Resumo de ANTROPOLOGIA
Warning: Undefined array key "admin" in /home3/teolo575/public_html/paginas/resumo.php on line 64
RESUMO
BACHAREL EM TEOLOGIA
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA
ALUNO JAIR CÁSSIO FARIA
NOTA
ESTE RESUMO É UM TEXTO JÁ ESTRUTURADO QUE UTILIZEI EM MINHAS AULAS JUNTA À ESCOLA DOMINICAL.
ESPERO QUE VENHA CORRESPONDER AO RESUMO
ANTROPOLOGIA BÍBLICA
Um enfoque eminentemente bíblico da Antropologia demanda uma perspectiva de Deus sobre o ser humano. Nossa análise tem o foco no homem segundo Deus, qual foi seu comportamento no Éden, quais forma as causas da sua queda, os resultados dela, e a redenção do homem em Cristo, no pacto da graça, tudo com base na revelação de Deus como esta nas Santas Escrituras. Estes são temas que pertencem ao estudo mais amplo, porém nos limitaremos aos aspectos da Antropologia Bíblica enquanto o ser humano no seu relacionamento com Deus. É uma tolice tentar conhecer o homem sem que o conheçamos á luz da revelação divina. O conhecimento de nós mesmos passa necessariamente pelo conhecimento de Deus.
Segundo a apostila, os primeiros antropólogos tinham como característica comum a distância do objeto de seu estudo, o qual consistia sempre em homens pertencentes a culturas distintas da europeia e dela geograficamente afastadas. A moderna antropologia, no entanto, estende sua pesquisa às sociedades industriais e até mesmo às grandes concentrações urbanas. E ainda, os antropólogos do século XIX se detiveram nos aspectos pertinentes às culturas quando em muitas vezes relacionavam as características biológicas dos povos com suas formas culturais. Mais tarde, estabeleceu-se que os traços biológicos e os culturais tinham menos ligação entre si do que se acreditara. Isso levou a uma primeira subdivisão das ciências antropológicas em antropologia física e antropologia cultural, esta última comumente assimilada ao conceito de etnologia.
I - A CONDIÇAO DO HOMEM ANTES DA QUEDA
A NATUREZA DO HOMEM
A quem Adão era semelhante antes da queda? A única fonte de informação é a Escritura. Segundo as Escrituras Adão, por certo tempo, foi um exemplo de vida natural perfeita e normal(relativo a normal),o que Deus queria de todos os seus descendentes. A única coisa normal no Paraíso foi o pecado. Pecar era a anormalidade, exatamente como as coisas deveria ser hoje.
O homem foi originalmente criado num estado de perfeita maturidade e liberdade.Isso não que dizer que a humanidade em Adão,antes da queda,era o seu mais alto estado de excelência.É bem possível que o estado de maior excelência seja aquele em que os homens estiverem após a completaçao da redenção deles,porque nem mesmo serão expostos ao pecado,em virtudes de sua união com Cristo.Serão os homens,certamente,elevados a uma condição de maior gloria do que aquela que Adão teve antes da queda.Contudo,é importante ter-se em mente que essa gloria futura do homem é devida á sua união com Cristo,o redentor dos filhos de Deus.
Quando dizemos que Adão foi criado perfeito, estamos querendo dizer que ele era perfeitamente adaptado ao fim para o qual foi criado e na esfera na qual foi designado viver. Seu corpo e alma eram perfeitamente adaptados um ao outro.Adão era perfeito na sua criação.Era livre de qualquer corrupção ou de deficiência.Não havia nada na sua natureza que pudesse dar a idéia de fraqueza ou falha.
UM SER DEPENDENTE E RESPONSAVEL
Deus criou o homem á sua própria imagem e semelhança. Uma característica importante dessa criação é que o homem é uma pessoa humana ‘’que não existe automaticamente ou independentemente, mas como uma criatura de Deus’’.
O fato de o homem ser uma criatura o torna absolutamente. Para colocar de uma forma diferente, Shedd diz: ’’ A natureza dependente da santidade finita implica que ela é criada.’’ Todas as coisas criadas tem um sentido de absoluta dependência do Criador (Ne 9.6).Não há nada que não precise da assistência providencial de Deus.
Mas como uma pessoa que é, o homem tem certo grau de independência,
‘’não uma dependência absoluta, mas relativa. Ser uma pessoa significa ser capaz de fazer decisões, de estabelecer metas e mover-se em direção as metas estabelecidas. Isto significa possuir liberdade – ao menos n sentido de ser capaz de fazer suas próprias escolhas. O ser humano não é um robô cujo curso é totalmente determinado por forças externas. Ele tem o poder de auto-determinar-se e de auto-dirigir-se’’.
O homem é, portanto, uma criatura e uma pessoa.Como criatura é dependente totalmente de Deus,e como pessoa possui uma independência relativa no sentido de poder decisões,que não é o caso de outra criatura não racional.
I
II - A CRIAÇAO DO HOMEM
O livro do Gênesis, que é o livro dos começos, não terá simplesmente da cosmogonia,que é o vir á existência do cosmos material,mas também de antropologenia,que é o vir á existência do ser humano.A criação do mundo material foi em função da criação do dominador dele. O nosso planeta e o restante do cosmos foi designado para o bem-estar do ultimo dos seres criados, o homem. É por isso que é dito que o homem é a coroa da criação.O homem e apresentado na Escritura como o capeamento ou o acabamento da total empreitada criadora do Todo-Poderoso.Leonard Verduin diz:’’Antes do homem entrar em cena,no fim de cada dia da atividade criadora de Deus,o Artífice Divino chama o produto da Sua criação ‘’bom’’;mas só após o homem entrar em cena ele é chamado ‘’muito bom’’.
