14 a.C. Baal equivale ao deus mesopotâmico de tempestade, Hadade. Provavelmente fosse filho de um dos deuses irmãos de El, o Deus altíssimo.
A autoria de Juízes é incerta. Foi escrito depois da remoção da arca, de Siló, nos tempos de Eli e de Samuel.As referências freqüentes do livro ao período dos juízes, com a declaração: “Naqueles dias, não havia rei em Israel”, sugere que o livro foi escrito no tempo da monarquia. Jerusalém ainda estava em poder dos jebuseus. Esses indícios indicam que o livro foi concluído nalgum tempo depois do início do reinado do rei Saul (c. 1050 a.C.), mas antes do rei Davi capturar Jerusalém (c. 1000 a.C.).
O livro registra eventos da história turbulenta de Israel, da conquista da Palestina ao início da monarquia. Salienta que quando Israel perdia de vista a sua identidade como o povo do concerto, tendo Deus como seu rei, a nação afundava em ciclos repetidos de caos espiritual, moral e social, e então “cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos”.
O período dos juízes ensina que as promessas de Deus precisam ser possuídas pelo seu povo. As tribos de Israel precisaram lutar para possuírem a terra prometida. Nós queremos as promessas de Deus, mas não lutamos pelo seu cumprimento em nossas vidas. Todas as conquistas espirituais envolvem esforço, luta e confiança total em Deus.
O Livro de Rute
Geograficamente, o contexto é a terra de Moabe, a leste do mar Morto. O restante do livro transcorre em Belém de Judá e sua vizinhança.
Liturgicamente, o livro é um dos cinco rolos da terceira divisão da Bíblia Hebraica, conhecida como Os Hagiógrafos (lit. “Escritos Sagrados”).
Os episódios relatados no livro de Rute se passam durante o período de Juízes, sendo parte daqueles eventos que ocorrem entre a morte de Josué e a ascensão da influência de Samuel (provavelmente 1150 e 1100 a.C.). A tradição rabínica assegura que Samuel escreveu o livro na segunda metade do séc. XI a.C..
Apesar do pensamento crítico mais recente sugerir uma data pós-exílica bem mais tardia (cerca de 500 a.C.), há evidências na linguagem da obra bem como referencias a costumes peculiares próprios do séc. XII a.C. que recomendam a aceitação da data mais antiga. É razoável supor que Samuel, testemunhou o declínio do reinado de Saul e foi divinamente instruído para ungir Davi como escolhido de Deus para o trono, tivesse redigido o livro.
O livro de Rute foi sempre reconhecido pelos judeus como parte do cânon hebraico. Não é de surpreender, pois, que foram encontrados fragmentos do livro entre outros livros canônicos nos Rolos do Mar Morto, descobertos a partir de 1947. Além disso, o livro harmoniza-se plenamente com os propósitos de Deus, referentes ao Reino, e com os requisitos da Lei de Moisés. Embora fosse proibido aos israelitas o casamento com cananeus e moabitas idólatras, isto não se aplicava aos estrangeiros que, como no caso de Rute, aceitassem a adoração de Deus.
O livro de Rute foi escrito a fim de mostrar como, através do amor altruísta e do devido cumprimento da lei de Deus, uma jovem mulher moabita, virtuosa e consagrada, veio a ser a bisavó do rei Davi de Israel. O livro também foi escrito para perpetuar uma história admirável dos tempos dos juízes a respeito de uma família piedosa cuja fidelidade na adversidade contrasta fortemente com o generalizado declínio espiritual e moral em Israel.
Este livro, escrito, tendo ao fundo o horizonte ominoso -agourento, nefasto, funesto, detestável, execrável -da infidelidade e apostasia de Israel durante o período dos juízes, descreve as alegrias e pesares de uma família piedosa de Belém durante aqueles tempos caóticos.
Ilustra o fato de que o plano divino da redenção incluía os gentios que, durante os tempos do Antigo Testamento, foram enxertados no povo de Israel mediante o arrependimento e a fé no Senhor.
A fidelidade, tanto a Deus como ao próximo, envolve sacrifícios. Aqueles que não querem passar por sofrimentos e privações dificilmente conseguirão demonstrar fidelidade em seu viver.
