Resumo de ETICA
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CONCEITO GERAL
A divisão dos Livros Os 17 livros do Antigo Testamento, de Isaías a Malaquias. São classificados como proféticos. Antigos eruditos dividiram estes livros em dois grupos: Os cinco livros: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel, foram designados como livros dos “Profetas Maiores”. Os outros 12 livros foram designados como livros dos Profetas Menores. Nesta seção estudaremos os chamados “Profetas Maiores”
Quem eram esses Profetas? Os livros dos profetas, formando quase um terço do Velho Testamento, contêm a doutrina e, em certos casos, a história pessoal dos profetas que apareceram isolados, a intervalos ou contemporaneamente, desde o séc. VIII ao séc. IV A. C. Este período é notável pelo largo desenvolvimento do pensar humano, e pelo aparecimento de ilustres orientadores do espírito em todos os países do globo Quando Jeremias e Ezequiel insistiam na pregação do culto interior e puro a Deus, na conduta sincera e na responsabilidade pessoal, Confúcio dava à religião da China uma forma definitiva, enquanto Sidarta na Índia lançava os fundamentos do Budismo. Na era dos profetas que surgiram depois do exílio, encontrava-se em elaboração a antiga religião grega, enquanto os filósofos da Jônia concebiam novos e elevados conceitos do universo e os dramaturgos da Ática representavam os mistérios da vida humana, sem esquecerem o espírito de justiça a que devia subordinar-se.
A Vocação de um Profeta
Os pregadores do séc. VIII não foram os primeiros profetas, no sentido que normalmente lhe atribuímos. Os diferentes nomes que a Escritura atribui aos profetas dizem algo do caráter e da natureza da obra desses homens excepcionais. O que vinha a ser então o profeta? Primeiramente um "homem de Deus", quer dizer mais intimamente ligado a Deus do que os outros homens, e, portanto, mais reto e mais justo do que eles Daí ser o profeta o "mensageiro DO SENHOR. Isto no que se refere ao poder e à autoridade do profeta. Mas, se atendermos ao fato de que era esse homem que explicava aos povos a mensagem divina, podemos ainda acrescentar aos epítetos do profeta o de intérprete. Também não se trata do emprego de meios semelhantes aos que se utilizavam na adivinhação ou no ocultismo. A "visão" do profeta resulta exclusivamente dum dom sobrenatural, independente da vontade do mesmo profeta. pois o objeto dessa visão é revelado por Deus. O uso das faculdades normais do profeta não fica em suspenso, como se pode deduzir da palavra "vidente", já que, quando mais não seja. a visão exige não pequeno esforço da parte do profeta, preparando-se para ela, as mais das vezes, com oração e com rogos. Embora unidos ao passado, interessavam-lhes, sobretudo, as circunstâncias do presente.
O Que Acontecia Na História
Durante os vários séculos da atividade dos profetas, a história de Israel e de Judá foi largamente afetada pelas ambições de três grandes países: Assíria, Babilônia e Pérsia. Jeroboão estendera as fronteiras do norte até aos limites do reinado de Davi, com exceção de Judá. Não obedecendo aos conselhos do profeta, o rei da Judéia, Acaz, pediu socorro à Assíria, a que Tiglate-Pileser III respondeu com a invasão duma grande parte de Israel, levando a população dos territórios invadidos e reduzindo o reino do norte a estreitas fronteiras. Isaías, que começou a sua missão profética no ano da morte de Uzias (cfr. Is 6), oferece-nos uma descrição real dos males sociais e religiosos do tempo de Jotão. Em virtude de Acaz, seu sucessor, não ouvir as advertências do profeta na altura da guerra entre a Síria e Efraim, Judá perdeu a sua independência, o que veio trazer conseqüências desastrosas para a vida religiosa da nação. Sofonias, ao profetizar o reinado de Amom, filho de Manassés, apresenta-nos também um esboço da sociedade do seu tempo. Entretanto, o poder da Assíria entrava no seu declínio. Ao findar o reinado de Assurbanípal (668 630 A. C.), a atenção do rei de tal modo se concentrava nos acontecimentos do oriente e do sul, onde as invasões citas se tornavam um perigo ameaçador, que o Egito podia à vontade consolidar a sua posição de reino independente.
1) DEUS É O LEGISLADOR ONIPOTENTE DO UNIVERSO.
