Resumo de DOUTRINAS BIBLICAS
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Resumo
Métodos d estudo bíblico
Ao aproximar-se da Bíblia, o cristão deve ter a consciência de que não se trata simplesmente de mais um livro. Embora seja um material compilado por seres humanos e que deve ser estudado segundo regras comuns de interpretação textual, a verdadeira Palavra de Deus está revelada na Bíblia Sagrada, segundo a inspiração divina sobre os escritores do Antigo e do Novo Testamentos.
1.1. O ESTUDO PESSOAL DA BÍBLIA
O estudante da Bíblia deve ter uma postura de reverência para com ela, devido ao conhecimento de seu Autor (1Ts 2.13); de desejo por encontrar-se com o Senhor, pois Ele assim promete (Jr 29.13); de disposição e humildade para obedecer ao Senhor (Sl 25.9; Is 66.2; 1Co 2.14-15); de perseverança, pois a Bíblia serve de bússola para a jornada até Deus (Jo 8.31; 2Pe 1.3-11).
Além da postura necessária para estudar o Texto Sagrado, o cristão deve se aproximar da Bíblia buscando mais do que acúmulo de conhecimento. Deve buscar na Bíblia, em primazia, a salvação (Jo 5.24, 39, 6.68; Ef 1.13; 2Tm 3.15; Tg 1.21); a direção para os seus caminhos (Sl 119.105); fé (Rm 10.17); a esperança (Rm 15.4; 2Pe 1.19); a alegria (Sl 19.8; Jr 15.16); a paz (Sl 119.65); o sustento (Dt 8.3; Mt 4.4; 1Tm 4.6); o crescimento (1Pe 2.2); a pureza (Sl 119.9; Jo 15.3; Ef 5.26; 1Pe 1.22); a santidade (Jo 17.17; Ef 5.26); a maturidade (Hb 5.12-14); a sabedoria (Sl 119.98-100; 2Tm 3.15); as defesas espirituais (Mt 4.1-11; Ef 6.17); a eficácia espiritual (2Tm 3.16-17); a introvisão (Hb 4.12; Tg 1.22-25); a cosmovisão (Rm 16.25-27) e a bem-aventurança (Sl 119.1; Lc 11.27-28; Ap 1.3).
O estudo pessoal da Bíblia capacita o cristão a pensar por si mesmo a respeito de sua fé e das doutrinas bíblicas, de modo a experimentar a alegria da descoberta pessoal. Também capacita o estudante a avaliar palestras, preleções e materiais de estudo de maneira crítica, auxiliando os demais na compreensão e aplicação da Palavra de Deus. Estudar a Bíblia devocionalmente leva o cristão a conhecer melhor e desenvolver um relacionamento mais íntimo com Deus, que se revela em Sua Palavra. Isso é crescimento espiritual.
Além disso, o estudo pessoal prepara o estudante para manejar bem a Palavra da verdade (2Tm 2.15), evitando erros quanto ao contexto e aplicação de textos bíblicos (2Pe 1.20; 1Co 2.13).
1.2. A BÍBLIA COMO REVELAÇÃO DE DEUS
Uma vez que a Bíblia se apresenta como a verdade revelada de Deus, deve ser compreendida como obra sobrenatural deste.
1.2.1. Inspiração
Para que a Bíblia chegasse aos dias atuais na forma como está, Deus se valeu de autores humanos, que foram inspirados por Ele para a compilação dessa obra (1Ts 2.13). Inspirado significa soprado, exalado por Deus, ou seja, embora escrevendo segundo seu próprio ponto de vista (Js 10.13), produziram obras segundo a vontade de Deus.
1.2.2. Iluminação
Ao passo que a inspiração foi a obra mediante a qual Deus usou homens para a produção literária de sua revelação, a iluminação é o ministério do Espírito Santo, que esclarece as verdades reveladas na Bíblia para seus leitores (Jo 16. 12-15). É importante que o estudante sincero peça que o Espírito de Deus sonde seu coração (Sl 139.23,24), confessando seus erros (Sl 32.5; 51.2,7,10,17; 66,18; 1Jo 1.9), segundo o Espírito Santo ensina mediante a Palavra de Deus e, assim, pedir um coração receptivo, sedento e obediente (Sl 42.1,2; Pv 23.12; Hb 10.22).
2. PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O ESTUDO BÍBLICO
2.1. LEITURA
Uma vez que a revelação de Deus foi registrada através da escrita, é imprescindível que o cristão se dedique em aprimorar sua capacidade e seus hábitos de leitura. É preciso ler bastante, além de ser necessário que se desenvolva gosto pela leitura, de modo que deixe de ser uma obrigação e passe a proporcionar prazer para o leitor.