Conceitos Evolucionistas da Criação do Homem
Evolucionismo Materialista
Há muitas variações do evolucionismo, mas Berkhof resume dizendo que ‘’qualquer que seja a diferença de opinião que possa haver nesse ponto,é seguro que,segundo a evolução materialista,o homem descende no corpo e na alma,dos animais inferiores,mediante um processo natural de perfeição,controlado totalmente por energias inerentes’’.
A doutrina do evolucionismo materialista é um ataque frontal ás doutrinas da Escritura. É uma negação de toda a historia,como revelada por Deus,que é o fundamento de toda a historia,como revelada por Deus,que é o fundamento de todo o cristianismo.Se os animais e os homens evoluem,então não houve os primeiros pais,não houve Paraíso,não houve queda.E se não houve queda,houve necessidade de redenção.Jesus veio ao mundo sem qualquer razão.O evolucionismo nega tudo o que aconteceu,que é fundamental para a vida humana.O evolucionismo nega Deus.
Evolucionismo Teísta
O problema do cristianismo hoje não é somente o evolucionismo materialista, mas o evolucionismo teísta, que se tem tornado palatável a vários teólogos modernos.O evolucionismo teista crê que há um Deus,um Criador pessoal nas origens.Deus criou os céus e a terra,mas todas as coisas sofrem um desenvolvimento de acordo com certas leis inerentes criadas e colocadas na matéria por Deus.É uma espécie de deismo,onde Deus cria e solta, sem intervir, para o seu desenvolvimento. Há também uma pequena variação de evolucionismo teista que diz que Deus criou a terra original, mas então supõe que todas as plantas subseqüentes e vida animal se evoluíram de uma forma mais baixa para uma mais alta, sem qualquer ato criador separado de Deus para cada espécie. É possível, portanto, ser um teísta, mas ao mesmo tempo sustentar o desenvolvimento da vida de uma forma protozoária para uma forma bem superior de vida,ate chegar a vida humana.O problema é que a Escritura,que é fonte de autoridade para os cristãos genuínos,diz que os insetos,os répteis,os anfíbios, os pássaros,os outros animais e os homens,foram originados em atos distintos e separados de Deus não um sendo o desenvolvimento ou a evolução de outro.
Conceito Criacionista da Origem do Homem
A Unidade da Raça
O testemunho da Escritura: Alem da narração do texto de Gênesis, há outras indicações de que a raça humana tenha vindo de um só casal.Eles se multiplicam e encheram a terra(Gn 1.28),como aconteceu com os animais.A raça humana não constitui somente uma unidade racial,mas todos os homens vem de um só tronco,sendo todos membros da mesma arvore genealógica.Paulo,o apostolo,ensinou isto claramente quando estava instruindo os sábios no Areópago.Reformando-se ao ‘’Deus desconhecido’’ dos helênicos,apresentou o Deus verdadeiro como sendo o Deus criador,que fez todas as coisas que há no mundo(At. 17.24),o Deus auto suficiente(v.25)e ,então mostra a unidade da raça,humana,dizendo:’’ de um só fez toda raça humana para habitar sobre face da terra,havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação’(v .26).Ha. uma ligação orgânica entre todos os membros da raça humana.Todo procedem de uma s orais.
Há outros textos da Escritura que indicam que a humanidade toda veio de um só homem (rm 5.12,19;1 co 15.21-22).
O testemunho da Ciência:-As varias ciências tem colaborado para mostrar a veracidade do testemunho das Santas Escrituras com respeito á unidade da raça humana.
O estudo da historia tem mostrado a veracidade da Escritura.Muitos grandes eruditos tem crido que a civilização teve o seu começo nas terras mencionadas no Gênesis (região da Mesopotâmia, Armênia,Babilônia,etc.).Todos os homens vieram de uma região somente,e que,ao depois,se espalham por todas as parte da terra.
O estudo da filosofia compara tem mostrado o fato da intima relação entre todas as divisões da raça humana.Todas as línguas tiveram a sua origem num centro comum.
Criação Mediata ou Imediata?
A Escritura parece indicar claramente que a criação do homem não foi ex-nihito, nem uma criação sem ter material pré-existente. Quando Deus criou o homem,Ele usou material pré-existente.Deus tomou o pó da terra e formou o homem,usando algo que já existia.Se por Imediata entendemos a operação direta de Deus,então a criação do homem foi imediata pois Deus disse de Si para Consigo:’’Façamos o homem...’’mas se por criação Imediata entendemos a feitura do homem sem ter qualquer material pré-existente,então,ela não foi imediata,mas mediata,usando s meios já existente, como o barro, por exemplo. A alma do homem foi uma criação imediata, pois Deus não somente agiu diretamente, mas não usou nada já existente para cria-la.
Todas as outras partes vivas foram criações mediatas, como a dos animais e das árvores (Gn 1.11-12.20-21,24-25), tudo foi feito, “segundo a sua espécie”, mas Deus agiu diretamente na criação do homem, criando-o à sua imagem e semelhança.
A criação do ser humano completo
As escrituras negam qualquer idéia de que o homem seja um mero produto de forças naturais não inteligentes. Elas se referem à existência do homem como um ato criativo de Deus:
Nm. 16.22- “Mas eles se pros taram sobre os seus rostos e disseram: ó Deus, Autor e conservador de toda vida,acaso por pecar um só homem indignar-te-ás contra toda esta congregação?” (ver 27.16) A inteligência, a consciência, o senso moral, o poder de autodeterminação, etc., mostraram que o homem não foi derivado, por um processo natural de desenvolvimento, de criaturas inferiores, como ensina o evolucionismo. Somos compelidos a crer segundo o que prescreve a palavra de Deus, quando diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” (Gn 1.26). Deus è o autor tanto do corpo como do espírito (Gn 2.7;Hb 12.9:Ap 22.6),e o ser humano é muito superior as inteligências dos animais inferiores.