O livro de 1Samuel
O autor de 1Sm não é nomeado neste livro, mas é provável que Samuel tenha escrito pelo menos parte, ou fornecido a informação para outro historiador. A autoria do restante de 1Sm não pode ser determinada com certeza, mas alguns supõem que seja do sacerdote Abiatar.
Por causa da referência à cidade de Ziclague, que “pertence aos reis de Judá, até o dia de hoje”, e por outras referencias a Judá e a Israel, sabemos que 1Sm foi escrito depois da divisão da nação em 931 a.C.. Além disso, como não há menção à queda de Samaria em 722 a.C., deve ser datado antes deste evento. O livro de 1Sm cobre um período de cerca de 140 anos, começando com o nascimento de Samuel em redor de 1150 a.C. e terminando com a morte de Saul em redor de 1010 a.C..
Israel havia sido governado por juizes que Deus levantou em momentos cruciais da história da nação; no entanto, a nação havia se degenerado moralmente e politicamente. Havia estado sob a investida violenta e desalmada dos filisteus. Em meio a essa confusão política e religiosa surge Samuel.
Os próprios filhos de Samuel não eram um reflexo do seu caráter piedoso. O povo não tinha confiança nos seus filhos mas pressionavam Samuel para que lhes desse um rei. Saul é escolhido para tornar¬se o primeiro rei, mas depois de desprezar os mandamentos de Deus, foi rejeitado por ele. Depois da morte de Saul Davi torna-se o segundo rei de Israel.
1 Samuel contém notáveis exemplos da vinda do Espírito Santo sobre os profetas, bem como sobre Saul e seus servos.
Este livro começa com a história de Eli, o velho sacerdote, juiz e líder do povo. Registra o nascimento e a infância de Samuel, que mais tarde tornou¬se sacerdote e profeta do povo.
O livro fala da elevação de Saul ao trono e da sua queda final. Juntamente com isso, fala do crescente poder de Davi, que sucedeu Saul no trono.
Primeiro Samuel descreve o momento decisivo da história de Israel, em que as rédeas do governo passaram do juiz para o rei.
Samuel estabeleceu a monarquia israelita como reino teocrático. A importância de Samuel como líder espiritual do povo de Deus num período de grandes mudanças na história de Israel ultrapassa as de todos os demais, exceto Moisés no seu papel no êxodo.
Primeiro Samuel encerra duas prefigurações proféticas do ministério de Jesus como profeta, sacerdote e rei.
O Livro de 2Samuel
Os dois livros hoje conhecidos como 1 e 2 Samuel eram originalmente um só livro denominado “O Livro de Samuel”. Não se sabe com exatidão quem realmente escreveu o livro.
Os dois livros devem receber uma data posterior à divisão do reino em duas partes, divisão que aconteceu logo depois do governo de Salomão, 931 a.C., por causa do comentário encontrado em 1Sm 27.6 “pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje”. Embora, com freqüência, fosse traçada uma diferenciação entre Israel e Judá, e embora Davi tenha reinado em Judá por sete anos e meio antes da unificação do reino, não havia reis em Judá antes desta data.
O livro de 2 Samuel trata da ascendência de Davi ao trono e dos quarenta anos do seu reinado. O livro está enfocado na sua pessoa. E começa com a morte de Saul e Jônatas na batalha do monte Gilboa. Davi é, então, ungido rei sobre Judá, sua própria tribo. Há um jogo de poder pela casa de Saul entre Isbosete, filho de Saul e Abner comandante-chefe dos exércitos de Saul. Embora a rebelião tenha sido sufocada, esse relato sumário descreve os sete anos e meio anteriores à unificação do reino por Davi. Davi unifica tanto a vida religiosa quanto política da nação ao trazer a arca do Testemunho da casa de Abinadabe, onde havia estado deste que fora recuperada dos filisteus.
Pela sua vitória sobre todos os inimigos de Israel, pela sua humildade e compromisso com o Senhor, pelo seu zelo a favor da casa de Deus e pela associação dos ofícios de profeta, sacerdote e rei na sua pessoa, Davi é um precursor da Raiz de Jessé, Jesus Cristo.
O Livro de 1Reis
Os fatos de Primeiro e Segundo Reis vêm logo a seguir aos de 1 e 2 Samuel. Esses quatro livros em conjunto abrangem, de forma seletiva, toda a história dos reis de Israel e de Judá (c. 1050–586 a.C.).
