Resumo de EXEGESE BIBLICA
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FIC SERVIÇOS EDUCACIONAIS LTDA
RESUMO
JAIR CASSIO FARIA
CURSO LIVRE DE GRADUAÇÃO
BACHARELADO
DISCIPLINA: EXEGESE BÍBLICA
Podemos considerar que EXEGESE, palavra que vem do grego ξήγησις de ἐξηγεῖσθαι "levar para fora" é uma interpretação ou explicação crítica de um texto, particularmente de um texto religioso. No caso, de um texto bíblico como foi tradicionalmente usado.
Exegese é a operação de interpretar a Bíblia. Refere-se ao estudo sistemático e crítico, mui especialmente histórico-literário, da Bíblia conforme princípios hermenêuticos, com o propósito imediato de determinar, com o máximo de precisão, mediante o emprego de certos recursos e instrumentos técnicos, qual o sentido primitivo que o escritor original tencionou dar ao seu texto, isto é, o que o texto quer dizer ou comunicar por si mesmo. É a tentativa de escutar a Palavra conforme os destinatários originais devem tê-la ouvido; descobrir qual era a intenção original da Bíblia.
Durante o decorrer da história podemos observar vários estilos de escolas exegéticas como a Patrística, escola de Alexandria, de Antioquia da Síria, Ocidental e Medieval. No período da reforma, temos Lutero que prestou à nação germânica um grande serviço ao traduzir a Bíblia para o alemão vernáculo. Também se engajou no trabalho de exposição, embora somente em uma extensão limitada. Suas regras hermenêuticas eram muito melhores do que a sua exegese. Embora não desejasse reconhecer nada além do sentido literal e falasse desdenhosamente da interpretação alegórica não se afastou inteiramente do método desprezado. Defendeu o direito do julgamento particular; enfatizou a necessidade de se levar em consideração o contexto e as circunstâncias históricas; requeria fé e discernimento espiritual ao intérprete; e desejava encontrar Cristo em toda parte da Escritura.
A Exegese Gramatical usada nos dias de hoje é que nos dá um caminho melhor elaborado para a interpretação das escrituras.
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Várias escolas exegéticas existiram d.C. como; Exegese Patrística (100-600 d.C. Uma escola alegórica que derivou do desejo de entender o Antigo Testamento como um documento cristão. A exegese patrística deu origem a Escola Alexandrina, Escola Antioquiana e a Escola Ocidental” as quais contribuíram para o desenvolvimento da exegese.
A exegese Medieval (600-1500 d.C.), período em que a Escritura tinha quadruplo sentido (literal, tropológico, alegórico e analógico). Nessa época o principio hermenêutico e a exegese foram reprimido pela tradição e autoridade da igreja. No período da Reforma com a Renascença desenvolveu-se os princípios da hermenêutica, a Bíblia então passou a ser conhecida pela tradução de Jerônimo. Os reformadores criam na Bíblia como sendo ela a Palavra de Deus inspirada e infalível e a colocaram em oposição à infalibilidade da igreja. Sua exegese baseava-se nos princípios de que a Escritura é a intérprete da própria Escritura; e todo o entendimento e exposição da Escritura deve estar em conformidade com a analogia da fé. Entre os reformadores encontram-se; Lutero (1483-1546 d.C.), Calvino (1509-1564 d.C.), e os Católicos Romanos. Na Exegese de Pós-Reforma (1550-1800), destacam-se; o Confessionalíssimo no Período do Concílio de Trento, o Pietismo, e o Racionalismo. A Exegese Moderna (1800 até ao Presente) teve inicio com o Liberalismo teológico, este tem seu fundamento no racionalismo filosófico onde a razão determinava as partes da revelação eram admitidas como verdadeiras. A neo-ortodoxia rompeu com a opinião do liberalismo crendo que a Escritura é o testemunho homem à revelação que Deus faz de si próprio e sustentam que a revelação acontece mediante uma experiência presente que deve ser acompanhada de uma reação de existência pessoal.
