Resumo de FILOSOFIA
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CURSO: BACHAREL EM TEOLOGIA
DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
RESUMO PARA AVALIAÇÃO
JAIR CÁSSIO FARIA
CONCEITO GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
Quando iniciamos a leitura das Escrituras, já no livro de Gênesis, logo no princípio, deparamos com aspectos da ciência da Administração. O conceito é bastante abrangente, tanto que se estende às ações do próprio criador quando em reunião do Conselho Eterno, em comum acordo, a Trindade Excelsa, Deus disse: “Façamos...”. Esta frase possui, além de seu sentido teológico-bíblico, um sentido administrativo que expressa os quadro princípios básico da Administração: Planejamento, organização, direção e controle, logicamente que Deus não necessita de tais ferramentas, mas em sua revelação, ou melhor na expressão da economia de Deus nas obras finitas, Ele mostra esses fatores.
A apostila traz uma citação que achei importante transcrever neste resumo. Segundo Stoner e Feeman, Administração é:
o "processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos definidos”. (Sem referência)
I ORIGEM
Tendo como marco o século XIX, o início da Administração visou responder à necessidade de maior produtividade. A partir de então, a disciplina tomou corpo e cresceu tanto em seu conteúdo como em sua relevância para os meios de produção e realização em geral. Portanto, este fator e ainda a realidade da amplitude da Administração nos leva ao uma visão, mesmo que resumida, da evolução histórica dessa ciência.
Os grandes empreendimentos realizados pelo homem atestam a capacidade de articulação de pessoas e recursos visando superar desafios e atingir objetivos, em diferentes períodos as História da humanidade. Os hebreus na busca da terra prometida, os egípcios na construção das grandes pirâmides, os gregos nos empreendimentos arquitetônicos e nas artes, os chineses na construção das grandes muralhas da China, os brasileiros na construção das maiores hidrelétricas do mundo, os americanos e os russos na conquista do espaço, constituem-se em exemplos de organização que testemunham a luta do homem em busca do progresso e do domínio da natureza.
Quando um conjunto de pessoas é mobilizado para atingir objetivos pré-estabelecidos, utilizando-se de tecnologias, processos produtivos e informações em comum, é preciso estabelecer uma forma organizativa este trabalho. Para isso criam-se organizações, as quais, precisam ser administradas.
As preocupações e práticas de administração destes grandes empreendimentos humanos remontam aos primórdios da civilização humana.
É inconcebível admitir que os egípcios pudessem construir pirâmides envolvendo milhares de operários sem utilizar instrumentos de administração. A mesma afirmativa pode ser feita para qualquer um dos grandes empreendimentos da humanidade.
Apesar desta constatação da antiguidade das praticas da administração, esta área do conhecimento só passou ser sistematizada com rigor científico a partir de 1903.
Com o passar dos anos, a medida que, o conhecimento sobre como lidar com organizações foi sendo pesquisado, organizado e sistematizado por diferentes estudiosos, observou-se a formação e o surgimento das Escolas de Administração. Cada Escola de Administração apresenta um modelo, que por sua vez expõem sua filosofia, seu conceito, sua forma de estruturar e suas técnicas gerenciais, na tentativa de organizar o trabalho de gerenciar pessoas e recursos em direção a objetivos pré-estabelecidos.
Assim, esta parte apresenta uma síntese evolutiva do surgimento das diferentes Escolas de Administração respeitando uma seqüência histórica.
Antecedentes históricos
A Administraçao, tal como a encontramos hoje, é o resultado historico e integrado da contribuiçao cumulativa de numerosos precursores, alguns filósofos, outros fisicos, economistas, estadistas e outros até mesmo empresarios que, no decorrer dos tempos, forma cada qual no seu campo de atividaes, desenvolvendo e divulgando as suas obras e teorias. Assim sendo, nao é de se estranhar que a moderna Administraçao utilize certos conceitos e principiois descobertos e utilizados nas Ciencias Matemáticas (inclusive a Estatística), nas Ciencias Humanas (como a Psicologia, Sociologia, Biologia, Educaçao etc.), nas Ciencias Físicas (como a Física, Química etc.), como também no Direito, Engenharia etc. A historia nos demonstra que a maioria dos empreendimentos militares, sociais, politicos, econômicos e religiosos teve uma estrutura orgânica piramidal. Embora de forma nao muito regular, essa pirâmide retrata uma estrutura hierárquica, concentrando no vertice as funções de poder e de decisão. A teoria da estrutura hierárquica nao é nova: Platão, Aristóteles, Hamurabi etc. já tratavam dela.
