Resumo de FILOSOFIA
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CURSO: BACHARELADO LIVRE EM TEOLOGIA.
NOME DO ALUNO: KURT VIEHMAYER RODRIGUES.
RESUMO DA DISCIPLINA FILOSOFIA.
O termo filosofia deriva do grego phílos (“amigo”, “amante”) e sophía (“conhecimento”, “saber”) e tem praticamente tantas definições quantas são as correntes filosóficas.
Aristóteles a definiu como a totalidade do saber possível que não tenha de abranger todos os objetos tomados em particular; os estóicos, como uma norma para a ação;
Descartes, como o saber que averigua os princípios de todas as ciências; Locke, como uma reflexão crítica sobre a experiência; os positivistas, como um compêndio geral dos resultados da ciência, o que tornaria o filósofo um especialista em ideias gerais.
Filosofia é uma busca da sabedoria, que aponta para um saber mais profundo e abrangente do homem e da natureza, que transcende os conhecimentos concretos e orienta o comportamento diante da vida. A filosofia é uma busca e uma justificação racional dos princípios primeiros e universais das coisas, das ciências e dos valores, e uma reflexão sobre a origem e a validade das idéias e das concepções que o homem elabora sobre ele mesmo e sobre o que o cerca.
Temos os seguintes períodos da evolução da Filosofia:
-Filosofia pré-socrática: Ela inaugura uma nova mentalidade, baseada na razão, e não mais no sobrenatural e na tradição mítica. A escola jônica (ou escola de Mileto), eleática, atomista e pitagórica são as principais do período;
-Filosofia clássica (de 470 a 320 a.C.): Da Grécia Antiga, teve nos sofistas e em Sócrates seus principais expoentes. Distingue-se pela preocupação metafísica, ou procura do ser, e pelo interesse político em criar a cidade harmoniosa e justa, que tornasse possível a formação do homem e da vida de acordo com a sabedoria. Este período corresponde ao apogeu da democracia e é marcado pela hegemonia política de Atenas.
-Filosofia pós-socrática (de 320 a.C): até o início da era cristã. Abrange as correntes filosóficas do ceticismo, epicurismo e estoicismo traduzem a decadência política e militar da Grécia.
-Filosofia medieval: Santo Agostinho (354-430) identifica o mundo das idéias com o mundo das idéias divinas. Através da iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Esta corrente da Filosofia e seus desenvolvimentos são conhecidos como patrística, por ser elaborada pelos padres da Igreja Católica.
-Filosofia moderna: Em contraste com a filosofia medieval, religiosa, dogmática e submissa à autoridade da Igreja, a filosofia moderna é profana e crítica. O único método aceitável de investigação filosófica é o que recorre à razão. René Descartes (1596-1650), criador do cartesianismo, é considerado o fundador da filosofia moderna. Ele inaugura o racionalismo, doutrina que privilegia a razão, considerada fundamento de todo o conhecimento possível.
Filosofia contemporânea: A partir do começo do século XX teve início uma reflexão radical sobre a natureza da filosofia, sobre a determinação de seus métodos e objetivos. No que diz respeito ao método, destacaram-se as novas reflexões sobre a epistemologia ou ciência do conhecimento e o impulso dado à filosofia da ciência. As preocupações fundamentais do pensamento filosófico foram as concernentes ao homem e sua relação com o mundo que o cerca.
Quanto à Filosofia Analítica, essa denominação genérica é plenamente justificável, na medida em que, diante dos problemas filosóficos, essas tendências partilham uma determinada atitude que não tinha sido desenvolvida anteriormente. Por suas concepções, a filosofia analítica se liga à tradição empirista anglo-saxônica.
Quanto à Filosofia Indiana, ao contrário dos gregos, os hindus desprezaram a física e a cosmologia em favor da ontologia e podem ser considerados os verdadeiros fundadores da lógica e da metafísica. Filosofia indiana é a denominação genérica que se dá ao conjunto de concepções, teorias e sistemas desenvolvidos pelas civilizações do subcontinente indiano. Três conceitos fundamentam o pensamento filosófico indiano: o eu, ou alma (atman), as ações (karma), e a libertação (moksha).