A NATUREZA CONSTITUCIONAL DO HOMEM
A apresentação que a Escritura dá do homem não é a de uma tricotomia (embora haja dois textos que parecem favorecer essa corrente),nem da dicotomia(embora muito mais textos favorecem,como veremos,a apresentação dicotômica),mas é a da unidade do homem.Cada ato do homem contempla-se como sendo um ato do homem completo.Não é a alma que peca,mas o homem que peca;não e o corpo que morre,mas o homem que morre;não é a alma que Cristo redime,mas o homem.O homem é uma unidade.
Temos que vê-lo como um ser completo. É assim que a Bíblia o apresenta.
Analisaremos o material bíblico debaixo dos seguintes tópicos:
1. O homem é Corpo (Adão foi criado um ser material)
2. O homem é Alma (Adão foi criado um ser espiritual)
3) O homem é Coração.
1. O HOMEM É CORPO (Adão foi criado um ser material A) Considere a ênfase sobre homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o homem a passou a ser alma vivente.’’
Gn 3.19-‘’No suor do rosto comeras o teu pão, ate que tornes á terra pos dela foste formado: porque tu ES pó,e ao pó tornaras.’’
Jô 34.15-Jô esta falando que ‘’toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria ao pó’’.
2) O HOMEM É ALMA (Adão foi criado um ser espiritual)
Não podemos deixar de fazer referencia a esse aspecto tão importante,sobre o outro lado da mesma moeda.Ambos os elementos aparecem na narrativa da criação:Adão foi formado do pó da terra,mas somente quando o espírito foi separado é que Adão foi tornado ‘’alma vivente’’.O fato de Adão ser ‘’alma vivente’’ não foi único.Em Gn 1.21.24 e 30 o mesmo é dito de outras criaturas vivas não-humanas.O único ponto digno de nota na criação do homem é a maneira pela qual Deus fez isso.:Ele soprou em distinguiu a criação humana(e a vida humana) das outras vida animadas(Gn 2.7).O homem pertence aos dois mundos,ao espiritual e ao físico.
O sopro da vida animada mostra que o homem e mais do que corpo.O próprio Deus deu vida ao corpo por soprar o espírito nele.Este ato especial aponta um caso especial.Este soprar do espírito é a fonte da vida animada,e sem ela o homem propriamente pode ser chamada de morte(Tg 2.26).
3.O HOMEM É CORAÇAO
Numa tentativa de compreender a doutrina bíblica do homem, atenção foi dada as referencias ao corpo, tanto quanto ás variações no uso com respeito á alma espírito. Entretanto, a Escritura também apresenta o homem como coração. Este termo enfoca a unidade da natureza básica do homem. Observação: Há dezenas de outras referencias de Jesus a coração como a essência da natureza humana, como o âmago de nosso interior, e são referencia usadas indistintamente para descrever não somente toda a personalidade, mas as coisas da própria alma(ou espírito).
‘’O coração é o ponto de concentração, a raiz religiosa de nossa existência humana total.Dele surgem todos os nossos pensamentos, ações,sentimentos e desejos.Em nossos corações damos respostas ás mais profundas e definitivas questões,e em nossos corações o nosso relacionamento com Deus é determinado.A regeneração,a renovação do coração pelo Espírito Santo,faz-nos voltar para deus e redirige-nos o coração do caminho da apostasia para Deus.O coração,ou alma do homem,jamas pode ser identificado com qualquer outra função vital,tal como sentimento ou fé.Ele e mais profundo do que qualquer outra função vital e transcende o temporal.
A UNIDADE DO HOMEM
A ênfase das Escrituras, contudo, é sobre a unidade desses elementos. O homem não é o corpo, e nem pode ser sem a alma. ‘’Corpo e alma existem somente em e um para o outro; o corpo não é um corpo, mas o corpo da alma; a alma não e uma alma, mas a alma do corpo; na nossa consciência do eu os dois são um...O homem é uma unidade, não uma junção de duas partes separadas ou mesmo faculdades separadas, e a Bíblia trata com ele como tal.’’
É por isso que neste estudo preferiremos o termo duplo ou duplex, ao nos referirmos á natureza humana. Esta palavra enfatiza a unidade dos elementos, antes que sua separação.
TEORIAS SOBRE A ORIGEM DA ALMA HUMANA
Três teorias disputaram a opinião da Igreja desde os primeiros séculos da igreja crista,com respeito á ordem da alma:
PRE-EXISTENCIALISMO
Orígenes (séc.III) foi seu principal expoente. Esta teoria ensina que as almas dos homens tiveram uma existência anterior á criação dos próprios homens. Alguns acontecimentos nesse período pré-temporal determinaram a condição em que atualmente se encontram essas almas. Houve uma espécie de queda pré-temporal.Orígenes considerou que a existência material presente presente no homem, com todas as suas desigualdades e irregularidades físicas e morais, è um castigo pelos pecados cometidos em uma existência anterior. O pecado por tanto, teve entrada no mundo dos homens num estado pré-temporal, e isso fez com que o homem já entrasse no mundo numa condição de pecado.
TRADUCIANISMO ( ou PROPAGAÇÃO )
Segundo o traducianismo, as almas dos homens se propagam juntamente com os corpos, mediante uma geração ordinária, transmitida dos pais nos filhos. Entre os reformados há alguns que defendem a idéia traducianista. W. G. T. Shedd é o principal expoente dessa corrente.
