Resumo de FILOSOFIA
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Curso de Graduação Livre – Bacharelado em Filosofía
Disciplina: HISTÓRIA DE ISRAEL
Aluno: 2019033796
Clément R.S.Danilo
RESUMO
CONCEITO GERAL DE HISTÓRIA DE ISRAEL
Introdução
3000 (+ ou -) – Nasce Noé. Filho de Matusalém, Noé viveu 600 anos e então veio o diluvio que durou 375 dias. De Noé saíram Sem, Cão e Jafé. Os judeus são descendência de Sem.
2160 – Nasce Abrão em Ur, na Mesopotâmia, que viria a ser o patriarca do povo judeu.
2060 – Isaque nasce. Como havia prometido Deus a Abraão, seria ele o primogênito de toda uma nação.
2000 – Nasce Jacó. Ele tem o nome mudado para Israel e teve doze filhos que vieram a ser os doze patriarcas da tribo de Israel, e uma filha, Diná.
1889 – Nasce José, o filho preferido de Jacó que foi vendido ao Egito por seus irmãos. No Egito prosperou pela mão do Senhor e se tornou ministro. Nesse tempo os Hicsos tinham o poder sobre o Egito por ocasião da queda da XIII dinastia egípcia.
1870 – Jacó e seus filhos descem para o Egito por causa da fome, José apesar de humilhado recebeu-os e cuidou deles. Os hebreus permanecem no Egito por 430 anos.
1580 – Nesse período os Hicsos são expulsos. A Síria e a Palestina tornaram-se tributárias de Egito. A terra é devolvida à coroa e os hebreus são escravizados.
1520 - Nasce Moisés. Totmés I governa o Egito. Moisés é colocado nas águas e encontrado pela Filha de faraó.
1497 – Totmés I morre e é substituído por Totmés II que reina só quatro anos.
1493 – Hatshepsut, que resgatou Moisés das águas torna-se rainha do Egito.
1480 – Moisés comete um homicídio e foge para Midiã, onde se casa com Zípora, filha de Jetro.
1448 – Moisés é chamado por Deus e volta ao Egito para livrar o povo.
1440 – O povo sai do Egito e vai em direção a terra prometida. Deus faz chamada ao pacto e dá o decálogo
1400 – Morre Moisés ao avistar a terra prometida do cume de Pisga, no monte Nebo, nas campinas de Moabe.
A OCUPAÇÃO DE CANAÃ
Tendo morrido Moisés, Josué foi comissionado a conduzir a nação de Israel na conquista da Palestina.
O povo de Canaã não foi organizado em fortes unidades políticas. Fatores geográficos, tanto quanto a pressão de nações circunvizinhas, no Crescente Fértil, que se utilizavam de Canaã como território tampão, explicam o fato de que os Cananeus jamais foram um império forte e integrado.
As cidades-estados com freqüência evitavam ser atacadas mediante o pagamento de um tributo. Entretanto, quando algum povo vinha ocupar a terra, como Israel fez sob Josué, formavam ligas e se uniam para resistir ao invasor. Isso é bem ilustrado no livro de Josué.
A localização da Palestina dentro do Crescente Fértil, e a configuração geográfica da própria terra, com freqüência afetou seus desenvolvimentos culturais e políticos. Nenhuma das cidades-estados se equiparavam em forças às tropas invasoras que vinham de reinos poderosos ao longo do Nilo ou do Eufrates. Ao mesmo tempo, Canaã era um prêmio cobiçado por essas nações mais fortes, estando localizada entre os dois grandes centros da civilização,
Embora essas cidades-estados pudessem ser facilmente conquistadas, era difícil para os vitoriosos conservarem-nas como possessões permanentes.
A religião de Canaã era politeísta. El era reputado como principal divindade cananéia. Simbolizando como um touro entre um rebanho de vacas, o povo se referia a ele como “pai touro”, considerando-o criador. Asera era a esposa de El.
