Resumo de ECLESIOLOGIA
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CONCEITO GERAL
Será dado enfoque aos assuntos da natureza e propósito da igreja e seu relacionamento com o reinar de Deus, bem como algum material de apoio ao crescimento da mesma. Importa saber aplicar o conhecimento teológico para dar resposta apropriada aos assuntos do dia-a-dia e da vivência do indivíduo em sua sociedade. Tratando-se do assunto de eclesiologia, a ênfase na aplicação é até maior do que em outras áreas da pesquisa teológica pois trata-se de formas estruturais. O livro do Rick Warren (Igreja com Propósitos) tem muito a ver com essa noção em termos de fixar a atenção da igreja local no papel que ela tem a cumprir. Este, portanto, será o alvo do estudo presente: descobrir a definição bíblica referente à natureza e missão da igreja, para que se possa estudar com mais atenção as formas e os métodos a serem empregados no cumprimento da tarefa. É necessário antes de começar o estudo específico da eclesiologia primeiramente tratar algo da problemática associada à disciplina.
PROBLEMAS EM TRATAR ECLESIOLOGIA:
Definição do Termo:
Do grego vem o termo igreja que se usa em vários contextos e com vários sentidos no português. Logo ao tratar da igreja é necessário tratar de dois aspectos da mesma o organismo e a estrutura organizacional que se vem desenvolvendo naturalmente. Origem Bíblica do Termo para Igreja O texto bíblico no português usa o termo igreja, mas as conotações originais do termo muitas vezes estão perdidas na tradução. O conceito básico do termo hebraico qahal e também do grego ekklesia é de uma assembléia, tratados por muitos no sentido de comunidade. Não existe no Antigo Testamento o que propriamente se chamaria de igreja, já que o conceito é do povo como um todo pertencendo a Deus como nação. No caso do Novo Testamento, quando se trata da igreja em sentido universal ou mesmo local o termo usado é normalmente algo como santos ou eleitos. em lugar de igreja ekklesía aproveitando também expressões como “noiva” ou “povo de Deus” especialmente ao tratar da igreja em sentido universal. Portanto, é necessário ter cuidado ao procurar sistematizar ensino bíblico a partir de um estudo do emprego do termo bíblico “igreja”, já que o conceito igreja é comumente tratado com outros vocábulos e o uso que se faz do termo igreja nem sempre é o que se espera a partir do português.
O Reinar de Deus
A igreja autêntica existe como a concretização do reinar de Deus e não pode existir desvinculada deste reino. É na vida da igreja - o povo de Deus - que o reinar de Cristo tem forma e exercício. O conceito do Reinar de Deus é a categoria principal no estudo da escatologia, porém é na igreja que este reino tem o seu começo e a sua concretização primária. Deus já reina entre o povo mesmo que não de forma política ou teocrática no sentido ideal da aliança sinaítica Este compromisso é uma questão da aplicação do reino na vida do indivíduo. A igreja é por conseqüência o agrupamento ou reunião dos membros ou cidadãos do reino. A igreja não é o reino, mas ela é criatura ou veículo para a extensão do reino de Deus. O reinar de Deus na vida humana cria a comunidade pertencente ao reino o qual chamamos de igre Este compromisso é uma questão da aplicação do reino na vida do indivíduo. A igreja é por conseqüência o agrupamento ou reunião dos membros ou cidadãos do reino. A igreja não é o reino, mas ela é criatura ou veículo para a extensão do reino de Deus. O reinar de Deus na vida humana cria a comunidade pertencente ao reino, o qual chamamos de igreja.O reino começa na vida do indivíduo, mas é levado adiante no contexto comunitário do reinar de Deus.
Missão
Se o reinar de Deus é importante para o estudo da eclesiologia a missão é essencial para a aplicação do reino. O reinar de Deus implica em deixar que Deus cumpra a Sua missão entre aqueles que pertencem ao reino. É a aceitação das responsabilidades da missão que introduzem o indivíduo ao reinar de Deus. Existe um duplo enfoque da missão em seu relacionamento com o reinar de Deus: a missão tem aspecto interior - a aplicação pessoal do ensino e da vida do reinar de Deus; e o seu aspecto exterior - o levar a mensagem do reinar de Deus aos demais. O aspecto interior da missão da igreja visa a preparar os integrantes para a sua missão externa. Por missão trata-se da raison d’etre da igreja seu propósito no mundo.
Não é a missão da igreja que se deve entender, mas o inverso Mais do que deixar uma igreja Jesus deixou uma tarefa a ser cumprida por seus discípulos. Sem missão a igreja não existe
A missão é o propósito de efetivar o reinar de Deus dentro dos parâmetros da história. Mesmo que o conceito de “missões” esteja ligado intimamente à missão da igreja, o conceito é distinto. A missão da igreja inclui também aspectos do amadurecimento e discipulado do individuo e da igreja local como um corpo. A missão da igreja, por outro lado, é mais global já que inclui a obra missionária como um aspecto do propósito eclesiástico. A missão não requer por si a questão do envio, mas do cumprir com o propósito de discipular.