No estudo de um texto, o intérprete pode começar com a sentença, expressando o pensamento do escritor como uma unidade e, pender aos particulares, à interpretação das palavras isoladas e dos conceitos, considerando o significado etimológico das palavras, o uso corrente das palavras, o uso de sinônimos e antônimos e o significado das palavras dentro do seu contexto. O uso figurado das palavras nas Escrituras, também chamados de tropos são a metáfora, a metonímia e a sinédoque. O intérprete deve saber quando uma palavra foi usada no sentido figurado ou literal. A interpretação do pensamento também conhecida como interpretação lógica, procede da hipótese de que a linguagem Bíblica é um objeto do espírito humano acrescido sob a direção de Deus. A ordem das palavras em uma sentença também devem ser observadas, visto que, a ordem regular na sentença verbal hebraica é; predicado, sujeito, objeto. A exegese histórica é outro instrumento utilizado pelo intérprete bíblico. Na exegese o intérprete deve aprofundar-se no conhecimento do autor e dos personagens que aparecem no texto, relacionando-os com o seu contexto histórico. É importante que o intérprete saiba distinguir nos textos Bíblicos as palavras do autor das palavras das pessoas que intervém na narrativa. As circunstâncias geográficas influenciam o escritor deixando marca na sua produção literária. É importante para o intérprete ter conhecimento da natureza das estações, os ventos e suas funções, as diferentes temperaturas nos vales, nas montanhas e nos cumes. Deve conhecer sobre a diversidade de plantas, animais e insetos que povoam a terra e também os fenômenos, os rios lagos, cidades, estradas etc. Como ele pode explicar a afirmação do poeta do “orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião” (Sl 133.3). O expositor deve tomar conhecimento das organizações políticas das nações principalmente de Israel na época em que se encontram mencionadas na Bíblia. Sobre as circunstâncias religiosas sabe-se que em Israel a religião apesar dos períodos de elevação espiritual houve também períodos de decadência, em que a adoração a Deus foi substituída pela adoração a ídolos, pelo culto hipócrita a Deus, pela idolatria , adoração ao bezerro e a melcarte ou baal. A exegese Teológica é feita a partir de dois elementos que são os Paralelos Reais ou Paralelos de Idéias, e Analogia da Fé ou da Escritura. Esses elementos consideram a Palavra de Deus uma unidade dividida em partes sendo que todas elas contituem a revelação divina e sendo assim a Bíblia constitui-se sua própria intérprete. Segundo Terry, Paralelos Reais são passagens similares onde a semelhança ou identidade consistem em fatos, assuntos, sentimentos ou doutrinas. Os paralelos de idéias dividem-se em históricos e didáticos aos quais pode ser acrescentados as citações do Antigo Testamento no Novo. A analogia da fé ou da Escritura consiste em interpretar a palavra de Deus de acordo com a medida da sua fé subjetiva. Além do sentido literal das Escrituras, alguns expositores atribuem a ela o sentido místico, outros negam que ele exista e outros ainda o consideram não como um segundo sentido, mas como o sentido real da Palavra de Deus. Esse sentido místico encontra-se em vários escritos bíblicos, nos livros históricos, poéticos e nos proféticos. O expositor deve saber determinar o significado dos fatos da História como parte da revelação da redenção de Deus visto que, Deus revelou-se em palavras e também em fatos sendo a pessoa de Jesus Cristo o centro das suas revelações, somente Nele as narrativas Bíblicas podem ser explicadas. Os fatos podem ter um significado simbólico para mostrar uma verdade espiritual como a luta de Jacó em Gn 32.24-32, sua força física foi quebrada para que ele pudesse usar as armas espirituais e nele se manifestasse o poder de Deus. Os fatos também podem ter significado tipológico como a serpente levantada no deserto e que direcionava a ascensão de Cristo à cruz. Um tipo na Bíblia representa um exemplo ou modelo. Tanto os tipos como os símbolos apontam para alguma coisa e na interpretação dos tais, segue-se as regra que regem a interpretação das parábolas.