CRIACIONISMO
Esta teoria considera que cada alma é uma criação imediata de Deus, possuindo sua origem num ato criativo direto de Deus, no qual o tempo não pode ser precisamente determinado. Supostamente a alma é criada pura,pois Deus não poderia te-la criado impura,e ela é unida a um corpo depravado.Não deve ser criado que a alma é criada separadamente do corpo e que ela se torna poluída em contato com o corpo,o que tornaria o pecado algo simplesmente físico.Deve ser criado que a alma é criada pura,mas que Deus imputa a culpa de Adão a ela e,então,se torna corrupta também.
A alma, que é produto de um ato criador direto de Deus, já esta pré-formada na vida psíquica do feto.
A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM
Hoekema diz que ‘’o conceito da imagem de Deus é o coração da antropologia crista.’’Essa doutrina é fundamental para o entendimento de outras aspectos da antropologia,como por exemplo,o do efeito do pecado na vida do homem,especialmente quando estudamos a imagem de Deus após a queda.
A IMAGEM ORIGINAL
Neste ponto vamos falar de um aspecto extremamente importantíssimo, que os teólogos, com o suporte das Escrituras,chamam de ‘’justiça original’’.
Nesse tempo, antes da queda, no estado de integridade, o homem refletia perfeitamente a imagem de DEUS.Ele era capaz de não pecar. A famosa frase latina posse nom peccare expressa bem a capacidade do homem em viver de acordo com a vontade preceptiva de Deus explicitada ali não Éden. Adão e Eva possuíam a justiça original.Esta justiça original é uma terminologia teológica, que não é encontrada na Escritura para os nossos primeiros pais.Contudo podemos deduzir claramente do ensino bíblico que os nossos primeiros pais a possuíam, porque estas coisas perdidas,são restauradas posteriormente. Essa justiça original que os nossos primeiros pais possuíram, é composta de:
a) ‘’Conhecimento verdadeiro’’- O NT indica que o conhecimento de Deus é restaurado no homem.Paulo,escrevendo a pessoas nascidas de novo,diz:’’E vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento,segundo a imagem daquele que o criou’’( CI 3.10).Este conhecimento restaurado no homem através de Cristo(2 Co 4.6),foi perdido na queda.Apos o Éden, o homem perdeu a comunhão e, portanto, o conhecimento de Deus, porque foi expulso do lugar que revelava perfeitamente a presença de Deus.
b) ‘’Justiça’’ – Novamente, falando do novo homem, do homem renovado em Cristo,Paulo diz:’’E vos revistais do novo homem,criado segundo Deus,em justiça e retidão procedentes da verdade’’(Ef 4.24).Por justiça, portanto, entendemos a conformidade com a lei divina. Antes da queda havia uma harmonia perfeita entre a natureza moral do homem e todas as santas exigências da lei de Deus. A regra de conduta estabelecida por Deus era cumprida perfeitamente antes da queda. A Bíblia diz em Ec 7.29, que Deus fez o homem reto(justo), referindo-se á sua excelência moral.
c) ‘’Santidade’’ – Aqui, santidade é sinônimo de ‘’retidão’’ de EF 4.24. Essa comunhão direta com o seu criador. A santidade não era simplesmente advinda da comunhão com Deus, mas uma quantidade moral deles. Os nossos primeiros pais não eram apenas separados do mal, mas possuíam o bem.Eram limpos de coração.
Esta é a imagem moral de Deus que foi perdida no Éden, mas o homem não deixou de ser homem, por perde-la.
O homem, portanto, por causa da imagem moral de Deus estampada nele,a justiça original,possuía um relacionamento triplo perfeito:
a)Relacionamento com Deus- A harmonia com Deus originalmente era patente.Ele respondia perfeitamente aos apelos da revelação natural de Deus.A comunhão dele com Deus no Éden era perfeita.A Escritura diz que Deus’’ andava no jardim pela viração da tarde’’,e dependia totalmente Dele. No sentido mais pleno da palavra, podemos dizer que Adão vivia caram Deo, isto é, na presença de Deus.
Deus criou o homem capaz de responder ao Seu amor e providencia.E foi assim no Éden, ate que o homem decidiu voluntariamente desobedecer.
Esse relacionamento perfeito com Deus determinava os outros relacionamentos. Os relacionamentos horizontais eram diretamente relacionados com o relacionamento vertical.Do nosso relacionamento com Deus dependem todos os outros relacionamentos.
a) Relacionamento com o semelhante – Como um resultado de andar bem com Deus, era perfeito o relacionamento de Adão com sua mulher.GN 2.18 diz que não era bom para o homem viver só.Por isso Deus quis vida ainda melhor para ele, uma vida que incluía o relacionamento com um semelhante.Certamente,a vida com Eva foi de perfeição relacional.Este foi o propósito de Deus para os seres humanos.Uma pessoa, companheira, sua ajuda Dora, seu par, de tal forma que um não seria completo sem o outro. As palavras de GN 2.18 indicam.
.A IMAGEM DESFIGURADA
A imagem de Deus permanece depois da queda, mesmo embora não vejamos mais os vestígios da justiça original. Todas as suas capacidades intelectuais,afetivas,sua liberdade moral,seu domínio sobre a criação,etc.,foram afetados pela queda,mas mesmo depois da que , é dito que o homem é a imagem de Deus (TG 3.9 E GN 9.6).A condição da humanidade agora caída,portanto, é a da impossibilidade de não pecar.Neste estado o non posse non peccare é uma realidade indiscutível.Não há forças no pecador para fugir do pecado.Nesse estado, é também dito que homem tem impotência bene agendi, isto é, ele é incapaz de fazer o bem.