O MODELO DA ADMINISTRAÇAO CIENTÍFICA
O que iremos apresentar a seguir, em forma de texto, está contido nos quadros a seguir que encerram os principais modelos da Administração com seus enfoques e as ênfases de cada escola.
Figuras – Fonte JCF- Desenvolvimento Integrado
Através de uma incursão pela História entenderemos melhor a época em que este modelo surgiu (Descartes- apogeu do Racionalismo- advento das máquinas).
No início do século XX surgem os pioneiros da racionalização do trabalho e, como em muitos aspectos suas eram semelhantes, ficaram conhecidos como fundadores da Escola de Administração Científica ou Escola Clássica.
O pensamento central dessa escola pode ser resumido na firmação de que alguém será um bom administrador à medida que planejar cuidadosamente seus passos, organizar e coordenar racionalmente as atividades de seus subordinados e souber comandar e controlar suas atividades.
Atualmente a Administração se faz presente nos meios de produção junto às organizações, o Estado, organizações do Terceiro Setor e, de uma forma especial, bem específica, junto à IGREJA como uma ferramenta de alto valor para a liderança e todos aqueles que estão envolvidos nas questões administrativas e ministeriais.
Todo líder deve conhecer e saber aplicar os princípios da Administração. O ao pastor cabe a missão de planejar os trabalhos da igreja e conduzir os processos fazendo uso do seu povo distribuindo-os em atividades e tarefas no sentido de atingir os objetivos delineados.
II ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA
O Termo Bíblico para Administração
Segundo a apostila, temos que a palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez vezes no Novo Testamento. Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Lc 12.42) ou “administrador” (Lc 16.1), e eventualmente, como “tesoureiro” (Rm 16.23) ou “curador” (Gl 4.2). A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é mencionada nove vezes, sendo traduzida por “administração” (Lc 16.2), “dispensação” (Cl 1.25) ou “serviço” (1Tm 1.4). O conjunto de palavras tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e “lei” (Gr. nomos). No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a gerência de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. Despenseiro equivale a ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da administração de uma casa grande (Cf. Isaias 22:19, 21; Lc 16:1-17).
Embora a Administração seja uma ciência que foi desenvolvida e é largamente aplicada pelo mundo secular temos que admitir que antes mesmo, conforme já vimos anteriormente, que o setor privado ou secular se envolvesse na administração de forma técnica, encontramos na Bíblia o uso intenso e a aplicação dos princípios. Somos informados que Moisés aprendeu enquanto esteve no Egito em sua primeira fase de vida, toda a ciência dos egípcios. Certamente que a Administração fazia parte deste kit técnico científico de Moisés. Vemos que Deus pela sua providência encarrega seus filhos e até mesmo ímpios para realizarem os seu propósito aqui no mundo. A igreja é dentre outras, uma agência de Deus para desempenhar papeis bem definidos e para tanto, seus líderes fazem uso da Administração tendo esta o nome de ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA.
Funções privativas.
a) Administrar os sacramentos (cerimônias).
b) Invocar a Benção Apostólica sobre o povo de Deus.
c) Celebrar casamento religioso com efeito civil.
d) Orientar e supervisionar a liturgia na Igreja de que é pastor.
Atribuições.
a) Orar com o rebanho e por ele.
b) Apascentá-lo na doutrina Cristã.
c) Exercer as suas funções com zelo.
d) Orientar e superintender as atividades da Igreja, a fim de tornar eficiente a vida espiritual do povo de Deus.
e) Prestar assistência pastoral.
f) Instruir os neófitos, dedicar atenção à infância, à adolescência, à mocidade, bem como aos necessitados, aflitos, enfermos e desviados.
g) Exercer, juntamente com outros presbíteros, o poder coletivo de governo.
III. FUNÇÕES PRECÍPUAS DOS ADMINISTRADORES
Observando as estruturas e os ministérios atualmente desempenhados e com base nas Escrituras, podemos identificar sete funções e ou compromissos que demandam os labores dos líderes enquanto exercem a Administração:
N.
FUNÇÕES
CONCEITOS
REFERÊNCIAS
01 PROMOVER A PREGAÇÃO DO EVANGELHO AOS INDIVÍDUOS E ÀS NAÇÕES
• A principal função da igreja é a proclamação do Evangelho a todas as nações.
