Resumo de FILOSOFIA DA RELIGIAO
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Resumo da disciplina filosofia da religião
O significado de “Filosofia da religião”
A filosofia, tal como a religião, como um sistema, começou como uma defesa das crenças religiosas, através do raciocínio filosófico.
Assim, temos as provas racionais da existência da alma e de Deus, como exemplos desse tipo de atividade. “A filosofia da religião é o estudo lógico dos conceitos religiosos e dos conceitos, argumentos e expressões teológicos: o escrutínio de várias interpretações da experiência e das atividades religiosas. A filosofia da religião deve ser destinguida da apologética.
A filosofia da religião tenta esclarecer a essência formal da religião na existência humana. Ela não fundamenta, nem inventa a religião, mas tenta esclarecê-la, servindo-se das exigências propriamente filosóficas.
Essa definição abrange tanto as religiões dos povos ditos primitivos quanto as formas mais complexas de organização dos vários sistemas religiosos, embora variem muito os conceitos sobre o conteúdo e a natureza da experiência religiosa.
Apesar dessa variedade e da universalidade do fenômeno no tempo e no espaço, as religiões têm como característica comum o reconhecimento do sagrado (definição do filósofo e teólogo alemão Rudolf Otto) e a dependência do homem de poderes supramundanos (definição do teólogo alemão Friedrich Schleiermacher).
Religiões primitivas
A importância do culto aos antepassados levou filósofos e historiadores como Evêmero, no século IV a.C. a considerá-lo a origem da religião.
As sepulturas paleolíticas corroboram essa opinião, pois comprovam já haver, naquele período, a crença numa vida depois da morte e no poder ou influência dos antepassados sobre a vida cotidiana do clã familiar. Tylor sustentou que o homem primitivo, a partir da experiência do sonho e do fenômeno da respiração, concebeu a existência de uma alma ou princípio vital imaterial que habitava todos os seres dotados de movimento e vida.
Elementos característicos dos sistemas religiosos.
Toda religião pressupõe algumas crenças básicas, como a sobrevivência depois da morte, mundo sobrenatural etc., ao menos como fundamento dos ritos que pratica. Essas crenças podem ser de tipo mitológico relatos simbólicos sobre a origem dos deuses, do mundo ou do próprio povo; ou dogmático conceitos transmitidos por revelação da divindade, que dá origem à religião revelada e que são recolhidos nas escrituras sagradas em termos simbólicos, mas também conceituais.
Da mesma forma, as crenças e sentimentos religiosos têm se manifestado através dos ritos, ou ações sagradas, praticados nas diferentes religiões. Toda religião que seja mais do que uma filosofia gera uma série de ritos ao ser vivida pelo povo. Na conduta no âmbito da esfera humana entra, em maior ou menor medida, um sistema de normas éticas.
Religiões superiores
À medida que o homem passou a organizar sua existência numa base racional, a multiplicidade de poderes divinos e sobre-humanos do primitivo animismo não conseguiu mais satisfazer a necessidade de estabelecer uma relação coerente com as múltiplas forças espirituais que povoavam o universo. Surgiram assim as religiões politeístas, panteístas, deístas e monoteístas, expressões das condições sociais e culturais de cada época e das características dos povos em que surgiram.
Animismo
O deus sol, a divindade lunar, o trovão, a montanha sagrada, os espíritos da água, do fogo, do vento, a crença de que fenômenos e forças da natureza são capazes de intervir nos assuntos humanos constitui o fundamento de todas as idéias religiosas consideradas animistas.
A teoria animista
Em sentido mais técnico, conhece-se por esse nome a teoria formulada pelo antropólogo inglês Sir Edward B. Tylor em sua obra Primitive Culture (1871; A cultura primitiva). O animismo, segundo essa teoria, é a primeira grande etapa da evolução do pensamento religioso, que indefencivelmente continua pelo politeísmo até culminar no monoteísmo. Para Tylor, a origem da noção de alma está nas experiências do adormecimento, da doença, da morte e, sobretudo, dos sonhos, que levam a imaginar a existência de um “duplo” insubstancial do corpo.
