Resumo de DIDATICA
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Curso de Graduação Livre – Bacharelado em Filosofía
Disciplina: DIDÁTICA
Aluno: 2019033796
Clément R.S.Danilo
RESUMO
CONCEITO GERAL DE DIDÁTICA
A Didática investiga os fundamentos e as condições para a realização do ensino que contém a instrução. O objeto da Pedagogia é a Educação e a Didática, disciplina da própria Pedagogia, é a teoria do ensino.
Como o Mestre Jesus, observemos cuidadosamente uma criança para aprender dela o que vem a ser a educação.
A criança não tem ainda o crescimento que lhe é destinado – e é Ignorante – sem idéias adquiridas. Sobre esses dois fatos descansam os dois conceitos da educação. Primeiro o desenvolvimento das capacidades; segundo, a aquisição da experiência.
Cada um desses fatos – a imaturidade da criança e a sua ignorância – devem servir de base à ciência da educação. O primeiro enfatizará as capacidades do ser humano. O segundo abarcará o estudo do conhecimento humano. Cada uma dessas ciências necessariamente inclui a outra.
Uma vez que a criança mostra-se imatura no uso de todas as suas capacidades, vê-se que o primeiro passo na educação é exercitá-la no sentido de desenvolver inteiramente essas capacidades.
Visto que a criança é ignorante, a educação deve comunicar-lhe a experiência da raça. Estas duas coisas – o cultivo das capacidades e a transmissão de experiência – é que constituem a obra do professor.
Estes dois grandes ramos da arte educacional – treinamento e ensino – conquanto separados em nosso pensamento, não estão separados na prática. Só podemos treinar ensinando, e ensinamos melhor quando melhor treinamos ou praticamos. Há uma vantagem em se ter sempre em mente esses dois processos. O mestre, mais facilmente observará, e estimulará o progresso real dos alunos.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA
Até o início do século XIX, predominou na prática escolar uma aprendizagem de tipo passivo e receptivo. Aprender era quase exclusivamente memorizar. Nesse tipo de aprendizagem, a compreensão desempenhava um papel muito reduzido.
Ensinava-se a ler e a escrever da mesma forma que se ensinava um ofício manual ou a tocar um instrumento musical, por meio da repetição de exercícios graduados ate se tornar hábitos. O estudo dos textos literários, da gramática, da história, da geografia, dos teoremas e das ciências físicas e biológicas caracterizou-se, durante séculos, pela recitação de cor.
O professor utilizava o procedimento de perguntas e respostas, este era o chamado método catequético, cuja origem remonta aos antigos gregos. O importante nessa forma de aprendizagem era que o aluno reproduzisse literalmente as palavras e frases decoradas. A compreensão do que se falava ou se escrevia ficava relegada a um segundo plano. Em conseqüência, o aluno repetia as respostas mecanicamente, e não de forma inteligente, pois ele não participava de sua elaboração e, em geral, não refletia sobre o assunto estudado.
Alguns filósofos e educadores que refletiram sobre o conhecimento elaboraram teorias sobre o ato de conhecer, que repercutiram no âmbito da Pedagogia:
Sócrates (século V a.C.)
Para Sócrates o saber não é algo que alguém (o mestre) transmite à pessoa que aprende (discípulo). O saber, é uma descoberta que a própria pessoa realiza. A função do mestre, é apenas ajudar o discípulo a descobrir, por si mesmo, a verdade.
O método socrático foi denominado de ironia, e em dois momentos: a refutação e a maiêutica.
Na refutação, Sócrates levantava objeções às opiniões que o discípulo tinha sobre algum assunto e que julgava ser a verdade até que admitia sua ignorância. Segundo Sócrates a consciência da própria ignorância é o primeiro passo para se encaminhar na busca da verdade.
Na maiêutica Sócrates vai fazendo a seu discípulo uma série de perguntas que o leva a refletir, a descobrir e a formular as próprias respostas.
João Comenius (1592-1670)
Comenius acreditava que o fim último do homem é a felicidade eterna. Assim, o objetivo da educação é ajudar o homem a atingir essa finalidade transcendente e cósmica. Para ele, os jovens de ambos os sexos deveriam ter acesso à educação escolar.
Ele valorizava o processo indutivo como sendo a melhor forma de se chegar ao conhecimento generalizado, e aplicou-o na sua prática instrucional. Escreveu o primeiro livro didático ilustrado para crianças, intitulado “O mundo das coisas sensíveis ilustrado”. Criou, também, um método para o ensino de línguas de acordo com suas idéias educacionais, considerado revolucionário para a época.
Alguns princípios defendidos na sua obra Didática magna, publicada em 1632.
Ao ensinar um assunto, o professor deve:
Apresentar o objeto ou idéia diretamente, fazendo demonstração, pois o aluno aprende através dos sentidos, principalmente vendo e tocando.
Mostrar a utilidade específica do conhecimento transmitido e a sua aplicação na vida diária.
Fazer referência à natureza e origem dos fenômenos estudados, isto é, às suas causas.
Explicar primeiramente os princípios gerais e só depois os detalhes.
Passar para o assunto ou tópico seguinte do conteúdo apenas quando o aluno tiver compreendido o anterior..
Heinrich Pestalozzi (1746-1827)
Acreditava que o ser humano nascia bom e que o caráter de um homem era formado pelo ambiente que o rodeia. Para ele, a transformação da sociedade iria se processar através da educação, que tinha por finalidade o desenvolvimento natural, progressivo e harmonioso de todas as faculdades e aptidões do ser humano.
Ao advogar a idéia de que a educação era um meio de regenerar a sociedade, ele estava introduzindo um elemento novo no ideário pedagógico. Portanto, para Pestalozzi, a educação era um instrumento de reforma social. Ele pregava a educação das massas e proclamava que toda criança deveria ter acesso à educação escolar, por mais pobre que fosse seu meio social e mesmo que suas condições fossem limitadas.
Na teoria educacional de Pestalozzi podemos encontrar as sementes da Pedagogia moderna. Foi ele o primeiro a formular de forma clara e explícita o princípio de que a educação deveria respeitar o desenvolvimento infantil. Seu método tinha as seguintes características:
Apresentava o conhecimento começando por seus elementos mais simples e concretos, de forma a estimular a compreensão.
