Resumo de AS PROMESSAS DE DEUS
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Após a morte, o corpo humano retorna ao pó e vê a corrupção. A alma, porém, não morre nem dorme, porque possui subsistência imortal, retornando imediatamente para Deus, que a deu. Os escolhidos, que partiram, estão em paz e descansam de seus trabalhos; não que durmam e estejam perdidos no esquecimento, como sustentam alguns fantasistas, mas porque foram libertados de todo medo, de tormentos, e de toda tentação, coisas a que nós e todos os escolhidos de Deus nesta vida estamos sujeitos.
As almas dos justos, sendo então aperfeiçoadas na santidade, são recebidas no Paraíso, onde eles estão com Cristo e veem a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção dos seus corpos. Por outro lado, os réprobos e infiéis falecidos padecem angústia, tormentos e penas inenarráveis, as almas dos ímpios são lançadas no inferno, onde permanecem em tormento e trevas espessas, reservadas para o juízo do grande dia.
Nem estes nem aqueles se encontram em tal sono que os impeça de sentir em que situação estejam, como claramente atestam a parábola de Jesus Cristo em São Lucas 16,4 as suas próprias palavras na cruz ao ladrão e o clamor das almas, sob o altar: “Senhor, que és justo e imparcial, até quando deixarás sem vingança o nosso sangue entre os habitantes da terra?” Além destes dois lugares, destinados às almas separadas de seus corpos, as Escrituras não reconhecem nenhum outro.
No último dia, os que dentre os santos estiverem vivos não morrerão, mas serão transformados; todos os mortos serão ressuscitados com os seus mesmos corpos e não outros, embora com qualidades diferentes, os quais serão novamente unidos às suas almas para sempre. Os corpos dos injustos serão pelo poder de Cristo ressuscitados para a desonra, os corpos dos justos serão pelo seu Espírito ressuscitados para a honra e para serem semelhantes ao próprio corpo glorioso dele.
Conforme a palavra de Deus que, Deus tem determinado um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de Jesus Cristo, a Quem todo o poder e julgamento é dado pelo Pai. Naquele dia, não só os anjos apóstatas serão julgados; mas também todas as pessoas que viveram sobre a terra devem comparecer perante o tribunal de Cristo, para darem conta de seus pensamentos, palavras e ações; e receberem de acordo com o que eles fizeram no corpo, seja bom ou mau. Esse dia, o qual todas as criaturas desconhecem, quando o número dos eleitos estiver completo, nosso Senhor Jesus Cristo virá do céu, corporal e visivelmente, assim como subiu ao céu (Atos 1:11), com grande glória e majestade. Ele se manifestará Juiz sobre vivos e mortos, enquanto porá em fogo e chamas este velho mundo para purificá-lo.
Virá então o tempo da recriação e restauração de todas as coisas, de modo que aqueles que desde o princípio sofreram violência e afronta por causa da justiça, entrarão na posse da bendita imortalidade a eles prometida desde o princípio. Mas, por outro lado, os obstinados, os desobedientes, os cruéis, os perseguidores, os impuros, os idólatras e incrédulos de toda sorte serão lançados no cárcere das trevas exteriores, onde o seu verme não morrerá, nem seu fogo se apagará.
O propósito de Deus, ao estabelecer esse dia, consiste em manifestar a glória de Sua misericórdia na salvação eterna dos eleitos; e de Sua justiça na eterna condenação dos réprobos, que são perversos e desobedientes. Pois, então os justos irão para a vida eterna e receberão aquela plenitude de gozo e glória, com eterno galardão na presença do Senhor, mas os ímpios, que não conhecem a Deus e não obedecem ao Evangelho de Jesus Cristo, serão lançados nos tormentos eternos, e punidos com eterna destruição, a partir da presença do Senhor, e da glória do Seu poder.
A lembrança daquele dia e do juízo que nele será executado não é apenas freio para coibir nossos apetites carnais, mas também uma consolação tão grande e tão incomparável que nem a ameaça dos príncipes deste mundo, nem o medo da morte temporal e do perigo presente podem levar-nos a renunciar e abandonar aquela bendita sociedade que nós, os membros, temos com o Cabeça e nosso único Mediador, Jesus Cristo: a quem nós confessamos e reconhecemos ser o Messias prometido, o único Cabeça da Igreja, nosso justo Legislador, nosso único Sumo Sacerdote, Advogado e Mediador, em cujas honras e funções, se homem ou anjo ousa intrometer-se, nós os detestamos e repudiamos completamente como blasfemos de nosso soberano e supremo Governador, Jesus Cristo.
Naquele momento comparecerão perante este grande Juiz, pessoalmente, todas as pessoas que viveram neste mundo: homens, mulheres e crianças, citados pela voz do arcanjo e pelo som da trombeta divina (1Tessalonicenses 4:16). Porque todos os mortos ressuscitarão da terra e as almas serão reunidas aos seus próprios corpos em que viveram. E a respeito daqueles que ainda estiverem vivos: eles não morrerão como os outros, mas serão transformados num só momento. De corruptíveis se tornarão incorruptíveis. Então, se abrirão os livros e os mortos serão julgados (Apocalipse 20:12), segundo o que tiverem feito neste mundo, seja o bem ou o mal (2Coríntios 5:10).
Sim, "de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta" (Mateus 12:36), mesmo que o mundo a considere apenas brincadeira e passatempo. Assim será trazido à luz diante de todos o que os homens praticaram às escondidas, inclusive sua hipocrisia. Portanto, pensar neste juízo e realmente horrível e pavoroso para os homens maus e ímpios, mas muito desejável e consolador para os justos e eleitos. A salvação destes será totalmente completada e eles receberão os frutos de seu penoso labor. Sua inocência será reconhecida por todos e eles presenciarão a vingança terrível de Deus contra os ímpios, que os tiranizaram, oprimiram e atormentaram neste mundo. Os ímpios serão levados a reconhecer sua culpa pelo testemunho da própria consciência. Eles se tornarão imortais, mas somente para serem atormentados no "fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos " (Mateus 25:41). Os crentes e eleitos, porém, serão coroados com glória e honra.
O Filho de Deus confessará seus nomes diante de Deus, seu Pai (Mateus 10:32), e seus anjos eleitos e Deus "lhes enxugará dos olhos toda lagrima" (Apocalipse 21:4). Assim ficará manifesto que a causa deles, que agora por muitos juízes e autoridades está sendo condenada como herética e ímpia, é a causa do Filho de Deus. E, como recompensa gratuita, o Senhor os fará possuir a glória que jamais poderia surgir no coração de um homem.
Por isso, esperamos este grande dia com grande anseio para usufruirmos plenamente das promessas de Deus em Jesus Cristo, nosso Senhor Cristo deseja que estejamos bem persuadidos de que haverá um dia de juízo, para que os homens se afastem do pecado, e para maior consolação dos piedosos em sua adversidade; assim Ele manterá esse dia desconhecido para os homens, para que possam estar livres de toda a segurança carnal, e estar sempre vigilantes, porque não sabemos a que hora o Senhor virá. Que possamos estar sempre preparados para dizer: Vem, Senhor Jesus, vem depressa. Amém.