Esse princípio da vida e do pensamento pode atuar com independência e até sobreviver ao corpo depois de sua morte. A crença em que a alma perdura explica o culto aos mortos e aos antepassados.
Zoroastrismo
Dois princípios supremos, o bem e o mal, caracterizavam o zoroastrismo.
Zoroastrismo é um antigo sistema religioso-filosófico que repousa no postulado básico de uma contradição dualista, a do bem e do mal, inerente a todos os elementos do universo. Os pressupostos do sistema foram estabelecidos por Zoroastro, ou Zaratustra, que, nascido na Pérsia no século VI a.C., que parece ter sido um reformador do masdeísmo ou mazdeísmo, antiga religião da Média. A doutrina de Zoroastro foi transmitida oralmente e recolhida nos gathas, os cânticos do Avesta, conjunto de livros sagrados da religião.
A sociedade dividia-se em três classes: a dos chefes e sacerdotes, a dos guerreiros e a dos criadores de gado.
Patrística
A patrística procurou conciliar as verdades da revelação bíblica com as construções do pensamento próprias da filosofia grega.
Histórico
O conteúdo do Evangelho, no qual se apoiava a fé cristã nos primórdios do cristianismo, era um saber de salvação, revelado, não sustentado por uma filosofia. A partir do Concílio de Nicéia, realizado no ano 325, o cristianismo deixou de ser a crença de uma minoria perseguida para se transformar em religião oficial do Império Romano.
Bases históricas
A definição de Huxley viria possibilitar diferentes concepções do agnosticismo. À gnose, privilégio dos iniciados, opõe-se a pistis, ou mera crença. Os pneumáticos (conhecedores puros da gnose) ascenderiam até o pleroma, reino da luz e da perfeição, e o fogo latente oculto no cosmos se avivaria e consumiria toda a matéria. Neoplatonismo
Mais que simples retomada das idéias de Platão que sustentava existirem dois mundos: o visível, objeto dos sentidos, e o das idéias, objeto da inteligência -- e ao contrário do que o nome pode sugerir, o neoplatonismo foi uma verdadeira refundação da metafísica clássica.
Última grande corrente filosófica da Grécia antiga, o neoplatonismo é a doutrina que se definiu no século III da era cristã e predominou na filosofia pagã do período tardio da antigüidade, até o ano 529.
Na época, três correntes ideológicas disputavam a primazia: o cristianismo, em ascensão; as religiões politeístas do paganismo; e as correntes filosóficas gregas e, em particular, o estoicismo.
Período imperial romano
O império oferecia a paz romana, mas, ao mesmo tempo, o fastio e a dissolução dos princípios morais da sociedade. Musônio Rufo, Sêneca, Epicteto e Marco Aurélio criaram os alicerces teóricos que deveriam dignificar o poder imperial. Alguns preceitos de sua poderosa doutrina moral foram adotados pela igreja cristã.
Dualismo
Coube a René Descartes estabelecer a doutrina dualista no campo da filosofia, e foi Christian von Wolff quem primeiro utilizou o conceito em sua concepção moderna.
Dualismo é o sistema filosófico ou doutrina que admite, como explicação primeira do mundo e da vida, a existência de dois princípios, de duas substâncias ou duas realidades irredutíveis entre si, inconciliáveis, incapazes de síntese final ou de recíproca subordinação. Na acepção filosófica moderna, refere-se à dualidade de corpo e espírito como entidades inconfundíveis e irredutíveis, em oposição ao monismo.
Monismo
O termo monismo, que significa literalmente doutrina da unidade, foi cunhado no século XVIII pelo pensador alemão Christian Wolff e, posteriormente, vulgarizado por Ernst Haeckel e Wilhelm Ostwald.
Monismo é a teoria filosófica que toma como base de todo ser uma única substância ou uma única espécie de substância. Opõe-se ao dualismo e ao pluralismo, pois reduz as relações a um princípio fundamental, único ou unitário, que tudo explica e contém.
Encontram-se concepções monistas na filosofia hindu, no pensamento chinês e na filosofia grega, desde a pré-socrática até a pós-clássica.