Utilizava o processo de observação ou percepção pelos sentidos, denominado por ele de intuição.
Fixava o conhecimento por meio de uma série progressiva de exercício graduados, que se baseavam mais na observação do que no mero estudo de palavras.
Pestalozzi trazia vários elementos inovadores: o emprego do cálculo mental, o uso de técnicas silábicas e fonéticas na linguagem, e o estudo da Geografia e das ciências feito em contato direto com o ambiente natural. Outro aspecto inovador foi o fato de combinar as atividades intelectuais com o trabalho manual.
Os princípios educacionais formulados por Pestalozzi podem ser assim resumidos:
A relação entre o mestre e o discípulo deve ter como base o amor e o respeito mútuo.
O professor deve respeitar a individualidade do aluno.
A finalidade da instrução escolar deve basear-se no fim mais elevado da educação, que é favorecer o desenvolvimento físico, mental e moral do educando.
O objetivo do ensino não é a exposição dogmática e a memorização mecânica, mas sim o desenvolvimento das capacidades intelectuais do jovem.
A instrução escolar deve auxiliar o desenvolvimento orgânico por meio da atividade, isto é, da ação tanto física como mental.
A aprendizagem escolar deve corresponder não apenas à aquisição de conhecimentos, mas principalmente ao desenvolvimento de habilidades e ao domínio de técnicas.
O método de instrução deve ter por base a observação ou percepção sensorial e começar pelos elementos mais simples.
O ensino deve seguir a ordem psicológica, ou seja, respeitar o desenvolvimento infantil.
O professor deve dedicar a cada tópico do conteúdo o tempo necessário para assegurar que o aluno o domine inteiramente.
John Frederick Herbart (1776-1841)
De início, Herbart baseou-se no trabalho de Pestalozzi, mas posteriormente ele elaborou seus próprios princípios educacionais.
Na concepção de Herbart, por meio da percepção sensorial se estabelece a relação com o ambiente, o que dá origem às representações primárias, que são a base da vida mental. A generalização das representações primárias forma os conceitos, e a interação dos conceitos conduz aos atos de julgamento e raciocínio. Ao nascer, o ser humano não é bom nem mau, mas desenvolve-se num sentido ou no outro, a partir das influências externas.
A teoria educacional de Herbart gravita em torno da noção de função assimiladora, que ele denominou de apercepção. A apercepção é a assimilação de novas idéias através da experiência e sua relação com as idéias ou conceitos já anteriormente formados. A função da escola era ajudar o aluno a desenvolver e integrar essas representações mentais, que provinham de duas fontes principais:
do contato com a natureza, através da experiência;
do contato com a sociedade, através do convívio social.
Para Herbart, a educação moral é decorrente da educação intelectual, pois as idéias formam o caráter. Para que o trabalho escolar possa promover uma instrução verdadeiramente educativa, deve começar por despertar no aluno o interesse pelas matérias de estudo.
Ele afirmava que o conhecimento constitui um todo inter-relacionado, e só é compartimentalizado em matérias escolares para fins didáticos, tendo em vista facilitar o seu estudo e assimilação. Por isso, o professor deve organizar e apresentar os materiais de instrução de forma que o aluno perceba a relação existente entre as várias matérias de estudo e a unidade do conhecimento.
Elaborou um método instrucional que consistia numa série de passos baseados na ordem psicológica de aquisição do conhecimento: preparação, apresentação, associação, sistematização e aplicação.
John Dewey (1859-1952)
A concepção que Dewey tinha e que serve de base à sua pedagogia, é de que a ação é inerente à natureza huma. A ação precede o conhecimento e o pensamento. Antes de existir como ser pensante, o homem é um ser que age. A teoria resulta da prática. Logo, o conhecimento e o ensino devem estar intimamente relacionados à ação.
Para Dewey, o homem é um ser eminentemente social, instituiu a fórmula: Vida humana = vida social = cooperação. Como o trabalho e a cooperação são o fundamento da vida, é em tomo desses elementos que deve gravitar a educação escolar.
A criança, por sua própria natureza, é ativa, quer agir, assim, a escola deve respeitar a natureza da criança e aplicar o princípio do aprender fazendo, agindo, vivendo. A criança deve adquirir o saber pela experiência e pela experimentação próprias. O papel da escola não é comunicar o saber pronto e acabado, mas ensinar as crianças a adquiri-lo, quando lhes for necessário, desenvolvendo a atenção e o pensamento reflexivo, a capacidade de estabelecer relações entre fatos e objetos, a habilidade para diferenciar o essencial do acessório e para remontar às causas e prever os efeitos.
A INTERAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
A formação ocorre por meio da participação na rede de relações que constitui a dinâmica social. É convivendo que a criança e o jovem assimilam conhecimentos e desenvolvem hábitos e atitudes de convívio social.
Cada classe constitui também um grupo social. Dentro desse grupo, que ocupa o espaço de uma sala de aula, a interação social se processa por meio da relação professor-aluno e da relação alunoaluno. É no contexto da sala de aula, no convívio diário com o professor e com os colegas, que o aluno vai exercitando hábitos, desenvolvendo atitudes e assimilando valores.
Isso ocorre porque é durante este convívio que o domínio afetivo se une à esfera cognitiva e o aluno age de forma integral, como realmente é, como um todo. Ou seja, ele age não só com a razão, mas também com os sentimentos e as emoções. Portanto, neste momento de interação o aluno torna-se presente por inteiro, pois a razão e os sentimentos se unem, guiando seu comportamento.
O professor Walter Garcia afirma que "a educação é fenômeno que só ocorre em razão de um processo de interação entre pessoas.(...) poderíamos dizer que a educação existe exatamente porque o homem é um ser gregário e que só se realiza como tal a partir do momento em que entra em relação com seu semelhante.
Enquanto processo de formação humana, a educação é a única maneira pela qual é assegurada a continuidade da espécie, que assim consegue dominar a natureza e imprimir nela sua presença e sua maneira de ver o mundo". Portanto, a interação humana tem uma função educativa, pois é convivendo com os seus semelhantes que o ser humano é educado e se educa.
No processo de construção do conhecimento, o valor pedagógico da interação humana é ainda mais evidente, pois é por intermédio da relação professor-aluno e da relação aluno-aluno que o conhecimento vai sendo coletivamente construído.
O educador, na sua relação com o educando, estimula e ativa o interesse do aluno e orienta o seu esforço individual para aprender. Assim sendo, o professor tem, basicamente, duas funções na sua relação com o aluno:
uma função incentivadora e energizante, pois ele deve aproveitar a curiosidade natural do educando para despertar o seu interesse e mobilizar seus esquemas cognitivos.
uma função orientadora, pois deve orientar o esforço do aluno, para aprender, ajudando-o a construir seu próprio conhecimento.
A construção do conhecimento é um processo interpessoal. O ponto principal desse processo é a relação educando-educador. E esta relação não é unilateral, pois não é só o aluno que constrói seu conhecimento. O professor aprende com seu aluno, na medida em que consegue compreender como este percebe e sente o mundo.
Para haver um processo de intercâmbio que propicie a construção coletiva do conhecimento, é preciso que a relação professor aluno tenha como base o diálogo. É por meio do diálogo que professor e aluno juntos constroem o conhecimento, chegando a uma síntese do saber de cada um.
O diálogo é desencadeado por uma situação-problema ligada à prática. O professor transmite o que sabe, partindo sempre dos conhecimentos manifestados anteriormente pelo aluno sobre o assunto e das experiências por ele vivenciadas. Assim, ambos podem chegar a uma síntese esclarecedora da situação-problema que suscitou a discussão. .
Quando o professor concebe o aluno como um ser ativo, que formula idéias, desenvolve conceitos e resolve problemas de vida prática através da sua atividade mental, construindo, assim, seu próprio conhecimento, sua relação pedagógica muda. Não é mais uma relação unilateral, onde um professor transmite verbalmente conteúdos já prontos a um aluno passivo que os memoriza.
Se o que pretendemos é que o aluno construa seu próprio conhecimento, devemos permitir que ele exerça sua atividade mental sobre os objetos e até mesmo uma ação efetiva sobre eles. O aluno exerce sua atividade mental sobre os objetos quando observa, compara, classifica, ordena, seria, localiza no tempo e no espaço, analisa, sintetiza, propõe e comprova hipóteses, deduz, avalia e julga.
Autoridade versus autoritarismo
Hoje em dia, é comum encontrarmos pessoas que contestam a autoridade do professor em sala de aula não em nome do bom senso, mas sim em nome de um falso humanismo e de um modismo chamado laissez-faire ou não-diretividade, que geram um voluntarismo espontaneísta e confundem erroneamente autoridade com autoritarismo. Ora, o bom senso pedagógico nos mostra que a autoridade do professor é um fato, pois ela é inerente a sua própria função docente.
Sabe-se que o autoritarismo é a doença da autoridade. Toda autoridade é um valor, pois que é garantia da liberdade. Mas qualquer valor, por mais puro que seja, quando se hipertrofia, faz-se num antivalor.
Assim, no exercício de sua prática docente, o professor tem duas funções básicas, como já abordamos anteriormente: a função incentivadora e a função orientadora. Ora, a autoridade que ele exerce na sala de aula decorre dessas duas funções inerentes à sua atividade docente. Trata-se, portanto, de uma autoridade incentivadora e orientadora: é a autoridade de quem incentiva o aluno a continuar estudando e fazendo progressos na aprendizagem, e a autoridade de quem orienta o esforço do aluno no sentido de alcançar os objetivos por ambos desejados, visando a construção do conhecimento.
Logo, se o ensino é a orientação da aprendizagem visando a construção do conhecimento, a autoridade do professor é a autoridade amiga, de quem estimula, incentiva, orienta, reforça os acertos, mostra as falhas e ajuda a corrigi-Ias. É a autoridade de quem auxilia a descobrir alternativas, mostra caminhos e abre perspectivas.
O conceito de disciplina está passando por uma modificação gradual: de um conjunto de proibições e punições caminha-se em direção à prevenção e correção; de uma disciplina rígida e severa baseada no temor e visando unicamente a obediência às normas impostas de fora pela coerção (heterodisciplina), caminha-se gradativamente em direção a uma autodisciplina.
A autodisciplina é um conjunto de princípios e regras elaborado livremente pela pessoa, através do contato com a realidade e da interação com os outros, e interiorizados pela aprendizagem, pela tomada de consciência das exigências da vida pessoal e social, e pela busca da autonomia através da atividade livre.
De acordo com Piaget, o desenvolvimento moral e social segue estágios que equivalem aos estágios do desenvolvimento intelectual. Assim, no domínio da compreensão de regras, o indivíduo tende a se desenvolver seqüencialmente de um estágio em que predomina a moral heterônoma - e caracterizada pela atitude egocêntrica e pela obediência irrefletida às normas impostas de fora para um estágio onde predomina a moral autônoma. A moral autônoma caracteriza-se pela elaboração e aceitação consciente das regras, pela relação de cooperação espontânea com os outros, pelo respeito mútuo e pela reciprocidade de sentimentos. .
A despeito da evolução da concepção de disciplina, alguns adultos que lidam com crianças e jovens parecem considerá-la desnecessária, e em nome de um pretenso "modernismo" ou alegando adotar pseudoteorias mal compreendidas e mal digeridas, parecem até ter medo de usar o termo disciplina. Mas a aprendizagem é um processo interior que depende do esforço e da disciplina.
A disciplina escolar é conseqüência da organização total da escola, isto é, do modo como a escola está organizada, e também o reflexo da relação que se estabelece entre o professor e o aluno.
Os alunos são mais rígidos e exigentes do que os próprios professores, quando se trata de propor normas de conduta. Pois eles sabem, melhor do que ninguém, que um aluno indisciplinado e bagunceiro atrapalha os colegas que querem estudar e aprender.
Quando os alunos têm a oportunidade de participar da elaboração de um "código" de comportamento, eles tendem a respeitar e assumir o que foi proposto em conjunto pelo grupo, acatando e adotando mais facilmente as regras na prática cotidiana da sala de aula.