É o Deus ou o Senhor dos Exércitos (Veja Am 5.27. O poder do Senhor manifesta-se ainda, e em larga escala, em todos os acontecimentos da história humana. Foi Ele quem retirou os israelitas do Egito e os levou para além de Damasco; (Veja: Am 5.27), quem levou o povo da Síria para Quir, de onde o tinha retirado (Veja: Am 1.5; Am 9.7). A Assíria é a vara da Sua ira (Veja: Is 10.5. A palavra "santo", referindo-se a Deus, atinge nos profetas um significado moral, enquanto O distingue do homem na sua existência e na sua essência como criatura. A intervenção DO SENHOR na vida dos homens e nas nações nada tem do capricho que freqüentemente se atribui aos deuses pagãos. Há sempre um motivo: a violação da lei da justiça, que é comum a Deus e aos homens.
3 É O DEUS DA ALIANÇA COM ISRAEL.
Deus só deseja o bem do Seu povo. Por isso não o entrega nas mãos dos inimigos, senão após inúmeros conselhos (Veja: Jr 25.4,11. Amós, apesar do realce que dá à justiça inexorável, em nome de Deus incita Israel a procurá-lo para viver (Veja: Am 5.4. Também Ezequiel, que tão profundamente descreveu a majestade e a santidade de Deus para os exilados, assevera-lhes que esse Deus não deseja a morte do ímpio, mas que se converta dos seus pecados e viva (Veja: Ez 18.23. Is 56.4-7) e até os confins da terra são convidados a procurar a salvação de Deus (Veja: Is 45.22. A doutrina que pregavam acerca do homem e dos seus problemas dependia diretamente da maneira como criam em Deus. A doutrina dos profetas era de caráter acidental, a maior parte das vezes apresentada negativamente, na descrição e na denúncia do pecado. Ora, enquanto a justiça implica a idéia do comportamento do homem . O pecado é que impede de se procurar e atingir o sumo bem afeta o culto e a conduta dos povos conduz à idolatria e afasta as almas do caminho do bem apontado pelo SENHOR. Os profetas defendem a causa das classes desprotegidas: os pobres, os órfãos, as viúvas, os escravos.e falam contra as prepotências dos ricos e dos poderosos.
c) Profecias Sobre a Vinda do Messias
Há a registrar ainda um aspecto importante da obra dos profetas, que não deve ser esquecido, se porventura queremos analisar até que ponto os profetas contribuíram na preparação de Israel para poder participar na redenção da humanidade. Como as outras nações, também Israel tinha um ideal em vista, pelo qual a pregação dos profetas chamou a atenção para a verdadeira vocação do país e procurou exaltar os ânimos com a visão dum futuro glorioso. que de longe ultrapassaria a história do passado. Embora, por causa do pecado. o país tivesse de sofrer a perda do território nacional, do templo e da própria independência, não tardaria a oportunidade em que o povo seria purificado e enriquecido, após uma restauração vitoriosa. e iria instruir os outros povos no conhecimento do Senhor, orientando-os no caminho da justiça. e da paz. Já tinha havido uma série de profecias relativas a essa Pessoa a começar pelas do Proto-evangelho (Veja: Gn 3.15. mas as que haviam de aludir mais diretamente ao Messias eram, sem dúvida, as dos profetas do séc. VIII em diante, que não se cansam de O apelidar Profeta, Sacerdote e Rei. Depois do exílio, Zacarias fala dum sacerdote que será ao mesmo tempo rei.
Profetas Menores
Os 12 livros dos profetas menores foram escritos durante um período muito extenso -- do século VIII ao III A.C. e por isso constituem fonte inestimável para o conhecimento da antiga civilização judaica, em seus aspectos sociais religiosos e políticos. Na tradição hebraica. são conhecidos pelo nome de tere asar que na língua aramaica significa 12 e estão colocados logo. depois do livro de Ezequiel. O país, que antes da praga era como um jardim do Éden depois dele será um deserto desolado. Pastor e podador de sicômoros, a vida profissional de Amós, terceiro dos profetas menores, se revela em seu estilo, cheio de imagens retiradas da natureza e da vida campestre. Consciente da corrupção interna do reino de Jeroboão II, e de que a moralidade social é um fator determinante da vida de um povo, repreende as classes ricas que exploram os trabalhadores. O livro que contém as profecias de Abdias, quarto dos profetas menores consiste em um único capítulo, e é o menor da Bíblia. O plano histórico em que desenvolvem essas profecias é o da invasão do sul da Judéia pelos edomitas, após a ruína de Jerusalém. Vai para Nínive, onde prega nas ruas, obtém o arrependimento do rei e do povo e assim evita o castigo. O livro é tido como uma preparação à revelação evangélica do amor de Deus, pela piedade demonstrada em relação a Jonas, salvo da morte, e a Nínive, salva da destruição. Contemporâneo de Isaías, Miquéias é um homem do campo, conhece as agruras do trabalho na terra e as injustas relações de dominação que os donos impõem aos empregados.