Para exercer com eficácia este ministério, os cristãos contam com o Poder do Espírito Santo e devem fazê-la da melhor maneira possível. João 10.16 –• Marcos 16.15 –• Mateus 28.19,20 –• Atos 1.8 –
Romanos 10.14,15,17 –
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BATALHAR PELA PRESERVAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS, E TAMBÉM PARA QUE ELA SEJA TRADUZIDA E DISSEMINADA NA LÍNGUA DE CADA NAÇÃO A proclamação a todas as Nações demanda além do envio de missionários, a preparação da palavra nas línguas específicas de cada nação. Isto enseja investimentos nas traduções da Bíblia.
Vale citar aqui o texto de• 2 Pedro 1.19-21 – “Temos assim tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vossos corações; 2 Pedro 1.19-21 –• 2 Timóteo 3.15-17- • Isaías 8.20 –• Lucas 16.29,31 – Romanos 15.4 - • Lucas 24.27,44 –• Lucas 24.27,44 –
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. PROMOVER A ADORAÇÃO A DEUS, DO MODO PRESCRITO NAS SAGRADAS ESCRITURAS, O QUE INCLUI O CULTO PÚBLICO E A CELEBRAÇÃO DAS ORDENANÇAS
• Efésios 5.19 – ... falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais... Cabe à igreja celebrar as ordenanças e e prestar o culto a Deus. Todos devem ir à igreja, congregar e adorar a Deus. A adoração inclui ações da graça, leitura, estudo da palavra e comunhão.
• João 4.23 -• Romanos 1.25 – ... • Salmo 95.1-7 – • 1 Timóteo 4.13 – Atos 2.42 – Marcos 16.16–
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– PRESTAR ASSISTÊNCIA MATERIAL AOS MINISTROS DA IGREJA A igreja é composta por membros e oficiais e ainda por auxiliadores que se ocupam das tarefas de administração. Assim, o provimento financeiro e para as questões de saúde e outras pessoais para aqueles que executam essas tarefas. O pastor precisa ser remunerado conforme vemos no Velho Testamento e reforçado pelo apóstolo Paulo. • Atos 6.4 –• Hebreus 13.17 –• 1 Timóteo 5.17,18 –• Gálatas 6.6,7 –• 2 Timóteo 2.4 - • 1 Timóteo 3.2 – –• 1 Coríntios 9.6-14 –
5 EXPRESSAR A COMUNHÃO DOS SANTOS, INCLUINDO A ASSISTÊNCIA AOS “DOMÉSTICOS DA FÉ”
É dever dos santos viver em comunhão. Esta comunhão se dá de forma mais formal quando do culto e das reuniões na igreja. Ocorre também em outros momentos onde a igreja se reúne seja em suas associações, em eventos comemorativos e, principalmente em família. O povo de Deus deve ser um povo em união em Cristo e exercer sua vida de forma em comunhão com Jesus, o Pai e o Espírito Santo conforme Cristo viveu.
• 1 João 3.17,18 –• Gálatas 6.10 –• Hebreus 10.24,25 –• 1 Pedro 4.10,11 –• Tiago 2.14-17 –• 2 Coríntios 9. 1,5-15 –
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BATALHAR PELA PROSPERIDADE E EXPANSÃO DE TODAS AS IGREJAS DE CRISTO, EM TODO LUGAR E EM TODAS AS OCASIÕES
O cristão deve dispensar seus labores em favor dos membros e da igreja em geral. Deve trabalhar para a prosperidade de todos. Este trabalho deve estar pautado em seus dons. Cada um recebe de Deus dons para o desempenho de suas missões. Assim, ninguém pode dizer que não está em condições pois é Deus quem habilita., ao cristão cabe à consagração.. • Romanos 16.1,2 – Atos 11.29,30 –• 1 Coríntios 16.1,2 –• Filipenses 4.10, 14-17 –• 2 Coríntios 8.1-4, 11
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EXERCER OS “DEVERES DE NECESSIDADE E DE MISERICÓRDIA” Cabe aos membros da igreja exercer seus deveres na aplicação de misericórdia. O valor de um ser humano é muito maior do que de animais e são imagem e semelhança de Deus, mesmo caídos refletem uma imagem embora distorcida, mas são objetos do amor de Deus e o cristão deve dispensar a cada um seus serviços para suprir suas necessidades.