NATUREZA DA IGREJA
Onde então está a verdadeira greja entre a diversidade de tantas igrejas A igreja é uma pois Cristo é um. A igreja local é expressão do todo a igreja universal - e ao mesmo tempo uma expressão parcial. Ao tratar das definições do termo igreja algo foi dito já em relação à natureza da igreja. A igreja é um organismo vivo a acoplação dos santos o povo de Deus na face da terra. Nem todo membro da igreja local faz parte e nem todo aquele que não faz parte de uma igreja local visível está fora da igreja. A igreja é muito mais do que uma congregação local e é muito mais do que uma estrutura e instituição. Usa-se o retrato da igreja local como auxílio na visualização concreta do conceito, porém lembra-se a necessidade de olhar além dos aspectos institucionais, formais e estruturais. A união da igreja deve também ser vista no contexto do sacerdócio de todos os crentes. A missão da igreja é de todos. Algo da natureza da igreja é espelhado nas seguintes figuras povo de Deus corpo de Cristo noiva de Cristo esposa de Deus templo do Espírito do Santo santos povo eleito, filhos de Deus, ramos da videira galhos da oliva lavoura horta edifício sacerdócio nação santa luzeiro coluna e baluarte da verdade lavradores da vinha, integrantes do reino de Deus e amigos de Jesus. Estas descrições e metáforas são usadas de formas diferentes espelhando certos aspectos da natureza do ideal, ou da dura realidade no quotidiano da igreja.
ESTRUTURA E GOVERNO DA IGREJA
A Igreja de Cristo não faz leis nem mandamentos à parte da Palavra de Deus portanto todas as tradições humanas não nos podem sujeitar a não ser que estejam embasadas ou prescritas na Palavra de Deus. A igreja existe para dar continuidade ao ministério de Jesus. A estrutura da igreja portanto tem função e razão de ser apenas no espelhar essa realidade. No ministério de Jesus, não se encontra nada dessa tal suavidade da mensagem. Como em Mateus 28.19-20, o batismo é o carimbo da conversão do indivíduo no seu lavar-se de sua antiga forma de viver ingressando na nova dependência de Deus. A edificação dos crentes é a segunda etapa, por assim dizer, do processo de evangelizar ou discipular. Vale lembrar que Jesus investiu os três anos do seu ministério em doze discípulos. A igreja passou por liderança direta dos apóstolos. Com a necessidade, acrescentou servos à liderança administrativa (diáconos) e encontrou necessidades em certos contextos da elaboração de concílios de anciãos e bispos na supervisão do andamento da igreja local. De fato, a norma bíblica espera ver homens na liderança da igreja, mas não nega a ocasião do ministério da mulher mesmo como profeta pregando a Palavra de Deus.
ORDENANÇAS DA IGREJA
Ao tratar temas de ordenanças e sacramentos da igreja é necessário primeiramente fazer distinção entre os dois termos. Na questão da ordenança, no entanto a especificação do oficiante se perde. A instituição da páscoa nunca teve especificação sacerdotal a não ser na questão do sacrifício do cordeiro, e isso apenas em épocas específicas da história judaica.
ROMANOS 6.1-11
A passagem central da Bíblia para tratar da essência do batismo é Romanos 6.1-11. Por norma lida se com a definição do termo grego (baptivzw) como sendo imergir submergir mergulhar ou mesmo colocar de molho.Ao mesmo tempo, tal uso do termo seria mais restrito,não podendo ser colocado como intenção normativa para o emprego do termo. Pois se unidos fomos feitos na similitude da sua morte quanto mais da sua ressurreição seremos. O emprego do termo batizar portanto reflete aqui o contexto desta união. Paulo emprega aqui duas formas do termo batismo baptivzw não acrescentando um significado de união mas traçando um elo com um significado já existente ao emprego do termo e da prática. O indivíduo lava-se do antigo, vestindo-se do novo. Há também a reflexão na celebração da ceia de Senhor de participação na nova aliança no sangue do seu sacrifício.É retrato da vida vivida para Deus - direcionada a Deus, e não mais ao pecado. Parte da problemática enfrentada na questão do batismo visa a preocupação com o aspecto da igreja como pessoa jurídica. De fato, o Novo Testamento utiliza o batismo da mesma forma que a igreja atual utiliza a chamada “oração do pecador O batismo era ritual de iniciação do crente. A questão do espelho e união na morte de Jesus é tratada no tempo passado, enquanto a questão da ressurreição de Cristo é ainda futura. Aqui Paulo faz uma semelhante admoestação, mas especifica certos limites na aplicação do ensino.
José Maria Teixeira Lima