Resumo de BIBLIOLOGIA
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Bibliologia
Bibliologia trata sobre o estudo introdutório das Escrituras Sagradas, a Bíblia. Este estudo é também chamado de Isagope nos cursos superiores de Teologia. Neste estudo, encontramos auxilio para compreensão de grandes fatos da Bíblia e como chegaram até nós as Escrituras Sagradas.
A Bíblia, é a revelação de Deus através da linguagem humana, isto é, Deus, para fazer-se compreender, vestiu a Bíblia da nossa linguagem, adaptando-a ao modo humano de perceber as coisas. A revelação que Deus fez de si mesmo centraliza-se em Jesus Cristo, Ele é o Verbo Vivo, o Verbo encarnado, que revela o Deus eterno em termos humanos. Jesus, é a revelação mais completa de Deus.
Não é possível determinarmos com exatidão a origem da Bíblia, o que sabemos é que seus textos originais foram encontrados em manuscritos antigos, escritos em papiros e pergaminhos que eram utilizados na época antiga.
Todas as fontes primárias das Escrituras Sagradas são manuscritas, geralmente escritos em papiro ou pergaminho que, devido ao fato de sua deterioração natural, geraram muitas dificuldades ao critico textual e até mesmo para os escritores que realizaram as cópias.
A Bíblia foi escrita por inspiração Divina, não é o tipo de livro que o homem escreveria se pudesse ou quisesse. O fato que Deus é supremo, implica que não há nenhum outro que se compare a Ele, Ele é o Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito, é um em essência, mas três em identificação.
A continuidade da mensagem da Bíblia é absoluta em sua inteireza, ela se mantém coesa por sua sequência histórica, tipos e antítipos, profecias e seu cumprimento e por antecipação, apresentação, realização e exaltação da Pessoa mais perfeita que jamais andou sobre a terra e cujas glórias são o esplendor do céu.
Dispensações e Alianças
Dispensação é um período de tempo no qual o homem é testado na sua obediência a alguma revelação específica da vontade de Deus. O propósito de cada dispensação, portanto, é colocar o homem sob uma específica regra de conduta, mas tal mordomia não é uma condição de salvação.
Algumas das divisões dispensacionais – sete - óbvias são as seguintes:
a) Inocência (Gn 1.28).
O homem foi criado em inocência, colocado em um ambiente perfeito, sujeito a uma prova simples, e advertido das consequências da desobediência. Ele não foi compelido a pecar, mas, tentado por Satanás, preferiu desobedecer a Deus.
b) Consciência ou Responsabilidade Moral (Gn 3.7).
O homem pecou entrando no reino da experiência moral pela porta errada, quando poderia tê-lo feito fazendo o que era certo. Assim o homem tornou-se igual a Deus, através de uma experiência pessoal da diferença entre o bem e o mal, mas também diferente de Deus, passando por esta experiência, no escolher o mal e não o bem. Assim ele foi colocado por Deus sob a mordomia da responsabilidade moral, ficando responsável de praticar todo o bem conhecido, abster-se de todo o mal conhecido e aproximar-se de Deus por meio do sacrifício sangrento aqui instituído, em perspectiva à obra consumada de Cristo.
c) Governo Humano (Gn 815).
Esta dispensação começou quando Noé e sua família saíram da arca. Quando Noé entrou numa nova situação, Deus (na Aliança Noética) sujeitou a humanidade a um novo teste. Antes disso, nenhum homem tinha o direito de tirar a vida de outro homem (Gn 4.10-11,14-15,23-24).
d) Promessa (Gn 12.1).
Esta dispensação estendeu-se da chamada de Abrão até a concessão da lei no Sinai (Êx 9.3ss) Sua mordomia baseava-se sobre a aliança de Deus com Abrão, citada pela primeira vez aqui, Gn 12.1-3, e confirmada e ampliada em Gn 13.14-17; 15.1-7; 17.1-8,15-19; 22.16-18; 26.2-5,24; 28.13-15; 31.13; 35.9-12.
e) Lei (Êx 19.1).