1 e 2 Reis abrangem, cronologicamente, quatro séculos dessa história, do rei Salomão (970 a.C.) ao exílio babilônico (586 a.C.). Primeiro Reis, isoladamente, abarca cerca de 120 anos -o reinado de Salomão, de quarenta anos de duração (970–930 a.C.) e aproximadamente os primeiros oitenta anos seguintes à divisão do reino (cerca de 930–852 a.C.).
Semelhantemente ao caso dos livros de Samuel, os livros dos Reis eram originalmente um só no cânon judaico. Na Septuaginta eles foram agrupados com os livros de Samuel e assim chamados o terceiro e o quarto livro do Reino. Encontram-se entre os profetas anteriores no cânon judaico, enquanto fazem parte dos livros históricos do cânon protestante.
Como 1 e 2 Rs eram, originalmente, um livro, esta obra deve ter sido compilada algum tempo depois da tomada de Judá pelos babilônios em 586 a.C.. O livro dá a impressão de ser obra de um só autor e de que este autor tenha testemunhado a queda de Jerusalém. A antiga tradição judaica do Talmude declara que Jeremias tenha escrito o livro. Esse famoso profeta pregou em Jerusalém antes e depois da sua queda, e 2Rs 24; 25 aparece em Jr 39; 42; 52. Jeremias talvez tenha escrito todo o texto, menos o conteúdo do último apêndice (2Rs 25.27-30), que foi provavelmente, acrescentado por um dos seus discípulos.
O último acontecimento mencionado em 2Rs é a libertação do Rei Joaquim, de Judá, que estava preso na Babilônia. Considerando que Joaquim foi feito prisioneiro em 597 a.C., os livros de Reis devem ter sido escritos depois de 560 a.C. para que esta informação pudesse ser incluída. O autor de Reis teria mencionado, provavelmente, um acontecimento tão importante como a queda da Babilônia para a Pérsia em 538 a.C., caso houvesse tido conhecimento desse evento. Como não há menção dessa importante notícia em Reis, conclui-se, então, que Reis tenha sido escrito, provavelmente antes de 538 a.C., embora os eventos registrados em 1Rs tenha ocorrido uns trezentos anos mais cedo,
Os acontecimentos descritos em 1Reis abrangem um período de cerca de 120 anos. Recorda as turbulentas experiências do povo de Deus desde a morte de Davi, em cerca de 971 a.C., até ao reinado de Josafá (o quarto rei do Reino de Judá) e o reinado de Acazias (o nono rei do Reino de Israel), em cerca de 853 a.C..
O livro de Reis é mais do que uma simples compilação de acontecimentos políticos importantes ou socialmente significativos em Israel e Judá. Na realidade, não contém uma narrativa histórica tão detalhada como se poderia esperar (400 anos em 47 capítulos). Ao contrário, 1 e 2 Reis são uma narrativa histórica seletiva, com um propósito teológico. O autor, portanto, seleciona e enfatiza o povo e os eventos que são significativos no plano moral e religioso. Em 1 e 2 Reis, Deus é apresentado como Senhor da história.
5.1.7. O Espírito Santo citado
1Rs 18.12 contém a única referência direta ao Espírito Santo, onde é chamado de “Espírito do Senhor”. As palavras de Obadias lá indicam que o Espírito Santo algumas vezes transportou Elias de um lugar para outro (ver também 2Rs 2.16) Percebe-se uma relação com At 8.39-40, em que se descreve Felipe como tendo uma experiência similar. (1Sm 10.6,10 e 19.20,23). Aqui “a mão do SENHOR” se refere ao Espírito Santo que dotou Elias com poderes sobrenaturais para realizar uma façanha surpreendente. Além dessas passagens, 1Rs 22.24 pode ser outra referência ao Espírito Santo. Esse versículo se refere a um “espírito do SENHOR” e pode indicar que os profetas compreendiam que o seu dom de profecia vinha do Espírito de Deus (ver 1Sm 10.6,10; 19.20,23). Se esta interpretação é aceita, então estaria em paralelo com 1Co 12.7-11, que confirma que a habilidade pra profetizar é realmente uma manifestação do Espírito Santo.