O PROFETA ISAÍAS
Quem era Isaias?
Entre a santa companhia dos profetas Isaías destaca-se como uma figura majestosa. Pela elevação e originalidade do seu pensamento, bem como pela qualidade superlativa do seu estilo, é único no Velho Testamento. O nome de seu pai era Amós (Veja: Is 1.1; Is 2.1), segundo uma tradição judaica irmão do rei Amazias; nesse caso, Isaías seria primo do rei Uzias. Era casado e chama a sua mulher "a profetisa" (Veja: Is 8.3); teve dois filhos Sear-jasub Veja: Is 7.3. e Maher-shalal-hash-baz Veja: Is 8.3), cujos nomes constituíam prenúncio dos acontecimentos que se avizinhavam e reforçavam a mensagem do profeta. Fora disto, pouco mais se sabe da sua vida além do que o livro que tem o seu nome nos revela. A influência mais destacada e mais perdurável na vida de Isaías foi, sem dúvida, a sua chamada pessoal e direta ao ministério profético dentro do recinto do templo depois da morte de Uzias. Provavelmente nada há em toda a literatura dos povos do Oriente que exceda a grandeza e dignidade deste trecho imortal, em Is 6. Ao entrar no recinto do templo, depara-se, de súbito, ao jovem Isaías esta visão solene e aterrorizadora- o Senhor nas alturas, o séquito celeste, os místicos serafins, o "chequiná" da santidade, a voz anunciando ao profeta, prostrado perante a majestade assim revelada, a missão de que era incumbido.
Quem escreveu este livro?
A Problemática Dos Capítulos 40-66
A questão em discussão é. Esta parte importante do livro de Isaías há muitos anos que apresenta espinhosos problemas de ordem crítica, e nenhum estudo do livro no seu conjunto seria completo sem referência a este assunto. O autor dirige-se a Israel como se tivesse já passado o tempo da sua servidão em Babilônia, e proclama a libertação do povo eleito como imediata. Porquanto, como parte da argumentação a favor da divindade única do Deus de Israel. Ciro vivo irresistível e já bafejado pelo triunfo, é apontado como prova insofismável de que se haviam começado a realizar as velhas profecias respeitantes à libertação de Israe. Se não tivesse já aparecido em cena, e em vésperas de atacar Babilônia com todo o prestígio dos seus triunfos constantes, grande parte dos capítulos 40 a 48 seria ininteligível. A evidência externa é toda a favor da unidade do livro; só nos últimos cem anos é que o problema surgiu.
Mostrou as coisas que aconteceriam até ao fim dos tempos, e as coisas escondidas antes de surgirem Eclesiástico 48.24-25. Quanto às referências, distribuem-se de forma quase igual entre as duas partes do livro, sendo as da parte final ligeiramente mais numerosas. Isto, em si, confirma a evidência externa e a tradição dos Pais da Igreja.
Profecias Messiânicas
Como estamos estudando sobre os profetas maiores e, especialmente o profeta Isaias, podemos observar na continuação do estudo, como é que ele fala sobre a vinda do Messias.
A Vinda do Senhor Jesus Cristo - o Messias - como salvador da humanidade, bem como sua obra e sofrimento foram profetizados muitos séculos antes do Seu nascimento. Deus usou homens santos para predizerem detalhadamente como seria o Messias, sua vinda e manifestação do Reino dos céus. Ressuscitado, está ao lado do Pai e em breve retornará para conduzir os eleitos à morada eterna. Observe bem as passagens proféticas do Livro de Isaias. Os livros do AT foram escritos em hebraico (uns pequenos trechos em aramaico). Os livros do NT foram escritos em grego. Os manuscritos mais antigos que temos da Bíblia inteira datam dos séculos IV e V d.C.. São escritos em grego e contêm, quanto o AT, a Septuaginta – uma tradução grega do AT hebraico feita no século III a.C.Os manuscritos mais antigos que conhecemos dos livros do AT foram feitos por volta de 900 d.C. Baseia-se neles o que é chamado Texto Massorético, e a partir destes foram feitas às traduções em português dos livros do AT.
O PROFETA JEREMIAS
INTRODUÇÃO
O Que Estava Acontecendo Na História Secular Quando Deus chamou Jeremias ao ministério profético em 626 A.C., a Assíria, senhora do mundo, sujeitara Judá ao seu domínio, cobrando-lhe tributo. Em resultado disso, em 596 A. C., Nabucodonosor, consolidado o seu poder na pátria, atacou Jerusalém, prendeu Jeoaquim, filho do rebelde e agora seu sucessor, e levou-o com algum do seu povo para o cativeiro. Ao mesmo tempo, pôs Zedequias no trono. Ver por exemplo, o capítulo 28, com o seu oráculo do jugo de ferro. Jeremias opunha-se vigorosamente a estes funcionários da corte. Falavam em nome do SENHOR quando, afinal Ele não lhes tinha ordenado que o fizessem. A repetição do assédio parece ter provocado uma crise. A confiança no Egito, portanto, só poderia abrir caminho à tragédia e ao exílio. Além disso, os inimigos do profeta serviam-se do nome do SENHOR para apóiar a sua política pró-egipcista. O estado como estado estava condenado, mas a fé no SENHOR e a fé do SENHOR no Seu povo escolhido permaneceriam e sobreviveriam àquele choque crucial. No corpo do comentário, apontam-se sempre os passos em que a versão dos Setenta parece derramar luz sobre o texto hebraico.
LAMENTAÇÕES
Cada um dos Megilloth era lido por ocasião de uma festividade anual, sendo que o livro de Lamentações era lido no nono dia de Ab (cerca de meados de julho aniversário da destruição do templo por Nabucodonosor rei da Babilônia. O capítulo 3 faz lembrar Sl 119 e 143 A atitude para com os poderes estrangeiros subentendida em Lm 4.17 certamente não é a do colaboracionista" Jeremias e não reflete a própria experiência do profeta. Em favor da data tradicional que é o período do exílio temos a nota de desânimo, de princípio ao fim do livro, que sugere um tempo antes do levantamento de Ciro, o persa. Rainha das determinações divinas luz radiante mulher doadora da vida, amada do céu e da terra a suprema. Segundo uma dessas tradições, ela é a filha do deus-céu Na segundo outra, descende da deusa-lua Nanna-Sin e é irmã do deus-sol Utu-Shamash. Da literatura cuneiforme dos acádicos e sumérios emergem diversas imagens de Inanna Ishtar ora é deusa do amor e da sexualidade, ora deusa da guerra, da chuva e do trovão e, mais tarde, a própria rainha do Universo. Fundada pelos acadianos (ou acádios) fora da zona de poderio sumério, a Babilônia ficava às margens do Eufrates, ao sul da futura Bagdá. Na origem, foi uma colônia comercial dentro do âmbito econômico sumério; mas, graças ao intenso tráfico mercantil e a sua estratégica posição geográfica, transformou-se, depois da queda da Suméria, em cidade independente e próspera, capaz de impor seu poder sobre o resto da Mesopotâmia, antes da era cristã.
O PROFETA EZEQUIEL
Observamos as seguintes características: insensibilidade a dor, calor ou temperatura; imobilidade; fácies hipocratica (uma face característica do morto, sem expressão); falta de respiração e circulação do sangue; resfriamento do corpo.3º ESQUELETIZAÇÃO – É a destruição total dos órgãos, mistura do que resta deles com a terra sobrando apenas os ossos.
Essa historia não começou no exílio. Deus os alertou para os perigos do pecado (Dt 30:15,19,20 quando fez o pacto com o povo 2º Só Deus tem poder para reconstruir a nossa vida a partir dos “ossos secos” que o pecado nos reduz, através do sacrifício de Jesus. É relatado a atividade do profeta Ezequiel durante o exílio na Babilônia, que dirige suas. mensagens a seus compatriotas cativos e também ao povo hebreu que ainda reside na Palestina. Ambos os grupos permaneceram obstinados e impenitentes, mesmo depois da captura de Jerusalém levada a cabo pelo rei babilônio Nabucodonosor, e do exílio de Joaquim, rei de Judá, que levou para Babilônia as pessoas preeminentes do país e os tesouros da casa de Deus e da casa do rei. Cairiam nos laços da religião e do materialismo babilônicos? Continuariam rebeldes contra Deus? Aceitariam o seu exílio como disciplina procedente dele? Haviam de enfrentar novas provações na terra de seu exílio.
TEOR DO LIVRO
Conforme demonstra o esboço do conteúdo (ver adiante o livro foi construído segundo um plano claramente definido e o escritor aderiu firmemente aos assentos de cada seção. Após a visão introdutória dos capítulos 1-3, Ezequiel se concentra quase exclusivamente em desnudar a iniqüidade de seu povo. A repetição da denúncia e da ameaça de condenação é tão constante a ponto de fazer o leitor recuar horrorizado, especialmente em vista do fato que, enquanto que outras obras proféticas iluminam suas ameaças com promessas, este elemento falta quase inteiramente na primeira seção do livro de Ezequiel. É curioso que Ezequiel faça silêncio quanto ao destino da Babilônia, o principal poder destruidor de Jerusalém. O ponto principal do ministério de Ezequiel foi ocasionado pela chegada de um mensageiro enviado de Jerusalém, anunciando a queda da cidade (Veja: Ez 33.21). Em face do consistente ceticismo do povo para com sua pregação, esse acontecimento constituiu a confirmação divina a seu ministério. Ver as notas introdutórias a esses dois capítulos, no corpo do comentário. A conclusão do livro (40-48) é o produto de uma mente devota que por longo tempo e afetuosamente ponderou a respeito da adoração de Israel em sua vindoura era de bênção.
INTRODUÇÃO AO LIVRO DO PROFETA DANIEL
SUA POSIÇÃO NA BÍBLIA
Na Bíblia hebraica o livro de Daniel se encontra na terceira divisão, os Hagiographa e não na segunda na qual aparecem os livros proféticos. A razão disso não é que Daniel tenha sido escrito depois dos livros proféticos. Em algumas listas, pode-se observar Daniel é incluído na segunda divisão do cânon Entretanto, o motivo pelo qual Daniel veio a ser colocado na. posição que atualmente ocupa depende da posição de seu escritor na economia do Antigo Testamento. No monte Sinai no deserto, o Deus do céu e da terra depositou Sua afeição de modo peculiar sobre Israel escolhendo essa nação para ser Seu povo e declarando que Ele seria seu Deus. Israel deveria ser uma nação santa uma luz para iluminar os gentios e dar testemunho do conhecimento salvador do verdadeiro Deus a todos. Dessa ocasião em diante, tanto nos reinos do norte como do sul, a iniqüidade passou a caracterizar o povo, pelo que Deus anunciou Sua intenção de destruí-los cfr. O livro de Daniel, um produto do exílio, serve para mostrar que o próprio exílio não seria permanente. Enquanto esses impérios estivessem em existência, entretanto, o Deus do céu erigiria outro reino que, diferentemente dos reinos humanos, seria ao mesmo tempo universal e eterno. A única obra que pode com justiça ser-lhe comparada é o livro neo testamentário do Apocalipse.
QUEM ESCREVEU
O livro de Daniel é um produto do exílio e foi escrito pelo próprio Daniel. Finalmente, uma aprovação indireta à autenticidade do livro parece encontrar-se nas seguintes passagens do Novo Testamento Mt 10.23 Mt 16.27 e segs Mt 19.28; Mt 24.30; Mt 25.31 Mt 26.64. Na Igreja Cristã tem sido tradicionalmente mantido, devido às reivindicações do próprio livro, que o Daniel histórico foi seu autor. A primeira dúvida conhecida a ser lançada sobre esse ponto de vista veio da parte de Porfírio de Tiro (nascido cerca de 232-233 A C um vigoroso oponente do Cristianismo, que sustentava que essa obra era produto de um judeu que vivera no tempo dos macabeus. Segundo é alegado, porém, este último uso só teve origem muito depois do tempo de Daniel. Em Berossus, igualmente (registrado na obra de Josefo Contra Apionem. 1.20) há certo reflexo sobre o fato da loucura do rei. A objeção a ter sido Daniel autor do livro também tem sido apresentada baseada no fato que a linguagem aramaica, na qual uma porção do livro foi escrita, pertence a um período posterior ao de Daniel. É perfeitamente possível que o aramaico no qual o livro de Daniel se encontra escrito seja simplesmente uma modernização do aramaico no qual o livro foi originalmente composto. A questão da autoria do livro deve ser estabelecida sobre outras bases que não a da linguagem em que foi escrito.
Jose Maria Teixeira Lima