Escolásticismo
Com a Idade Média e as invasões bárbaras, a filosofia cristã centrou-se no ensino e na manutenção do legado clássico nas escolas monacais.
Entende-se em geral por escolástica o ensino teológico-filosófico da doutrina aristotélico-tomista.
Evolução histórica
Às etapas da evolução da filosofia no interior do cristianismo correspondem, historicamente, as fases: de formação, do século IX ao XII; de apogeu, no século XIII; e decadência, do século XIV ao XVII, da filosofia escolástica. Da submissão à fé, representada esta pela igreja, instância heterônoma em face da razão e da posição de compromisso, a filosofia evoluiu, acompanhando a desintegração do feudalismo e o advento do mundo burguês, até alcançar, com Descartes e o idealismo alemão, sua plena autonomia.
A história da escolástica apresenta-se, assim, como a história da razão humana em determinado momento de sua evolução, exprimindo inicialmente a alienação, na sujeição ao dogma; em seguida, a consciência da alienação, na doutrina das duas verdades; e finalmente a negação da alienação (da negação), na ruptura definitiva entre razão e fé, e na afirmação de que o real, em sua totalidade, natureza e história, é racional.
A decadência da escolástica, a partir do século XIII, exacerbou seus caracteres formais. O ensino fez emprego abusivo do silogismo, no verbalismo das fórmulas abstratas.
Tomismo
O pensamento aristotélico, que se tornou conhecido no Ocidente no século XIII em traduções do árabe, serviu de fundamento ao pensamento racionalista e ameaçou a concepção cristã da realidade, tradicionalmente apoiada no platonismo. No Concílio de Trento, a doutrina tomista ocupou lugar de honra e, a partir do papa Leão XIII, foi tomada como pensamento oficial da Igreja Católica.
Tomismo é a doutrina filosófico-cristã elaborada no século XIII pelo dominicano Tomás de Aquino, estudioso dos então polêmicos textos do filósofo grego Aristóteles, recém-chegados ao Ocidente. Só pode haver conflito entre filosofia e teologia caso a primeira, num uso incorreto da razão, se proponha explicar o mistério do dogma religioso sem auxílio da fé. Essa capacidade demonstra o caráter extra-humano da alma -- que não poderia originar-se no homem ou no mundo exterior, ambos imperfeitos -- e atesta a existência de Deus.
Tomás de Aquino, ao contrário, não partiu de Deus para explicar o mundo mas, sobre a experiência sensorial, empregou o conhecimento racional para demonstrar a existência do Criador. A partir da máxima aristotélica segundo a qual “nada está na inteligência sem antes ter estado nos sentidos”, formulou as famosas “cinco vias”, cinco argumentos que provariam a existência de Deus a partir dos efeitos por ele produzidos, e não da idéia -- no sentido platônico -- de Deus.
Aspectos gerais do tomismo
A originalidade do pensamento de Tomás de Aquino evidencia-se em sua concepção de existência, vista como ato supremo e como a perfeição de estar em Deus e, ao mesmo tempo, entre as coisas criadas; na atribuição do ato criativo unicamente a Deus; na negação da existência de matéria nos seres angelicais e, conseqüentemente, na distinção entre Deus e as criaturas, definidas como uma composição de existência e essência.
Embora afirmasse ao mesmo tempo a crença num Deus criador e a ordem imanente da natureza, Tomás de Aquino não considerava o mundo como mera sombra do sobrenatural. A afirmação de um valor religioso imanente ao mundo natural era um dos pontos que escandalizava os agostinianos, para quem a natureza, feita em pedaços pelo pecado, dependia do poder e da graça divinas para se redimir.
O conhecimento parte dos sentidos e chega ao inteligível pela abstração intelectual.
Dependente da providência divina mas livre para seguir sua natureza, o homem, ao manter-se próximo a Deus, realiza mais plenamente sua liberdade, pois “afastar algo do estado de perfeição da criatura é afastá-lo da própria perfeição do poder criador”. A graça sobrenatural eleva e torna perfeitas as habilidades naturais do ser.