Os escritos sagrados da cultura hindu, sobretudo os Vedas (os mais antigos textos sagrados da Índia), os Upanishads e o Mahabharata, há muito influenciam o pensamento filosófico indiano. Os hinos védicos, escrituras hindus datadas do segundo milênio antes da era cristã, são os mais antigos registros remanescentes, na Índia, do processo pelo qual a mente humana produz seus deuses, bem como do processo psicológico da produção de mitos, que leva a profundos conceitos cosmológicos.
Quanto à Filosofia Islâmica, o pensamento árabe representou, em suas mais remotas origens, uma dinâmica projeção dos grandes sistemas filosóficos gregos, ainda que vazado em língua semítica e fundamente modificado sob a influência oriental.
Filosofia islâmica é o pensamento expresso em língua árabe e intimamente relacionado à religião muçulmana que floresceu entre os séculos VII e XV. Excluem-se dessa denominação as tendências modernas e contemporâneas da filosofia árabe, analisadas apenas como floração do Oriente dentro e fora dos limites da Idade Média latina.
Quanto aos grandes movimentos filosóficos, temos:
-Atomismo: qualquer doutrina que explique fenômenos complexos em termos de partículas indivisíveis
-Dialética: Para os filósofos gregos, era essencialmente um método lógico de perguntas e respostas que permitia chegar à conclusão verdadeira. Em Sócrates, a dialética inclui três momentos: a hipótese, definição prévia e provisória do que se pretende conhecer; a ironia, interrogatório que leva o interlocutor a reconhecer a ignorância do que pretendia saber; e a maiêutica, arte de dar à luz as idéias adormecidas no espírito do interlocutor.
-Empirismo: Segundo o qual nenhuma certeza é possível, nenhuma verdade é absoluta, já que não existem idéias inatas e o pensamento só existe como fruto da experiência sensível. É a doutrina que reconhece a experiência como única fonte válida de conhecimento, em oposição à crença racionalista, que se baseia, em grande medida, na razão.
-Epicurismo: Resumem-se em evitar a dor e procurar os prazeres moderados, para alcançar a sabedoria e a felicidade. Cultivar a amizade, satisfazer as necessidades imediatas, manter-se longe da vida pública e rejeitar o medo da morte e dos deuses são algumas das fórmulas práticas recomendadas por Epicuro para atingir a ataraxia, estado que consiste em conservar o espírito imperturbável diante das vicissitudes da vida.
-Epistemologia: Também chamada gnosiologia ou teoria do conhecimento é a parte da filosofia cujo objeto é o estudo reflexivo e crítico da origem, natureza, limites e validade do conhecimento humano. A reflexão epistemológica incide, pois, sobre duas áreas principais: a natureza ou essência do conhecimento e a questão de suas possibilidades ou seu valor.
-Estoicismo: Afirmava que o universo pode ser reduzido a uma explicação racional e que ele próprio é uma estrutura racionalmente organizada. A capacidade do homem de pensar, projetar e falar (logos) está plenamente incorporada ao universo. A natureza cósmica, ou Deus, pois os termos são sinônimos para o estoicismo e o homem se relaciona um com o outro, intimamente, como agentes racionais. O homem pode alcançar a sabedoria se harmonizar sua racionalidade com a natureza. Lógica e filosofia natural estão, portanto, em íntima e essencial relação. Na história do estoicismo, apontam-se três períodos básicos: antigo, helenístico-romano e imperial romano.
-Estruturalismo: Corrente de pensamento que se caracteriza pela oposição à compartimentação do conhecimento em capítulos heterogêneos, o estruturalismo surgiu no começo do século XX e foi incorporado ao método de diversas disciplinas humanísticas, como a linguística. Como método científico, o estruturalismo estuda seu objeto, trate-se de cultura, linguagem, psiquismo humano ou outro qualquer, como um sistema em que os elementos constituintes mantêm entre si relações estruturais.