Auto-conceito é o conceito que alguém tem de si próprio, é a imagem que faz de si mesmo, tanto do seu interior (personalidade) como exterior (aspecto físico). Logo, auto conceito é a auto-imagem que influi na auto-estima. Por sua vez, a auto disciplina é um controle interno. Portanto, o desenvolvimento da auto disciplina está relacionado à formação do auto conceito positivo. Por isso, deve-se usar, como forma de orientar a conduta, o reforço positivo, elogiando e dando destaque ao comportamento adequado.
Quando o professor tiver que repreender um aluno por algum comportamento inadequado, deve procurar não fazê-lo em público, nem submeter o aluno a tratamento vexatório. As repreensões devem ser feitas, na medida do possível, em particular e não devem ser degradantes. Não se deve envergonhar um aluno na frente da classe.
O professor também deve procurar não rotular o aluno. O comportamento do aluno em sala de aula é muito influenciado pelo conceito que ele faz de si próprio (auto-conceito) e pela expectativa que o professor tem dele (e o aluno percebe o que o professor espera dele). Assim, o aluno que foi rotulado de "problema", "indisciplinado", "desajustado", tende a introjetar esses estereótipos, formando um conceito negativo de si. E o que é pior: tende a agir dessa forma, reproduzindo o comportamento que é esperado dele.
Os procedimentos que contribuíram para a melhoria da conduta dos alunos foram aqueles que se baseiam no reforço positivo e que o ajudam a formar seu auto-conceito positivo.
A aceitação de normas é necessária para se viver em sociedade. "A vida em comum exige que respeitemos leis, normas, regulamentos... Se assim é, deve ser natural aceitarmos tais regras, desde que não nos pareçam arbitrárias". Por isso, é.preciso mostrar ao aluno que o estabelecimento das regras de conduta não é algo arbitrário. Cada uma delas tem uma razão de ser na dinâmica da escola em geral, e da sala de aula em particular, pois visam o bom andamento dos trabalhos escolares.
No caso de um aluno que demonstra constantemente comportamentos inadequados esse comportamento pode ter-se originado no fato de o aluno não se sentir aceito por seus companheiros. Assim, chamando constantemente a atenção do professor e dos colegas, ele tenta compensar o sentimento de rejeição. Tendo perdido a auto confiança e a auto-estima, tende a reproduzir, na sala de aula, uma atitude que corresponda à expectativa que dele fazem os pais e colegas.
A motivação é um fator fundamental para a aprendizagem. Se não estiver motivada, a criança perde o interesse. Por causa desse desinteresse ela muitas vezes fica indisciplinada.
O professor precisa e deve orientar a conduta dos alunos, de forma compreensiva, mas com atitudes seguras.
Motivação e incentivação da aprendizagem
Para que haja uma aprendizagem efetiva e duradoura é preciso que existam propósitos definidos e auto-atividade reflexiva dos alunos. Assim, a autêntica aprendizagem ocorre quando o aluno está interessado e se mostra empenhado em aprender, isto é, quando está motivado.
Quintiliano, que viveu de 33 a 95 d.C., já salientava a importância do interesse no processo educativo.
Juan Luis Vives, no século XVI, fazia referência ao que hoje em dia a terminologia educacional moderna denomina a influência da área afetiva no campo cognitivo.
Pestalozzi, (1746 – 1827), ressaltava a necessidade do educador fazer uma sondagem sistemática do interesse do educando, a fim de conhecer os interesses característicos de cada faixa etária e poder aproveitá-los na orientação do processo de aprendizagem.
Stanley Hall (1844-1924) preconizava que o organismo age e reage em função de estímulos internos, dinâmicos e persistentes, que são os motivos do comportamento.
Claparede (1873-1940) Afirmava que o indivíduo age impulsionado pelo interesse do momento, que funciona como a causa ou motivo do comportamento e liga as necessidades às reações adaptativas para satisfazê-las.
Atualmente, a Psicologia, procura estudar de forma mais sistematizada a influência da motivação na aprendizagem.
Motivo é um estímulo interno enquanto incentivo é um estímulo externo. A ação pode ser estimulada e gerada tanto por fatores internos, que são os motivos, como por estímulos externos, que agem como incentivos. Assim, no sentido psicológico, motivo é um impulso da conduta que corresponde a uma necessidade e põe o ser humano em movimento, levando-o a agir. O motivo é sempre algo interno, profundo e duradouro.
O interesse, por sua vez, pode ser intrínseco e extrínseco. O interesse é intrínseco quando corresponde a uma necessidade, tornando-se a manifestação de um motivo. Neste caso, o interesse é persistente e duradouro. O interesse extrínseco não corresponde a uma verdadeira necessidade e não tem relação com a natureza da atividade solicitada, sendo superficial, momentâneo e passageiro.
Psicologicamente, a motivação é um estado de tensão, de dinamismo, de necessidade que provoca a atividade, fazendo o indivíduo agir. Diz-se que uma pessoa está motivada quando a atividade que realiza corresponde a uma necessidade psicológica ou a um interesse intrínseco.
O professor não pode motivar o aluno, pois este é um processo interno, mas pode sondar e aproveitar os motivos já latentes, despertando nele os interesses intrínsecos, que são a manifestação de um motivo.
Um professor que manifesta apatia e indiferença pelo assunto que expõe a seus alunos, dificilmente conseguirá que eles se interessem por esse conteúdo. Por outro lado, um professor que gosta do que faz e demonstra seu entusiasmo e interesse pelo que ensina, tende a ter mais facilidade para incentivar seus alunos a aprender aquele conteúdo e a se interessar por ele.
Direção de classe
Direção de classe é a organização e apresentação das situações de ensino-aprendizagem, visando ajudar o aluno no processo de construção do conhecimento. Como ensinar é orientar a aprendizagem, e a direção de classe está basicamente relacionada à situação de ensino, podemos dizer que ela é a orientação da aprendizagem, com o objetivo de auxiliar o aluno a estruturar e sistematizar o conhecimento.
Não se deve confundir o respeito à individualidade e à criatividade com uma situação onde os alunos são deixados cada um por si, abandonados na sala de aula, sem orientação, sem um rumo traçado, sem um objetivo a atingir. A educação é um processo diretivo por natureza, pois sempre visa alcançar certos objetivos. Por isso, cabe ao professor usar seu bom senso para saber quando será mais ou menos diretivo.
ENSINO E APRENDIZAGEM
Se procurarmos decodificar o significado de “ensinar”, encontramos verbos como: instruir, fazer saber, comunicar conhecimentos ou habilidades, mostrar, guiar, orientar, dirigir - que apontam para o professor como agente principal e responsável pelo ensino.
Já quando falamos em “aprender”, entendemos: buscar informações, rever a própria experiência, adquirir habilidades, adaptar-se às mudanças, descobrir significados nos seres, fatos e acontecimentos, modificar atitudes e comportamentos - verbos que apontam para o aprendiz como agente principal e responsável pela sua aprendizagem.
Aprender o quê? Para quê?
Primeiro, aquela tendência que privilegia o desenvolvimento mental (o aspecto cognitivo), com os seguintes objetivos: que o aluno aprenda a captar e processar informações, organizar dados, apreender e relacionar conceitos, perceber e resolver problemas, criar conceitos e soluções. Utiliza estratégias específicas para desenvolver o pensamento e o raciocínio de seus alunos.
Esta corrente responde as exigências do aluno que vem às nossas escolas em busca de informação que o habilitem a exercer uma profissão na sociedade; responde a solicitações de uma sociedade que exige profissionais cada vez mais competentes, mais especializados e mais técnicos.
Uma segunda tendência de aprendizagem privilegia o desenvolvimento da pessoa com os seguintes objetivos: que o aluno realize o desenvolvimento de sua sociabilidade, comunicabilidade, cultura, valores, competência profissional, organização interna, relacionamento com o ambiente e com a sociedade.
Procura que se reorganizem os valores, que se crie um clima onde os sentimentos e os problemas dos alunos venham à tona.
Uma terceira linha de aprendizagem privilegia o desenvolvimento das relações sociais. Entende como fundamental criar-se uma interação entre o mundo individual e o mundo social, não apenas o sentido de a sociedade estar subsidiando as necessidades do indivíduo e da sua família, mas também no sentido de o indivíduo e da sua família estarem se comprometendo efetivamente com o desenvolvimento da sociedade.
Entende como exigência do desenvolvimento de qualquer ser humano que ele aprenda a situar-se historicamente no tempo e no espaço: estar aberto para captar os fatos, os acontecimentos que agitam a si mesmo, a sua família, ao seu trabalho, à sua classe, à sua cidade, ao seu país, ao mundo, à sociedade da qual é membro; estabelecer e compreender as relações entre esses mesmos fatos e acontecimentos; relacioná-los com a nossa história; analisar criticamente os encaminhamentos e soluções apresentadas por seus dirigentes; dentro de suas condições de profissional e cidadão, participar da vida desta sociedade, criando uma realidade co-participada.
Uma quarta linha de aprendizagem privilegia o desenvolvimento da capacidade de decidir, o desenvolvimento de habilidade para assumir responsabilidade social e política. Lembramos que esta corrente também se preocupa com os aspectos cognitivo, afetivo e social do aprendiz, como as demais. Apenas que toma este último aspecto como a característica sob a qual procura desenvolver os demais.
Entende esta corrente que a aprendizagem deverá levar o aprendiz a uma nova postura diante dos problemas de seu tempo e da sociedade, que se caracteriza por criar disposições democráticas através das quais se substituam hábitos de passividade por novos hábitos de participação e ingerência.
Existem alguns princípios que são comuns a todos os que se preocupam com a aprendizagem do aluno. São eles:
Toda aprendizagem precisa ser significativa para o aprendiz
Toda aprendizagem é pessoal.
Toda aprendizagem precisa visar objetivos realísticos.
Toda aprendizagem precisa ser acompanhada de feedback imediato.
Toda aprendizagem precisa ser embasada em um bom relacionamento interpessoal.
O papel do professor desponta como sendo o de facilitador da aprendizagem de seus alunos. Seu papel não é ensinar, mas ajudar o aluno a aprender; não é transmitir informações, mas criar condições para que o aluno adquira informações; não é fazer brilhantes preleções para divulgar a cultura, mas organizar estratégias para que o aluno conheça a cultura existente e crie cultura.
Plano de ensino
Um plano de ensino, é a apresentação, sob forma organizada, do conjunto de decisões tomadas pelo professor em relação à disciplina que se propôs a lecionar. O professor que se responsabiliza por uma disciplina, comunica-se com chefes de departamento da instituição, apresentando-lhe seu plano de ensino. Em outra instância, o plano de ensino serve como elemento de comunicação entre professores que lecionem disciplinas afins.
Um plano de ensino que o professor pretende para seus alunos durante todo um ano (ou todo um semestre), determina objetivos próprios para sua área de conteúdo, tais como: as unidades que compõem o plano de disciplina, considerando-as as mais necessárias; as estratégias do curso e as formas de avaliação.
Além do plano de disciplina, o professor faz, para cada aula ou agrupamento de duas ou três aulas, um plano de unidade. Este plano de unidade prevê cada comportamento que se espera do aluno, enquanto objetivo daquela aula; cada atividade, cada exigência, cada produto a ser avaliado e quais os critérios dessa avaliação; todo o material a ser providenciado - e assim por diante.
Plano de disciplina
Sob forma de cabeçalho, coloca-se a identificação do plano. A identificação torna possível que o plano de disciplina seja um documento a ser consultado no futuro..
Os chamados objetivos educacionais devem dizer de forma clara qual a função daquela disciplina no conjunto do curso, para quais aprendizagens concorre, de que forma contribui para o aluno poder conseguir os objetivos propostos, o que se espera que os alunos tenham apreendido após estudarem aquela disciplina.
Em terceiro lugar, explicita-se qual o tema que será tratado. Explicita-se qual o tema de cada unidade e sua duração aproximada.
As estratégias indicam os tipos de atividades que serão organizadas pelo professor, visando a que o aluno alcance os objetivos acima explicitados. Estas atividades serão mais detalhadas e especificadas em cada unidade.
Quanto à avaliação do desempenho do aluno no curso, explicita-se o que será feito para verificar se o aluno está realizando aquilo que dele se esperava, qual a distribuição cronológica dessas atividades de avaliação (sua freqüência), como o professor expressará ao aluno os resultados da avaliação, que possibilidades terá o aluno de completar ou modificar resultados apresentados pelo professor, que atividades de recuperação serão oferecidas ao aluno que dela necessitar.
Plano de unidade
Os objetivos da unidade deverão dizer claramente a que ponto da aprendizagem o aluno deve chegar ao fim daquela unidade, o que se espera que os alunos tenham aprendido após realizarem aquela unidade de trabalho.
No plano da unidade é muito útil fazer uma relação dos principais conceitos com que o aluno deverá lidar durante a unidade.
Quanto à bibliografia, especificar detalhadamente os textos a serem lidos na unidade, incluindo o número de páginas, bibliografia básica e complementar, etc.
A parte das estratégias deverá descrever as atividades organizadas pelo professor, para o aluno realizar dentro da sala de aula, e que facilitarão a consecução dos objetivos da unidade; quais serão as atividades que o aluno deverá realizar fora de classe e atendendo a quais objetivos da unidade.
A avaliação deverá esclarecer o que se espera do aluno para considerar que cumpriu o proposto na unidade, o que será observado e analisado, através de que instrumentos, quem o fará, com que grau de freqüência, com que grau de rigidez, para que se possa determinar se o aluno está ou não conseguindo alcançar os objetivos propostos na unidade
Objetivos de um plano de ensino
Entendemos por objetivos de um plano de ensino metas definidas com precisão, indicando aquilo que um aluno deverá ser capaz de fazer como conseqüência de se ter desempenhado adequadamente nas atividades de uma disciplina.
A redação dos objetivos torna mais claros os objetivos educacionais com os quais o professor compactuou. São os objetivos que vão nortear a escolha dos métodos, materiais e situações de ensino.
Tendo o professor relacionado objetivos no seu plano de ensino, poderá se preocupar com cada um deles; isso permitirá ao aluno o desenvolvimento de diferentes potencialidades. Freqüentemente o aluno se sente “atraiçoado” pelo professor, que o repreende ou reprova com base em itens dos quais o aluno nem sempre suspeitava que “contavam” no curso.
A redação de objetivos permite que os vários professores responsáveis pela formação daquele grupo de alunos entrem num acordo.
Conhecendo os objetivos, o aluno dispõe de uma orientação sobre o que fazer nas aulas. Os objetivos funcionam como um critério para o próprio aluno perceber seus progressos na disciplina.
Dificuldades de redigir objetivos
Em primeiro lugar, redigir objetivos é um trabalho que se desenvolve em ritmo lento e cujos efeitos não se fazem sentir de imediato, mas em longo prazo. Exigem do professor fé na sua eficácia, criatividade, habilidade, conhecimento e paciência. Ao dispor de uma relação de objetivos para seu curso, o professor está exposto a críticas, seja de colegas e de alunos, seja de representantes da instituição e da comunidade. Por último, os objetivos especificados para um curso podem parecer remotos, abstratos.
Conteúdo de disciplina
De modo geral, uma disciplina vale pelo conteúdo que aborda, aprofunda, discute. Professores para ministrá-la são selecionados e contratados pelo domínio teórico e experiencial que possuem sobre seu conteúdo
Os objetivos do processo de aprendizagem, são critérios que devem ser utilizados para se determinar o conteúdo. Isto é, dependendo dos objetivos propostos, os conteúdos são escolhidos, revistos, atualizados, modificados, de tal forma que facilitem o alcance daqueles objetivos.
O primeiro a participar da escolha e definição do conteúdo de uma disciplina deverá ser o próprio professor de classe que vai ministrá-la, pois é ele quem vai desempenhar diretamente junto ao aluno a função de trabalhar com aquele conteúdo.
Acreditamos, porém, que o professor deverá fazê-lo numa situação de equipe com outros colegas:
O chefe do departamento, como aquele que possui uma visão do conjunto do curso para o qual aquele departamento contribuirá com esta determinada disciplina, também deveria participar da escolha e definição do conteúdo mais adequado daquela disciplina. A participação dos alunos, sem dúvida, é fundamental também. Dentre os alunos, o monitor pode dar uma contribuição destacada, na sua qualidade de ex-aluno daquela disciplina.
ESTRATÉGIAS PARA APRENDIZAGEM
O termo “estratégias” inclui o que normalmente se chama de metodologia, de técnicas de ensino, de técnicas pedagógicas, de métodos didáticos. Incluem toda a organização de sala de aula que vise facilitar a aprendizagem do aluno;
As estratégias são um forte elemento de atuação sobre a motivação dos alunos. Uma das maneiras de se tentar controlar a motivação é propor os objetivos aos alunos; mostrando-lhes aonde poderão chegar, cria-se neles a necessidade de chegar lá.
A variação das estratégias permite que se atenda a diferenças individuais existentes no grupo de alunos da classe. Ou seja, alunos com diferentes estilos de aprendizagem terão suas oportunidades de estabelecer aprendizagens mais significativas no decorrer do curso; se uma única maneira de dar aulas é escolhida, sempre os mesmos alunos serão favorecidos e sempre os mesmos serão prejudicados, e Isto não por um “defeito” pessoal dos alunos, mas porque, como a pesquisa em psicologia atualmente comprova, cada um de nós tem estilos próprios.
O exagero de variações, transformando-se o curso numa espécie de feira de estratégias, um desfile improfícuo, que pode, ao invés de facilitar a aprendizagem, gerar confusão na cabeça do aluno, é perigoso.
Diferentes estratégias
Debate
O debate é um procedimento de ensino que se apóia em leitura e estudo prévio sobre o assunto em foco e desenvolve-se no processo de exposição oral das idéias, pelos participantes do grupo, mediado pela atuação do professor. Pode ser uma situação de aprendizagem em que o aluno atinge objetivos de caráter conceitual (informação, atualização e aquisição de novas idéias ou argumentos), procedimental (ouvir e expressar idéias e argumentos) e atitudinal (atenção, respeito, empatia, solidariedade).