Foi Jesus quem disse:
“Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me”. Mateus 25.35-36
Assim, devemos proceder segundo Jesus ordenou andando com integridade de conformidade com o novo homem em Cristo e amando todos os irmãos e os não cristão. • Mateus 12.12-13 –• Mateus 12.12-13 –• Tiago 1.27 –• Mateus 6.2-4 – Efésios 4.28 –• Atos 10.2, 4 –
Diante destas questões cabe indagar: VOCÊ TEM OBSERVADO DE FORMA A CUMPRIR ESSAS FUNÇÕES NO REINO DE DEUS?
IV. FUNÇÕES PRECÍPUAS DA ADMINISTRAÇÃO
Conforme já vimos administrar é o "processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar todos os recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos definidos”. Stoner e Feeman.
Assim, temos na figura abaixo essas funções devidamente esquematizadas em que o Planejamento fica no centro e dele as demais funções são originadas.
Veremos agora, de forma resumida, esses quatro aspectos que são de suma importância para a igreja:
PLANEJAR – Todo líder ou pastor de uma igreja ou qualquer instituição religiosa tem como uma de suas atividades proceder o planejamento. Planejamento é uma ação estratégica em que o pastor juntamente com seus oficiais realiza o planejamento para a igreja. A partir do planejamento as demais ações da igreja serão desenvolvidas. Cada setor irá trabalhar na execução do planejamento e o pastor ou pessoa designada irá acompanhar, controlar e avaliar as ações.
ORGANIZAR - Organizar e estruturar a organização de forma a permitir que as atividades sejam desempenhadas com a maior eficiência possível. Todas as áreas e partes da instituição devem ser adequadamente organizadas para que os objetivos definidos no planejamento sejam atingidos.
DIRIGIR – A direção requer maior habilidade do líder. Pode ser realizada pelas equipes da igreja e por delegação ou ainda por terceiros. De qualquer forma irá requerer do líder habilidades bastantes desenvolvidas. O líder deve delegar e cobrar as responsabilidades. Para tal deverá possuir ferramentas de controle e avaliações. A melhor forma de administração é a participativa em que as equipes são envolvidas nos processos de maneira a receberem os inputs de aprendizagem e crescimento.
CONTROLE – Segundo a apostila, o que não é medido é difícil de ser avaliado. O que não é cobrado não é feito. Esta atividade é que nos permite dirigir e corrigir os trabalhos que não estão sendo feitos dentro do nosso planejamento. Com o controle o líder pode premiar as equipes que atingem os objetivos.
V. A ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO
“Ponha as primeiras coisas em primeiro lugar e teremos as segundas a seguir; ponha as segundas coisas em primeiro lugar e perderemos ambas” C.S. Lewis
“Que insensatez temer o pensamento de desperdiçar a vida de uma só vez, mas por outro lado, não ter nenhuma preocupação em jogá-la fora aos poucos” John Howe
Tempo é vida ou “Money?”
O tempo é um mistério. Uma categoria paradoxal e intrigante pela sua presença como um velho companheiro de viagem, em contradição com a sua condição ainda obscura que oculta seus próprios segredos. Mas, este não é um problema somente nosso. Até mesmo Santo Agostinho, em suas “Confissões” já dizia: “O que é então o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; se quero explicá-lo a quem me pergunta, então não sei...”. Este “Mito Cronos” desafia também os pensadores modernos. Em seu livro “A subversão do ser”, p. 111, Mauro Maldonato, referindo-se à morte do tempo, disse: “... apesar de tudo, esse enigma, o enigma mais antigo do mundo, não cessa de interrogar-nos e de extenuar-nos”. Parece que tentar desvendar este paradoxo não é o melhor caminho. Acredito que a melhor opção é uma postura adequada no lidar com este valioso e não renovável dom. E por assim dizer, como estamos nesta questão?
O slogan: “Time is Money!”, de origem norte americana e vivenciado principalmente, na paranóia dos corretores de Wall Street, também presente na realidade de muitos brasileiros, indica que a geração atual não está sendo sábia na utilização do tempo. Sob o pretexto da sobrevivência estamos sempre envolvidos numa luta frenética pelo ter. Na realidade, somos uma geração impelida pela urgência. A geração do “apaga-fogo”. Nossas ações são, na maioria das vezes, reativas e destituídas de valor agregado à vida.
