A queda do homem no jardim do Éden ao comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, foi um ato grave de desobediência a Deus. Todavia Deus na sua infinita misericórdia prometeu ao homem um Redentor vindouro (Gn 3.15). Segundo a Bíblia “Aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.7)”. Era o verbo eterno assumindo carne humana (Jo 1.14; 1Tm 3.16). Este milagre foi possível devido à ação soberana do Espírito Santo no ventre de Maria (Lc 3.15).
“Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei” (Gl 4.4,5). A vitória de Cristo sobre o Diabo na cruz do calvário, foi o momento que Deus despojou Satanás (Cl 2.15) “maniatando assim o valente” (Mt 12.29). “Visto que os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é o diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão” (Hb 2.14,15). Com sua morte na cruz do calvário Jesus reconciliou o mundo com Deus (2Co 5.19). O Espírito Santo enviado por Deus é o remédio divino para os males espirituais da humanidade. A obra redentora de Jesus é universal, toda humanidade tem direito a salvação ganha por Jesus na cruz do calvário, embora muitos ainda não conheçam os benefícios dessa salvação. A Bíblia diz que Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). IDE por todo o MUNDO, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15). Essa foi a ordem missionária dada por Jesus aos discípulos no momento de sua ascensão, visto que os discípulos representavam a igreja na sua vocação e missão no mundo. A ordem missionária foi dada a igreja hodierna. A igreja atual assim como a igreja primitiva tem a responsabilidade de evangelizar os povos em todas as nações. Todos os seus membros precisam estar preparados para serem testemunhas de Jesus até os confins da terra (At 1.8). A ordem de Jesus requer uma obediência inquestionável, o verbo “ide” exige uma ação decisiva. Pelo poder do evangelho os homens são transformados em discípulos de Jesus (Rm 1.16). A ordem missionária de Jesus não se restringe apenas em ir por todo mundo e pregar o evangelho, mas também em ensinar as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado. Todos os que crerem os sinais os seguirão. O evangelista Marcos na Ordem Missionária, (Mc 16.15-18), se refere aos maravilhosos sinais que acompanhariam o batismo com o Espírito Santo, e acerca do qual Jesus havia orientado os seus discípulos a buscarem (Lc 24:49; At 1.4,5,6). A ordem missionária é de abrangência universal, até os confins da terra. Deus quer que todos os homens conheçam a verdade (1Tm 2.4), sejam eles de perto ou de longe. A ordem missionária de Jesus era para que os discípulos começassem por Jerusalém, pois era onde se encontrava a igreja local, assim sendo, devemos começar a por em prática a obra missionária onde habitamos, segundo palavras de Jesus, “o campo é o mundo” (Mt 13.38). Conforme o Dicionário Aurélio, Evangelização e Missão tem um só significado, a pregação da Palavra de Deus quer seja dentro ou fora do país, por isso não se pode pensar que missão é superior a evangelização. A ordem missionária durará até a consumação dos séculos “eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos“ (Mt 28.20). Ainda que toda esta geração tenha sido evangelizada a próxima geração precisará ouvir este evangelho, portanto, enquanto existirem pessoas ou nações ociosas por este evangelho essa ordem será de grande importante. A desobediência à ordem missionária significa deixar as almas caminharem para o inferno sem saber que Jesus pode remi-las dos seus pecados. A Bíblia diz que o crente é como um atalaia, “não o avisando tu, não falando para avisar ao ímpio acerca do seu caminho ímpio para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu sangue de tua mão o requererei” (Ez 3.18). Fazer a obra missionária é ter o privilégio de levar a mensagem de Cristo a todos os povos, que ainda estão debaixo do juízo de Deus por causa dos seus pecados (Rm 3.9,19; Gl 3.10). Deus através do seu Espírito Santo quer despertar a sua igreja para que ela“enquanto é dia” (Jo 9.4) envie-lhes mensagem de paz e perdão a esses povos. A obra missionária é a responsabilidade que pesa sobre os crentes que tem consciência da situação dos que caminham para as trevas. Paulo desejava ir a Roma pregar o evangelho porque disse ele “Sou devedor”. E acrescentou: “Estou pronto para também vos anunciar o evangelho” (Rm 1.14,15). Assim como Paulo somos devedores. Devemos aos perdidos o evangelho que de graça recebemos e pelo qual tivemos nossa dívida cancelada diante de Deus. A Bíblia nos fala: A ninguém devais coisa nenhuma, a não ser o amor (Rm 13.8). Portanto façamos a obra missionária para saldar a nossa dívida com a humanidade. Através do trabalho missionário levantaram-se muitas igrejas como as Igrejas em Éfeso, Colossos, Filadélfia, Esmirna e Sardes na Ásia Menor e Tessalônica, Filipos e Corinto na Europa. No Brasil também, igrejas poderosas tem sido levantadas pelo trabalho missionário. Uma ação missionária só pode ser vitoriosa se for feita pelos métodos apontados na Bíblia. Existem três canais principais da ação missionária: O envio de missionários ao campo; a intercessão; a contribuição. A Bíblia mostra diferentes formas de se ir ao campo: De forma permanente, de forma ocasional, de forma especial. O sucesso da obra missionária depende do perfil do missionário a ser enviado para o campo. Portanto o missionário deverá ter algumas qualificações para que possa obter sucesso no desempenho desta tarefa. Há diferentes estratégias para se fazer missões em virtude de existir diferentes povos, é necessário que o missionário conheça antecipadamente o povo alvo, pois as estratégias a serem aplicadas devem estar de acordo com as particularidades de cada povo. No programa de Estratégias Missionárias, é importante se fazer discípulos. Fazer discípulos consiste em ensinar, repassar experiências e conhecimentos até que o discípulo capte naturalmente os ensinamentos bíblicos, e, por conseguinte, não venha levianamente desviar-se do Caminho. O estudo das Estratégias Missionárias, consiste também em descobrir os dons dos membros da Igreja para multiplicidade de trabalho existente no crescimento da Igreja (Lc 2.52; 1Co 7.7; 1Co 12.4; 1Co 4.1; Ef 4.8; Tg 1.17). Entre alguns exemplos de estratégia encontrados na Bíblia temos: O Senhor Jesus humanizou-se para se identificar com o homem. O apóstolo Paulo se fez de Judeu para ganhá-los (1Co 9.19-22 ); Um movimento que, pelo caráter universal de sua mensagem, não se restringe a uma só cultura, mas tem alcance abrangente, em toda superfície da terra, onde quer que haja uma etnia que ainda não tenha ouvido o evangelho chama-se missão transcultural. O prefixo “trans” deriva-se do latim e significa “movimento para além de”, “através de”. Em suma, missão transcultural, no dizer de Larry Pate, autor do livro Missiologia, é a proclamação do amor de Deus, que ultrapassa as fronteiras culturais, raciais e lingüísticas. Ele deseja que todos, independente de raça, cor, etnia..., tenham a oportunidade adequada de seguir a Cristo”. Existem alguns mitos no âmbito da igreja local que tem sido utilizados como justificativa para o seu não envolvimento com missão transcultural: Só igrejas grandes ou ricas podem fazer missão transcultural, só pessoas de bastante recursos financeiros têm condições de contribuir para a missão transcultural, a igreja local deve primeiro evangelizar sua cidade para depois voltar-se para a evangelização transcultural. Em contradição ao primeiro mito, a prática de países onde a tarefa de fazer Missões já está consolidada revela que os maiores recursos saem exatamente de Igrejas pequenas, que, somadas, superam muitas vezes os alvos de Igrejas grandes ou ricas. O objetivo do Ministério entre culturas depois de pregar e evangelizar é o de estabelecer Igrejas. Prevendo que haveriam de surgir grupos contrários a doutrina bíblica Paulo advertiu que devia-se pregar, instar, redargüir, repreender e exortar com grande amor a tempo e fora de tempo, (2Tm 4.2), ou seja, cada oportunidade de anunciar o evangelho deve ser aproveitada com a máxima diligência. Esse princípio foi praticado na íntegra por Daniel Berg desde as suas viagens pelo interior da Ilha de Marajó, no Pará: mesmo sem saber expressar com clareza língua portuguesa, em cada pessoa que encontrava via uma alma perdida que precisava urgentemente do Salvador. Segundo Paulo em 1Co 9.22, “Fiz-me tudo, para todos, para que por todos os meios chegar a salvar alguns”. Fazer missões é imprescindível para a expansão do Reino de Deus, para que se façam conhecidas as boas novas, para testemunho a todas as gentes e para a preparação para a chegada do fim. Realizar a obra do ministério é responsabilidade de todos os membros da igreja (Ef 4.11.13). É a Igreja que evangeliza, prega e ora pelos doentes... Podemos ser uma Igreja evangelística se utilizarmos nossas estratégias. Os métodos mudam, mas a mensagem permanece. Em virtude do crescimento populacional da terra, a cada ano aumenta a necessidade de se pregar o evangelho, por essa razão é necessário um esforço missionário como nunca antes foi praticado. A igreja de Jesus Cristo precisa urgentemente tomar uma posição ativa na evangelização. O apóstolo Paulo diz: “Mais em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da Graça de Deus” (At 20,24). Não podemos nos conformar com o mundo que vive sem Deus e sem a esperança libertadora e salvadora do Evangelho de Jesus Cristo, se amamos a Cristo e quisermos ver se cumprir Ap 7.9 “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão a qual ninguém podia contar, de todas as nações e tribos, e povos, e línguas que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos”.