Calvino diz ‘’mesmo embora concedamos que a imagem de Deus não tenha sido totalmente aniquilada e destruída no homem, ela foi tão corrompida que, qualquer coisa que permaneça, é uma deformidade horrenda”. Possivelmente pensando na justiça original, Calvino acrescenta: “Agora a imagem de Deus é na existência perfeita da natureza humana que brilhava em Adão antes da queda, mas que subsequentemente foi viciada e quase apagada, de tal forma que nada permanece após a ruína, exceto que ela é confusa, mutilada e doentia.”
Com a queda, a imagem ficou pervertida, e o homem quebrou os relacionamentos com os quais Deus o havia dotado: O homem quebrou o relacionamento com Deus, com o seu semelhante com a natureza.
A IMAGEM RESTAURADA
Cristo Jesus é considerado na Escritura a imagem perfeita de Deus.Em vários lugares é dito que Ele reflete seu Pai de maneira perfeita.
Por isso é dito na Escritura que Deus nos predestinou para sermos’’conforme á imagem’’ de Jesus Cristo. Ser igual a Jesus é ter de volta a imagem de Deus.
RM 8.29 – ‘’Porque aos que de antemão conheceu, também s predestinou para serem conformes á imagem de Seu filho, a fim de que Ele seja o primogênito entre muitos irmãos.’’
Os eleitos forma predestinados para se parecerem com Jesus Cristo, para refletirem a Sua perfeita varonil idade,a humanidade plena de Jesus Cristo.Este texto de Romanos indica que alguma coisa errada aconteceu com a imagem de Deus no homem após a queda,imagem essa que precisava ser refeita.A conformidade com a imagem de Jesus Cristo é o mesmo que ser feito á imagem de Deus.Jesus é a imagem e o reflexo exato do ser de Deus.A meta final da obra redentora de Cristo é devolver ao homem aquilo que foi perdido na queda,isto é,a imagem de Deus.Ser conformado á imagem de Jesus Cristo,é ser conformado á imagem de Deus.E é para isso que fomos destinados de antemão.A complicação da obra da redenção será o sermos semelhantes a Cristo,nosso Redentor.Esta restauração da imagem já começou,mas ainda não esta completada.Ainda temos sementes do pecado em nos que impedem que a imagem de Deus seja completamente vista em nos.Á medida que Deus completa a sua salvação em nos,restaurando-nos,sua imagem será plenamente vista,e cristo será visto em nos.
A IMAGEM APERFEIÇOADA
OS textos analisados na seção anterior, RM 8.29 e 2 CO 3.18 indicam que a queda causou aos homens a necessidade de serem transformados para terem de volta aquilo que perderam quando da sua criação. A meta final de Deus para os redimidos é a perfeição de Cristo. Que esta condição se Dara somente depois da nossa ressurreição, esta claro de alguns textos da Escritura. 1 CO 15.49- ‘’E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno,devemos trazer também a imagem do celestial.’’
‘’Terreno’’ aqui se refere ao primeiro Adão. ’’Celestial’’ refere-se ao segundo Adão, Jesus Cristo. O contexto dessa passagem esta no ensino, sobre a ressurreição. Somente depois da efetivação de nossa salvação é que refletiremos a perfeição da imagem de Jesus Cristo. A glorificação do homem é o estado final da redenção do pecador por quem Cristo morreu.Somente no estado de glorificação é que o remido refletira perfeitamente a imagem de Cristo.Por enquanto,ele ainda esta no processo,mas então,o processo já estará terminado.Nesse tempo,ate o corpo refletira aquilo que Cristo já é.Teremos um corpo semelhante ao corpo de sua Gloria (FP 3.21)
A RELAÇAO PACTUAL DE ADAO COM A RAÇA
Adão não agiu simplesmente como uma pessoa particular, ou como um individuo isolado.Quando ele pecou, ele o fez em nome e como representante de toda sua posteridade. Os resultados da sua ação tiveram resultado sobre todos os filhos dos homens porque Adão agiu simplesmente como uma pessoa particular, mas como uma pessoa pública. Aquilo que ele fez envolveu judicialmente outras pessoas.
Qual é a base para essas afirmações? Deus entrou numa relação pactual com Adão, e isto o tornou o cabeça representativo da raça humana. O temo pacto não aparecem no começo de Gêneses, embora a referência a pacto com adão apareça posteriormente, em os 6.7 os elementos gerais de um pacto estão presentes em Gn 2.16-17: primeiro há duas partes contratantes; Segundo, há condições definidas que são aceitas; Terceiro, há uma penalidade prescrita em caso de desobediência; Quart, há uma promessa implícita com caso de obediência.
Adão foi colocado não simplesmente debaixo da lei de Deus, mas ele estava sob uma condição pactual. Estas duas coisas devem ser absolutamente distintas: como uma pessoa individual, na relação natural, ele poderia obedecer a lei por si mesmo, sem qualquer conseqüência para s outros. Ele poderia estar debaixo da lei e, se obedecesse, apenas ficaria sem a punição da lei, mas o pacto daria a ele não somente o livramento da penalidade, em caso de obediência, mas o direito de desfrutar da vida eterna para si e para os seus descendentes, como em caso de desobediência a culpabilidade para si e para toda a raça. Seria absolutamente óbvio que Adão obtivesse a promessa de vida, se obedecesse, pois a ameaça de morte (“ no dia em que comeres, certamente morrerás”) implica necessariamente no reverso.E como se Deus lhe houvesse dito:’’Se não comeres,não morreras e,certamente,poderás comer da arvore da vida,como recompensa por tua obediência’’(ver GN 3.22).A promessa de vida incluía muito mais do que simplesmente não morrer.Adão haveria de ter vida eterna,aquilo que Cristo veio dar ao seu povo,uma comunhão imperdível com Deus,uma qualidade de vida superior á que Adão possuía,mesmo quando na havia pecado,uma qualidade de vida que Adão teria,se houvesse obedecido e comido da arvore da vida.
Os 6.7diz que houve um pacto que Adão transgrediu e,fazendo isso,imergiu a si mesmo e toda a raça na desgraça e miséria,sujeitando todos os homens ao estado de culpados e merecedores do castigo divino.
‘’O fato de Adão ter permanecido como o cabeça da raça no relacionamento de pacto, é demonstrado conclusivamente pelos males penais que vieram sobre seus filhos,em conseqüência de sua queda.Da maldição terrível que cai sobre todos os seus descendentes,somos compelidos a relação pactual que existia entre ele e eles;porque juiz de toda a terra,sendo justo,nunca punira onde não há crime.’’Em Adão todos morrem’’porque nele todos pecaram.’’
A culpa do pecado de Adão foi imputada a toda a sua posteridade. O principio da imputação permeia toda a Escritura. Se alguém age em favor ou em nome de outros,então estes estão legalmente representados,e são também contados como responsáveis nos atos de quem os representou,e sofrem as conseqüências da conduta dele,seja ela boa ou ma.
Os teólogos Reformados, em geral, aceitam a teologia federal, mas há aqueles que relutam aceitar o fato de que Deus estabeleceu um pacto com Adão no Éden.A teologia federal é perfeitamente passível de ser sustentada,pois há diversos elementos na Escritura que nos autorizam a elaborar uma teologia pactual que da base para a representatividade de Adão.
A BASE BIBLICA DA IMPUTAÇAO DO PECADO DE ADÃO
A base da imputação do pecado de Adão, ou razão pela qual a penalidade do seu pecado vem sobre a sua posteridade,é a união entre Adão e nos.O pecado não poderia ser imputado de um homem para outro a menos que houvesse conexão racial entre eles.para justificar essa imputação.
As Escrituras nunca falam da imputação do pecado dos anjos aos homens,ou a Cristo,ou da Sua justiça aos anjos,pela simples razão de que não há qualquer conexão racial entre eles.Portanto,pela ausência de qualquer conexão racial,os benefícios de Cristo na podem ser imputados aos anjos e,pela mesma razão,os pecados dos anjos não podem ser imputados aos homens ou vice-versa.Não havendo qualquer conotação racial entre os seres,não pode haver conseqüências judiciais de pecado u de justiça de um para o outro.
A união federal entre Adão e sua posteridade é a base para a imputação de seu pecado a ela. Adão foi o cabeça representativo da raça e,por isso,seu ato foi considerado o ato da raça,assim como Cristo,sendo representante dos pecadores,teve o seu ato considerado como ato daqueles por quem morreu.Por isso, o pecado de um é atribuído a outros,e também a justiça de um é atribuída a outros.Não é possível entendermos a teoria da imputação de pecado e de justiça,esse processo assombrosamente maravilhoso de Deus,a menos que estudemos detalhadamente o texto de RM5.12.21.
O principio da representação na escritura
O principio representativo pervade toda a Escritura. A imputação do pecado de Adão não um fato isolado. Ele é somente uma ilustração de como Deus trata os outros assuntos.Vejamos alguns exemplos do principio da representação que tornam possível a imputação.:
-Por causa de Esaú, no caso do direito da primogenitura,toda a sua descendência ficou fora das promessas do pacto(GN 25.27-34).Jacó recebeu os benefícios de filho mais velho,e sua descendência foi abençoada,enquanto que a de Esaú ficou fora dos privilégio pactuais(GN 27).
-Os filhos de Moab e Amon foram excluídos da congregação do Senhor para sempre,porque seus ancestrais se opuseram aos israelitas quando eles saíram do Egito (DT 23.3-4).
Causa do pecado de Aça, toda a família, inclusive as criancinhas ,foi morta(JS 7.24-26). Por causa dos pecados de Core, Data e Abrirão, pareceram muitas pessoas, sobretudo mulheres e crianças. Deus imputou a culpa dos lideres nos liderados (NM 16.22-33).
Por causa da maldade dos pais,as gerações dos filhos,especialmente os pequeninos de peito,sofrem as conseqüências(DT 32.18-25).
Por causa do pecado de Davi com Batseba e Urias,Deus disse:’’Agora,pois,não se apartaras a espada jamais da tua casa,porquanto me desprezaste,e tomaste a mulher de Urias o Heteu,para ser tua mulher’’(2 SM 12.10).
Por causa da incredulidade dos judeus nos tempos de Jesus,ficou validada a imprecação dos Judeus que disseram:’’Seu sangue caia sobre nos e nossos filhos’’-e isto tem sido uma terrível verdade ate hoje.
Por causa do pecado de Faraós,o Senhor imputou o pacado dele sobre a vida de todos os primogênitos na noite que precedeu a saída dos israelitas do Egito(ex:13.15).
Por causa do pecado de Ama leque todo o povo,inclusive as mulheres e crianças,sofrem(1 SM 15.2,3).
Veja-se o mesmo caso em EZ 9.3-6;23.46-48.
-Observe como Deus procede nestes versos paralelos dos Dez mandamentos (Ex:20.5-6;34.6-7; NM 18.14;DT 5.9-10).
Este princípio da representação é, também, aplicado inversamente. Deus imputa suas bênçãos a outros, por causa da obediência de um. Quando Deus entrou em pacto cm Abraão,não foi para ele somente,mas para a sua posteridade.Seus descendentes haveriam de ser abençoados por causa do crente Abraão.Todo o plano da redenção descansa sobre esse principio por causa do crente Abrão.Todo o plano da redenção descansa sobre esse principio representativo:Cristo é o representante do seu povo e,age por eles,no lugar deles.Por causa disso,os pecados do seu povo são imputados a Ele,e Sua justiça é imputada a eles.