Primeiro Reis divide-se em duas partes principais. A primeira descreve o reinado do rei Salomão, as circunstâncias que o conduziram ao reinado, sua oração por sabedoria para governar a nação e o apogeu de Israel em prosperidade, paz, poder e glória -tudo durante os primeiros vinte anos do reinado de Salomão.
A segunda parte descreve a divisão do reino, na época do filho de Salomão, Roboão, e os oitenta anos seguintes, de declínio político e espiritual dos dois reinos. Os personagens principais desta metade do livro são: os reis Roboão do Reino do Sul, e Jeroboão do Reino do Norte; o rei Acabe e sua perversa esposa Jezabel (Norte), e o profeta Elias (Norte).
O Livro de 2Reis
2Rs retoma a história trágica do “reino divido” quando Acazias está no trono de Israel e Josafá governando sobre Judá. Assim como 1Rs, é difícil seguir o fluxo da narrativa. O Autor ora está falando do Reino do Norte, Israel, ora do Reino do Sul, Judá, traçando simultaneamente suas histórias. Israel teve 19 governantes, todos ruins. Judá foi governado por 20 regentes, dos quais apenas oito foram bons. 2Rs recorda a história dos últimos 10 reis e dos últimos 16 governantes de Judá. Alguns desses 26 governantes são mencionados em apenas poucos versículos, enquanto que capítulos inteiros são dedicados a outros. A atenção maior é dirigida àqueles que ou serviram de modelo de integridade ou que ilustram por que essas nações finalmente entraram em colapso.
A história de Segundo Reis abrange duas épocas principais: A história dos dois reinos antes da queda de Israel (as dez tribos) em 722 a.C., e a história de Judá depois da derrocada de Israel até à queda da própria nação de Judá em 586 a.C.
Segundo Reis deixa claro que o pecado e infidelidade dos reis de Judá resultaram na destruição de Jerusalém e do reino davídico.
1 e 2 Crônicas
A história registrada em 1 e 2 Crônicas é pré-exílica; a origem e a perspectiva do livro, no entanto, são pós-exílicas, escritas na segunda metade do século V a.C., algum tempo depois de Esdras, quando um segundo grande grupo de exilados judeus, provenientes de Babilônia e da Pérsia, regressaram à Palestina (457 a.C.).
A antiga tradução judaica do Talmude afirma que Esdras escreveu o livro. Além disso, os versículos finais de 2Crônicas repetem-se como os versículos iniciais de Esdras. Esdras era tanto escriba como profeta e desempenhou um papel significativo na comunidade de exilados que retornou à cidade de Jerusalém.
Os livros das Crônicas ressaltam três coisas:
(a) A importância da preservação das tradições raciais e espirituais pelos judeus.
(b) A importância da lei, do templo e do sacerdócio no seu contínuo relacionamento com Deus, muito mais importante do que sua lealdade a um rei terreno.
(c) A esperança máxima de Israel na promessa divina de um descendente messiânico de Davi assentar-se no trono para sempre.
O livro de 1Crônicas cobre o período que vai de Adão até a morte de Davi, ao redor de 971 a.C.. É um período de tempo extraordinário, pois abrange o mesmo período coberto pelos primeiros 10 livros do Antigo Testamento, de Gênesis até 2 Samuel. Se as genealogias de 1Crônicas 1-9 fossem ignoradas, 1 e 2 Crônicas cobririam aproximadamente o mesmo período de tempo de 1 e 2 Reis. No entanto, o cenário específico de 1 e 2 Crônicas é o período de tempo que vem depois do exílio.
Durante essa época, o mundo antigo estava sob o controle do poderoso Império Persa. Tudo o que restou dos gloriosos reinados de Davi e Salomão foi a pequena província de Judá. Os persas substituíram o rei por um governador provincial. Apesar de que o povo de Deus tenha recebido licença pra voltar para Jerusalém e reconstruir
o templo, a sua situação era muito diferente da dos anos dourados de Davi e Salomão.
O último evento registrado nos versículos finais de 2Crônicas é o decreto de Ciro, rei da Pérsia, que dá licença à volta dos judeus para Judá. É datado como 538 a.C. A última pessoa mencionada em 1 e 2 Crônicas é realmente Anani, da oitava geração do rei Jeoaquim (ver 1Cr 3.24). Jeoaquim foi deportado pra a Babilônia em 597 a.C.. Dependendo de como essas gerações são medidas, o nascimento de Anani pode ter acontecido entre 425 e 400 a.C.. Portanto, a data para 1 e 2 Crônicas pode ser situada entre 425 e 400 a.C..
O livro de 1Crônicas tem duas divisões principais. A primeira seção é constituída por 9 capítulos de genealogias. As genealogias começam com Adão e continuam, atravessando todo o período do exílio, até àqueles que retornaram para Jerusalém. 1Crônicas está carregado de genealogias para sublinhar a necessidade de pureza racial e religiosa. As genealogias são compiladas seletivamente para realçar a linhagem de Davi e da tribo de Levi. A segunda parte de 1Crônicas registra os eventos e realizações do rei Davi..
Certos críticos inescrupulosos consideram Crônicas uma história forjada ou distorcida e daí menos fidedigna do que o registro de Samuel e Reis. Na realidade, Crônicas é uma história altamente seletiva, mas não é verdade que seja invencionice. Ela ressalta, sim, os aspectos relevantes da história judaica. Muitas das declarações históricas que se acham somente em Primeiro Crônicas foram comprovadas pelas descobertas arqueológicas; nenhuma foi tida como farsa.
O livro de 2Crônicas cobre o período que vai do começo do reinado de Salomão, em 971 a.C., até ao final do exílio ao redor de 538 a.C..
2Crônicas divide-se em duas seções principais: A primeira seção compreende os caps. 1-9 e tratam do reinado de Salomão, a época áurea de paz, poder, prosperidade e prestígio de Israel e a edificação e construção do templo como o centro da verdadeira adoração a Deus pelos israelitas.
A segunda seção compreende os caps. 10-36 que constituem um relato altamente seletivo dos reis de Judá depois da morte de Salomão e da divisão do reino. Em meio ao declínio espiritual e apostasia de Judá, 2Crônicas ressalta certos reis dignos de menção. O livro termina quando Ciro, rei da Pérsia, permitiu aos exilados judeus voltarem para reedificarem o templo de Jerusalém
O LIVRO DE ESDRAS
Não é possível saber com absoluta certeza se foi o próprio Esdras quem compilou o livro ou se foi um editor desconhecido. A opinião conservadora e geralmente aceita é de que Esdras tenha compilado ou escrito este livro juntamente com 1 e 2 Crônicas e Neemias. A Bíblia hebraica reconhecia Esdras e Neemias como um só livro.
O próprio Esdras era um sacerdote. Liderou o segundo dos três grupos que retornaram da Babilônia pra Jerusalém. Como homem devoto, estabeleceu firmemente a Lei como a base da fé.
Os eventos de Esdras cobrem um período um pouco maior do que 80 anos e caem em dois segmentos distintos. O primeiro (caps.1-6) cobre um período de cerca de 23 anos e tem como tema o primeiro grupo que retorna do exílio sob Zorobabel e a reconstrução do templo. Depois de mais de 60 anos de cativeiro babilônico, Deus desperta o coração do regente da Babilônia, o rei Ciro da Pérsia, para publicar um édito que dizia que todo judeu que assim desejasse poderia retornar pra Jerusalém a fim de reconstruir o templo e a cidade. Um grupo de fiéis responde e partiu em 538 a.C. sob a liderança de Zorobabel. A construção do templo é iniciada, mas a oposição dos habitantes não judeus desencoraja o povo, e a obra é interrompida. Deus, então, levanta os ministérios proféticos de Ageu e Zacarias, que chamam o povo para completar a obra. Embora bem menos esplêndido que o templo anterior, o de Salomão, o novo templo é completado e dedicado em 515 a.C..
Aproximadamente 60 anos depois (458 a.C.), outro grupo de exilados volta para Jerusalém liderados por Esdras (caps. 7-10). São enviados pelo rei persa Artaxerxes, com somas adicionais de dinheiro e valores para intensificar o culto no templo. Esdras também é comissionado para apontar líderes em Jerusalém para supervisionar o povo.
Uma característica notável deste livro é que entre suas duas divisões principais (1-6 e 7-10) há um intervalo histórico de aproximadamente sessenta anos. O livro todo abrange uns oitenta anos.