Na prática da exegese dos Evangelhos é mais difícil que nas Epístolas em razão do conteúdo dos mesmos anteciparem a morte e ressurreição de Cristo. Cada evangelho possui suas particularidades como; conteúdo, gênero literário, contexto histórico, ênfase teológica, unidade, autor, data de autoria e também destinatários. Em se tratando do Evangelho de Mateus em seu conteúdo encontramos o Sermão do Monte, as parábolas sobre o Reino de Deus, as orientações de Jesus para a sua igreja e o discurso sobre o juízo final. O contexto histórico do Evangelho de Mateus, registram a vida e o ministério de Jesus por isso é considerado um lecionário e sua finalidade era de ser lido nos cultos das igrejas primitivas. Existem suposições a respeito da origem de Mateus; G. D. Kilpatrik supõe que, trata-se de uma transcrição do livro de Marcos e da fonte de logia (dos discursos) com alguns acréscimos. K. Stendahl supõe que sua origem veio de uma escola teológica. Argumentos a favor dessa suposição acreditam que tratava-se de uma “escola de Mateus”. Para D. Guthrie, o evangelho de Mateus era considerado o guia de catequese na instrução do cristianismo primitivo.
O Evangelho de Mateus possui quatro ênfases teológicas, o seu aspecto principal é o ensino da cristologia, através dela Mateus demonstra que Jesus de Nazaré é o messias esperado do povo judeu. O segundo aspecto tem sua origem na tensão entre particularismo e a universalidade (a salvação é para todos). Os dois caminham juntos na proclamação e na vida de Jesus. O particularismo se identifica nas palavras de Jesus quando diz que seu ministério se restringe a nação de Israel, “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel” (10.5-6). A universalidade encontra-se no Evangelho de Mateus desde o início, o nascimento de Jesus surtiu efeito universal sobre todas as pessoas. O terceiro aspecto refere-se a eclesiologia. O quarto aspecto é o ensino da escatologia. Os discursos de Jesus sobre o final dos tempos encontra-se em dois capítulos. Não nos resta dúvidas quanto a unidade do Evangelho de Mateus, visto que é o texto completo e acabado de um autor. O Evangelho de Mateus não menciona o nome do seu autor, porém, segundo a tradição da igreja primitiva confirma-se que o apóstolo Mateus é o seu autor o qual escreveu o seu evangelho em hebraico. Segundo o seu evangelho 10.3. Mateus era cobrador de impostos, um dos homens odiados pelos judeus por trabalharem para os romanos, por explorarem o povo e por enriquecerem inescrupulosamente. Em (Mc 2.13-17; Lc 5.27-32), Mateus é chamado de Levi por isso pressupõe-se que ele chamava-se Levi Mateus. Esteve três anos em aprendizado diretamente com Senhor Jesus, porém quem tomou suas palavras e editou junto com os escritos de Marcos não se sabe. Acredita-se que os destinatários do Evangelho de Mateus encontram-se ala helenística do cristianismo entre os judeus, visto que foram os cristão-judeus os primeiros leitores de Mateus. Não se sabe exatamente onde nem quando foi escrito o Evangelho de Mateus, há pressuposições de que foi escrito na Antióquia da Síria após 70 d.C. Baseados na teologia e em condições eclesiásticas já bem desenvolvidas pressupostas no evangelho(capítulo 18) sugeriu-se a data entre 80 e100 a.C. Godet pressupõe que Mateus foi escrito 66 d.C.