O primeiro dentre os setenta deuses e deusas que eram tidos como prole de El e Asera era Hadade, mais comumente conhecido pelo nome de Baal, que quer dizer “senhor”. Como monarca reinante dos deuses, ele controlaria os céus e a terra. Por ser deus da chuva e da tempestade, ele era o responsável pela vegetação e pela fertilidade. Anate, a deusa amante da guerra, era sua irmã e consorte. No século IX a.C., Astarte, deusa da estrela vespertina, era adorada como sua esposa. Mote, deus da morte, era o principal adversário de Baal. Iom, deus do mar, foi derrotado por Baal.
Visto que as divindades dos Cananeus não teriam caráter moral, não é de surpreender que a moralidade daquele povo fosse extremamente baixa. A brutalidade e imoralidade que se destacam nas narrativas sobre esses deuses se refletia na sociedade cananéia, os Cananeus, nos dias de Josué, praticavam sacrifícios de crianças, a prostituição sagrada e adoração à serpente com seus ritos e cerimonias religiosas. Naturalmente, a civilização deles se degenerou debaixo dessa influência desmoralizadora.
Moisés encarregou solenemente o seu povo de destruir os Cananeus – não somente para puni-los por causa de sua iniqüidade, mas também para impedir a contaminação do povo escolhido por Deus
Era de conquistas
Em Refidim, Josué dirigiu o exército israelita na derrota imposta a Amaleque. Sob a tutela de Moisés, foi treinado para a liderança, tendo sido preparado para dirigir a conquista e a ocupação da terra prometida.
Tal qual a narrativa sobre a peregrinação no deserto, o registro das atividades de Josué é incompleto. Não se faz qualquer menção à conquista da área de Siquém, mas foi ali que Josué reuniu o povo inteiro de Israel para ouvir a leitura da Lei de Moisés.
Durante o período da vida de Josué a terra de Canaã foi tomada pelos israelitas, mas de modo algum foram expulsos todos os seus habitantes.
A conquista
O próprio Josué fora preparado para a conquista, mediante uma experiência similar àquela que tivera Moisés, quando Deus o convocou. Deus insuflou em Josué a consciência de que a conquista da terra não dependia somente dele, mas que ele fora divinamente comissionado e dotado. Embora fosse o líder responsável por Israel, Josué era apenas um servo, sujeito ao comando do exército do Senhor.
A conquista de Jericó foi uma vitória que serviu de exemplo. Mas aos israelitas não foi permitido se apropriarem de qualquer parte dos despojos. Aquilo que não foi destruído - objetos metálicos - foi depositado no tesouro do Senhor. Excetuando Raabe e a casa de seu pai, os habitantes de Jericó foram extintos.
Ai, era o próximo alvo a ser conquistado. De modo contrário ao procedimento anterior, os israelitas poderiam apossar-se do gado vivo e de outras propriedades transportáveis. Os defensores foram aniquilados, seu rei foi enforcado, e o sítio foi reduzido a escombros.
Quando se espalharam por Canaã as notícias da conquista de Jericó e Ai, o povo de várias localidades organizou resistência contra a ocupação israelita. Os habitantes de Gibeom, fingindo ter vindo de um país distante, chegaram ao acampamento Israelita de Gilgal, expressando seu temor de Deus de Israel, oferecendo-se para ser servo, se Jeová entrasse em aliança com eles.
Gibeom era uma grande cidade da Palestina. Quando ela capitulou ante Israel, o rei de Jerusalém ficou alarmado. Em resposta a seu apelo, outros reis Amorreus, de Hebrom, Jarmute, Laquis e Eglom, aliaram-se com ele, a fim de atacarem a cidade de Gibeom. Josué apareceu inesperadamente em Gibeom, onde derrotou e pôs em fuga o inimigo. A ajuda sobrenatural nessa batalha resultou em vitória esmagadora para os israelitas.
Em Laquedá, os cinco reis da liga dos Amorreus foram encurralados em uma caverna, tendo sido em seguida mortos por Josué. Com a conquista de Maquedá e Libna, os reis dessas duas cidades foram executados. Josué, então assediou a bem fortificada cidade de Laquis (moderna Tell-ed-Duweir), e no segundo dia do assédio esse baluarte foi derrubado.
Ato contínuo, Israel se lançou vitoriosamente na tomada de Eglom, que atualmente é com a moderna Tell-el-Hesi. Dali as tropas atacaram para o sul, assediando Hebrom, que não foi facilmente defendida. Então, dirigindo-se para o sudoeste, assaltaram e tomaram Debir, ou Quiriater-sefer. Embora as fortes cidades-estados de Gezer e Jerusalém não tivessem sido conquistadas, foram isoladas, de tal maneira que toda a área sulista ficou sob o controle de Israel.
A conquista e a ocupação da porção norte de Canaã é descrita de modo bem abreviado. A cidade de Hazor foi incendiada até o chão. Não há qualquer menção sobre a destruição de outras cidades na Galiléia.
De forma sumária, o trecho de Js 11.16-12.24 relata a conquista de toda a terra de Canaã por parte de Israel.
Trinta e um reis são listados entre os derrotados por Josué. Embora os reis tivessem sido derrotados, nem todas as cidades foram realmente capturadas ou ocupadas.
A divisão de Canaã
Sob a supervisão de Josué e Eleazar foram distribuídos os quinhões das tribos. Calebe, que demonstrara fé incomum quarenta e cinco anos antes, quando os doze espias tinham sido enviados a Canaã, agora recebeu consideração especial, tendo-lhe sido dada como prêmio a cidade de Hebrom, para ser sua herança.
A tribo de Judá se apropriou da área entre o mar Morto e o mar Mediterrâneo, incluindo a cidade de Belém. Efraim e a outra metade da tribo de Manasses receberam a maior parte da área a oeste do rio Jordão, entre o mar da Galiléia e o mar Morto.
Siló foi estabelecida como centro religioso de Israel. Foi ali que as demais tribos foram desafiadas a tomar posse de seus territórios respectivos. Enquanto a Simeão foi dada a região ao sul de Judá, as tribos de Benjamim e Dã receberam seu quinhão imediatamente ao norte de Judá. Ao norte de Manasses, começando com o vale de Megido e com o monte Carmelo, receberam suas possessões Issacar, Zebulom, Aser e Naftali.
Cidades de refúgio foram selecionadas por toda a extensão do pais. A oeste do Jordão essas cidades eram Cades, em Naftali, Siquem, em
Efraim, e Hebrom em Judá. A leste do Jordão, em cada uma das áreas tribais, havia as cidades seguintes. Bezer, em Rúben, Ramote, em Gileade, dentro das fronteiras de Gade e Golã, em Basã, na área de Manassés. Para essas cidades qualquer indivíduo poderia fugir para estar livre de vinganças de sangue, no caso de ter-se tornado homicida involuntário.
A tribo de Levi não recebeu quinhão na forma de território, porquanto eram responsáveis pelos serviços religiosos por toda a nação. As diversas tribos foram encarregadas da obrigação de selecionarem cidades para os levitas. Terras de pasto, em redor de cada uma das quarenta e oito cidades, foram igualmente providas, pelo que os levitas podiam dar pasto a seu gado.
Antes de morrer Josué, com a idade de cento e dez anos, reuniu o povo de Israel em Siquém e advertiu-os severamente para que temessem a Deus. Um compromisso público foi feito, mediante o qual os líderes asseguraram a Josué de que serviram ao Senhor. Após a morte de Josué Israel cumpriu essa promessa somente enquanto vivia a geração mais idosa.
Análise moral da conquista de Canaã
Como se justificaria que um povo escolhido por Deus se apossasse de Canaã, massacrando a população, tomando a sua terra e riquezas? Diversas razões importantes devem ser observadas a partir do cenário histórico:
Devido à degradante religião de Canaã
A religião de Canaã tinha-se tornado tremendamente abominável aos olhos de Deus e da própria moralidade. El, o deus principal, é orgulhosamente apresentado como sendo inteiramente sensual, sórdido e sanguinário. As três deusas cananéias são apresentadas em posturas vis e sensuais. O sistema prestava homenagem a serpente, eram totalmente depravado e estava fadado à destruição.
Devido à sua cultura corrompida
A adoração ao sexo demoníaco e aos ídolos de guerra refletiam uma sociedade permeada da mais grosseira imoralidade e violência. A baixeza da idolatria de Canaã formava contraste com a idolatria do Egito e da Mesopotâmia, cuja moralidade não tinha caído em tão profunda vulgaridade e brutalidade. A cultura estava fadada à destruição
Devido às admoestações e paciência de Deus
O texto declara muitas vezes que o Senhor era o verdadeiro dono da terra de Canaã e podia dá-la ou negá-la a quem quisesse, por razões nem sempre evidentes aos homens.
Através de Noé, Deus profetizou julgamento para os Cananeus pela sua obscenidade.
Para Abraão e os seus descendentes o Senhor prometeu a terra de Canaã, a qual eles receberiam depois de cheia a medida da iniqüidade dos Amorreus.
Como aconteceu com os habitantes de Sodoma antes da sua destruição, o Senhor deu aos Cananeus muitas oportunidades de arrependimento. Deus esperou 400 anos.
Devido à comissão divina de Israel
Israel não foi designado para ser uma organização religiosa, mas um governo civil com obrigações da aliança perante o Senhor. Como tal, sua primeira missão era executar o julgamento de uma sociedade corrupta e violenta de acordo com a aliança.
Devido às promessas da aliança feita por Deus
Conforme o Senhor declarou a Abraão e a Israel, a ocupação final da Palestina por Israel estender-se-á desde o Egito até o Eufrates.
Os eventos registrados no livro de Juízes são intimamente relacionados aos acontecimentos dos dias de Josué. Visto que os Cananeus não haviam sido plenamente desalojados, e que a ocupação por Israel não se completara, condições similares continuaram por todo o período dos Juízes.
Esses juízes subiram à liderança conforme exigiam as condições locais ou nacionais. A influência e reconhecimento de muitos deles se limitava às suas comunidades ou tribos locais. Alguns deles foram líderes militares, que livraram os israelitas de algum inimigo opressor, ao passo que outros dentre eles foram reconhecidos como magistrados, para os quais o povo olhava, esperando decisões legais e políticas.
Não tendo governo central e nem capital, as tribos de Israel eram governadas irregularmente, sem sucessão imediata quando do falecimento de qualquer dos juízes. Visto que alguns dos juízes agiam em áreas locais restritas, também é razoável pensarmos que várias das judicaturas tiveram lugar justapostas.
A despeito de terem sido conquistadas algumas áreas, certas cidades fortemente armadas, como Taanaque e Megido. Continuaram na posse dos Cananeus.
A ocupação parcial da terra deixou Israel em contínuas dificuldades. O ciclo de acontecimentos se repetia interminavelmente. Mediante a confraternização com os habitantes locais os israelitas vieram a participar da adoração a Baal, esquecendo-se da adoração a Deus.
O arrependimento era parte seguinte do ciclo. Quando os israelitas perdiam sua independência e serviam aos opressores, reconheciam então que sofriam as conseqüências da desobediência a Deus. Quando tomavam consciência de seus pecados voltavam-se penitentes para Deus. E seu apelo não era feito em vão.
O livramento ocorria por meio de campeões que Deus levantava para desafiarem aos opressores. Especialmente dotado de capacidades divinas, esses líderes repeliam os adversários, e Israel, uma vez mais, desfrutou de um período de descanso.
CONDIÇÕES RELIGIOSAS, POLÍTICAS E SOCIAIS
Mica e seu santuário servem de exemplo da apostasia religiosa que prevalecia nos dias dos juízes. Mica estabeleceu um santuário, tendo nomeado ainda sacerdote a um de seus filhos. Quando um levita de Belém por acaso fez parada nessa capela, Mica firmou com ele um acordo, contratando-o como seu sacerdote oficial.
Quando os danitas migraram para o norte, convenceram ao levita de que lhe era melhor servir de sacerdote para uma tribo do que para um só indivíduo. e simplesmente levaram os levitas e os deuses de Mica para Laís, ao norte, que daí por diante foi denominada Dã.
O crime sexual em Gibeá e os acontecimentos que se seguiram provocaram guerra civil em Israel. Um levita da região de Efraim e sua concubina, pararam em Gibeá para passar a noite. Durante a noite, os homens de Gibeá se apossaram da concubina do levita. Pela manhã, ela foi encontrada morta.
Quando a tribo de Benjamin se recusou a entregar os homens de Gibá que haviam cometido esse crime, estourou a guerra civil.
Por duas vezes as forças foram derrotadas em seu ataque contra Gibeá. Da terceira vez, entretanto, conquistaram e incendiaram a cidade, matando a todos os benjamitas, com exceção de seiscentos homens que fugiram.
Tempo de transição sob a liderança de Eli
Na posição de sumo sacerdote, Eli estava encarregado da adoração e dos sacrifícios no tabernáculo de Siló. Os israelitas esperavam dele a liderança e a orientação, nas questões religiosas e civis.
Ele falhou, não ensinando seus próprios filhos a reverenciarem a Deus. Sob sua jurisdição, eles assumiram responsabilidade sacerdotais, abusando das pessoas que vinham oferecer sacrifícios e adorar. Também profanaram o santuário com a vileza e o deboche comuns à religião dos Cananeus.
Foi nessa atmosfera abominável que Samuel foi criado na infância, sob os cuidados de Eli como fora entregue. Consagrado a Deus e encorajado por sua piedosa mãe, Samuel cresceu no meio ambiente do tabernáculo, impermeável para a ímpia influência dos filhos de Eli.
Quando os assustados israelitas perceberam que estavam sendo derrotados em um encontro com os filisteus, convenceram os filhos de Eli para que trouxesse a arca da aliança, objeto mais sagrado de Israel, ao campo de batalha. O povo acreditava que a arca que representava a própria presença de Deus, poderia salvá-los da derrota. Contudo, não puderam forçar Deus a servi-los. A derrota dos israelitas foi esmagadora. O inimigo capturou a arca, matando os filhos de Eli.
Depois de haver escapado do despojamento do santuário de Siló, Samuel estabeleceu morada em Ramá, onde erigiu um altar. Não há qualquer indicação, todavia, de que Ramá se tenha tornado o centro religioso ou civil da nação. Israel retomou a arca das mão dos filisteus, mas esta foi conservada em Quiriate Jearim, na casa particular de Abinadabe, até aos dias de Davi.
Deve se lançar no crédito de Samuel que ele se impôs sobre os israelitas para que expurgassem a adoração nos moldes do culto cananeu, em suas fileiras.
Eventualmente, os líderes tribais sentiram que deveriam fomentar sua resistência à agressão dos filisteus; de acordo com isso, clamavam por um rei. Como justificativa para o estabelecimento da monarquia salientaram que Samuel era homem idoso e que seus filhos eram moralmente ineptos para assumir o lugar dele.
Samuel rejeitou a proposta deles, implorando-lhes que “não impusessem a si mesmos uma instituição cananéia estranha à própria maneira de vida deles”. Quando, a despeito disso, eles persistiram em suas existências, Samuel aquiesceu, embora só o tivesse feito após intervenção divina.
O primeiro rei de Israel
Saul desfrutou de apoio entusiasta por parte de seu povo, depois de uma vitória inicial sobre os Amonitas, em Jabes de Gileade. No entanto, o sucesso inicial do primeiro rei de Israel não obscureceu suas fraquezas pessoais, e devido às suspeitas e ao ódio, seus esforços tornaram-se tão dispersivos e as forças nacionais foram tão dissipadas que o seu reinado terminou em fracasso completo.
A unção de Davi, por Samuel, em cerimônia particular, era algo que Saul desconhecia. Devido a ter posto fim a Golias, Davi subiu para o centro de atenção na nação. Quando os filisteus perceberam que Golias, o gigante de Gate, fora morto, fugiram de diante de Israel.
Abandonado a seus próprios recursos, Saul tornou-se suspeitoso e extremamente invejoso de Davi. Por Numerosos e sutis esquemas Saul procurou remover esse jovem herói nacional. Exposto aos arremessos de lança de Saul ou aos perigos da batalha, Davi consegui escapar com êxito a toda manobra que visava à sua ruína.
Por diversas vezes Davi teve a oportunidade pessoal de tirar a vida do rei de Israel. Mas cada vez ele se recusou a isso, reconhecendo que Saul era o ungido do Senhor.