Esta dispensação começa com a concessão da lei no Sinai e terminou como período de tempo com a morte sacrificial de Cristo, que cumpriu todas as suas provisões e tipos.
. A lei ensina:
• A santidade espantosa de Deus (Êx 19.10-25).
• A horrível hediondez do pecado (Rm 7.13; 1Tm 1.8-10).
• A necessidade da obediência (Jr 7.23-24).
• A universalidade do fracasso humano (Rm 3.19-20).
• A maravilha da graça de Deus em providenciar um caminho até Ele através do sacrifício típico antevendo um Salvador que viria a ser o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), conforme "o testemunho da lei" (Rm 3. 21).
f) Igreja (Atos 2.1).
Uma nova era foi anunciada por nosso Senhor Jesus Cristo em Mt 12.47-13.52. A Igreja foi claramente profetizada por Ele em Mt 16.18 (comp. Mt 18.15-19), comprada pelo derramamento do Seu sangue no Calvário (Rm 3.24-25; 1Co 6.20; 1Pe 1.18-19), e constituída como Igreja depois de Sua ressurreição e ascensão no Pentecostes quando, de acordo com a Sua promessa (Atos 1.5), os crentes foram pela primeira vez batizados individualmente com o Espírito Santo. Por causa da ênfase dada ao Espírito Santo, esta dispensação também tem sido chamada "dispensação do Espírito".
g) Reino (Ap 20.4).
Esta é a última das dispensações ordenadas que condicionam a vida humana na terra. É o Reino da Aliança feita a Davi (2Sm 7.8-17).
O Filho maior de Davi, o Senhor Jesus Cristo, reinará sobre a terra como Rei dos reis e Senhor dos senhores por 1.000 anos, associando consigo mesmo naquele Reino, os Seus santos de todas as dispensações (Ap 3.21; 5.9-10; 11.15-18; 15.3-4; 19.16; 20.4,6).
Uma aliança é um pronunciamento soberano de Deus através do qual Ele estabelece um relacionamento de responsabilidade:
a) Entre Ele mesmo e um indivíduo (por exemplo, com Adão na Aliança Edênica, Gn 2.16 e segs.).
b) Entre Ele mesmo e a humanidade em geral (por exemplo, na promessa da Aliança Noética de nunca mais destruir toda a carne com um dilúvio, Gn. 9.9 e segs.).
c) Entre Ele mesmo e uma nação (por exemplo, com Israel na Aliança Mosaica, Êx 19.3 e segs.).
d) Entre Ele mesmo e uma família humana específica (por exemplo, com a casa de Davi na promessa de uma linhagem real perpetuada na Aliança Davídica, 2Sm 7.16 e segs.).
São oito as principais alianças de significado especial que explicam o resultado dos propósitos de Deus para com o homem. São:
a) Edênica (Gn 2.16).
Exigia as seguintes responsabilidades da parte de Adão:
• Propagar a raça.
• Sujeitar a terra ao homem.
• Dominar a criação animal.
• Cuidar do jardim e comer os seus frutos e ervas.
• Abster-se de comer de um único fruto, da árvore do conhecimento do bem e do mal, com a penalidade da morte para a desobediência.
b) Adâmica (Gn 3.15)
Condiciona a vida do homem caído - condiciona o que tem de permanecer até que, na dispensação do reino, "a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus" (Rm 8.21). Os elementos da aliança são:
• A serpente, instrumento de Satanás, é amaldiçoada (Gn 3.14; Rm 16.20; 2Co 11.3,14; Ap 12.9)
• A primeira promessa de um Redentor (v. 15).
• A condição da mulher mudou (v. 16) em três aspectos: a) concepção multiplicada; b) sofrimento (dores) na maternidade; c) o senhorio do homem (Gn 1.26-27). A desordem do pecado faz necessário que haja um senhorio; ele é concedido ao homem (Ef 5.22-25; 1Co 11.7-9; 1Tm 2.11-14).
• O trabalho leve do Éden (Gn 2.15) mudou para trabalho cansativo (3.18-19), por causa da maldição lançada sobre a terra (3.17).
• O inevitável sofrimento da vida (v.17).
• A brevidade da vida e a certeza trágica da morte física de Adão e de todos os seus descendentes (v. 19; Rm 5.12-21).
c) Noética (Gn 9.16)
Reafirma as condições de vida do homem caído conforme anunciadas pela Aliança Adâmica, e institui o princípio do governo humano para reprimir a expansão do pecado, uma vez que a ameaça do juízo divino na forma de outro dilúvio foi removida. Os elementos da aliança são:
• O homem torna-se responsável pela proteção da santidade da vida humana, através de um governo ordeiro sobre o homem individual, até à pena capital (Gn 9.5-6; Rm 13.1-7).
• Nenhuma maldição adicional é enunciada sobre a terra, nem o homem deve temer outro dilúvio universal (Gn 8.21; 9.11-16).
• A ordem da natureza é confirmada (Gn 8.22; 9.2).
• A carne dos animais é acrescentada à dieta do homem (Gn 9.3-4). Presume-se que o homem fosse vegetariano antes do dilúvio.
• Uma declaração profética é enunciada sobre os descendentes de Canaã, um dos filhos de Cão, de que seriam servos dos seus irmãos (Gn 9.25-26).
• Faz-se uma declaração profética de que Sem terá um relacionamento peculiar com o SENHOR (Gn 9.26-27). Toda a revelação divina é através dos homens semitas, e Cristo, segundo a carne, descende de Sem.
• Uma declaração profética é enunciada de que de Jafé virão os grandes povos (Gn. 9: 27).
d) Abraâmica (Gn 12.2)
Conforme constituída (Gn 12.1-4) e confirmada (Gn 13.1417; 15.1-7, 18-21; 17.1-8) têm três aspectos:
• A promessa de uma grande nação: "De ti farei uma grande nação", Gn 12.2.
• Várias promessas pessoais foram dadas a Abraão: Gn 17.16; 13.14-15,17; 15.8; 24.34-35; 15.6; Jo 8.56.
• Promessas aos gentios, Gn 12.3.
e) Mosaica (Êx 19.5)
Dada a Israel em três divisões, cada uma essencial às outras e juntas formando a Aliança Mosaica, isto é, os mandamentos, expressando a justa vontade de Deus (Êx 20.1-26); os juízos, regulando a vida social de Israel (Êx 21.1-24.11); e as ordenanças, governando a vida religiosa de Israel (Ex 24.12-31.18).
f) Palestiniana (Dt 30.3)
Apresenta as condições sob as quais Israel entrou na terra da promessa. É importante ver que a nação ainda nunca tomou a terra sob a Aliança Abraâmica incondicional (Gn 12: 2), nem ainda possui toda a terra (comp. Gn 15.18 com Nm 34.1-12). A Aliança Palestiniana tem sete partes:
• A dispersão por causa da desobediência, v.1 (Dt 28.63-68; Gn 15.18).
• O futuro arrependimento de Israel quando estiver na dispersão, v.2.
• A volta do SENHOR, v.3 (Am 9.9-15; At 15.14-17).
• A restauração da terra, v.5 (Is 11.11-12; Jr 23.3-8; Ez 37.21-25).
• A conversão nacional, v.6 (Os 2.14-16; Rm 11.26-27).
• O julgamento dos opressores de Israel, v. 7 (Is 14.1-2; Joel 3.1-8; Mt 25.31-46).