Conforme Exegese de: Mateus 3.11b, contida nesta lição sobre o Batismo de Jesus. João Batista era filho do Sacerdote Zacarias. Quando este estava no templo oferecendo incenso o anjo Gabriel apareceu-lhe e anunciou o nascimento de um filho o qual deveria chamar-se João, seria cheio do Espírito Santo desde o ventre materno e seria o enviado a preparar o caminho do Senhor. Nascido no ano 5 a.C. Após passar os primeiros anos no deserto do Mar Morto, em 28 A.D. começou a pregar e anunciar a vinda do Reino de Deus e o batismo no Espírito Santo, no deserto do Jordão. Multidões eram por ele batizados no Rio Jordão após confessarem seus pecados, por isso passou a chamar-se João Batista, para diferenciá-lo de outros de mesmo nome. João Batista também batizou Jesus em cumprimento ás Escrituras. João Batista foi o maior de todos os profetas por ter sido escolhido para preparar o povo para a vinda de Cristo e apresenta-lo como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O batismo administrado por João Batista era de arrependimento para remissão dos pecados (Mc 1.4), e marcava a volta de um judeu para Deus e antecipava o batismo messiânico garantindo-lhe lugar no reino de Deus. O batismo de João data do princípio do cristianismo, e consistia em total imersão dos convertidos no Rio Jordão e era o sinal de arrependimento e identificação com o novo movimento religioso. Há várias alusões a origem do Batismo de João. Possivelmente a origem do batismo de João sejam originadas simplesmente dos cerimoniais mencionados no Antigo Testamento. Os sacerdotes eram obrigados a se lavarem em sua preparação, para ministrarem ( Êx 29.4,5;). Os Fariseus cujo nome significa separados. Surgiram cerca de 140 A.C. eram pessoas comuns em contraste com os saduceus e que de início tinham o objetivo de defender e purificar a fé ortodoxa. Tempos depois esses objetivos originais foram obscurecidos. Tanto os fariseus como os saduceus, formavam o “concílio” ou sinédrio, que era o principal tribunal judaico. No tempo de Jesus havia mais de seis mil fariseus, e exerciam grande autoridade em Israel. Os saduceus possivelmente seriam, sacerdotes descendentes ou adeptos de Zedoque no tempo do rei Davi e formavam as seitas dos mais ricos e poderosos da população e apesar de terem o Pentateuco como base religiosa nem sempre usavam apenas o Pentateuco. Rejeitavam a tradição, a imortalidade, a ressurreição, a autoridade dos profetas e a doutrina dos anjos e espíritos. Tanto os Fariseus como os saduceus são repreendidos por João como “raça de víboras”, em alusão ao diabo ou simbolizando a serpente. Fugir da ira de Deus em relação ao juízo comum e em relação a vinda do messias era o tema da pregação de Joao Batista. Visto que a chegada do messias segundo a crença seria precedida de grandes sofrimentos, tribulações e sinais da ira de Deus.
Para João a confissão dos pecados e o batismo não eram garantia de salvação, sem os frutos de arrependimento incluindo a mudança de natureza a confissão e o batismo, seriam nulos. Na expressão Temos por pai a Abraão incluem-se o pensamento de todo judeu, o espírito nacional, o orgulho religioso o estado e a posição privilegiados da nação de Israel. O que consideravam suficiente para receber qualquer bênção de Deus, inclusive a salvação. O batismo com água não era o arrependimento em si, mas apenas um símbolo do mesmo. Existem vários textos paralelos referentes ao batismo de João; Atos 1.5, Mc 1.8, Jo 1.33, Lc.316. Além da análise dos textos paralelos, diversos Teólogos atribuem várias interpretações para o presente texto (...Batizará com o Espírito Santo e com Fogo).
Embora sejam verdadeiras todas as interpretações nalguma coisa ainda ficam devendo, em se levando a interpretação do ponto de vista do texto se tornam mais vulneráveis ainda. Os Papiros do Mar Morto retratam que os essênios eram uma seita que praticava o batismo de arrependimento para os convertidos além de outras abluções entre eles. Os hinos de Qumran também mencionam batismo de fogo. O Antigo Testamento e no Novo Testamento, a messe é a imagem do juízo final, da consumação dos tempos, onde possivelmente haverá o grande batismo de fogo.
Exegese é, portanto, a exposição, a operação de interpretar. Enquanto a hermenêutica é a ciência da interpretação, a exegese é a aplicação dessa ciência à Palavra de Deus.