Dramatização
A dramatização ou "desempenho de papéis" é um procedimento de ensino que objetiva a representação de uma situação do cotidiano, fato ou fenômeno social, pelos alunos. Utilizada como procedimento de ensino, pode constituir oportunidade de aprendizagem na qual o aluno atinge objetivos de caráter conceitual (informação, idéias), procedimental (representação de papéis, relacionamento interpessoal, auto¬-consciência, expressão de idéias e posições) e atitudinal (empatia, respeito, sensibilidade, solidariedade). A dramatização requer a participação ativa e dedicada dos alunos. Orientados adequadamente sobre os objetivos de ensino da atividade,.
Ensino com pesquisa
Ensino com pesquisa é um procedimento que requer a orientação direta do professor, no processo de elaboração da pesquisa. Esse procedimento de ensino também pode ser conhecido por método da descoberta, que, da mesma forma requer uma atitude reflexiva por parte do aluno e a assistência contínua do professor. O aluno realiza transformações de ordem conceitual (coleta, seleciona, organiza, relaciona e registra informações), procedimental (observação, manuseio de fontes e documentos diversos, utilização de diferentes ambientes educativos, registro e expressão oral) e atitudinal (cooperação, autoconfiança).
Ensino por projetos
O ensino por projetos organiza-se com base em um problema concreto, presente na realidade do aluno, que pede a busca de soluções práticas. Em parte, é semelhante ao ensino com pesquisa, na fase de coleta e organização de informações, na consulta a fontes e no trânsito por espaços educativos. Requer períodos mínimos de dois a três meses para sua realização e grande dedicação por parte de professores e alunos. Constitui uma situação de aprendizagem na qual o aluno atinge objetivos conceituais (produz novos conhecimentos, diante de uma situação real), procedimentais (elabora processos de investigação e busca de solução) e atitudinais (coopera, respeita e valoriza o seu trabalho e o de seus colegas).
4.5. Estudo de caso
O estudo de caso é um procedimento de ensino que se apóia na apresentação aos alunos de uma situação real ou simulada, relativa ao tema em estudo, para análise e encaminhamento de solução. Corresponde a um método de trabalho no qual os alunos têm a oportunidade de aplicar conhecimentos teóricos a situações práticas. A situação pode ser trazida aos alunos, pelo professor, na forma de uma notícia de jornal ou revista, de um filme, ou de relato descritivo, possibilita aos alunos realizar aprendizagens de caráter conceitual (revisão teórica), procedimental (construir soluções para o problema, aplicando a teoria estudada) e atitudinal (posicionar-se favoravelmente na busca de soluções, ter autoconfiança, respeito, cooperar).
Estudo dirigido
O estudo dirigido, como o nome indica, é um procedimento de ensino por meio do qual o aluno executa um trabalho proposto e orientado pelo professor, de preferência, em sala de aula. Apoiado na leitura de um texto, artigo ou capítulo de livro e em um roteiro de estudos previamente elaborado pelo professor, o aluno trabalha ativamente, realizando leitura e interpretação do texto, análise e comparações, sínteses e avaliações.
A qualidade dos resultados obtidos nessa forma de ensino depende em grande medida do roteiro de estudos. Ele pode ser semelhante a um questionário, com perguntas e respostas diretas, baseado apenas na memorização de informações. Mas, se elaborado com outros objetivos, pode abranger amplo conjunto de atividades mentais.
O estudo dirigido é um procedimento de ensino que, empregado com parcimônia e clareza de objetivos, pode proporcionar aos alunos a oportunidade de atingir objetivos conceituais (aquisição, aprofundamento e atualização de informações), procedimentais (habilidade de leitura, de interpretação de textos, de busca de sinônimos e significados, de elaboração de sínteses, de questões, entre outras) e atitudinais (respeito pelo trabalho, dedicação, interesse).
Estudo do meio
Caracteriza-se pela possibilidade de investigação interdisciplinar de fenômenos da realidade natural e social do aluno. Nesse sentido, pelas próprias características do objeto de estudo, requer a integração dos componentes curriculares, por meio de objetivos e conteúdos de ensino, no trabalho a ser realizado, e o emprego de procedimentos de ensino com pesquisa, como observação, entrevistas, levantamento bibliográfico, entre outros.
Precisa ser planejado com base em objetivos de ensino bem definidos, garantindo o envolvimento da equipe escolar, dos alunos e de seus pais e responsáveis. Deve ser executado de maneira séria e comprometida, e seus resultados devem ser divulgados amplamente. Todo o processo deve ser avaliado pelos participantes, não só em termos dos resultados obtidos, mas também dos custos e esforços empenhados. Em especial na Educação básica, os familiares dos alunos devem ser informados com clareza dos objetivos de ensino do procedimento, a fim de não o confundir com mais um "passeio ou excursão".
O estudo do meio é um procedimento de ensino que se apóia no trabalho coletivo de professores e alunos. Proporciona experiências de aprendizagem em que o aluno atinge objetivos conceituais (reorganiza conhecimentos diante da realidade), procedimentais (prepara e executa processos de investigação: visita, observação, entrevista) e atitudinais (respeita o fenômeno observado, valoriza o seu trabalho e o de seus colegas, coopera).
Seminário
Entre as inúmeras formas de trabalho em grupo, o seminário é das mais freqüentes entre as menções de alunos e de professores, em especial, no ensino superior. No entanto, o procedimento de ensino a que se referem não é propriamente aquele entendido por seminário, mas uma maneira de dividir as responsabilidades de trabalho com os conteúdos de ensino entre os alunos. Nesses casos, um aluno ou grupo de alunos recebe a incumbência de apresentar para a classe, em data previamente determinada, um tema a ser pesquisado ou uma síntese de um capítulo de livro. Na prática, corresponde a uma substituição do trabalho do professor pelo trabalho do aluno, da aula expositiva do professor pela apresentação pouco fundamentada e vacilante do aluno. Com certeza, um método de trabalho em sala de aula que gera más lembranças e pouco ou nenhum conhecimento...
O seminário possibilita reunir as qualidades de dois outros procedimentos de ensino estudados, o ensino com pesquisa e o debate, refinando-os em seus aspectos favoráveis ao desenvolvimento do aluno. Portanto, o debate realiza-se com maior e melhor fundamento e a pesquisa ganha mais significado no processo de debate e socialização de conhecimentos.