O temor do Senhor e a oração devem preceder, acompanhar e suceder a leitura da Bíblia. O ambiente acadêmico não pode levar o estudante a conceber a Escritura e a espiritualidade de seu conteúdo como mero material de pesquisa.
Estudar exige atenção, interesse e entrega ao texto em questão. É importante ler repetidamente e, se possível em mais de uma tradução. Bíblias de estudo podem ser muito úteis, mas possuir várias versões e diferentes traduções é ainda mais importante para desenvolver a compreensão do texto por si só.
Ter paciência para a leitura e saber exatamente a que o texto está se referindo é indispensável, além da meditação sobre o assunto, extraindo aprendizado e compreendendo plenamente o objetivo da passagem, descobrindo, assim, informações no texto que sejam úteis para a vida prática.
Sublinhar ou destacar textos, utilizar as margens para fazer anotações são hábitos que ajudam muito o estudante.
2.2. MEMORIZAÇÃO
Quanto à memorização, o treino é o melhor caminho, pois cada pessoa tem uma forma específica para conseguir decorar; algumas têm facilidade para lembrar o que ouvem, de modo que, lendo em voz alta, obterão melhores resultados; outras pessoas lembram melhor o que vêem, assim, marcar a Bíblia pode ajudar; os sensitivos, por sua vez, podem optar por transcrever os textos.
Diferente do processo de estudo para a interpretação, onde uma variedade de versões é significativamente melhor, no processo de memorização o estudante deve optar por uma única versão.
2.3. MATERIAIS DE APOIO
A Bíblia é a única fonte de material de estudo inspirada por Deus; contudo, é importante fazer uso do que outros cristãos deixaram como registro de suas pesquisas. Muitas informações contidas no Texto Sagrado serão mais bem elucidadas por pessoas que tenham conhecimento técnico em determinadas áreas do conhecimento (geografia, história, literatura, etc.). Porém, o cristão deve ter no texto a primazia de suas pesquisas para não se tornar mero reprodutor de opiniões alheias.
A escolha de local e momento adequados, livres de interrupções, é importante para o melhor rendimento dos estudos; além disso, o estudante da Bíblia deve munir-se do material adequado:
Análise e opiniões de estudiosos e pesquisadores do assunto.Comentários Bíblicos:
Dicionário da língua portuguesa: Para esclarecer o sentido das palavras antes de tentar a interpretação.
Dicionários bíblicos: Importantes para compreender o significado das palavras no contexto em que aparecem no Texto sagrado.
Concordância bíblica: Com esse material, é possível, através de palavras-chave, encontrar a localização de textos na Bíblia.
Atlas bíblicos: Trazem mapas das regiões bíblicas com informações como divisão política, física, relevo, distâncias, entre outras de grande relevância, como as peregrinações dos patriarcas ou as viagens dos apóstolos.
Livros no contexto cultural: Como, por exemplo, de história secular, para a verificação e sincronização dos fatos da história bíblica com outras nações no mesmo período. Além de materiais das diversas áreas do conhecimento.
Bíblias de estudo: São bíblias que trazem auxílios para o leitor no rodapé do texto bíblico ou em espaços separados, facilitando o estudo e a compreensão.
Outros materiais importantes: Softwares de Bíblia; Enciclopédias; Diversas versões da Escritura; Caderno para anotações; Computador.
3. ETAPAS DO ESTUDO BÍBLICO
Independente do método ou do propósito do estudo bíblico (seja uma leitura corriqueira, a preparação de um sermão ou mesmo uma pesquisa de nível acadêmico), existem três etapas fundamentais para a compreensão e estudo de qualquer passagem bíblica:
Observação: “O que diz o texto?”
Interpretação: “O que significa o que diz o texto?”
Aplicação: “Como usar o que o texto diz na vida cotidiana?”
3.1. OBSERVAÇÃO
Por vezes, ao estudar determinada passagem bíblica, o estudante não consegue extrair todo o conteúdo que esta contém, de maneira a pensar que aquele texto não contém tantas informações relevantes. Porém, ao ler um comentário ou ouvir uma preleção feitos por outra pessoa, fica impressionado com o conteúdo que o autor ou preletor consegue obter através de um bom estudo.
Esta primeira etapa do estudo bíblico é a observação, na qual o pesquisador se dedica a trazer à tona todo o conteúdo e a riqueza dos detalhes da passagem que deseja estudar, a fim de extrair subsídios para as demais etapas do estudo.