Exegese e hermenêutica
Tênue é a linha limítrofe entre a exegese e a hermenêutica. Haja vista que ambas possuem uma intrínseca relação. Todavia, apesar dessa íntima relação, é necessário serem feitas as devidas distinções entre exegese e hermenêutica. O vocábulo hermenêutica se origina da palavra grega Hermeneutike que por sua vez, é derivada do verbo ermeneuein, que possui significado similar ao de exegese, isto é, “interpretar”. Ordinariamente trata-se dos princípios que dita as regras gerais ou específicas a serem aplicadas na busca e na determinação do sentido dos textos. E, por sua vez, a exegese, como já fora supracitado, trata-se da aplicação concreta de regras hermenêuticas; portanto, ela consiste na explicação propriamente dita do texto.
A Hermenêutica pertence ao grupo de estudos Bibliológicos, isto é, aos estudos centrados na Bíblia. Ela é naturalmente a Filosofia Sacra, e precede imediatamente a Exegese. A Hermenêutica e a Exegese se relacionam na mesma forma que a teoria se relaciona com a prática, pois a exegese é a aplicação metodológica dos princípios técnicos hermenêuticos.
Portanto, a hermenêutica é a ciência da interpretação, e a exegese a extração dos pensamentos que assistiam ao escritor sagrado quando este redigia determinada porção da Escritura. A exegese como ciência da correta interpretação das Sagradas Escrituras possui suas próprias leis de interpretação, que devem ser entendidas e aplicadas corretamente para se descobrir o sentido exato de determinada passagem bíblica.
O Trabalho do Exegeta
Na exegese do Antigo Testamento, o estudante encontrará os mais variados temas, os quais geralmente se alternam em um mesmo livro e, até em um mesmo capítulo, não apresentando, na maioria das vezes, uma seqüência cronológica dos fatos e temas, o que dificulta, em alguns casos, seguir a linha de pensamento do autor.
O objetivo da Exegese
O objetivo da EXEGESE se detém no cuidadoso e sistemático estudo da Escritura para descobrir o significado original que foi pretendido. Ela estudo e ou escuta a palavra em seu sentido originário enquanto a intensão do autor do texto.
Várias escolas exegéticas existiram d.C. como; Exegese Patrística (100-600 d.C. Uma escola alegórica que derivou do desejo de entender o Antigo Testamento como um documento cristão. A exegese patrística deu origem a Escola Alexandrina, Escola Antioquiana e a Escola Ocidental” as quais contribuíram para o desenvolvimento da exegese.
A exegese Medieval (600-1500 d.C.), período em que a Escritura tinha quadruplo sentido (literal, tropológico, alegórico e analógico). Nessa época o principio hermenêutico e a exegese foram reprimido pela tradição e autoridade da igreja. No período da Reforma com a Renascença desenvolveu-se os princípios da hermenêutica, a Bíblia então passou a ser conhecida pela tradução de Jerônimo. Os reformadores criam na Bíblia como sendo ela a Palavra de Deus inspirada e infalível e a colocaram em oposição à infalibilidade da igreja. Sua exegese baseava-se nos princípios de que a Escritura é a intérprete da própria Escritura; e todo o entendimento e exposição da Escritura deve estar em conformidade com a analogia da fé. Entre os reformadores encontram-se; Lutero (1483-1546 d.C.), Calvino (1509-1564 d.C.), e os Católicos Romanos. Na Exegese de Pós-Reforma (1550-1800), destacam-se; o Confessionalíssimo no Período do Concílio de Trento, o Pietismo, e o Racionalismo. A Exegese Moderna (1800 até ao Presente) teve inicio com o Liberalismo teológico, este tem seu fundamento no racionalismo filosófico onde a razão determinava as partes da revelação eram admitidas como verdadeiras. A neo-ortodoxia rompeu com a opinião do liberalismo crendo que a Escritura é o testemunho homem à revelação que Deus faz de si próprio e sustentam que a revelação acontece mediante uma experiência presente que deve ser acompanhada de uma reação de existência pessoal.