O Livro de Neemias
O livro de Neemias encerra a história do Antigo Testamento, ocasião em que os expatriados judeus foram autorizados a retornarem a seu país, estando cativos na Babilônia.
Neemias relata os três retornos dos exilados a Jerusalém. Esdras trata de fatos dos dois primeiros retornos 538 a.C.; 457 a.C.), e Neemias, de fatos ligados ao terceiro (444 a.C.).
Enquanto o enfoque de Esdras recai na reconstrução do templo, o de Neemias recai na reconstrução dos muros de Jerusalém.
Neemias, um contemporâneo de Esdras, servia na corte de Artaxerxes I, como copeiro, quando soube que os exilados que já se encontravam em Judá, estavam sob opróbrio e os muros de Jerusalém continuavam em ruínas. Depois de orar em favor da triste condição de Jerusalém, Neemias recebeu uma munificente autorização do rei Artaxerxes para viajar a Jerusalém como governador, e reedificar os muros da cidade. Como líder dinâmico ele motivou seus compatriotas a reedificar todo o muro em apenas cinqüenta e dois dias, apesar da ferrenha oposição. Serviu como governador por doze anos. Depois de um breve retorno à Pérsia, exerceu um segundo mandato de governador de Judá. Esdras, o sacerdote, auxiliou Neemias na promoção do avivamento e renovação espiritual do remanescente que voltara. É possível que Neemias tenha ajudado Esdras a escrever esse livro. A historicidade do livro de Neemias é confirmada por documentos antigos descobertos em 1903, chamados Papiros de Elefantina, que mencionavam a substituição de Neemias como governador em cerca de 410 a.C.
Neemias expressa o lado prático, a vivência diária da nossa fé em Deus. Esdras havia conduzido o povo a uma renovação espiritual, enquanto Neemias era o Tiago do AT, desafiando o povo a mostrar a sua fé por meio das obras.
O livro registra os últimos eventos da história judaica do Antigo Testamento, antes do período intertestamentário.
Neemias é um excelente modelo bíblico de um líder crente no governo: um homem de sabedoria, convicção, coragem, integridade a toda prova, fé firme, compaixão pelos oprimidos, e possuidor de ricos dons de liderança e organização. Durante todos os seus anos como governador Neemias foi um homem justo, humilde, isento de cobiça, abnegado e que não se corrompeu pela sua posição ou poder.
O Livro deEster
O livro de Ester abarca os anos 483 -473 a.C. do reinado de Assuero (seu nome hebraico), também chamado Xerxes I (seu nome grego) ou Khshayarshan (seu nome persa)
Ester tornou-se rainha da Pérsia em 478 a.C. Embora o livro de Ester venha depois de Neemias em nosso Antigo Testamento, seus eventos realmente ocorreram trinta anos antes da volta de Neemias a Jerusalém (444 a.C.) para reconstruir seus muros.
Embora não se conheça o autor do livro de Ester, as evidências internas do livro revelam que ele conhecia pessoalmente os costumes persas, o palácio de Susã e pormenores da pessoa do rei Assuero. Isso indica que o autor provavelmente morava na Pérsia durante o período descrito no livro. Além disso, o apreço do autor pelos judeus, bem como seus conhecimentos dos costumes judaicos sugerem que ele era judeu.
Ester é um estudo da sobrevivência do povo de Deus em meio à hostilidade. Hamã, o homem mais importante depois do rei, deseja a aniquilação dos judeus. Ele manipula o rei para que execute os judeus. Ester é introduzida em cena e Deus faz uso dela para salvar seu povo. Hamã é enforcado; e Mardoqueu, líder dos judeus no Império Persa, se torna primeiro ministro. A festa de Purim é instituída para marcar a libertação dos judeus.
O livro de Ester é o último dos cinco rolos da terceira parte da Bíblia hebraica, chamados Hagiographa (“Escritos Sagrados”). Cada um desses rolos é lido publicamente em uma das grandes festas judaicas. Este aqui é lido na festa de Purim, em 14-15 de adar, que comemora o grande livramento do povo judeu na Pérsia, durante o reinado de Ester.
Nenhum outro livro da Bíblia ilustra tão poderosamente a providência de Deus ao preservar o povo judeu a despeito do ódio demoníaco dos seus inimigos. No entanto não há referência ou alusão a este livro no Novo Testamento.