Resumo de ETICA
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CONCEITO GERAL PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
1.1 Áreas de atuação do psicólogo
Vejamos alguns exemplos de atuação do psicólogo.
Na educação, dois aspectos merecem atenção especial do psicólogo: o estudo das diversas classes de desenvolvimento das pessoas e o estudo da aprendizagem e das condições que a tornam mais eficiente e mais fácil.
1.2 Os procedimentos mais utilizados em Psicologia.
Numa escola de Ensino Médio, grande parte dos alunos de uma classe do noturno obteve notas baixas em matemática. Um dos alunos: “O professor não explica direito a matéria, a gente pergunta alguma coisa e ele manda prestar mais atenção e estudar”.
Depois de ouvir essas manifestações tão diferentes entre si, a psicóloga inicia outras etapas do estudo: aplicação de um questionário a todos os alunos da classe, para levantar suas opiniões sobre as causas das notas baixas; análise e registro da situação familiar e das condições de estudo e de trabalho de cada um dos alunos, por meio de entrevistas com eles e com os pais; observação das atitudes do professor e dos alunos durante as aulas; divisão da classe em duas turmas: uma delas passa a ter aulas de matemática com outro professor; observação das atitudes do novo professor e dos alunos durante as aulas.
Ao observar as aulas
do novo professor, verificou que, além de explicar a matéria, ele procurava ser amigo dos alunos, conversar com eles, interessar-se por seus problemas, e que os alunos se mostravam mais entusiasmados em suas aulas. A psicóloga concluiu que o problema era devido à atitude do professor em relação à matéria e aos alunos: enquanto o primeiro professor limitava-se a explicar a matéria, sem muito entusiasmo e sem um relacionamento amigável com os alunos, o segundo professor, além de mostrar muito entusiasmo em relação à matemática, mantinha com os alunos uma relação de amizade e confiança. No exemplo dos alunos com baixo rendimento em matemática, vários fatores poderiam ser responsáveis por esse comportamento: desinteresse dos alunos; falta de explicação da matéria cansaço dos alunos em decorrência do trabalho; falta de capacidade dos alunos; atitude do professor.
Restava verificar se não seria a atitude do professor o fator mais importante.
2 – PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A Psicologia da Educação procura utilizar os princípios e as informações que as pesquisas psicológicas oferecem acerca do comportamento humano, para tornar mais eficiente o processo ensino-aprendizagem. A contribuição da Psicologia da Educação abrange dois aspectos fundamentais:
Compreensão do aluno
Compreensão de suas necessidades, suas características individuais e seu desenvolvimento, nos aspectos físico, emocional, intelectual e social.
b) Compreensão do processo ensino-aprendizagem.
Para o professor, não é suficiente conhecer o aluno. É necessário que ele saiba como funciona o processo de aprendizagem, quais os fatores que facilitam ou prejudicam a aprendizagem, como o aluno pode aprender de maneira mais eficiente, além de outros aspectos ligados à situação de aprendizagem, envolvendo o aluno, o professor e a sala de aula.
Na verdade, além desses dois aspectos existe outro, de fundamental importância para que o professor consiga realizar satisfatoriamente seu trabalho: a compreensão do papel de professor.
2.1 Compreensão do papel do professor
A idéia que fazemos de escola quase sempre inclui o seguinte quadro: um professor tentando ensinar alguma coisa a uma turma de alunos. Na verdade, o professor também aprende enquanto ensina, e aluno, enquanto aprende, também ensina. Se o professor precisa conhecer a si mesmo para poder conhecer os alunos, a abertura ao que os alunos podem ensinar-lhe é um dos passos para esse autoconhecimento. O professor não é o senhor absoluto, dono da verdade e dono dos alunos, que manipula a seu bel-prazer.
Essas atividades são responsáveis por grande parte da aprendizagem dos alunos: é no recreio, em promoções culturais, artísticas, sociais e esportivas que os alunos aprendem a convivência social, o gosto pela cultura e pela arte e a prática de esportes, tão salutares para seu desenvolvimento. O professor deveria participar dessas atividades que contribuem para uma melhor aprendizagem das matérias escolares. Essa participação proporcionaria ao professor oportunidades ótimas de conhecer melhor seus alunos.
Muitas vezes a escola permanece isolada da comunidade, quando deveria estar a seu serviço, atendendo aos pais e a outros moradores da comunidade, como centro de encontros, reuniões, cursos e promoções artísticas, culturais, esportivas, etc.
Além dos aspectos supracitados, para o sucesso do trabalho educativo, é importante que o professor goste do que faz, acredite que está alcançando os resultados esperados e se sinta satisfeito e realizado. É evidente que a realização do professor, enquanto instrutor, orientador e exemplo, enquanto participante das atividades de seus alunos e da comunidade, depende também das condições objetivas de trabalho.