No estudo de um texto, o intérprete pode começar com a sentença, expressando o pensamento do escritor como uma unidade e, pender aos particulares, à interpretação das palavras isoladas e dos conceitos, considerando o significado etimológico das palavras, o uso corrente das palavras, o uso de sinônimos e antônimos e o significado das palavras dentro do seu contexto. O uso figurado das palavras nas Escrituras, também chamados de tropos são a metáfora, a metonímia e a sinédoque. O intérprete deve saber quando uma palavra foi usada no sentido figurado ou literal. A interpretação do pensamento também conhecida como interpretação lógica, procede da hipótese de que a linguagem Bíblica é um objeto do espírito humano acrescido sob a direção de Deus. A ordem das palavras em uma sentença também devem ser observadas, visto que, a ordem regular na sentença verbal hebraica é; predicado, sujeito, objeto. A exegese histórica é outro instrumento utilizado pelo intérprete bíblico. Na exegese o intérprete deve aprofundar-se no conhecimento do autor e dos personagens que aparecem no texto, relacionando-os com o seu contexto histórico. É importante que o intérprete saiba distinguir nos textos Bíblicos as palavras do autor das palavras das pessoas que intervém na narrativa. As circunstâncias geográficas influenciam o escritor deixando marca na sua produção literária. É importante para o intérprete ter conhecimento da natureza das estações, os ventos e suas funções, as diferentes temperaturas nos vales, nas montanhas e nos cumes. Deve conhecer sobre a diversidade de plantas, animais e insetos que povoam a terra e também os fenômenos, os rios lagos, cidades, estradas etc. Como ele pode explicar a afirmação do poeta do “orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião” (Sl 133.3). O expositor deve tomar conhecimento das organizações políticas das nações principalmente de Israel na época em que se encontram mencionadas na Bíblia. Sobre as circunstâncias religiosas sabe-se que em Israel a religião apesar dos períodos de elevação espiritual houve também períodos de decadência, em que a adoração a Deus foi substituída pela adoração a ídolos, pelo culto hipócrita a Deus, pela idolatria , adoração ao bezerro e a melcarte ou baal. A exegese Teológica é feita a partir de dois elementos que são os Paralelos Reais ou Paralelos de Idéias, e Analogia da Fé ou da Escritura. Esses elementos consideram a Palavra de Deus uma unidade dividida em partes sendo que todas elas contituem a revelação divina e sendo assim a Bíblia constitui-se sua própria intérprete. Segundo Terry, Paralelos Reais são passagens similares onde a semelhança ou identidade consistem em fatos, assuntos, sentimentos ou doutrinas. Os paralelos de idéias dividem-se em históricos e didáticos aos quais pode ser acrescentados as citações do Antigo Testamento no Novo. A analogia da fé ou da Escritura consiste em interpretar a palavra de Deus de acordo com a medida da sua fé subjetiva. Além do sentido literal das Escrituras, alguns expositores atribuem a ela o sentido místico, outros negam que ele exista e outros ainda o consideram não como um segundo sentido, mas como o sentido real da Palavra de Deus. Esse sentido místico encontra-se em vários escritos bíblicos, nos livros históricos, poéticos e nos proféticos. O expositor deve saber determinar o significado dos fatos da História como parte da revelação da redenção de Deus visto que, Deus revelou-se em palavras e também em fatos sendo a pessoa de Jesus Cristo o centro das suas revelações, somente Nele as narrativas Bíblicas podem ser explicadas. Os fatos podem ter um significado simbólico para mostrar uma verdade espiritual como a luta de Jacó em Gn 32.24-32, sua força física foi quebrada para que ele pudesse usar as armas espirituais e nele se manifestasse o poder de Deus. Os fatos também podem ter significado tipológico como a serpente levantada no deserto e que direcionava a ascensão de Cristo à cruz. Um tipo na Bíblia representa um exemplo ou modelo. Tanto os tipos como os símbolos apontam para alguma coisa e na interpretação dos tais, segue-se as regra que regem a interpretação das parábolas.
Na prática da exegese dos Evangelhos é mais difícil que nas Epístolas em razão do conteúdo dos mesmos anteciparem a morte e ressurreição de Cristo. Cada evangelho possui suas particularidades como; conteúdo, gênero literário, contexto histórico, ênfase teológica, unidade, autor, data de autoria e também destinatários. Em se tratando do Evangelho de Mateus em seu conteúdo encontramos o Sermão do Monte, as parábolas sobre o Reino de Deus, as orientações de Jesus para a sua igreja e o discurso sobre o juízo final. O contexto histórico do Evangelho de Mateus, registram a vida e o ministério de Jesus por isso é considerado um lecionário e sua finalidade era de ser lido nos cultos das igrejas primitivas. Existem suposições a respeito da origem de Mateus; G. D. Kilpatrik supõe que, trata-se de uma transcrição do livro de Marcos e da fonte de logia (dos discursos) com alguns acréscimos. K. Stendahl supõe que sua origem veio de uma escola teológica. Argumentos a favor dessa suposição acreditam que tratava-se de uma “escola de Mateus”. Para D. Guthrie, o evangelho de Mateus era considerado o guia de catequese na instrução do cristianismo primitivo. O Evangelho de Mateus possui quatro ênfases teológicas, o seu aspecto principal é o ensino da cristologia, através dela Mateus demonstra que Jesus de Nazaré é o messias esperado do povo judeu. O segundo aspecto tem sua origem na tensão entre particularismo e a universalidade (a salvação é para todos). Os dois caminham juntos na proclamação e na vida de Jesus. O particularismo se identifica nas palavras de Jesus quando diz que seu ministério se restringe a nação de Israel, “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel” (10.5-6). A universalidade encontra-se no Evangelho de Mateus desde o início, o nascimento de Jesus surtiu efeito universal sobre todas as pessoas. O terceiro aspecto refere-se a eclesiologia. O quarto aspecto é o ensino da escatologia. Os discursos de Jesus sobre o final dos tempos encontra-se em dois capítulos. Não nos resta dúvidas quanto a unidade do Evangelho de Mateus, visto que é o texto completo e acabado de um autor. O Evangelho de Mateus não menciona o nome do seu autor, porém, segundo a tradição da igreja primitiva confirma-se que o apóstolo Mateus é o seu autor o qual escreveu o seu evangelho em hebraico. Segundo o seu evangelho 10.3. Mateus era cobrador de impostos, um dos homens odiados pelos judeus por trabalharem para os romanos, por explorarem o povo e por enriquecerem inescrupulosamente. Em (Mc 2.13-17; Lc 5.27-32), Mateus é chamado de Levi por isso pressupõe-se que ele chamava-se Levi Mateus. Esteve três anos em aprendizado diretamente com Senhor Jesus, porém quem tomou suas palavras e editou junto com os escritos de Marcos não se sabe. Acredita-se que os destinatários do Evangelho de Mateus encontram-se ala helenística do cristianismo entre os judeus, visto que foram os cristão-judeus os primeiros leitores de Mateus. Não se sabe exatamente onde nem quando foi escrito o Evangelho de Mateus, há pressuposições de que foi escrito na Antióquia da Síria após 70 d.C. Baseados na teologia e em condições eclesiásticas já bem desenvolvidas pressupostas no evangelho(capítulo 18) sugeriu-se a data entre 80 e100 a.C. Godet pressupõe que Mateus foi escrito 66 d.C. Conforme Exegese de: Mateus 3.11b, contida nesta lição sobre o Batismo de Jesus. João Batista era filho do Sacerdote Zacarias. Quando este estava no templo oferecendo incenso o anjo Gabriel apareceu-lhe e anunciou o nascimento de um filho o qual deveria chamar-se João, seria cheio do Espírito Santo desde o ventre materno e seria o enviado a preparar o caminho do Senhor. Nascido no ano 5 a.C. Após passar os primeiros anos no deserto do Mar Morto, em 28 A.D. começou a pregar e anunciar a vinda do Reino de Deus e o batismo no Espírito Santo, no deserto do Jordão. Multidões eram por ele batizados no Rio Jordão após confessarem