Solução de problemas
A solução de problemas é um procedimento de ensino baseado na apresentação de uma situação-problema aos alunos, que deve ser resolvida, individualmente ou em subgrupos, utilizando os conhe¬cimentos disponíveis ou novos conhecimentos, construídos por meio de pesquisas.
De forma semelhante ao ensino com pesquisa, a solução de problemas também é uma variação do método da descoberta, por¬que requer uma atitude reflexiva do aluno e o acompanhamento direto e contínuo do professor. Na mesma medida, assemelha-se ao ensino por projetos porque propõe a busca de soluções práticas para um problema concreto, que, agora, pode ser fictício.
A solução de problemas não é um procedimento de ensino rápido, nem fácil de ser realizado. Requer, no mínimo, o tempo necessário à reorganização do conhecimento e à busca de novas informações e a disposição do professor em orientar esse processo de descoberta. No entanto, proporciona condições para realizar ob¬jetivos conceituais (organização, relação e registro de informações diante de um problema concreto), procedimentais (busca de novas informações, formulação e testagem de hipóteses, elaboração de um plano de ação) e atitudinais (responsabilidade, cooperação, autoconfiança).
Trabalho em grupos
São inúmeras as modalidades de trabalho em grupo. Há formas de traba¬lho em grupo que podem ser desenvolvidas em curtos intervalos de tempo, como os pequenos grupos que realizam uma mesma tarefa ou pequenos grupos com tarefas diferentes; grupos de cochicho, que resol¬vem uma questão em pouco tempo, trocando idéias.
O trabalho em grupos, pela proximidade e participação ativa dos alunos, independentemente da dinâmica e da combinação de procedimentos adotada, proporciona situações de aprendizagem nas quais podem ser atingidos objetivos conceituais (investigação, produção de novos conhecimentos), procedimentais (comunicação oral e escrita, discussão) e atitudinais (respeito, cooperação, solidariedade).
Aula expositiva
A aula expositiva é um dos procedimentos de ensino mais conhecidos e utilizados. Em geral, baseia-se na apresentação oral de um tema, pelo professor, e pode contar com maior ou menor participação dos alunos, dependendo da proposta e dos objetivos de ensino. Além disso, a aula expositiva pode estar apoiada em recursos de ensino, como esquemas, gráficos, sinopses, anotada no quadro-de-giz, em cartazes, em transparências, entre outros.
A aula expositiva oferece oportunidade para o aluno realizar aprendizagens de caráter conceitual (aquisição e atualização de informações, esclarecimento de dúvidas, elaboração de sínteses), procedimental (ouvir e perguntar, anotar, elaborar esquemas) e atitudinal (respeito e atenção).
No contexto da aula expositiva, o aluno deve se envolver ativamente no processo de construção de seu conhecimento, com base em informações que estão sendo apresentadas pelo professor,
PROCESSO DE AVALIAÇÃO
O processo de avaliação está relacionado com o processo de aprendizagem, deve ser pensado, planejado e realizado de forma coerente e conseqüente com os objetivos propostos para a aprendizagem. Os objetivos a alcançar são os critérios definidores do processo de avaliação
O processo de avaliação, para acompanhar o processo de aprendizagem, é contínuo. Sabemos que a aprendizagem, comumente, se faz de forma contínua, cumulativa e evolutiva ou em ritmo ascendente em direção ao objetivo proposto. Esta colocação distancia-se diametralmente daquela que entende a avaliação como uma atividade que se realiza ao final do semestre ou do ano para se verificar se o aluno aprendeu ou não ao término daquele espaço de tempo, quando o professor realiza um julgamento do aluno, para dar seu veredicto: foi aprovado ou reprovado.
O processo de avaliação deverá estar voltado para o desempenho do aluno. Isto é, para a atividade do aluno enquanto realiza ou não que foi planejado, e se o realiza adequada ou inadequadamente
Em todo processo de avaliação requer-se uma capacidade de observação e de registro por parte do professor e, se possível, por parte do aluno também. Dependendo de seus participantes, podemos ter apenas uma hetero-avaliação ou contar também com a auto-avaliação.
Técnicas que podem ser utilizadas num processo de avaliação do desempenho do aluno
Prova discursiva, dissertação ou ensaio
a) Conceituação: O professor apresenta questões ou perguntas ou temas para serem respondidos ou discorridos pelo aluno com grande liberdade e espontaneidade.
b) Avalia: Cabedal de conhecimentos; lógica nos processos mentais; justificação de opiniões; organização de idéias; capacidade de síntese; capacidade de selecionar, relacionar, organizar idéias; clareza de expressão; soluções criativas; atitudes, preferências.
c) Limitações: A partir de várias pesquisas realizadas, sabe-se que a subjetividade influencia muito na avaliação de provas deste tipo.
Prova oral, entrevista
a) Conceituação: A prova oral constitui-se de perguntas e respostas orais.
b) Avalia: Profundidade e extensão dos conhecimentos; todos os itens indicados na prova discursiva; opiniões, julgamentos, apreciações, tendências; habilidade de se expressar oralmente.
c) Limitações: Grande grau de subjetividade no atribuir uma nota; as incompatibilidades e as simpatias entre examinador e examinando exercem papel importantíssimo; as reações dos alunos são contraditórias: há os que ficam totalmente bloqueados e os que se sentem perfeitamente à vontade, o que influencia o comportamento e as respostas deles; seu valor está nitidamente relacionado com a aptidão do que a conduz.
Prova objetiva
São formas de provas que, além de possibilitar maior cobertura da matéria, satisfazem ao mesmo tempo o critério de objetividade, definido como a qualidade de uma prova para permitir que examinadores independentes e qualificados cheguem a resultados idênticos.
A prova objetiva poderá se formar com as chamadas questões de lacunas, cujo espaço em branco pode ser preenchido apenas por uma interpretação. Poderá ainda a prova objetiva constituir-se com questões falso-verdadeiro, Outra forma, talvez a mais comum, de se elaborar uma prova objetiva é utilizar questões de múltipla escolha