Tanto a maldição como a benção são imputadas.A imputação é o método de Deus.Embora este assunto seja difícil de aceitar(sobretudo no caso da imputação de pecado),não há que se duvidar de que essa é uma verdade afirmada inquestionavelmente na Escritura.
A PUNIÇÃO DO PECADO
NATUREZA DOS CASTIGOS
Berkhof diz que os castigos tem ‘’a sua origem na retidão,isto é,na justiça punitiva de Deus,por meio da qual Ele se sustem como o Santo e necessariamente exige santidade e retidão de todas as Suas criaturas racionais.’’
O pecado não pode ficar sem punição justamente por causa da santidade e da justiça de Deus.Porque a sua lei foi infringida,ele,de necessidade,tem que punir o pecado.
Propósitos dos Castigos
a)Vindicar a retidão ou a justiça Divina
b)A reforma do Pecador
c)Fazer com que os homens desistam de pecar
Teologicamente,costuma-se falar de dois tipos de castigos que o pecado traz:
a)Castigo naturais—Destes castigos os homens não podem livrar-se nem pelo arrependimento ou pelo perdão de Deus.Esse tipo de castigo é o resultado natural do pecado.Há varias maneiras de se ilustrar os castigos naturais:Um homem promiscuo sexualmente,fatalmente haverá de transmitir as suas doenças venéreas aos seus filhos,mesmo que ele tenha se arrependido profundamente de sua vida promiscua;Um homem preguiçoso haverá de levar á penúria sua família,mesmo que chore ou que Deus perdoe a sua negligencia de trabalho(PV 6.6-11;13.4;19.15;21.25;EC 10.18);Um homem beberrão trará ruína sobre si e sobre sua família(PV 23.21,29-35).A inevitabilidade desse tipo de exemplos do fato do homem ceifar aquilo que ele planta:
JO 4.8;SI 9.15;94.23;PV 5.22)
b)Castigo Positivo—Estes castigos não pressupõem simplesmente as leis naturais da vida,mas revelam uma atitude positiva do Santo Legislador.São imposições legais de Deus sobre o pecador nesta vida.Eles são a expressão do caráter moral de Deus,que se ira contra aqueles que violam as Suas leis claramente estabelecidas.Estes castigos são uma imposição direta de Deus sobre os homens,sejam eles Seus servos ou não.
O HOMEM NO PACTO DA GRAÇA
A Doutrina do pacto da graça á uma das mais preciosas que podemos extrair das Santas Escrituras, pois de uma certa maneira,todas as outras doutrinas da soteriologia estão intimamente relacionadas com a do Pacto da Graça.
Esta doutrina e tão importante que permita toda a Escritura,começando no Gênesis e tendo seus últimos ecos no livro do Apocalipse.
O pacto da Graça na Eternidade
1.Este pacto foi feito entre o Pai e o Filho
Deus,ante a incapacidade do homem de expiar os seus próprios pecados,fez um pacto com Cristo de salvar alguns membros da raça caída em Adão.O próprio Deus,na pessoa de Seu filho,se compromete a realizar e tornar eficaz esse pacto.O filho seria o Mediador,a vitima expiatória,o resgate e o Salvador.
O pai e o filho tomam a decisão comum de salvar criaturas caídas.O pai seria o representante da Trindade e o Filho o representante dos caídos,mas eleitos.
A Escritura mostra de maneira inequivocada que filho veio ao mundo para realizar uma tarefa que o pai lhe havia entregue,uma obra em favor dos homens, realizando a vontade de seu Pai.(JO5.30,6.38-40;17.3,4,6,8,18,21;HB10.7-9;IS48.16-17;61.1)
2.Este pacto foi feito na eternidade
Este pacto não foi elaborado após a queda do homem,como que para resolver um problema as carreiras,de ultima hora.Deus,que conhece e determina todas as coisas,elaborou esse plano de redenção antes da fundação do mundo,em conselho eterno.Por essa razão a Escritura o chama de pacto eterno.(11b 13.20).
A eternidade desse pacto se evidencia nas providencias salvadoras tomadas por Deus antes da criação do mundo(EF1.4,7-11;3.8-11;TM1.9;1 PE 1.19-20;AP 13.8;17.8)
3.Este pacto teve Cristo como fiador e cabeça
Cristo como fiador—(Hb7.22)—o Fiador é aquele que se torna responsável pelas obrigações legais de outro.Na teologia Reformada houve uma distinção sobre se o papel de Cristo como fiador era condicional ou incondicional.Então,segundo a jurisprudência romana,duas palavras latinas foram usadas para estabelecer essa distinção:
Fideiussior—(garantidor)Esta tem o caráter condicional.Nela o fiador se compromete a pagar por outro,sempre que este não cumpra satisfatoriamente por sua própria conta.O peso da culpa permanece na parte culpada ate ao tempo do pagamento.Alguns reformados objetam ao uso do conceito de fideiussior por causa do dilema dos conceitos de eternidade e tempo.Se no conselho da paz’’Cristo se converteu n Fideiussior,os crentes do VT não gozam do perdão dos pecados’’.Em geral os Reformados reconhecem aqui o problema relacionado ‘’á natureza eterna do pacto da redenção e o caráter temporal da satisfação de Cristo,mas também argumentam que Fideiussior(garantia) é eternamente efetiva em sua incepçao tanto quanto se entende que os méritos da obra de Cristo e,de fato,a obra de satisfação em si mesma,descansam sobre o decreto.Naturalmente,o pecador ou o devedor,permanece responsável por seu pecado ou debito ate que o fideiussior tenha sido aplicado a ele no tempo.