Penso que o tempo deve possuir um peso além de uma simples categoria cronológica e da luta pela competitividade. Devemos considerá-lo, em suas devidas proporções, ao nível da vida. O dinheiro é bem vindo e necessário, porém, como conseqüência de uma eficaz administração de nossas competências. O tempo está diretamente relacionado com a vida. Podemos ver pela narrativa em Gênesis que os atos criativos de Deus coincidiram com o início do tempo. A expressão repetida após cada fase da criação marcou também o ato criativo do ser humano. Diz assim o texto bíblico: “... Houve tarde e manhã, o sexto dia.” Gn. 1.31b. A expressão tarde e manhã indica uma categoria temporal. Mas tempo significa vida pela sua presença singular de forma totalizante na individualidade. Cada pessoa inicia suas pulsações com a contagem do seu tempo, o qual marcará também o fim da vida neste estágio. Tempo é vida, também, pela sua dimensão existencial, na qual o ser humano experimenta suas angústias, lutas, vitórias, indagações, enfim, o existir acontece no tempo presente. Assim, podemos ver que tempo e vida são dois elementos indissociáveis, pelo menos nesta dimensão. Tudo que existe extra Deus, acontece no tempo. Fora deste, a criação não pode sustentar-se. Enfim, acredito ser o tempo o mais próximo correlativo da vida, ainda paradoxalmente falando, pois enquanto limitado e limitante em sua finitude, instiga um projetar-se da vida para além de si. Como que um sensus vitae, constitui um setting do desejo transcendente do ser. Desta forma, o tempo deve ser considerado mais do que um espaço dedicado às fadigas de uma vida na busca do ter. A vida passa, e passa rapidamente. Nós também passamos. A cada instante sofremos perdas de nossas condições físicas, mentais, e outras que nos privam da continuidade. Em suma, viver fazendo coisas não significa que estamos realizando algo. Um “fazer mais com menos” em detrimento da valorização da vida não é sinônimo de efetividade. Ser efetivo pressupõe a realização de atividades estruturais e pertinentes a um propósito. O ideal é que sejamos eficazes e eficientes, ao mesmo tempo. Isto implica em: fazer a coisa certa, e fazer certo a coisa. É a congruência do ser e realizar; ou o encontro da pessoa com a sua missão.
Encontramos na Bíblia, especificamente no Salmo 90, versículo 12 uma petição que Moisés fez a Deus, dizendo: “Ensina-nos a contar nossos dias para que alcancemos corações sábios.” Moisés não estava pedindo a Deus uma aula de Matemática, Moisés sabia contar. O que ele pedia era sabedoria para um viver pleno. Uma vida com significado, agora possível, uma vez que o próprio Filho Eterno de Deus, Jesus, na “plenitude do tempo”, adentrou-se à história para dar a mim e a você a oportunidade de viver com qualidade no aqui e agora e para além do tempo!
Somos uma geração impelida pela urgência. A geração do “apaga fogo”. Nossas ações são, na maioria das vezes, reativas. Esquecemos ou ignoramos que devemos ter um plano de vida calcado em valores relevantes, suficientes para dar sabor e produzir resultados que sejam importantes para o reino de Deus. No agitar do dia a dia, ficamos sufocados pelas pressões de um processo de globalização que obscurece nossa capacidade de análise e elaboração. Ficamos como que perdidos em meio a tantas mudanças. Perdemos aos poucos, a condição de retomarmos o caminho perdido. Neste contexto, estamos expondo ha perigos o nosso tempo, e, até mesmo, nossa vida. Nosso norte parece distante. Perdemos a visão da razão da vida. Sem conhecer nossa missão ficamos a executar todo tipo de tarefa que se apresenta. É o levar a vida para ver no que dá. Este é um tempo perigoso. O risco de se perder em meio a esta turbulência é muito grande. Como cristãos, devemos ser prudentes nesta questão. Possuímos um ideal que vai além de fazer coisas. O propósito de Deus para nós, concebido na eternidade passada, não se limita a pequena fatia de tempo que temos neste mundo. Uma missão de vida nos foi dada, resta-nos viver coerente com os princípios deixados por Deus em sua Palavra. Não podemos, portanto, procedermos como néscios, mas agir com sabedoria e contribuir para que sejamos cooperadores eficientes no reino de Deus. Nas palavras proferidas pelo apóstolo Paulo identificamos uma situação semelhante no início do primeiro século, tanto que, o apóstolo fez a seguinte exortação: “Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora, aproveitai as