3.1.1. O tema do estudo
Em primeiro lugar, o estudante deve estar interessado na pesquisa que irá realizar, caso contrário, desistirá ou realizará um trabalho superficial. O interesse pelo estudo de determinada passagem surge, muitas vezes, de uma leitura descomprometida que o cristão faz por prazer, a fim de simplesmente meditar em um trecho bíblico; disso surgem curiosidades e o desejo de compreender melhor a amplitude da revelação de Deus naquela passagem. Outras vezes, um tema que gera polêmica ou dúvidas ao cristão e aos seus irmãos o incentivam a pesquisar com interesse o assunto. De uma ou de outra forma, a pesquisa será mais bem sucedida se partir de um interesse pessoal, de um desejo sincero pelo assunto.
3.1.2. A leitura do texto
Esforço e perseverança são fundamentais para que todos os pormenores sejam extraídos do texto, fazendo o registro por escrito de cada detalhe observado de modo sistêmico e de fácil consulta, para possibilitar a posterior organização das informações.
É necessária atenção completa a cada detalhe, sem perder a visão holística, dedicando concentração e tempo. Ler a passagem cuidadosamente e repetidamente, meditando em cada palavra e visualizando mentalmente o que o texto diz com bastante paciência.
3.1.3. Análise do texto
Identificação e anotação de quem são os personagens envolvidos no contexto, como falante, ouvinte, escritor, destinatários.Quem?
O que? O contexto em que a cena se desenvolve, o que está acontecendo e o que os personagens estão dizendo.
Onde? O lugar onde a cena acontece ou onde o autor de determinada epístola ou livro se encontra no momento da composição, o lugar onde estão os destinatários.
Quando? O momento em que a cena acontece e a relevância disso dentro do contexto histórico.
Por quê? Fatos que motivaram o acontecimento ou a composição da obra por parte de seu autor ou do personagem central.
Como? As maneiras como os acontecimentos se desenrolaram.
3.1.4. Estrutura literária do texto
Passo indispensável para uma observação completa é determinar a estrutura literária do texto, pois a forma de interpretar será definida por essa estrutura: Narrativa (Gn 6); Didática (Mt 5); Admoestação (Gl 1.6-12); Poesia (Salmos, Cântico dos Cânticos); Parábolas (Mt 13.3-19); Profecia (Isaías, Jeremias, Ezequiel); História (Josué); Sabedoria (Provérbios, Eclesiastes); Epistolas; Escatologia (Apocalipse). Perceba-se que um livro ou passagem pode estar inserido em mais de um gênero literário ao mesmo tempo.
3.1.5. Palavras-chave
Palavras cuja definição determina o significado de pontos cruciais da passagem como um todo. Por exemplo, a palavra aliança (gr: diatheke) que aparece em Hb 12.24 significa “um contrato celebrado entre duas pessoas onde o contratante estabelece as cláusulas e condições a serem aceitas pelo contratado”. Jesus é o mediador desta nova aliança estabelecida entre Deus e homens. A partir do momento em que tal aliança é feita por iniciativa de Deus, as bênçãos relacionadas a ela serão desfrutadas por todos quantos fizerem parte desta aliança.
Por fim, é necessário fazer um apanhado geral das anotações e observações para que os detalhes não se percam.
3.2. INTERPRETAÇÃO
Uma vez feita a observação, é necessário interpretar os textos em análise. Para não cometer distorções e evitar possíveis erros, é necessária a observação das regras hermenêuticas, ou seja, as regras de interpretação do texto bíblico.
A hermenêutica é a ciência, arte e técnica de interpretar corretamente a Palavra de Deus. A regra fundamental da hermenêutica bíblica é:
A Escritura Sagrada interpreta a si mesma.
O primeiro a transgredir a regra mais básica da interpretação bíblica foi Satanás, distorcendo o significado das palavras de Deus, omitindo parte do conteúdo e citando apenas o que lhe convinha:
“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”. Gn 3.1-5
Ao se deparar com interpretações diferentes ou contraditórias, o intérprete deve buscar o texto na Bíblia, tendo a regra fundamental como norte para sua averiguação da veracidade do significado do texto. Pedro ensina que nenhuma escritura é de particular interpretação (2Pe 1.20), ou seja, a Bíblia interpreta a própria Bíblia. Partindo desta regra, há cinco regras básicas e indispensáveis para a interpretação de todo e qualquer texto bíblico: