Resumo de ETICA
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Desde os tempos remotos o ser humano, vivendo em sociedade, tinha consciência de que noutras partes do globo terrestre havia semelhantes seus habitando o planeta.
Em cada local grupo de pessoas com cor diferente, costumes diferentes e adorando um ser superior à sua maneira.
Foi assim que surgiu a antropologia, da necessidade de conhecer esses diferentes grupos de pessoas. Atualmente a antropologia estuda todos os seres humanos. A antropologia analisa o ser humano desde sua origem, suas características biológicas e culturais. A antropologia passou a ser vista como ciência a partir dos grandes descobrimentos realizados por navegadores e viajantes europeus.
O ponto de similitude dos primeiros antropólogos foi a distância do objeto de seu estudo, o qual consistia sempre em homens pertencentes a culturas diferentes da européia e dela geograficamente afastadas. Já a moderna antropologia alarga seu estudo às sociedades industriais, como também às grandes concentrações urbanas.
A Antropologia é subdividida em antropologia física e antropologia cultural, esta última comumente assimilada ao conceito de etnologia.
Desde a segunda metade do século XIX a antropologia cultural começou a ser considerada uma ciência humana, com as limitações e ambigüidades próprias dessa categoria científica, enquanto a antropologia física continuou desenvolvendo seus métodos de trabalho -- medição e estabelecimento de correlações entre as medidas encontradas -- como uma ciência natural.
A arqueologia pré-histórica e a lingüística se relacionam de perto com a antropologia. Aquela, necessária para conhecer o pretérito das sociedades, pode esclarecer em grande escala seu presente. Esta, a lingüística, é muito importe para a antropologia, tanto pelo conhecimento do idioma quanto porque muitos conceitos elaborados pelos lingüistas são fundamentais para a análise de determinados aspectos das sociedades. v.g. a concepção da sociedade como uma rede de comunicação, a análise estrutural ou a forma em que se organiza a experiência vital do sujeito de uma comunidade em estudo.
A tônica distintiva em ter a sociologia e a antropologia é o objeto de seus interesses. O sociólogo se dedica ao estudo das sociedades modernas, já o antropólogo pesquisa, em regra, as sociedades primitivas.
Com efeito, o estudo das sociedades coloniais e de seu rápido processo de aculturação e modernização social fez desenvolver um campo intermediário no qual fica difícil estabelecer os limites entre o trabalho sociológico e o trabalho antropológico. Nesse terreno intermediário surgiu a chamada antropologia social.
A psicologia permitiu à antropologia cultural utilizar novas bases para o estudo da relação entre o indivíduo e a sociedade em que vive, da formação da personalidade e de outros aspectos que interessam igualmente às duas ciências. A psicanálise, em particular, impulsionou o desenvolvimento do conceito de cultura a partir de novas bases.
Via de mão dupla entre a história e a antropologia, haja vista que aquela proporcionou aos antropólogos muitos dados impossíveis de obter pela observação direta, assim como esta pôs à disposição dos historiadores novos métodos de trabalho, como os que se aplicam à análise da tradição oral.
A geografia humana,assim como a antropologia, atribui importância aos diferentes usos do espaço por parte do homem, à transformação do habitat natural etc. Elas se relacionam, também, com a ecologia humana.
Na Bíblia vemos a indagação de Jó: “... Que é o homem, para que faças caso dele, para que te ocupes dele, para que o inspeciones cada manhã e o examines a cada momento?"
O pensador grego Protágoras afirmou: "O homem é a medida de todas as coisas".
Na tragédia Antígona, de Sófocles picamos: "Muitas são as coisas grandiosas dotadas de vida, mas a mais grandiosa de todas é o homem".
O ser humano é entendido pela filosofia e abordado, em cada um de seus aspectos particulares, pela biologia, antropologia, história, medicina e outras disciplinas que o têm por objeto.
Na definição do ser humano procura respostas para algumas perguntas essenciais, tal como:
(i) Qual a natureza ou a essência do homem?
(ii) Como se distingue ele dos outros seres orgânicos, especialmente dos animais superiores?