oportunidades” Cl 4.5. O contexto no qual os cristãos viviam, quando receptores dessas palavras, era caracterizado por pressões e oportunidades. Pressões advindas das perseguições e dificuldades de toda sorte. O próprio apóstolo estava em prisão, no entanto, soube, mesmo em tal circunstância, administrar com eficiência o seu tempo de tal forma a produzir grandes coisas para o reino de Deus. Assim, como sempre acontece, as oportunidades também existiam, mesmo não sendo objeto de conhecimento da maioria. Um conjunto de fatores, positivos e negativos, dava, àquela geração, condição de ser altamente produtiva para o reino de nosso Senhor. No entanto, não obstante este fato, o apóstolo se viu na necessidade de alertá-los a viverem de forma madura, andando dentro dos propósitos de Deus, sendo sábios para que as pressões não os submergissem e os levassem a uma vida sem sentido e improdutiva, mas que, vendo mais além, focalizando a vontade de Deus, pudessem ser pessoas altamente eficazes no contexto. Hoje, estamos em situação semelhante. O rolo compressor de um mundo em constantes transformações, a penetrar também na igreja, envolvendo muitos cristãos, alguns até bem intencionados, está indicando que devemos atentar também para as palavras das Escrituras, sob pena de ver nossos dias passarem em brancas nuvens. A advertência do apóstolo Paulo é atual. Dá-nos um alerta quanto as dificuldades que enfrentamos e, aponta a possibilidade de um abundante mesmo em meio ao caos. Sabemos que todo o processo está sendo conduzido sob a soberania de Deus que a tudo determinou, mas, enquanto aqui vivermos, não temos como fugir do raio de ação das pressões que sobrevêm a cada habitante da terra. São ventos a soprar do quatro cantos, com força brutal, como que um furacão a destruir tudo que está em sua frente. O cristão, embora tenha a garantia de uma jornada segura e de um fim vitorioso, não está isento de tais vendavais. A todo momento somos afetados pelas turbulências. Não somos do mundo, mas enquanto aqui vivermos na expectativa de sermos levados para a nossa pátria definitiva, temos que encarar com muita seriedade o processo de condução de nossas vidas. Temos que saber aproveitar todo instante nestes dias maus. Deus nos concede minutos, horas, dias, meses e até anos de vida, para que possamos administrar nossas atividades, nossos projetos e nossa própria vida de forma a glorificar o Seu nome. Não podemos desperdiçar o tempo de que dispomos. A vida passa, e passa rapidamente. Nós também passamos. A cada instante sofremos perdas de nossas condições físicas, mentais, e outras que nos privam de uma produtividade satisfatória que traga resultados significativos para o reino de Deus. Somos, portanto, mordomo de um patrimônio inigualável, nossas vidas. Assim, temos que ser sábios na administração desse valioso produto para que possamos alcançar sabedoria e viver dentro de uma perspectiva de significado e segurança, próprios de uma vida transformada pelo poder de Deus. As mudanças que hoje se verificam podem confundir os nossos ideais, sufocar a nossa vontade de servir a Deus e, num processo paulatino, fazer com que desviemos de nossas metas e nos apeguemos a uma vida pautada no secular. É perigoso viver de forma descuidada nesses dias de tanta correria. As mudanças que se processam hoje tem uma abrangência significativa. As transformações em todos os níveis modificam a forma de pensar e agir da atual geração, apontando para desafios que deveremos enfrentar com muita consciência e competência. Pertinentes ao processo de globalização, apontamos, para termos apenas uma noção do que está por vir, as principais tendências e as possíveis conseqüências individuais. São indicadores de um contexto no qual estamos inseridos. Não podemos fugir da realidade de que tais tendências, mesmo que em doses diferenciadas das previstas, estão, e estarão, a afetar o nosso dia a dia, podendo, inclusive sobrecarregamos com atividades e modismos, levando-nos a um desvio do plano de Deus para nossa vida. O livre comércio entre as nações, a explosão do consumo na Ásia e as alianças entre blocos de nações, o humanismo pregado e vivido com todas as forças, procurando centralizar o homem como valor máximo de vida, são alguns dos fatores que influirão direta e indiretamente na vida de cada cidadão do mundo. Modificações ainda não previstas, certamente que baterão às nossas portas alterando o processo de trabalho, produção