2.2 Compreensão do aluno
A Psicologia da Educação é indispensável para que o professor tenha condições de compreender seus alunos e desenvolver um trabalho mais eficiente.
O aluno está em formação, em desenvolvimento.
A escola geralmente dá mais importância ao desenvolvimento intelectual do que aos outros aspectos. Mas, principalmente em regiões desfavorecidas, cabe à escola suprir as deficiências da comunidade e contribuir para o desenvolvimento físico, emocional e social dos alunos.
Além dos conhecimentos ligados ao desenvolvimento afetivo e intelectual dos alunos, a Psicologia da Educação pode ajudar o professor a compreender os alunos em suas relações com a família, com os amigos, com a escola, com a comunidade, etc. No decorrer de sua vida diária, o aluno sofre uma série de influências que vão ter repercussões, negativas ou positivas, em seu trabalho escolar. Em alguns casos, verifica-se que a família e a escola orientam a criança em sentidos diferentes, ou que os valores dos amigos e os da escola sejam. valores divergentes.
2.3 Compreensão do processo ensino-aprendizagem
A aprendizagem ocorre sob a ação de inúmeros fatores, que a Psicologia da Educação procura estudar e explicar. A Psicologia da Educação não fornece receitas prontas, que o professor possa aplicar automaticamente.
3 - O QUE É APRENDIZAGEM
Gagné
Normalmente, consideram-se como aprendidas as mudanças de comportamento relativamente permanentes, que não podem ser atribuídas à maturação, lesões ou alterações fisiológicas do organismo, mas que resultam da experiência.” (Sawrey e Telford)
3.1 Características da aprendizagem
Das definições de aprendizagem apresentadas podemos extrair duas conclusões principais:
Aprendizagem é mudança de comportamento. Só há aprendizagem na medida em que houver uma mudança no comportamento. João não sabia andar de bicicleta, agora sabe: aprendeu.
Aprendizagem é mudança de comportamento resultante da experiência.
Há comportamentos que resultam da maturação ou do crescimento de nosso organismo e, portanto, não constituem aprendizagem: respiração, digestão, salivação.
Aprendemos em toda parte, na escola e fora dela. A realização do processo de aprendizagem depende de três elementos principais. Situação estimuladora: soma dos fatores que estimulam os órgãos dos sentidos da pessoa que aprende.
3.2 Etapas no processo de aprendizagem
De acordo com Mouly (op.
Sem motivação, não há aprendizagem. O comportamento é sempre intencional, isto é, orientado para um objetivo que satisfaça alguma necessidade do indivíduo. Em educação, é importante que os objetivos propostos pela escola e pelo professor coincidam com os objetivos do aluno. A nova aprendizagem passa a fazer parte do indivíduo e vai ser utilizada sempre que for preciso. Essas diferentes formas de aprendizagem exigem condições diferentes para ocorrer. Robert Gagné, no Livro Como se realiza a aprendizagem (Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1974), analisa oito tipos de aprendizagem: aprendizagem de sinais, aprendizagem de tipo estímulo-resposta, aprendizagem em cadeia motora, aprendizagem em cadeia verbal. Aprendizagem de discriminação, aprendizagem de conceitos, aprendizagem de princípios e solução de problemas.
3.9 Aprendizagem de conceitos
Na aprendizagem de conceitos, o indivíduo aprende a dar uma resposta comum a estímulos diferentes em vários aspectos.
4 - TEORIAS DA APRENDIZAGEM
Entretanto, as explicações para os fenômenos do universo foram mudando, através dos tempos, na medida em que o conhecimento humano avançou. Da mesma forma, no campo da aprendizagem, por exemplo, os psicólogos não acreditam que alguém aprende simplesmente porque outra pessoa ensina, ou, mesmo, apenas porque quer aprender. O ratinho aprendeu a puxar um cordão que pendia do alto da gaiola, o que fazia com que caísse uma bolinha, que o rato pegava com as patinhas da frente e jogava num buraquinho existente no canto da gaiola. No final do processo de aprendizagem, o ratinho só recebia a ração depois que jogasse a bolinha no buraco.
4.2 Teoria da Gestalt
Para os defensores da teoria da Gestalt, como Köhler, Koffka e Hartmann, no processo de aprendizagem, a experiência e a percepção são mais importantes que as respostas específicas dadas a cada estímulo. Esses termos são sinônimos da palavra alemã Gestalt.
Em relação ao trabalho escolar, pode-se afirmar que a teoria da Gestalt é mais rica que a teoria do condicionamento, pois tenta explicar aspectos ligados à solução de problemas.