Evolução do tomismo até o século XIX. O francês Jean Capréolus, chamado o “príncipe dos tomistas”, empreendeu os primeiros estudos sistemáticos da obra de santo Tomás de Aquino, trabalho que seria continuado, já no início do século~XVI, pelo italiano Tomaso de Vio, ou cardeal Cajetano.
Conhece-se por humanismo o movimento intelectual que germinou durante o século XIV, no final da Idade Média, e alcançou plena maturidade no Renascimento, orientado no sentido de reviver os modelos artísticos da antigüidade clássica, tidos como exemplos de afirmação da independência do espírito humano.
Nos últimos séculos da Idade Média, sobretudo nas cidades da Itália, ocorrera um notável crescimento da burguesia urbana. Os nobres e burgueses enriquecidos adquiriram condições de dar à cultura um apoio antes exclusivo da igreja e dos grandes soberanos.
Retornou-se assim à fonte do saber, a antigüidade greco-romana, despojada dos acréscimos teológicos medievais, e adaptaram-se seus ensinamentos à nova época. O programa de estudos, orientado para facilitar conhecimentos profissionais e atitudes mundanas, compreendia a leitura de autores antigos e o estudo da gramática, da retórica, da história e da filosofia moral. No Renascimento, o humanismo representou também uma ideologia que, sem deixar de aceitar a existência de Deus, partilhava muitas das atitudes intelectuais e existenciais do mundo antigo, integradas com as contínuas descobertas sobre a natureza e as novas condições de vida geradas pelo auge do comércio e da burguesia mercantil. Os mestres deram as costas à idealização medieval da pobreza, do celibato e da solidão, e em seu lugar destacaram a vida familiar e o uso judicioso da riqueza.
Gênese do humanismo italiano
Enquanto reflexão sobre o homem, o humanismo sempre existiu. Na Terra seria o homem, destronado do centro do universo junto com seu planeta, que mediria o celeste; e o faria segundo sua própria proporção. Isso ficou muito patente na arte renascentista (Leone Battista Alberti, Leonardo da Vinci).
Chegou-se, em suma, a uma concepção integradora do saber humano, que espelhava a harmonia do mundo. A exaltação do homem foi característica comum a todos os humanistas italianos. Desde meados do século XVI, se tornara pedante e livresco. As teses do reformador Martinho Lutero, com ênfase na especificidade do cristão em oposição à cultura pagã, bem como o retorno à ortodoxia estrita encarnada pelos teólogos contra-reformistas, representaram um golpe de misericórdia para o humanismo.
Primeiro, a que sustenta a primazia, ou o primado da razão, da capacidade de pensar, de raciocinar, em relação ao sentimento e à vontade. Em contraposição, os sofistas defenderam um pensamento “desse mundo”, o da consciência comum.
Racionalismo metafísico
O racionalismo gnosiológico ou epistemológico é inseparável do racionalismo ontológico ou metafísico, que enfoca a questão do ser, pois o ser está implicado no pensamento do ser. O conhecimento, ao se distinguir da produção e da criação de objetos, implica a possibilidade de reproduzir o real no pensamento, sem alterá-lo ou modificá-lo.
Racionalismo clássico e tendências posteriores
Dois elementos marcariam o desenvolvimento da filosofia racionalista clássica no século XVII. De um lado, a confiança na capacidade do pensamento matemático, símbolo da autonomia da razão, para interpretar adequadamente o mundo; de outro, a necessidade de conferir ao conhecimento racional uma fundamentação metafísica que garantisse sua certeza. Ambas as questões conformaram a idéia basilar do Discours de la méthode (1637; Discurso sobre o método) de Descartes, texto central do racionalismo tanto metafísico quanto epistemológico.
O racionalismo clássico ou metafísico, no entanto, cujos paradigmas seriam o citado Descartes, Spinoza e Leibniz, não se limitava a assinalar a primazia da razão como instrumento do saber, mas entendia a totalidade do real como estrutura racional criada por Deus, o qual era concebido como “grande geômetra do mundo”.
Spinoza é o mais radical dos cartesianos.
Leibniz, o último grande sucessor de Descartes, baseou sua doutrina na “harmonia preestabelecida” da realidade por obra da vontade divina. Assim sendo, o método da ciência não poderia ser o da indução, mas a dedução.