e até mesmo vivencial. Tais efeitos, certamente que trarão conseqüências no nosso dia a dia. Nosso tempo poderá ser afetado pelas mudanças que advirão com os ventos dessas novas relações globais. Que na realidade é um processo histórico previsto, determinado e soberanamente conduzido por Deus, que têm no seu bojo, a participação satânica dando seus últimos ataques na tentativa inútil de consolidar seu império. Isto tem a ver conosco e com o nosso tempo. Todo cuidado é pouco para evitar as armadilhas do inimigo, principalmente nesta questão. Fomos escolhidos por Deus para glorificá-lo com nossa vida. Não podemos colocar um minuto sequer a serviço do “príncipe deste mundo”. Somos soldados de Cristo, convocados por Deus para a edificação e expansão do seu reino. Outra missão, não conta. O tempo que recebemos de Deus, deve, portanto, merecer de nós todo cuidado quanto a sua utilização. Estar no lugar certo. Caminhar na estrada proposta por Deus, é fundamental para um viver pleno de significado. Mesmo enfrentando barreiras, o cristão que consegue identificar a tarefa certa e ser o que Deus quer que ele seja, não se sentirá frustrado no fim da estrada. Pelo contrário, confirmará que vale a pena viver segundo Deus. O que não deve ocorrer é um viver cheio de lutas e boas intenções, mas fora do plano idealizado para nós antes mesmo da fundação do mundo. As palavra de Steven R. Coven traduz bem esta situação indesejada: “ É incrivelmente fácil cairmos numa vida hiperativa e competitiva, fazermos todos os esforços para subir os degraus do sucesso, para afinal descobrirmos que escada está apoiada na parede errada”.
Encontramos na Bíblia um menu de assuntos suficientemente abrangentes, capaz de preencher todos as áreas da vida. Muitas dos princípios e técnicas de produtividade, tanto no âmbito pessoal quanto no empresarial, foram tirados das páginas das Escrituras. Uma vasta biblioteca de ensinos e casos de procedimentos ligados diretamente à administração foram registrados, principalmente na história do povo de Deus do Velho Testamento. Ao passarmos as páginas dessa vasta enciclopédia da vida e da produtividade, deparamos com líderes que utilizaram o sistema atual de equipes autogerenciáveis, como foi o caso de Neemias; encontramos Moisés delegando de forma sábia suas atividades; podemos ver nos homens de guerras verdadeiras estratégias militares sendo adotadas, e, enfim, todo um processo de atuação efetiva de pessoas que utilizaram ferramentas eficazes no seu dia a dia. Falando da administração do tempo, o nosso assunto, encontramos muita coisa a respeito. O primeiro ponto que vemos é que o povo de Deus, aqueles que de fato o conhecia e sabia o valor ou seja, a razão da vida, deram grande importância a esta questão. Foram homens que souberam aproveitar todos os dias de suas vidas, agindo de forma eficaz na caminhada que lhes estava proposta. Não ficaram prostrados diante do contexto, mas, tendo um alvo, sabendo onde chegar, caminharam sem perca de tempo rumo ao porto indicado por Deus. Na carta que o apóstolo Paulo escreveu aos crentes de Éfesos, encontramos as seguintes palavras: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão não vos torneis insensatos, mas procurai compreender a vontade do Senhor.”Ef.5.15-17 O texto apresenta dentre outras lições, algumas verdades diretamente ligadas com a importância de um uso adequado do tempo de que dispomos. Somos concitados pelo apóstolo a não desperdiçar nosso tempo com coisas sem valor à missão dada por Deus a cada um de nós. Podemos notar que existe um padrão, uma conduta de vida para o cristão. Não fomos eleitos para vivermos de qualquer forma. Temos algo a fazer e principalmente um alvo de maturidade pessoal a atingir. Assim, podemos ver alguns destes aspectos no texto citado, quais são:
Como filhos da luz temos que ser sábios na forma de conduzir nossa vida
A vida é por demais importante para ser gasta ou empregada no supérfluo.
Somos concitados a aproveitar as oportunidades.
O âmago da questão está em identificar e viver a vontade de Deus para nossas vidas.
Assim, o apóstolo Paulo indica claramente que devemos ser sábios na utilização do tempo que Deus nos concede. Cada minuto, cada hora, dia, mês e ano, não importa a quantidade, deve ser planejado de forma a alcançarmos um desempenho que venha a caracterizar nossa vida como embaixadores de Deus num mundo conturbado que vai às pressas caminhando para o caos.
No primeiro século, crendo firmemente que Jesus poderia voltar a qualquer hora, os cristãos, tomados por um senso de urgência, cônscios de sua missão, tinham uma dinâmica de vida centrada na vontade de Deus. Estavam conscientes de que uma vida transformada por Deus deveria ser conduzida por esse mesmo Deus. Não admitiam a hipótese de serem guiados pelos rudimentos do mundo de então. Havia na mente de cada um, um senso de urgência para com as coisas de Deus. Ocorreu que pouco depois que o apóstolo escreveu estas palavras, sua vida foi ceifada. A perseguição romana intensificou e os cristãos começaram uma nova forma de viver, na qual, a questão primordial era a sobrevivência. Mas nunca permitirão que suas vidas fossem guiadas por homens e princípios mundanos. Sempre pautados nos ensinos dos apóstolos, viveram priorizando o essencial num processo de aproveitamento do tempo, tanto que, não obstante as dificuldades da época, o cristianismo espalhou por todo o mundo. Isto nos fala de forma contundente de um povo que soube viver sabiamente os seus dias, centrando suas vidas na vontade de Deus e fazendo exatamente aquelas tarefas que tinham valor agregado aos seus objetivos. Acreditamos que receberam diretamente dos ensinos e da vida de Paulo o suficiente para uma vida produtiva. O apóstolo que dizia possuir um alvo e que não se preocupava com as coisas passadas, mas tinha sua mente fixada na principal meta de vida, “corria”, dizia ele, “sem desferir golpes no ar”, ou seja, tudo o que fazia tinha uma razão de ser. Nada era feito sem um propósito. Tudo tinha sentido. Foi um homem que soube administrar com muita maestria o tempo recebido de Deus. Entendemos também que Neemias, no Velho Testamento, foi um mestre nesta matéria. Diante de um obra grandiosa não somente na sua importância, mas também, na sua abrangência, Neemias dispondo de parcos recursos, enfrentando todo tipo de adversidades, conseguiu através de uma administração participativa, utilizando-se de equipes, realizar um tarefa em tempo recorde. Neemias foi um perito em seleção de pessoal, distribuição de mão de obra, formação e gerenciamento de equipes, grande estrategista, sabia fazer reuniões eficazes, enfim, um homem que soube usar de diversas ferramentas da administração para um excelente emprego do seu tempo. O que fica bem claro é que encontramos na Bíblia, além de instruções quanto a forma eficaz de administrar o tempo concedido por Deus, deparamos também com vários exemplos de uma aplicação coerente deste precioso dom que recebemos. O cristão, consciente de sua missão, aquele que têm uma visão direcionada para a pátria celeste, apesar de viver com os pés neste mundo, procura melhorar a cada dia nesta engenhosa arte de viver bem e viver de forma produtiva. Não podemos distanciarmos dos princípios dados por Deus para nossa formação e crescimento. Dentre todos os caminhos fornecidos, encontramos a responsabilidade de administrar bem o tempo como um fator básico que pode inviabilizar ou permitir que sejamos pessoas realizadores das obras que Deus teem para cada um de nós. O tempo, é, uma brecha na dimensão da eternidade na qual, pela graça e misericórdia de Deus, podemos conhecê-lo e nos preparar para a real e definitiva estada junto ao nosso Criador. Estamos apenas na ante sala da eternidade e, devemos, aproveitar ao máximo todos os instantes em que temos, para que possamos estar conscientes de que não vivemos para este mundo e nem para nós mesmos, mas para aquele que é o doador da vida a quem devemos fazer convergir todas as nossas ações. Somente ele, Jesus Cristo deve governar nossa vida para que naquele dia, diante dÊle possamos estar de pé cientes de que vivemos conforme sua vontade. Nossa vida deve ter um foco no futuro, quando nosso nome for chamado através da porta infinita e gloriosa da cidade de DEUS.
Assim, nosso intento, é dar o pontapé inicial da partida, neste jogo que deverá durar por muito tempo. Propomos mostrar algumas estratégias que servirão de norte para que o leitor tenha condições de planejar e fazer as jogadas seguintes, podendo, por si mesmo, colocar a escada na parede certa, vindo, em algum dia, na dimensão do tempo, ser um vencedor e subir ao pódio da olimpíada da vida.
NOTA. AS FIGURAS NÃO FORAM ANEXADAS. SE FOR NECESSÁRIO ENVIAREI Á PARTE.