seus pecados, por isso passou a chamar-se João Batista, para diferenciá-lo de outros de mesmo nome. João Batista também batizou Jesus em cumprimento ás Escrituras. João Batista foi o maior de todos os profetas por ter sido escolhido para preparar o povo para a vinda de Cristo e apresenta-lo como o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O batismo administrado por João Batista era de arrependimento para remissão dos pecados (Mc 1.4), e marcava a volta de um judeu para Deus e antecipava o batismo messiânico garantindo-lhe lugar no reino de Deus. O batismo de João data do princípio do cristianismo, e consistia em total imersão dos convertidos no Rio Jordão e era o sinal de arrependimento e identificação com o novo movimento religioso. Há várias alusões a origem do Batismo de João. Possivelmente a origem do batismo de João sejam originadas simplesmente dos cerimoniais mencionados no Antigo Testamento. Os sacerdotes eram obrigados a se lavarem em sua preparação, para ministrarem ( Êx 29.4,5;). Os Fariseus cujo nome significa separados. Surgiram cerca de 140 A.C. eram pessoas comuns em contraste com os saduceus e que de início tinham o objetivo de defender e purificar a fé ortodoxa. Tempos depois esses objetivos originais foram obscurecidos. Tanto os fariseus como os saduceus, formavam o “concílio” ou sinédrio, que era o principal tribunal judaico. No tempo de Jesus havia mais de seis mil fariseus, e exerciam grande autoridade em Israel. Os saduceus possivelmente seriam, sacerdotes descendentes ou adeptos de Zedoque no tempo do rei Davi e formavam as seitas dos mais ricos e poderosos da população e apesar de terem o Pentateuco como base religiosa nem sempre usavam apenas o Pentateuco. Rejeitavam a tradição, a imortalidade, a ressurreição, a autoridade dos profetas e a doutrina dos anjos e espíritos. Tanto os Fariseus como os saduceus são repreendidos por João como “raça de víboras”, em alusão ao diabo ou simbolizando a serpente. Fugir da ira de Deus em relação ao juízo comum e em relação a vinda do messias era o tema da pregação de Joao Batista. Visto que a chegada do messias segundo a crença seria precedida de grandes sofrimentos, tribulações e sinais da ira de Deus.
Para João a confissão dos pecados e o batismo não eram garantia de salvação, sem os frutos de arrependimento incluindo a mudança de natureza a confissão e o batismo, seriam nulos. Na expressão Temos por pai a Abraão incluem-se o pensamento de todo judeu, o espírito nacional, o orgulho religioso o estado e a posição privilegiados da nação de Israel. O que consideravam suficiente para receber qualquer bênção de Deus, inclusive a salvação. O batismo com água não era o arrependimento em si, mas apenas um símbolo do mesmo. Existem vários textos paralelos referentes ao batismo de João; Atos 1.5, Mc 1.8, Jo 1.33, Lc.316. Além da análise dos textos paralelos, diversos Teólogos atribuem várias interpretações para o presente texto (...Batizará com o Espírito Santo e com Fogo) Embora sejam verdadeiras todas as interpretações nalguma coisa ainda ficam devendo, em se levando a interpretação do ponto de vista do texto se tornam mais vulneráveis ainda. Os Papiros do Mar Morto retratam que os essênios eram uma seita que praticava o batismo de arrependimento para os convertidos além de outras abluções entre eles. Os hinos de Qumran também mencionam batismo de fogo. O Antigo Testamento e no Novo Testamento, a messe é a imagem do juízo final, da consumação dos tempos, onde possivelmente haverá o grande batismo de fogo.
Novos formatos certamente irão surgir. A interpretação da Bíblica demanda evoluções. Muita coisa ainda está para ser clarificada e à medida em que o tempo passa e a história escreve as indicações proféticas e outros escritos, os teólogos e pessoas envolvidas nessa tarefa necessitam de expandir suas ferramentas para uma interpretação coerente com os contextos emergentes.
Jair.