4.3 Teoria de campo
A teoria de campo é uma teoria derivada da Gestalt.
É por meio da solução dos problemas do dia-a-dia que os indivíduos se ajustam a seu ambiente. Da mesma forma deve proceder a escola, no sentido de desenvolver os processos de pensamento do aluno e melhorar sua capacidade para resolver problemas do cotidiano.
O professor Dewey defendia o ponto de vista de que a aprendizagem deveria aproximar-se o mais possível da vida prática dos alunos.
Na escola, um problema só será real para o aluno quando sua não-resolução constituir fator de perturbação para ele. Esclarecimento do problema. As hipóteses costumam surgir após um longo período de reflexão sobre o problema e suas implicações, a partir dos dados coletados na etapa anterior.
Seleção da hipótese mais provável.
A verdadeira prova da hipótese considerada a mais provável só se fará na prática, na ação. Isto é: se a hipótese final do motorista atribuía o problema do carro ao platinado, o passo seguinte será verificar o estado da peça. Da teoria cognitiva emergem algumas considerações importantes sobre formas de estimular o aluno à solução de problemas. Vejamos:
Convém que a ensino da sala de aula seja o mais aproximado possível da realidade em que vive o aluno, a fim de que ele aprenda na prática e aprenda a refletir sobre sua própria ação.
A direção autoritária da classe, em que o professor manda e os alunos só obedecem, prejudica o desenvolvimento do raciocínio: se os alunos não participam da formulação do problema, é natural que tendam a atribuir ao professor a responsabilidade pela solução.
p. 254 e 259):
Proporcionar aos alunos oportunidades de pensar por si próprios, por meio da criação de um clima democrático na sala de aula, de maneira que os alunos sejam encorajados a expressar suas opiniões e a participar das atividades do grupo.
MOTIVAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Introdução
A motivação é fator fundamental da aprendizagem. Sem motivação não há aprendizagem. Pode ocorrer aprendizagem sem professor, sem livro, sem escola e sem uma porção de outros recursos. Entretanto, apesar de sua importância para a aprendizagem, a motivação nem sempre recebe a devida atenção do professor.
5.1 Funções dos motivos
Motivar significa predispor o indivíduo para certo comportamento desejável naquele momento. Os motivos dirigem o comportamento do indivíduo para o objetivo mais adequado para satisfazer a necessidade.
5.2 Teorias da motivação
A questão da motivação tem sido bastante estudada dentro das diversas linhas teóricas existentes em Psicologia.
5.2.1 A motivação na teoria do condicionamento
Como já vimos, para a teoria do condicionamento, a aprendizagem acontece por associação de determinada resposta a um reforço. De acordo com a teoria do condicionamento, em sala de aula, haverá motivação para aprender na medida em que as matérias oferecidas estiverem associadas a reforços que satisfaçam certas necessidades dos alunos.
Pode interessar-se pelo estudo da matemática por considerar que esse estudo lhe será útil no trabalho, na convivência social, ou apenas para satisfazer sua curiosidade ou porque se sente bem quando estuda matemática. O sucesso ou fracasso do aluno, na escola, depende em parte de sua auto-estima, da confiança que tem em si mesmo. Mas essa autoestima e essa confiança originam-se da estima e da confiança que os outros depositam nele.
A busca da realização é uma das motivações básicas do ser humano; pode atuar fortemente em sala de aula, em benefício da aprendizagem. As necessidades estéticas estão presentes em alguns indivíduos e se manifestam através da busca constante da beleza.
A teoria humanista aproxima-se muito mais da teoria cognitiva do que da teoria do condicionamento. A maior parte dos motivos seria inconsciente. O Ego resulta da interação do Id com o meio social. Na unidade II, quando estudarmos a Psicologia do Desenvolvimento, voltaremos a analisar mais algumas noções da Psicanálise.
5.3 Alguns princípios
Apresentamos a seguir alguns princípios que poderão orientar o professor em sua difícil tarefa de adequar suas propostas de trabalho, na escola, às reais necessidades e objetivos dos alunos. O professor de História entrou na sala, mas a discussão entre os alunos continuou, intensa e apaixonada... Dois alunos dessa sala do Colégio de Genebra são espanhóis.
Cuidado, escola! 8ª.
Respeitados os objetivos do aluno, não acontecerá o que Romain Rolland denuncia.
Para isso, o professor pode fornecer informações sobre os avanços que os alunos estão conseguindo em relação à matéria. Pesquisas mostraram que alunos cujas provas receberam comentários escritos dos professores conseguiram, nas avaliações posteriores, avanços mais significativos do que os alunos cujas provas não receberam qualquer comentário.
4°. Possibilitar discussões e debates, pois essas atividades podem contribuir para despertar o interesse dos alunos.
6 - PROFESSORES E ALUNOS
Introdução
Muitas pessoas ainda entendem o processo ensino-aprendizagem de forma estática. Isto é, de um lado existe o professor que ensina, transmite informações; de outro lado existe o aluno, que deve escutar, esforçar-se para aprender e, na medida do possível, permanecer obediente e passivo. Em caso contrário, recebíamos notas baixas, reprovação, bronca dos pais. Na sala de aula, os alunos não deixam de ser pessoas para transformar-se em coisas, em objetos, que o professor pode manipular, jogar de um lado para outro.
O aluno é gente, é ser humano, assim como o professor. O professor ouve os alunos, respeita seus pontos de vista; os alunos relatam suas experiências, que são únicas e não podem ser repetidas, e que podem trazer muitas lições ao professor e aos colegas. Qualquer aluno procurará aproximar-se dos colegas com os quais se sentir melhor, mais valorizado, mais confiante, etc. O professor, da mesma forma: ele não é neutro, sem sentimentos, frio e distante. amor, ódio, medo, timidez, etc. As reações do professor dependem, em grande parte, da maneira como ele percebe os alunos. Agrado ou desagrado dependem da percepção que temos das pessoas e vão influir na forma de nosso relacionamento com elas. O professor também tem. A origem desses preconceitos pode estar nas informações recebidas do professor anterior, nas conversas de um colega, em certo comportamento do aluno em aula, no lugar em que o aluno mora, no fato de ser repetente, na maneira como o aluno anda etc. O preconceito é um julgamento feito antes do conhecimento da pessoa ou do aluno; é um juízo que formamos a partir de um fato limitado, isolado, e que generalizamos para a pessoa como um todo. Sobre esse tipo de influência do professor, leia e analise o texto “Ratos e Crianças”, no final deste capítulo. Compreender as bases do preconceito é uma maneira de combatê-lo.
Cabe ao professor reconhecer o potencial de seus alunos e contribuir para sua realização.
Como conclusão, podemos afirmar que tanto a interação social depende da percepção que temos das pessoas com quem interagimos quanto a. própria percepção depende da interação que temos com essas pessoas. Essa influência atinge, além das atitudes dos alunos, sua própria aprendizagem. Às vezes, alunos displicentes e desinteressados na aula de um professor, mostram-se dedicados e interessados na aula de outro professor. Isso significa que o comportamento do professor em relação aos alunos é de fundamental importância para que ocorra a aprendizagem. O professor pode criar, na sala de aula, um clima psicológico que favoreça ou desfavoreça a aprendizagem. O líder não participa ativamente das atividades da turma, apenas distribui as tarefas e dá ordens. O líder deve discutir com o grupo os critérios de avaliação e participar das atividades do grupo. Na ausência do líder, surgiam outras lideranças no grupo e essas lideranças assumiam e conduziam as atividades dos meninos interessados em trabalhar. Com liderança autoritária, as atividades praticamente cessavam com a saída do líder. Três orientações básicas devem estar sempre presentes no trabalho do professor, em sua interação com os alunos: ao invés de punir o comportamento destrutivo, estimular e incentivar o comportamento construtivo. ao invés de forçar a criança, orientá-la na execução das atividades escolares, ouvindo o que ela tem a dizer. evitar a formação de preconceitos, por meio da observação e do diálogo constantes, que permitem ao professor constatar as mudanças que estão ocorrendo com o aluno e compreender seu desenvolvimento.
7 - A IMPORTÂNCIA DA LIBERDADE
Ao lado da motivação para aprender e da interação positiva entre professores e alunos, a criação de um clima de liberdade na sala de aula é, também, de suma importância para que possa ocorrer aprendizagem. Grande parte das’dificuldades que surgem no processo de aprendizagem - alunos distraídos, rebeldes, que não conseguem aprender - resulta da falta de liberdade. Ao contrário, a opressão exercida sobre os alunos e a imposição de atividades desinteressantes só pode levar à frustração e à revolta. Rogers, nos capítulos 4 e 5 de seu livro Liberdade para aprender, analisam algumas atitudes pessoais e alguns métodos objetivos que o professor pode utilizar a fim de promover um clima de liberdade na sala de aula e, dessa forma, facilitar a aprendizagem. As crianças simplesmente nunca se esqueciam dessa.
Aprendizagem auto-iniciada. O outro exemplo é o da professora Bárbara Shiel. Ela colocou material de artes à disposição dos alunos e eles o utilizavam de forma criativa, mas deixavam a sala de aula bastante desarrumada. Os alunos mostram-se compreensivos em relação aos sentimentos do professor, respeitam tais sentimentos e, sentindo-se valorizados e livres para trabalhar, colaboram para que os objetivos da classe como um todo - alunos e professor - sejam atingidos. Aceitação do aluno como outro indivíduo, com características próprias, diferentes, que podem não coincidir com as que o professor mais aprecia.
7.3.1 Partir da realidade do aluno
Como já vimos, o aluno aprende mais facilmente quando enfrenta problemas que tenham significado real para ele.
O trabalho do professor torna-se mais fácil na medida em que ele puder obter dos alunos informações sobre seus problemas e temas favoritos.
7.3.2 Providenciar recursos
Em qualquer curso baseado na liberdade dos alunos, mais do que transmitir conhecimentos prontos e acabados, o professor coloca recursos à disposição deles.
Livros para consulta, cartazes, mapas, quadros, objetos, etc. devem fazer parte do ambiente em que as crianças trabalham. O próprio professor deve ser um recurso sempre disponível para os alunos: é muito mais útil o trabalho do professor quando responde a perguntas e a assuntos de interesse dos alunos do que quando ensina uma matéria sobre a qual o interesse dos alunos é incerto. Quando um aluno propõe uma questão, é provável que o assunto faça parte de suas preocupações e das preocupações dos outros.
7.3.3 Trabalhar com contratos
Professor e aluno podem combinar diariamente ou a cada semana o trabalho do período.
Dessa forma, o aluno assume a responsabilidade de executar determinadas atividades para atingir objetivos estabelecidos no contrato. A vantagem do uso de contratos é que tanto os objetivos, quanto as atividades para atingi-los, são estabelecidos de comum acordo entre professor e alunos. No final do período, os resultados alcançados servem de base para a realização do próximo contrato. No trabalho em grupo, o aluno sente que participa da elaboração do conhecimento, que é uma pessoa que atua, que age, e não uma pessoa que recebe passivamente o conhecimento que o professor transmite.
No grupo, cada um tem liberdade para concordar ou não com a opinião dos outros.
A comparação das conclusões do grupo com as do livro didático ou com as do professor pode ser muito produtiva. Cabe ao professor orientar o aluno nesse sentido
7.3.7 Utilizar auto-avaliação
A avaliação da própria aprendizagem é um dos meios mais eficazes de promover a aprendizagem com liberdade e responsabilidade. O aluno estabelece os objetivos a atingir e, no decorrer do processo, avalia constantemente o grau em que se aproxima desses objetivos. A auto avaliação realiza-se com a colaboração do professor, que fornece ao aluno informações regulares sobre seu progresso. Mais do que aprender conteúdos acabados, os alunos aprenderão a aprender.
8 - APRENDIZAGEM CRIATIVA
Antes de apresentar sugestões para estimular a criatividade na escola, analisaremos, rapidamente, três pontos preliminares: o que é criatividade, fases da criatividade e obstáculos à criatividade na escola. Essa novidade pode referir-se tanto à pessoa que cria, quanto ao conhecimento existente naquele momento. No campo da ciência, por exemplo, podemos pensar na teoria heliocêntrica de Copérnico, na teoria da evolução de Darwin, na teoria da gravitação universal de Newton, na teoria da relatividade de Einstein. A maioria das pessoas prefere a segurança do que se conhece à incerteza do desconhecido.
8.2.4 Iluminação
É o momento culminante do processo criativo, quando, subitamente, aparece a solução do problema: Newton, depois de muitos anos de trabalho, descobriu a lei da gravidade em seu jardim, ao ver uma maçã cair da macieira; Darwin, após muitos anos de coleta de dados e de trabalho, encontrou a solução para a teoria da evolução quando estava andando de carruagem, num determinado lugar da estrada. Pode conseguir fazê-lo ou não.
8.3 Obstáculos à criatividade na escola
Nos cursos pré-escolares, a diminuição do tempo reservado ao brinquedo e à imaginação prejudica o desenvolvimento da criatividade.
Na escola de primeiro grau, os obstáculos à criatividade são a disciplina e a ordem exageradas, em prejuízo da iniciativa individual e da espontaneidade; o excesso de importância atribuída à distinção entre os sexos, etc.
No segundo grau, a valorização das profissões convencionais, em prejuízo das profissões artísticas, e o excesso de exigências formais na apresentação dos trabalhos, são alguns dos fatores que prejudicam a criatividade. “Muitas vezes, é desleixado e precipitado, mais atento às idéias do que à aparência, e menos preocupado em merecer a aprovação do professor.” (In: Arte e ciência da criatividade). “Muitas vezes, é desleixado e precipitado, mais atento às idéias do que à aparência, e menos preocupado em merecer a aprovação do professor.” (In: Arte e ciência da criatividade.
8.4.1 Originalidade
O professor pode estimular cada aluno a ter e manifestar idéias originais, idéias diferentes das produzidas pelos colegas. Evidentemente, isso não significa que o mestre deva atribuir qualidades inexistentes ao trabalho do aluno, mas, apenas, que deve valorizá-lo como a expressão de um ser em desenvolvimento, que produziu algo original, diferente do que foi produzido pelos outros. Ao invés de transmitir informações, o professor pode indicar pistas para que o aluno procure as respostas. O aluno que depende do professor, que não toma iniciativa para nada, dificilmente será considerado bastante criativo. Ao lado do que é essencial em cada matéria, há uma série de pontos que podem ficar à escolha dos alunos.
Na segunda-feira, cada aluno relata o que observou e anotou. No trabalho educativo, mais do que encher as mentes dos alunos, cumpre auxiliá-los a organizar, a colocar em ordem as percepções e conhecimentos das coisas que já possuem.
9 - RETENÇÃO E ESQUECIMENTO DA APRENDIZAGEM
Introdução
Cacilda está preocupada. A principal razão do esquecimento está em que a escola ensina coisas que o aluno não entende que o aluno não usa, que não têm ligação com a vida. Em resumo: a escola está afastada da vida.
9.2.1 Interferência
A teoria do desuso como vem, não explica suficientemente o fenômeno do esquecimento.
A memória é dinâmica, como se pode ver no texto para análise ao final do capítulo. Vemos como o sobrevivente do navio modificou seus relatos com.
o passar do tempo. Na escola, esse tipo de esquecimento também acontece freqüentemente. Na verdade, pode-se dizer que nem aprendizagem ocorre nesses casos.
9.3 Fatores que favorecem a retenção.
Entre os fatores que favorecem a retenção do que é aprendido, podemos citar os seguintes: semelhança entre a situação de aprendizagem e a prova, grau de domínio da aprendizagem, superaprendizagem e revisão, intenção de memorizar.
Quanto mais semelhantes forem as duas situações, a da aprendizagem e a da prova, tanto mais facilidade teremos para obter um bom resultado na prova. Se na prova o professor der as mesmas questões resolvidas em aula, certamente os resultados serão melhores do que se o professor formular novas questões, totalmente diferentes. Da mesma forma, o professor encontrará maior facilidade em recordar-se dos nomes de seus alunos, se estes ocuparem todos os dias o mesmo lugar na sala.
9.3.2 Atributos independentes do fato, da tarefa ou do material.
O atributo temporal refere-se à importância da seqüência de tempo na retenção de um fato.
Lembrar-se da seqüência em que o fato ocorreu facilita a recordação do fato.
grau, o professor de matemática deu um espirro; o dia da formatura foi 12 de dezembro, um dia depois do meu aniversário. Atributos dependentes do fato, da tarefa ou do material Associações não verbais. A associação visual consiste na associação do que vai ser lembrado à sua aparência. Exemplos: o professor memoriza os nomes dos alunos a partir de sua estatura ou da cor dos cabelos; quando se começa a alfabetização, muitas vezes se associam as letras a objetos com forma semelhante - o “o” é uma bola, o “u” é um copo, etc.
A associação afetiva diz respeito à associação do que vai ser memorizado com sentimentos. Exemplo: um aluno pode associar a aprendizagem da adição de números inteiros a um sorriso que a professora lhe deu quando estava ensinando esse assunto. Aprender ciências no laboratório, lidando com os materiais, favorece mais a retenção do que aprender a mesma matéria em aulas expositivas.
10 - POR UMA APRENDIZAGEM EFICIENTE
Introdução
Já estudamos muitos aspectos da aprendizagem, procurando mostrar como ela pode contribuir para a realização pessoal. Neste capítulo serão apresentados alguns procedimentos e técnicas que, quando aplicados, podem aumentar a eficiência da aprendizagem.
ed. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1979), apresentam oito fatores que podem contribuir para aumentar o rendimento da aprendizagem: prontidão para aprender, atitude ativa, sentido da aprendizagem, repetições espaçadas, conhecimento do progresso, ensino para a prática, superaprendizagem e aprendizagem livre. Quanto à experiência anterior e à motivação, cabe ao professor um importante papel, no sentido de adequar a aprendizagem proposta a esses dois fatores. A maturação compreende aspectos de natureza física, ligados ao desenvolvimento do organismo. O segundo fator de prontidão é a experiência anterior do aprendiz, Essa experiência apresenta três aspectos importantes. Experiência específica na matéria. Essa experiência anterior diz respeito à seqüência lógica da aprendizagem: adição antes da multiplicação, subtração antes da divisão, o fácil antes do difícil, o avanço passo a passo, etc. Experiência geral na aprendizagem. Hábitos adquiridos na aprendizagem, como concentração e práticas de estudo, compõem essa experiência geral.
10.2 Atitude ativa
Querer aprender e dedicar-se à aprendizagem de forma ativa e agressiva aumenta em muito o rendimento da aprendizagem. Faz parte da atitude ativa a intenção de aprender.
10.3 Sentida da aprendizagem
Em relação ao sentido da aprendizagem, podem ser considerados três aspectos mais importantes: a possibilidade de associações, a forma ou organização do material a ser aprendido e a utilidade da aprendizagem. Às vezes, uma única leitura pode ser suficiente para a aprendizagem da terceira lista. A forma de organização do material é outro aspecto ligado ao sentido da aprendizagem. O terceiro aspecto da significação do material refere-se à utilidade da aprendizagem.
10.4 Repetições espaçadas
Pesquisas sobre a aprendizagem e a retenção do material aprendido mostraram que as repetições espaçadas, em diferentes períodos de tempo, são mais eficientes do que repetições intensas num mesmo período. O grupo que havia lido cinco vezes no mesmo dia reproduziu, em média, 66% dos textos, ao passo que o grupo que havia lido em cinco dias reproduziu, em média, 64% do material. Duas semanas depois, o teste foi repetido e os resultados foram bem diferentes: o grupo das repetições intensas, no mesmo dia, reproduziu apenas 13% do material, ao passo que o grupo das repetições espaçadas, em cinco dias, reproduziu 47% dos textos. Na escola, se o aluno não ficar sabendo do resultado de seu esforço, não saberá em que direção caminhar nem como estudar, desanimará, e seu rendimento tenderá a cair.
O conhecimento dos resultados alcançados é um fator importante para a eficiência da aprendizagem. Os alunos foram divididos em dois grupos e passaram a realizar as mesmas atividades, com o mesmo professor, com uma diferença: durante os primeiros dez dias, os alunos do primeiro grupo eram informados, todos os dias, dos resultados alcançados no dia anterior, ao passo que os alunos do segundo grupo não recebiam informação alguma. Ao final dos dez dias, os alunos do primeiro grupo estavam muito mais à frente que os do segundo.
Numa segunda fase, inverteram-se as posições: os alunos do primeiro grupo deixaram de receber resultados; os do segundo grupo receberam os resultados acumulados dos dez dias e passaram a receber todos os dias o resultado do dia anterior.
10.8 Aprendizagens livre
A aprendizagem livre é mais eficiente do que a aprendizagem mecanicamente orientada.
A condição para que sejam eficientes é apenas uma: o aluno, como sujeito da aprendizagem, aquele de quem depende aprender ou não aprender.
11 - FATORES QUE PREJUDICAM A APRENDIZAGEM
Introdução
Sem dúvida, o que mais prejudica a aprendizagem livre e criativa é a própria escola e o sistema social do qual a escola faz parte. O sistema social em que vivemos produz uma escola inadequada ao desenvolvimento da criança, uma escola que procura anular a criança para adaptá-la à sociedade, uma escola que reproduz na criança a desigualdade social. A escola, ao invés de adaptar-se aos alunos, faz de tudo para que os alunos se adaptem a ela.
Muitos obstáculos à aprendizagem têm origem familiar e individual, mas seus efeitos negativos sobre o trabalho do aluno podem ser minimizados ou anulados, se o professor e a escola procurarem compreender e levar em consideração esses obstáculos, buscando sua superação.
11.1 Fatores escolares
Dentro da escola existem, entre outros, quatro fatores que podem afetar a aprendizagem: o professor, a relação entre os alunos, os métodos de ensino e o ambiente escolar.
Certas qualidades do professor, como paciência, dedicação, vontade de ajudar e atitude democrática, facilitam a aprendizagem. Ao contrário, o autoritarismo, a inimizade e o desinteresse podem levar o aluno a desinteressar-se e não aprender.
O autoritarismo e a inimizade geram antipatia por parte dos alunos. A antipatia em relação ao professor faz com que os alunos associem e matéria ao professor e reajam negativamente a ambos. É importante que o professor e o futuro professor pensem sobre sua grande responsabilidade, principalmente em relação aos alunos dos primeiros anos, sobre os quais, como vimos, a influência do professor é maior. Apesar de todas as dificuldades que tiver pela frente, cabe ao professor manter uma atitude positiva: de confiança na capacidade dos alunos, de estímulo à participação de todos, de entusiasmo em relação à matéria e de amizade para com os alunos. O professor é um exemplo que influencia o comportamento dos alunos. Dessa forma, a relação entre os alunos será influenciada pela relação que o professor estabelece com os alunos: um professor dominador e autoritário estimula os alunos a assumirem comportamentos de dominação e autoritarismo em relação a seus colegas.
11.3 Fatores individuais
Um último grupo de fatores que afeta a aprendizagem engloba as características individuais da criança.
De início, convém que o professor esteja atento ao nível de maturidade, ao ritmo pessoal e às preferências dos alunos. Cabe ao professor adequar as atividades da sala de aula a essas características individuais. Dessa forma, não convém esperar de todos o mesmo desempenho e a realização das mesmas atividades, da mesma maneira. As causas desses comportamentos e dos anteriores podem estar na insegurança com que os pais educam seus filhos ou em problemas graves que a família enfrenta: o comportamento dos pais em relação aos filhos pode variar do extremo amor à extrema negligência; a família pode ter dificuldades de obter alimentação, moradia, ou recursos para que a criança possa ir à escola bem vestida, como seus colegas. Essas situações podem levar ao desenvolvimento de certos comportamentos, que podem ser uma fuga da realidade problemática: insônia, falta de apetite.
Um terceiro grupo de fatores refere-se a características orgânicas: a criança muito gorda, muito alta ou muito baixa, em relação à média das crianças de sua idade, pode apresentar distúrbios na aprendizagem. Mais do que nos casos anteriores, talvez, neste caso é fundamental a compreensão e a ajuda do professor e dos colegas, para que a criança supere os efeitos psicológicos que podem resultar dessas características, quais sejam, os complexos de inferioridade ou de superioridade, o isolamento social, a inibição, etc.
12 – AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Na maior parte dos casos, numerosas avaliações produzem prejuízos para a aprendizagem, pois desenvolvem no aluno um. autoconceito negativo, uma consciência de que é incapaz, quando se sabe que todas as pessoas são capazes e querem aprender sempre mais.
Seis pontos mais importantes serão objetos de estudo neste capítulo: o que é avaliação, as etapas da avaliação, os instrumentos de avaliação, a interpretação dos resultados, o problema da reprovação e a auto avaliação. Pode-se medir o comprimento da sala de aula, a área do quadro-negro, a altura de Dagoberto, etc. Mas não se pode medir objetivamente o comportamento de uma pessoa, a aprendizagem de um aluno. Estamos falando de avaliação escolar - e avaliação escolar refere-se a aprendizagem.
12.2 Etapas da avaliação
A avaliação não é um momento, no final do processo de aprendizagem. A avaliação, na realidade, começa no planejamento: no estabelecimento dos objetivos a serem atingidos pelos alunos, ao final do processo, e na escolha das atividades que poderão levar os alunos a atingir esses objetivos. Duas perguntas devem ser respondidas pelo planejamento: O que devem saber fazer os alunos no final do processo? Que atividades podem levá-los a aprender.
O segundo passo é a realização das atividades planejadas. Se, ao final do processo, o aluno deve saber somar, durante o processo de aprendizagem deve realizar as atividades que podem levá-lo a esse objetivo: ouvir uma explicação do professor, acompanhar um exemplo feito pelo professor, conversar com os colegas a respeito, tentar fazer uma conta, etc. O terceiro passo é a verificação. Caso não tenha aprendido, volta-se ao mesmo ponto, lançando mão de atividades diferentes, próprias para a aprendizagem da soma.
Nas três etapas - planejamento, realização e verificação - é de importância fundamental o debate com os outros professores e técnicos da escola e a participação dos alunos.
Se os alunos participaram da escolha dos objetivos e das atividades e se desenvolveram as atividades, naturalmente estão em condições de verificar se alcançaram ou não os objetivos se as atividades foram adequadas ou não.
2° Múltipla escolha:
Assinale a alternativa correta:
A permanência do príncipe-regente no Brasil, contra a vontade das Cortes portuguesas, apressou.
. a abolição da escravidão.
B. a proclamação da república.
C. a independência do Brasil.
D. a abertura dos portos às nações amigas.
4°) Acasalamento:
Relacione a coluna da direita com a da esquerda, escrevendo antes de cada teoria o número do psicólogo que a defendeu:
1. Skinner Teoria psicanalítica
2. Bruner Teoria humanista
3. Maslow Teoria cognitiva
4. Freud Teoria do condicionamento
A elaboração de testes objetivos é demorada, mas sua correção é tão simples que pode ser feita por qualquer pessoa, desde que tenha a lista das respostas. Entretanto, na medida em que estimulam principalmente a memorização, esses tipos de teste tendem a limitar o desenvolvimento do pensamento e do raciocínio.
José Maria Teixeira Lima