(iii) Essa distinção é essencial e absoluta, ou apenas uma variação de grau?
(iv) Qual o lugar do homem no mundo?
(v) Qual sua missão ou seu destino?
(vi) Como se relaciona com Deus ou com absoluto?
A noção ocidental de homem como indivíduo tem como ponto de partida o pensamento grego. Para Sócrates e Platão, cada ente só pode ser definido se todos os seres do universo estiverem classificados segundo certas articulações lógicas e ontológicas.
Na definição de Aristóteles o homem é um animal racional. Esta é a tônica distintiva entre o homem e os outros animais.
A visão do homem como ser criado é comum ao judaísmo e ao cristianismo e exerceu forte influência sobre todas as concepções filosóficas relacionadas com essas religiões e também com o islamismo.
Na concepção judaico-cristã, o homem está suspenso entre dois mundos: o finito e infinito.
Para as ciências naturais, do ponto de vista da estrutura anatômica o homem encontrar-se-ia imerso em sua animalidade. E, no das faculdades reflexivas estaria pairando sobre o mundo, isolado da natureza. Dessa dupla abordagem se depreende a originalidade do fenômeno humano.
As tentativas de inserir o homem na ordem dos primatas não primam pela precisão, uma vez que as diferenças de detalhes são complexas e controversas. Exemplos: a) o tamanho, e mais ainda, a complexidade do cérebro humano em relação ao dos primatas não-humanos constitui o principal ponto de diferenciação anatômica; b) a postura ereta é também um aspecto importante.
Para a sociologia, o homem, como ser social, é resultado de processos sociais e de cultura que antecedem ao aparecimento do indivíduo.
A espécie Homo sapiens faz parte do gênero Homo, o que deixa aberta a possibilidade de existência de outras espécies.
A classificação do homem a partir do modelo zoológico introduziu o conceito diferencial de raça e, ao mesmo tempo, tornou possível definir a espécie por outros aspectos que não a racionalidade.
A antropologia preocupou-se com os problemas da origem e da filiação da espécie. Outra contribuição ao aprofundamento da perspectiva antropológica foi o estudo da herança cultural.
2 - ANTROPOLOGIA CULTURAL
O conceito de cultura: "Cultura... é o complexo no qual estão incluídos conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e quaisquer outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade." Edward Burnett Tylor, antropólogo inglês, nos parágrafos iniciais de Primitive Culture (1871; A cultura primitiva).
Vejamos outros conceitos de cultura, por diversos antropólogos: o americano Melville Jean Herskovits descreveu a cultura como a parte do ambiente feita pelo homem; Ralph Linton, como a herança cultural, e Robert Harry Lowie, como o conjunto da tradição social. No século XX, o antropólogo e biólogo social inglês Ashley Montagu a definiu como o modo particular como as pessoas se adaptam a seu ambiente. Nesse sentido, cultura é o modo de vida de um povo, o ambiente que um grupo de seres humanos, ocupando um território comum, criou na forma de idéias, instituições, linguagem, instrumentos, serviços e sentimentos.
A cultura é uma herança que o ser humano recebe ao nascer. Desde o momento em que é posta no mundo, a criança começa a receber uma série de influências do grupo em que nasceu: as maneiras de alimentar-se, o vestuário, a cama ou a rede para dormir, a língua falada, a identificação de um pai e de uma mãe, e assim por diante.
Há diferença entre herança e herança biológica. O homem ao nascer recebe essas duas heranças: a herança cultural lhe transmite hábitos e costumes, ao passo que a herança biológica lhe transmite as características físicas ou genéticas de seu grupo humano.
O termo aculturação é usado em antropologia para designar o contato entre duas ou mais culturas diferentes, bem como as transformações decorrentes em cada uma delas, por força desse contato.
A antropologia cultural estuda o homem integrado em seu contexto social, psicológico, biológico, físico e teológico, apreciando o seu comportamento, valores, hábitos, língua e crença.
O conceito chave da Antropologia Cultural é a cultura, mostrando a sua beleza, singeleza, simplicidade, complexidade e arquitetura relacional. A antropologia cultural é o espelho do homem refletido na sociedade; ela apanha todo o sistema de valores, de comportamento, de atitudes e expressões e reflete tudo isto numa expressão cultural distinta.
Antropologia da Religião É o ramo da antropologia que dedicado ao estudo das crenças religiosas do povo. A religião é a maior expressão da crença de um povo. A religião é uma das instituições sociais universal em todas as culturas.
Etnoteologia é a área de estudo relacionada com a apresentação do evangelho e os modelos culturais relevantes na cultura receptora. “Etnoteologia é a disciplina concernente a desculturalização (separação da cultura) e contextualização da teologia”.
A Bíblia é a única Regra de Fé e Prática, e a única fonte de confiança do cristão. A veracidade e autoridade final da Bíblia sobrepõem a todas outras ciências e argumentos.
A Bíblia é a revelação divina, possui inspiração divina e tem autoridade divina. Deus se revelou a si mesmo na Bíblia (2Tm 3.16). Revelação divina é Deus comunicando a verdade para o homem, e inspiração divina é a influência divina que garante a transferência fiel daquela verdade revelada.
O estudo da etnologia mostra que a Bíblia é sagrada e infalível, mas a transmissão da mensagem está atada à cultura. É preciso então distinguir o que é uma verdade bíblica absoluta, e o que é um aspecto cultural expresso na passagem bíblica.
Cosmovisão é a maneira pela qual as pessoas vêm ou percebem o mundo, a maneira pela qual elas entendem o mundo ao seu redor e percebem sua participação e localização neste mundo. É a compreensão pessoal da realidade ao redor e do que elas são.
Entender a cosmovisão é o ponto de partida para estabelecer uma ponte naquela cultura pessoal e naquela mentalidade formada, a verdade transcultural do evangelho de Cristo.
Partindo do campo da Antropologia entramos no campo da Teologia, que é o estudo de Deus, sendo a Bíblia um documentário histórico da revelação de Deus aos homens.
Teologia é a idéia, o pensamento, o conhecimento que o homem tem acerca de Deus, e a religião é a prática, nela o homem expressa em atitudes, ações e hábitos o que esse conhecimento de Deus produziu nele.
3 - MITOS E TEORIAS DA CRIAÇÃO
Um mito é uma narrativa tradicional com caráter explicativo e/ou simbólico, profundamente relacionado com uma dada cultura e/ou religião. A explicação mítica é contrária à explicação filosófica. Esta, procura, através de discussões, reflexões e argumentos, saber e explicar a realidade com razão e lógica. Já o mito não explica racionalmente a realidade, procura interpretá-la a partir de lendas e de histórias sagradas, não tendo quaisquer argumentos para suportar a sua interpretação.
É cediço que todas as culturas têm seus mitos, alguns dos quais são expressões particulares de arquétipos comuns a toda a humanidade. Mito não é o mesmo que fábula, conto de fadas, lenda ou saga.
4 - A BÍBLIA E A CRIAÇÃO
A descrição da criação pela Bíblia é uma narração dos acontecimentos que não seriam compreendidos, se fossem descritos com a precisão formal da ciência. É neste estilo simples, mas expressivo que a divina sabedoria se manifestou claramente aos homens, indo assim ao encontro das necessidades de todos os tempos. Os fatos apresentam-se numa linguagem abundante e rica, que é possível incluir todos os resultados das pesquisas científicas. O primeiro capítulo do Gênesis não há dúvida que supõe a revelação divina.
O Livro do Gênesis, capítulos 1 e 2, revelou a origem do mundo mais de dois milênios antes que a ciência viesse a decifrá-la e de acordo com os teóricos da “Teoria Geológica da Criação” os dias da semana são divisões do tempo, da mesma forma que anos e eras e que a substituição de um pelo outro não altera em nada o sentido do texto, cujo foco é colocar Deus como origem da criação.
Segundo os teóricos da TGC o autor quer dizer que Deus criou o mundo e não como Deus criou e em quanto tempo a criação foi consumada. A ação criadora em seis dias e o descanso no sétimo tem por objetivo claro a instituição sagrada do repouso dominical (sábado para o judaísmo), não o tempo gasto por Deus para fazer os elementos da Criação.
Baseados em motivos meramente teóricos, vários comentadores supõem que a criação original de Deus foi destruída por uma terrível catástrofe. Trata-se duma teoria, ainda hoje muito seguida, para resolver certos problemas que, no fim de contas, continuam insolúveis, e é contestada por fortes argumentos lingüísticos. A chamada teoria da "lacuna" não assenta em bases firmes e é desmentida pela própria Geologia.
A criação descrita na Bíblia destaca que Deus criou tudo do nada. A expressão No princípio é enfática, e chama a atenção para o fato de um princípio real. Outras religiões antigas, ao falarem da criação, afirmam que esta ocorreu a partir de algo já existente. Referem-se à história como algo que ocorre em ciclos perpétuos. A Bíblia olha para a história de modo linear, com um alvo final determinado por Deus. Deus teve um plano na criação, o qual Ele levará a efeito.
Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto-existente e como a Causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. Conforme afirma Moisés: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Sl 90.2).
A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas (Gn 1.2). Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínimo vestígio de luz. Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas (Gn 1.3-5), deu forma ao universo (Gn 1.6-13) e encheu a terra de seres viventes (Gn 1.20-28).
O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está declarado: “E disse Deus...” (Gn 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24, 26). Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam (Sl 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3).
Claro é que a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação.
Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder (Sl 19.1; cf. 8.1).
5 - TEORIAS DA ORIGEM DO HOMEM
A teoria da evolução, também chamada evolucionismo, afirma que as espécies animais e vegetais existentes na Terra não são imutáveis, mas sofrem ao longo das gerações uma modificação gradual, que inclui a formação de raças e espécies novas.
Em 1859, Charles Darwin publicou The Origin of Species (A origem das espécies), livro de grande impacto no meio científico que pôs em evidência o papel da seleção natural no mecanismo da evolução. Darwin partiu da observação segundo a qual, dentro de uma espécie, os indivíduos diferem uns dos outros. Há, portanto, na luta pela existência, uma competição entre indivíduos de capacidades diversas. Os mais bem adaptados são os que deixam maior número de descendentes.
Darwin formulou a teoria da evolução baseando-se em certas descobertas científicas. Sua teoria sustenta, em resumo, que “que no princípio houve matéria inerte”. Ele acreditava que a conjunção casual de certos produtos químicos deu origem a um composto que, por sua estabilidade e características superiores, adquiriu a capacidade de sobreviver, adaptar-se e reproduzir-se.
A teoria da evolução sustenta que todo ser vivo foi criado por um processo casual, por uma série de erros ou acidentes nas transferências dos códigos genéticos de uma geração para a seguinte. Esta idéia é tão absurda quanto as antigas crenças pagãs, sobre as quais há muito tempo disse Rabi Akiva: “tal como a construção é o testemunho do construtor, assim o mundo é testemunha do criador”.
A própria teoria da evolução se contradiz. É uma tentativa de explicar por que parece haver um método no desenvolvimento da vida. No entanto, este método aparente deve ser obra das leis da natureza que, por sua vez, não podem ser consideradas metódicas, mas sim casuais. Mesmo quando não se possa afirmar que estas leis tenham algum propósito, o mecanismo por meio do qual operam – seleção e adaptação natural – está definitivamente dirigido segundo um certo objetivo.
A razão mais importante para a ampla aceitação da teoria da evolução entre os seculares é o fato de que ela é lecionada nas escolas – e mesmo nas universidades – como um fato cientificamente comprovado. Destarte, não é de se espantar que muita gente acredite que esta teoria seja uma verdade incontestável.
Muitos cientistas estão dispostos, erroneamente, a sair dos limites de suas disciplinas. Este fato tem sido a causa da cautela com que muitos sábios judeus consideraram as ciências através da história.
O criacionismo foi durante muito tempo à explicação mais aceita sobre a Criação e desenvolvimento do Universo e da vida. Mas durante vários séculos até a era contemporânea, com o avanço das ciências naturais e o seu posterior desvinculamento da religião, novas explicações foram deduzidas sobre a origem do Universo, do planeta Terra e da vida.
Essas transformações geraram e até hoje geram um enorme conflito entre certos grupos religiosos, onde os cristãos se configuram como os principais proponentes dessa polêmica que pode ser definida pelo seu mais famoso embate: Criacionistas x Evolucionistas.
O criacionismo judeu não se difere muito do criacionismo cristão, já que compartilham da mesma história da Criação. As vertentes também não se alteram, existindo criacionistas e evolucionistas teístas. As únicas coisas que se alteram são as interpretações dadas a Criação e como ela vem refletir na religiosidade do adepto. A maior parte dos judeus se considera evolucionista teísta, embora os criacionismo mais literais ganhassem enorme espaço entre os segmentos Ortodoxos do judaísmo.
O criacionismo islâmico se difere muito pouco dos demais. Em questões de Criacionistas literalistas, divergem em algumas passagens do Gênesis da Bíblia já que o Alcorão é que apresenta um relato mais sofisticado, enquanto a Criação contida na Bíblia seria uma corrupção do verdadeiro relato.
O criacionismo cristão é dividido em três grupos principais:
(i) Criacionismo da Terra jovem: acreditam que o Universo e a Terra tenham sido criados recentemente (aproximadamente de 6 a 10 mil anos atrás) e toda a vida contida nele de acordo ao texto de Gênesis (literalistas).
(ii) Criacionismo da Terra antiga: acreditam que a Terra foi criada em um período remoto entrando em acordo com a idade estimada pela ciência de 4,5 bilhões de anos.
(iii) Evolucionismo teísta: acreditam que o Universo, o planeta Terra e vida foram criados por Deus, mas diferem dos outros grupos criacionistas por aceitarem completamente a Teoria da Evolução, vendo ela como uma ferramenta para com a qual Deus construiu a vida na Terra.
6 - A CONSTITUIÇÃO DO HOMEM
Os dois primeiros capítulos de Gênesis fornecem a descrição bíblica no que diz respeito à criação do homem. A primeira narrativa que é encontrada em Gênesis 1.26,27 é de natureza mais geral. A Segunda, em Gênesis 2.4-25, fornece alguns detalhes a mais; é o complemento da primeira. Deus é o criador do homem.
A Bíblia afirma que os seres humanos foram criados à imagem de Deus (Gn 1.26).
Ao estudarmos as partes constituintes da natureza do homem, desejamos reiterar que cremos ser ele o resultado de uma criação especial de Deus, e é assim que consideraremos toda a constituição do homem, como vindo da parte de Deus.
Há duas correntes teológicas de interpretação para a composição físico-espiritual do ser humano, dicotomistas e tricotomistas. Os primeiros (dentre eles Calvino) entendem que o homem se compõe de duas partes ou divisões: a material e a espiritual (corpo e alma), eis que para eles a alma e espírito são a mesma coisa. Já os segundos, tricotomistas, o homem se compõem de três partes, a saber, espírito, alma e corpo.
É através do corpo físico que o homem entra em contato com o mundo material. Portanto, podemos classificar o corpo como aquela parte que nos dá consciência do mundo.
A alma inclui o intelecto, que nos ajuda no presente estado de existência e as emoções, que procedem dos sentidos. Visto que a alma pertence ao próprio ego do homem e revela sua personalidade, ela é denominada a parte de autoconsciência.
O espírito é aquela parte pela qual nós temos comunhão com Deus e somente pela qual podemos compreendê-Lo e adorá-Lo. Por indicar nosso relacionamento com Deus, o espírito é denominado o elemento da consciência de Deus. Deus habita no espírito, o eu habita na alma, enquanto que os sentidos habitam no corpo.
Destes três elementos, o espírito é o mais nobre porque ele se une com Deus.
É Imperativo que um crente saiba que tem um espírito e que toda comunicação de Deus com o homem ocorre ali.
Se o crente não discerne seu próprio espírito, ele, invariavelmente, desconhece como comungar com Deus no espírito. Substitui, facilmente, os pensamentos ou emoções da alma pelas obras do espírito. Dessa forma, ele confina a si mesmo à esfera exterior, sempre incapaz de alcançar a esfera espiritual.
A Bíblia Sagrada registra o ser humano possuí um espírito humano. Este espírito não é sinônimo da nossa alma, nem é o mesmo que o Espírito Santo.
Nós adoramos a Deus neste espírito: 1 Coríntios 2.11 fala do “espírito do homem que nele está”; 1 Coríntios 5.4 menciona “meu espírito”. Romanos 8.16 diz “nosso espírito”; 1 Coríntios 14.14 usa “meu espírito”; 1 Coríntios 14.32 fala dos “espíritos dos profetas”; Provérbios 25.28 faz alusão ao “seu próprio espírito”; Hebreus 12.23 registra “os espíritos dos justos aperfeiçoados”; Zacarias 12.1 declara que “o Senhor... formou o espírito do homem dentro dele”.
É no espírito que Deus nos regenera, nos ensina e nos conduz ao Seu descanso. Mas, lamentavelmente, devido aos longos anos de cativeiro à alma, muitos cristãos conhecem muito pouco do seu espírito. Devemos estremecer diante de Deus e pedir a Ele que nos ensine através da experiência, o que é espiritual e o que é da alma.
7 - A QUEDA DO HOMEM
O homem que Deus formou possuía um espírito semelhante àquele dos anjos e ao mesmo tempo tinha uma alma parecida com a dos animais inferiores. Quando Deus criou o homem Ele lhe deu uma liberdade perfeita, não era uma máquina dirigida por Deus, ao revés possuía perfeita liberdade de escolha.
O propósito original de Deus é que a alma humana receba e assimile a verdade e a essência da vida espiritual de Deus.
Sabemos que a alma do homem escolheu a árvore do conhecimento do bem e do mal, ao invés da árvore da vida. Porém, não está claro que a vontade de Deus para Adão era que ele comesse do fruto da árvore da vida? Sim, porque antes de proibi-lo de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e adverti-lo que no dia em que dele comesse morreria (Gn 2.17), Ele primeiro ordenou que Adão comesse livremente de toda árvore do jardim e propositalmente mencionou a árvore da vida no meio do jardim. Quem pode dizer que isto não é assim?
Satanás sempre usa a necessidade física como o primeiro alvo de ataque. Ele mencionou simplesmente o comer do fruto a Eva, uma coisa totalmente física. Em seguida, ele prosseguiu para seduzir sua alma, insinuando que pela satisfação seus olhos seriam abertos para conhecer o bem e o mal. Embora tal busca pelo conhecimento fosse perfeitamente legítima, a conseqüência, não obstante, conduziu seu espírito a uma rebelião franca contra Deus, pois ela compreendeu erradamente a proibição de Deus, como se brotasse de uma má intenção. A tentação de Satanás alcança primeiro o corpo, depois a alma e finalmente o espírito.
Devemos observar, cuidadosamente, que a alma é onde o homem expressa sua vontade livre e exerce seu próprio domínio. Por esta razão, a Bíblia sempre registra que é a alma que peca. Por exemplo: “o pecado da minha alma” (Mq 6.7), “a alma que pecar” (Ez 18.4,20). E nos livros de Levítico e Números freqüentemente menciona-se que a alma peca. Por quê? Porque é a alma que escolhe pecar. Nossa descrição de pecado é: “A vontade aceita a tentação”. O pecar é um vontade da alma; por conseguinte, a expiação deve ser para a alma: “Quando derem a oferta do Senhor, para fazerdes expiação por vossas almas” (Êx 30.15); “Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas” (Lv 17.11); “Para fazer expiação pelas nossas almas perante o Senhor” (Nm 31.50). Visto que a alma é que peca, conclui-se que é a que precisa ser expiada. E ela só pode ser expiada além disso, por uma alma:
Adão vivia pelo fôlego de vida tornando-se o espírito nele. Pelo espírito ele percebia a Deus, conhecia a voz de Deus e comungava com Deus. Ele possuía uma consciência muito aguda de Deus, mas depois de sua queda seu espírito morreu.
Quando Deus falou com Adão no princípio Ele disse: “no dia em que dela comeres (o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal) certamente morrerás” (Gn 2.17). Entretanto, Adão e Eva continuaram a viver por centenas de anos depois de comerem do fruto proibido. Obviamente, isto indica que a morte predita não era física. A morte de Adão começou no seu espírito.
Enquanto o homem está em seu estado da alma, ele freqüentemente sente a insegurança desta era, e, por isso, também busca a vida eterna da era vindoura. Mas mesmo que o faça, ainda é impotente para descobrir a Palavra da vida pelo seu muito pensar e teorizar. Quão indignos de confiança são os raciocínios humanos! Freqüentemente observamos como pessoas muito inteligentes colidem em suas diferentes opiniões. As teorias conduzem o homem facilmente ao erro. São castelos no ar, atirando-o nas trevas eternas.
O pecado matou o espírito: morte espiritual então, torna-se a porção de todos, pois todos estão mortos em delitos e pecados. O pecado levou a alma a ser independente: a vida da alma é, portanto, uma vida egoísta e obstinada. O pecado finalmente deu autoridade ao corpo: a natureza pecaminosa conseqüentemente reina através do corpo.
8 - O HOMEM SOB TRÊS ASPECTOS
O Homem natural
O homem natural é o que não experimentou a regeneração. Vive segundo a natureza pecaminosa e decaída desde a queda ocorrida no Éden. Ele está perdido. A menos que aceite a Jesus, não há solução para ele. Esse homem não pode ser reformado nem melhorado. Ele tem de ser transformado pelo poder do Espírito Santo (Rm 8.9; 7.18).
O Homem Natural não compreende as coisas de Deus. Sua mente carnal não alcança nem valoriza as coisas divinas porque não tem o Espírito Santo. Ele não entende as coisas de Deus. Para entender é preciso primeiro compreender. Ele não discerne as coisas de Deus porque elas são espirituais. Na natureza carnal, não habita bem algum de ordem espiritual (Rm 7.18). Eis mais alguns textos sobre o homem natural: em Ef 2.3; At 26.14; 2Pe 2.12. Ele desconhece completamente as coisas sobrenaturais de Deus. Ele só entende as coisas físicas, materiais; as coisas deste mundo; desta vida.
O Homem espiritual
É o controlado e dirigido pelo Espírito Santo. O seu “eu” está vivo, mas se acha crucificado com Cristo (Gl 2.20, Rm 6.11). O plano (e a vontade) de Deus é que sejamos espirituais (Rm 12.1,2). Ver mais sobre o homem espiritual em Gl 6.1; 1Pe 2.5; Hb 5.14.
O homem espiritual é cheio do Espírito Santo, o qual possibilita-o a viver para Deus. Sendo cheio do Espírito Santo, esse crente dá fruto espiritual automática e abundantemente para Deus, uma vez que esse fruto, de que fala a Bíblia, não vem do esforço humano: vem da natureza divina do Espírito que age com toda a liberdade na vida do crente (2Pe 1.4). O homem espiritual tem a mente de Cristo. E, pelo Espírito Santo, discerne bem a tudo (1Co 2.16).
O homem carnal
Pelo contexto desta passagem e de outras congêneres, vê-se que o homem carnal é crente e salvo. Não obstante, sua vida cristã é mista, dividida e marcada por constantes subidas e descidas. Ele é um crente que “começa pelo Espírito e termina pela carne” (Gl 3.3). É chamado carnal porque a velha natureza adâmica, herdada da raça humana, nele prevalece; ainda não foi subjugada pelo Espírito Santo (Rm 8.13).
Conforme está escrito em Rm 6.11, não é o pecado que morre dentro do crente, o crente é que deve morrer para o pecado e viver para Deus. Também, conforme Gl 6.14, não basta o mundo estar crucificado para o crente; o crente é que tem de estar crucificado para o mundo. Um dos grandes perigos na vida cristã consiste em se descer da cruz. Essa é uma mensagem para quem já é discípulo de Cristo (Mt 16.24; Lc 14.27).
9 - A ORIGEM DA ALMA E DO ESPÍRITO DO HOMEM
O relato original da criação indica marcante distinção entre a criação do corpo e da alma. Aquele é tomado da terra, ao passo que esta vem diretamente de Deus. Esta distinção se mantém através de toda a Bíblia, onde o corpo e a alma não somente são apresentados como substâncias diferentes, mas também como tendo origens diferentes (Ec 12.7; Is 42.5).
É claramente mais coerente com a natureza da alma humana. A natureza imaterial e espiritual, e portanto indivisível, da alma do homem, geralmente admitida por todos os cristãos, é expressamente reconhecida pelo criacionismo.
Evita perigos latentes na área da cristologia, e faz maior justiça à descrição escriturística da pessoa de Cristo. Ele foi verdadeiro homem, possuindo verdadeira natureza humana, corpo real e alma racional, nasceu de mulher, fez-se semelhante a nós em todos os pontos e, todavia, sem pecado. Diversamente de todos os outros homens, Ele não participou da culpa e corrupção da transgressão de Adão. Isso foi possível porque Ele não compartilhou a mesma essência numérica que pecou Adão.
O Salmo 127.3 diz: "Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão". Isso indica que não só a alma, mas também toda a pessoa da criança, incluindo seu corpo, é dádiva de Deus.
Não é possível conceber que a mãe e o pai sejam somente eles responsáveis por todos os aspectos da existência do filho. Disse o salmista: Salmo 139.13 "Tu me teceste no seio de minha mãe".
Isaías 42.1 O profeta afirma que Deus dá fôlego às pessoas da terra e "espírito aos que andam nela".
A Bíblia ensina que o homem veio à existência por um ato criativo de Deus, e nesse ato criativo, conforme o relato bíblico, encontramos certas particularidades que fazem com que o homem se diferencie dos outros seres vivo. Em Gn 2.7 diz: "Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente", fica evidente que o ser humano é constituído de dois elementos: material e imaterial.
Na união destes dois elementos o homem passa a ser alma vivente. Essa união deu origem a três grandes teorias que buscam explicar a origem da alma e se tem ou não afinidade com a raça. Ficou claro que a teoria preexistencialista não tem fatos que à apóiem. Enquanto as teorias criacionista e traducionista têm respaldo bíblico.
De acordo com os pontos favoráveis e as objeções apresentadas, a teoria traducionista merece preferência porque ela melhor se harmoniza com a Escritura, com a teologia e com uma concepção apropriada da natureza humana. Ao mesmo tempo, conforma-se com o teor geral das Escrituras, que dizem ter sido a humanidade criada por Deus em Adão. Faz do homem um todo homogêneo, e livra o Criador Supremo da responsabilidade direta ou indireta, no atual estado moral e espiritual da humanidade.
E as muitas objeções apresentadas podem ser respondidas como por ex. a participação de Cristo ter tomado a natureza pecaminosa de Maria. A isto replicamos que Sua natureza foi perfeitamente santificada em e por Sua concepção pelo Espírito Santo; ou melhor, a natureza humana que Ele tomou de Maria foi santificada antes dEle tê-la tomado para Si (Lc 1.35; Jo 14.30; Rm 8.3; 2Co 5.21; Hb 4.15; 7.26; 1Pe 1.19; 2.22), foi livrada tanto da condenação quanto da corrupção do pecado. Alegam também que se o primeiro pecado de Adão e Eva foi imputado ao homem devido à chefia natural de nossos primeiros pais.
E mais o ato criador do corpo e do espírito é atribuído a Deus, indistintamente, sem qualquer diferença. O homem, porém, dotado de protoplasma genético, é o meio instrumental, usado por Deus, para consecução dos seus planos criativos. Sendo assim, Deus cria e o homem, em cumprimento da lei divina da genética, gera filhos e filhas na sua composição biológica integral.
Em suma segundo a Bíblia, Deus é o Criador da relva, das ervas e das árvores (Gn 1.11), embora criasse primeiro a terra e a mandasse, depois, produzir erva. Assim também Deus é o Criador de cada indivíduo por intermédio dos pais.