• A prosperidade nacional, v. 9 (Am 9.11-15).
g) Davídica (2Sm 7.16)
Sobre a qual o futuro reino de Cristo, "o qual, segundo carne, veio da descendência de Davi" (Rm 1.3), devia ser fundamentado, dava a Davi:
• A promessa da posteridade na casa de Davi.
• Um trono simbólico de autoridade real.
• Um reino, ou governo sobre a terra;
• Certeza de cumprimento, pois as promessas a Davi "serão estabelecidos (as) para sempre".
h) Nova Aliança (Hb 8.8)
Repousa sobre o sacrifício de Cristo e garante bênção eterna, sob a Aliança Abraâmica (Gl 3.13-29), de todo aquele que crê. É absolutamente incondicional e, considerando que nenhuma responsabilidade é por ela consignada ao homem, ela é final e irreversível.
Composição da Bíblia
A Bíblia possui 66 livros que estão divididos em duas partes principais, o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
Os livros do Antigo Testamento são 39 e estão classificados em:
• A Lei: Gênesis a Deuteronômio – São comumente chamados de o Pentateuco.
• Históricos: Josué a Ester – Ocupam-se da história de Israel.
• Poéticos: Jó a Cantares de Salomão – São chamados também de devocionais pelo gênero de seus conteúdos. Tratam da conduta da vida cotidiana.
• Proféticos: Isaías a Malaquias – São divididos em profetas maiores e profetas menores, não pelo mérito, mas pelo tamanho dos livros.
Os livros do Novo Testamento são 27 e se classificam em:
• Históricos: Mateus a Atos – Contam a história da vida de Jesus durante sua permanência na terra como humano.
• Epistolares: Romanos a Judas – Cartas dos apóstolos, principalmente Paulo, para os povos e Igrejas da época.
• Proféticos: O Apocalipse – Revelação de Deus sobre a volta e o Reinado de Jesus Cristo.
Todos os 66 livros foram escolhidos pelos “pais” da Igreja da época, e, nenhum livro além destes que fazem parte do Cânon da antiguidade foram interpretados como sendo escritos por inspiração Divina.
Apesar de algumas religiões ou denominações tentarem burlar esta listagem através de livros apócrifos, estes foram rejeitados pelos grandes homens da Igreja, visto que foram revelados bem depois da definição do Cânon e, contém escritas que se contradizem com os livros da Lei do Antigo Testamento, destacando ainda que nenhuma passagem dos livros apócrifos foi citada por Jesus Cristo durante sua passagem na terra como humano.
Versões e Traduções da Bíblia
As traduções mais antigas da Bíblia apareceram antes do período dos Concílios da igreja, por volta de 350 d. C., onde aparece a Septuaginta como a mais importante tradução grega do Velho Testamento.
A partir daí, surgiram várias traduções e versões em várias línguas e idiomas, algumas completas, outras parciais. Na língua portuguesa, temos uma referência muito citada feita por João Ferreira de Almeida, cuja foi revista e atualizada por diversas vezes, mas manteve o texto original como base para tradução.
Diante das várias traduções que encontramos da Bíblia, podemos encontrar vários assuntos com contradições de sentido em algumas frases. Isto se justifica pelo fato de que, as primeiras cópias da Escrituras Sagradas foram manuscritas, copiadas de outros manuscritos, deixando assim, clara, a probabilidade da falha humana ao escrever estes textos, porém, estes erros involuntários não são suficientes para alterar o sentido central das Escritas. Podemos destacar também que, foram realizadas várias análises de críticos textuais para restabelecer em toda sua pureza, o texto como saiu das mãos do autor.
Sendo assim, podemos concluir que a Bíblia é sem dúvida um dos mais apreciados literários da humanidade, tendo um caráter essencialmente religioso da sua mensagem, que a transforma no livro sagrado por excelência, tanto para o povo de Israel quanto para a Igreja Cristã. Nesta coleção de livros, a Lei se apresenta como uma ordenação Divina, a Palavra de Deus.