Resumo de ARQUEOLOGIA BIBLICA
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Resumo Arqueologia
O significado da palavra arqueologia tem sua base nas duas palavras gregas que a formam: arkhaios (antigo) e logos (discurso). Arqueologia poderia portanto ser definida como a ciência da antigüidade. Ela tem como objetivo reconstruir civilizações antigas através da escavação e do estudo dos objetos provenientes dessas escavações.
Arqueologia Bíblica é um setor particular dentro da ciência da arqueologia. Esse setor estuda os elementos da Palestina e dos países próximos, que têm alguma referência aos tempos e aos escritos da Bíblia. O interesse científico recai sobre os restos de construções, monumentos artísticos, inscrições e outros objetos que contribuem à compreensão da história, da vida e dos hábitos dos hebreus e dos povos que entraram em contato com eles e tiveram influência sobre eles.
Os limites da arqueologia bíblica nascem do fato que a linha temporal que a Bíblia compreende é muito grande e do mesmo modo é vasto o território onde se desenvolveram as narrativas bíblicas. A conservação de restos também é muito precária. Raramente são encontrados objetos de madeira, de couro ou tecido.
A preocupação em identificar fatos da Bíblia com a realidade atual já se apresenta no próprio livro sagrado (cf. Js 8,28-29; 15,8-10), que sente a necessidade de esclarecer tópicos obscuros. Hoje essa necessidade cresceu muito mais. O nome dos lugares mudam com o tempo, especialmente quando a língua do país muda de acordo com a classe governamental que domina o país. Hoje existe uma sadia consciência entre exegetas e arqueólogos da mútua importância que têm. Ambos possuem interesses comuns e cada um dos campos de investigação é importante para o outro. Queremos destacar 4 pontos em que a arqueologia pode ser de grande ajuda para quem quer se aprofundar na Bíblia.
* O estudo bíblico tem muito a ver com o exame dos manuscritos. Seguramente o avanço maior nesse campo foi a descoberta dos manuscritos do Mar Morto, em 1947. Os arqueólogos determinaram que o material é do período romano e portanto tem muita importância para o estudo do texto sagrado.
* O AT foi escrito em hebraico e muitas vezes certas expressões não são claras. Elas irão se decifrar na medida em que se estudam as outras línguas semíticas, os textos que nasceram no mesmo ambiente. As línguas antigas são portanto excelente instrumento para iluminar os significados incertos do texto hebraico.
* A Bíblia é fruto de um contexto geográfico, cronológico e cultural particular. Entender esse ambiente é essencial para a compreensão mais profunda da Palavra de Deus. Essa é a contribuição mais importante que a arqueologia faz aos estudos bíblicos.
* Com relação à história bíblica a arqueologia é menos útil. As opiniões nesse campo são sempre circunstanciais e às vezes parecem negativas. As escavações revelaram, por exemplo, que certos lugares presentes nos relatos da conquista, na verdade, não eram habitados no fim do segundo milênio a.C. De qualquer forma os resultados arqueológicos servem para questionar as convicções acerca da composição e natureza do texto bíblico.Usada com prudência e exatidão, a Arqueologia poderá ser uma grande ferramenta de estudo não apenas para contextualizar corretamente determinadas passagens da Bíblia, mas também para confirmar a historicidade do seu relato. É claro que não poderemos com a pá do arqueólogo provar doutrinas como a divindade de Cristo ou o Juízo final de Deus sobre os homens. Esses são elementos que demandam fé da parte do leitor. Contudo, é possível – através dos achados – verificar se as histórias da Bíblia realmente aconteceram ou se tudo não passou de uma lenda. Talvez seja por isso que ao invés de inspirar a produção de um manual de Teologia, Deus soprou aos profetas a idéia de escreverem um livro de histórias que confirmassem a ação divina em meio aos acontecimentos da humanidade. Além de ajudar na confirmação de episódios descritos na Bíblia, a arqueologia presta um grande serviço ao estudo elucidativo de determinadas passagens. Graças a ela, é possível reconhecer o porquê de alguns comportamentos estranhos à nossa cultura. É o caso de Raquel roubando deliberadamente os “ídolos do lar” que pertenciam a Labão, seu pai (Gn 31:34).Aparentemente o delito parecia ter um fim religioso, mas antigos códigos de lei revelaram que naquela época a posse de pequenos ídolos do lar (comumente chamados de Terafim) era o certificado de propriedade que alguém precisava para firmar-se dono de uma terra. Caso os ídolos fossem parar nas mãos de outra pessoa, essa se tornava automaticamente a proprietária dos terrenos que eles demarcavam. Por serem pequenos, poderiam facilmente ser roubados e cabia ao dono o cuidado de guardá-los para não ser lesado. Foi portanto num descuido de Labão que Raquel roubou seus ídolos ( ou seja suas escrituras) com o fim de entregá-los posteriormente a Jacó, e fazer dele o novo senhor daquelas terras. Tratava-se, portanto, de uma tentativa de indenização do esposo pelo engano que o levou a sete anos extras de trabalho nas terras de seu pai.
Certa vez ao entrar glorioso em Jerusalém, Jesus declarou em meio à multidão que ainda que os filhos se calassem, as próprias pedras clamariam (Lc 19:40). Por que não poderíamos ver na arqueologia um cumprimento destas palavras? De uma maneira silenciosa, porém bastante ativa, pedras, cacos de cerâmica, restos de fortalezas e antigos manuscritos clamam que a história é verdadeira, que Deus é tão real que quase dá para tocá-lo.
A arqueologia é certamente um presente do céu aos crentes. Seu conhecimento é uma excelente ferramenta na compreensão, no estudo e na proclamação da Palavra de Deus.