O racionalismo cartesiano e o empirismo inglês desembocaram no Iluminismo do século XVIII. A razão e a experiência de que resulta o conhecimento científico do mundo e da sociedade bem como a possibilidade de transformá-los são instâncias em nome das quais se passou a criticar todos os valores do mundo medieval.
Ao postular a identidade do pensamento e do ser, o racionalismo sustenta que a razão é a unidade não só do pensamento consigo mesmo, mas a unidade do mundo e do espírito, o fundamento substancial tanto da consciência quanto do exterior e da natureza, pressuposto que assegura a possibilidade do conhecimento e da ação humana coerente. Para além de seus possíveis elementos dogmáticos, a filosofia racionalista, ao ressaltar o problema da fundamentação do conhecimento como base da especulação filosófica, marcou os rumos do pensamento ocidental.
Empirismo
Na história do pensamento, o racionalismo fundou-se sobre a crença na capacidade do intelecto humano para compreender a realidade. O empirismo deu início a uma nova e transcendental etapa na história da filosofia, tornando possível o surgimento da moderna metodologia científica. Sem dúvida, Jeremy Bentham, John Stuart Mill (em que o empirismo se converte em associacionismo) e Herbert Spencer podem ser citados como figuras representativas do fenomenismo nos domínios da ética, da lógica e da filosofia da natureza.
Esse empirismo enfrentou uma série de dificuldades, sendo a principal e mais profunda a que Immanuel Kant reconheceu, ao proceder, em sua Kritik der reinem Vernunft (1781; Crítica da razão pura), à distinção entre a experiência enquanto passo inicial do conhecimento e enquanto dado absoluto do conhecimento.
O significado do empirismo pode ser examinado considerando a validade de suas afirmações centrais. Tais afirmações são: a rejeição da tese das idéias inatas; a negação das idéias abstratas; a rejeição do princípio da causalidade e, por decorrência e generalização, dos primeiros princípios da razão. A argumentação contra a validade da teoria da abstração é da autoria de Berkeley. De resto esse foi um dos caminhos explorados por Edmund Husserl, em função da técnica das variações imaginárias, para atingir o reino das essências.
A crítica ao princípio da causalidade foi feita por Hume e constitui um dos pontos centrais de sua contribuição à epistemologia.
Iluminismo
No decorrer do século XVIII, as idéias do Iluminismo sobre Deus, a razão, a natureza e o homem cristalizaram-se numa cosmovisão que deitou raízes e acabou por produzir avanços revolucionários na arte, na filosofia e na política.
Iluminismo foi o movimento cultural e intelectual europeu que, herdeiro do humanismo do Renascimento e originado do racionalismo e do empirismo do século XVII, fundava-se no uso e na exaltação da razão, vista como o atributo pelo qual o homem apreende o universo e aperfeiçoa sua própria condição. Considerava que os objetivos do homem eram o conhecimento, a liberdade e a felicidade. Esse enfoque retirou do otimismo dos pensadores iluministas qualquer caráter metafísico.
A riqueza e complexidade do movimento iluminista teve como base alguns pontos gerais: em primeiro lugar, a influência que os empreendimentos científicos do século XVII e início do século XVIII tiveram sobre as novas idéias. Tudo isso levou à crença no “progresso histórico” da humanidade, concebido não como produto de um plano divino, mas como resultado da razão e dos esforços humanos. Essas idéias, radicalizadas por David Hume, ensejaram uma nova visão da ética e da sociedade. As ações corretas e a organização social justa dependeriam do exercício da faculdade da razão.
Immanuel Kant é o resumo por excelência do Iluminismo e iniciou uma nova forma de pensamento.
Em outros lugares da Europa, as idéias iluministas penetraram menos. Na Itália, Giambattista Vico propôs uma definição e um projeto racionais da história, na qual distinguia três idades: a dos deuses, a dos heróis e a dos homens. Na península ibérica, o predomínio da teologia cristã tradicional tolheu as novas idéias, que encontraram maior difusão nas colônias hispano-americanas e no Brasil, e contribuíram para a formação do pensamento social e político dos líderes do movimento de independência.