-Fenomenologia: É o estudo dos fenômenos em si mesmos, independentemente dos condicionamentos exteriores a eles, cuja finalidade é apreender sua essência, estrutura de sua significação. É também um método de redução, pelo qual o conhecimento factual e as suposições racionais sobre os fenômenos como objeto, e a experiência do eu, são postas de lado, para que a intuição pura da essência do fenômeno possa ser rigorosamente analisada. É o estudo dos fenômenos, distinto do estudo do ser, ou ontologia.
-Idealismo: Filosoficamente, refere-se ao conjunto de doutrinas que, por caminhos diversos, afirmam a precedência da consciência sobre o ser, ou da realidade ideal sobre a realidade material.
-Marxismo: Marxismo é o conjunto das idéias filosóficas, econômicas, políticas e sociais que Marx e Engels elaboraram e que mais tarde foram desenvolvidas por seguidores. Interpreta a vida social conforme a dinâmica da luta de classes e prevê a transformação das sociedades de acordo com as leis do desenvolvimento histórico de seu sistema produtivo.
As duas vertentes do marxismo são o materialismo dialético, para o qual a natureza, a vida e a consciência se constituem de matéria em movimento e evolução permanente, e o materialismo histórico, para o qual o fato econômico é base e causa determinante dos fenômenos históricos e sociais, inclusive as instituições jurídicas e políticas, a moralidade, a religião e as artes.
A teoria marxista desenvolve-se em quatro níveis de análise -- filosófico, econômico, político e sociológico. Marx escreveu: “Até o momento, os filósofos apenas interpretaram o mundo; o fundamental agora é transformá-lo.” Para transformar o mundo é necessário vincular o pensamento à prática revolucionária.
-Positivismo: O positivismo opôs-se às abstrações da teologia e da metafísica o método experimental e objetivo da ciência. Ideologia é o movimento filosófico fundado por Auguste Comte, o positivismo tem como base teórica os três pontos seguintes:
-Todo conhecimento do mundo material decorre dos dados “positivos” da experiência, e é somente a eles que o investigador deve ater-se;
-Existe um âmbito puramente formal, no qual se relacionam as idéias, que é o da lógica pura e da matemática; e
-Todo conhecimento dito “transcendente” -- metafísica, teologia e especulação acrítica -- que se situa além de qualquer possibilidade de verificação prática, deve ser descartado.
Quanto ao Positivismo no Brasil, foi sob o patrocínio dessa corrente filosófica que, em grande parte, se fez a preparação teórica da implantação da república. Vários dos mais destacados propagandistas republicanos eram positivistas e, nos primeiros anos que se seguiram à queda do império, ocuparam posição de relevo na administração pública. Foi importante a influência intelectual e política de Benjamin Constant, positivista e republicano.
A divisa “Ordem e Progresso”, da bandeira nacional, inspirou-se no conceito elaborado por Comte de uma sociedade exemplar, que teria “o amor como princípio, a ordem como base e o progresso como fim”!
-Racionalismo: Alude a diferentes posições filosóficas. Primeiro, a que sustenta a primazia, ou o primado da razão, da capacidade de pensar, de raciocinar, em relação ao sentimento e à vontade. Tal forma ou modalidade de racionalismo seria mais propriamente chamada intelectualismo, pressupondo uma hirarquia de valores entre as faculdades psíquicas. Em segundo lugar, racionalismo significa a posição segundo a qual só a razão é capaz de propiciar o conhecimento adequado do real. Por fim, o racionalismo ontológico ou metafísico consiste em considerar a razão como essência do real, tanto natural quanto histórico. Temos as seguintes vertentes:
-Racionalismo psicológico;
-Racionalismo epistemológico;
-Racionalismo metafísico; e
-Racionalismo clássico.
Para além de seus possíveis elementos dogmáticos, a filosofia racionalista, ao ressaltar o problema da fundamentação do conhecimento como base da especulação filosófica, marcou os rumos do pensamento ocidental.