Expromissor—(garantidor)Este tem o caráter incondicional,Aqui o fiador se compromete a pagar incondicionalmente por outro,livrando dessa forma a parte culpada de sua responsabilidade uma vez por todas.Este termo latino é usado na linguagem do teólogos federalista também como sinônimo de sponsio que dizia respeito a uma promessa solene entre o pai e o filho,onde este ultimo promete ao primeiro,no pacto da redenção,feito na eternidade,pagar o debito dos pecados.
No pacto da graça elaborada na eternidade o filho se comprometeu a pagar pelos pecados de seu povo,aqueles que o pai lhe haveria de entregar.Ele tinha que sofrer o castigo necessário para satisfazer as exigências da lei em lugar deles.Cristo é o fiador incondicional,visto que os homens não possuem condição alguma de cumprir qualquer pacto com Deus.
Cristo como Cabeça—(2 Co5.21)—Ao tomar o lugar dos pecadores,Cristo constituiu-se no representante deles(JO 17.2,6,8,9,19,20).Tomando sobre si as responsabilidade legais do seu povo,foi tratado como pecador em nosso lugar.
Aquilo que Cristo fez como fiador e Cabeça do seu povo,eles não mais estão obrigados a fazer.A obra já esta pronta,a recompensa esta ganha para os do seu povo,e os crentes,mediante a Graça,são tomados participantes dos frutos da obra redentora de Jesus Cristo.
4.Este pacto foi de obras para Cristo
O pacto foi chamado de graça para os pecadores em favor de quem Jesus morreu,mas foi de obras para Cristo,porque ele prometeu fazer exatamente aquilo que Adão não faria no que chamamos pacto das obras.A vida eterna viria,ao pecador somente através da obediência.Adão não obedeceu.Por essa razão,ele não possuiu vida eterna e privou seus descendentes dela.Portanto,Cristo,o segundo Adão,veio ao mundo para cumprir um pacto feito anteriormente com seu Pai,de obedecendo planamente,conseguir vida eterna para todos aqueles em favor de quem obedeceu ativa e passivamente.
5.Este pacto possuía requisitos e promessas
a)Requisitos
Deus o pai exigiu que seu filho se humilhasse,nascendo de uma mulher,tomando a natureza humana e suas fraquezas,mas sem pecado.Era absolutamente essencial que Jesus se tornasse um dos membros da raça humana,para que pudesse provar a morte,por causa dos pecados daqueles por quem iria morrer.
(b) Não somente o filho teria que tomar a natureza humana, mas também teria que sofrer a pena do castigo,castigo esse por causa e em favor daqueles que o pai lhe havia entregue,garantindo-lhe,assim,a vida eterna(IS 53.4,5,6,10,11,12).
(C )O filho encarnado, deveria cumprir toda a lei,isto porque o homem pecador seria incapaz de faze-lo(MT 5.17,18;GI4.4,5;LC24.44).
(d) O filho encarnado deveria ser obediente ate o fim(JO8,28,29;MT26.39;SI40.8;FP2.6-8).Se Jesus não houvesse obedecido a lei,cumprindo-a todos os homens,sem exceção,seriam mortos por ela.
b)Promessas
As promessas são equivalentes aos requisitos.Deus,o pai,prometeu ao filho tudo o que ele necessitava para executar o Pacto da Redenção.
(a)O pai deveria dar ao filho um corpo para começar a executar a sua obra redutiva(LC 1.35;HB 10.5).
(b)O pai daria ao filho todo o amparo necessário para a realização da obra da redenção e o tornaria vitorioso sobre a morte(SI16.8-10,EF AT 2.25-28) e sobre diabo(hb 2.14).
(c)O pai daria ao filho,como recompensa por sua obra perfeita,o Espírito Santo que iria dar proteção ao corpo de Cristo,sua igreja.(JO14.26;15,26;16.13-14;AT2.33).
(d)O pai daria ao filho uma semente numerosa,como recompensa por sua obra cumprida.Essa Semente é de uma multidão números que ninguém pode contar.Virão pessoas de todas as terras,povos,línguas e nações(SI2227;72.17;AP 7.9-10;MT8.11).
(e) O pai daria ao filho toda a autoridade e poder nos céus e na terra para o governo do mundo e de sua igreja(MT28.18;EF1.20-22;FP 2.9-11;HB 2.9;JO 17.5).
6.Este pacto foi feito em favor do pecador eleito
Este pacto tem como objetivo a salvação dos caídos que foram entregues ao filho.Não havendo redenção,a escravidão haveria de continuar,e a sentença de morte seria posta em vigor.A cruz de Jesus é a vitória sobre o pecado,a redenção completa.
Por causa da cruz,os condenados saem livres(1 CO 6.20).Todos os substituídos por Jesus deixam de ser pessoalmente malditos de Deus(GI 3.13),porque Cristo levou pessoalmente a maldição deles sobre si.
O sangue de Jesus foi derramado para limpar os pecados dos filhos de Deus,as ovelhas de Deus,aqueles que o pai tinha entregue a Cristo(HB 2.12-14,15-18;JO 17.2,3,6,8,9,10;JO10.11.14,15,16,27,28).
O Pacto da Graça na Historia do Homem
O Pacto da redenção foi estabelecido na eternidade, mas tão logo houve queda,Deus já começou a anunciar redenção que,tempos depois,foi sabida ser nascida numa relação pactual entre Deus e o homem,um anuncio histórico do que havia sido celebrado na eternidade entre o pai e o filho.
Jair Cássio Faria