Davi acompanhou os filisteus a Afeque, para combater contra Israel. Porém, foi-lhe negada a participação na batalha. Os exércitos israelitas se acamparam no monte Gilboa para combater contra os filisteus. Durante a batalha que houve na planície de Jezreel as forças israelitas foram postas em fuga, os filisteus tiraram as vidas dos três filhos do rei. O próprio Saul foi ferido por arqueiros inimigos. A fim de evitar tratamento brutal nas mãos do inimigo, ele caiu sobre a própria espada, pondo fim à própria vida. Os filisteus obtiveram uma vitória decisiva, conseguindo um controle indisputável sobre o fértil vale, desde a costa até o rio Jordão. Também ocuparam muitas cidades, de onde os israelitas foram forçados a fugir.
Verdadeiramente trágico foi o final do reinado de Saul, que foi o primeiro rei de Israel. Embora escolhido por Deus e ungido mediante a oração do profeta Samuel, ele não percebeu que a obediência era essencial para a incumbência sagrada e singular que lhe foi proporcionada por Deus - para ser “capitão sobre sua herança”.
A união de Israel sob Davi e Salomão
O período áureo de Davi e Salomão nunca foi duplicado nos tempos do Antigo Testamento. A Expansão territorial e os ideais religiosos, conforme são contemplados por Moisés, se concretizaram em grau maior do que jamais antes ou depois, na história de Israel.
União e expansão Davídicas
Os empreendimentos políticos de Davi foram assinalados pelo sucesso. Em menos de uma década, depois da morte de Saul, todo o Israel se juntou em apoio a Davi, o qual dera início a seu reinado somente com o pequeno reino de Judá. Por meio de sucessos militares e de gestos de amizade em breve ele controlava o território que vai desde o rio do Egito e o golfo de Ácaba até as costas fenícias e a terra de Hamate. O respeito internacional e o reconhecimento obtidos por Davi para Israel continuaram intocados pelas potências estrangeiras até aos anos finais do reino de Salomão.
O rei de Judá
Nascido em tempo turbulentos, Davi foi sujeitado a um duro período de treinamento, a fim de prepará-lo para ser o rei de Israel. Foi requisitado pelo rei, para o serviço militar, depois que matou Golias, tendo ganho valiosa experiência militar em seus feitos heróicos contra os filisteus.
Depois que foi forçado a abandonar a corte, dirigiu um bando de fugitivos, e negociava bem sucedidas relações diplomáticas com os filisteus e moabitas, ao mesmo tempo que era considerado um fora da lei de Israel.
Davi se encontrava em território filisteu quando o exército de Saul foi decisivamente derrotado no monte Gilboa. Após ter-se certificado da aprovação divina Davi retornou à terra de Israel. Em Hebrom os líderes de sua própria tribo ungiram-no e aclamaram-no seu rei.
Dessa maneira o povo de Judá prometeu lealdade a Davi, ao passo que os demais israelitas permaneceram leais à dinastia de Saul sob a liderança de Abner e Is-Bosete. Em resultado disso, irrompeu-se a guerra civil.
Não há indicação de que os filisteus tivessem interferido com a ascensão de Davi como rei. É possível que eles simplesmente tivessem-no considerado um vassalo enquanto o resto de Israel, dividido pela guerra civil, não oferecesse resistência unificada.
Ficaram alarmados, porém, quando Davi foi aceito pela nação toda. Um ataque desfechado pelos filisteus mui provavelmente teve lugar antes da conquista e ocupação de Sião. Por duas vezes Davi os derrotou, assim impedindo a interferência deles na unificação de Israel sob o novo monarca. Não se duvida que a própria ameaça filistéia foi um fator unificador de Israel.
Quando Davi assumiu o reino sobre as doze tribos, selecionou Jerusalém para ser sua capital política. Firmando um contrato com os fenícios, um magnificente palácio foi erigido para Davi, o rei.
Renovando seus interesses pela religião de Israel, Davi desejou construir uma casa de adoração que fosse mais permanente. Quando expôs seu plano a Natã, o profeta, obteve a imediata aprovação deste. Na noite seguinte, entretanto, Deus comissionou Natã para que informasse ao rei de que a edificação do templo seria adiada até que o filho de Davi fosse estabelecido no trono.
Na posição de rei do império israelita, Davi não deixou de reconhecer que Deus era quem outorgava vitórias militares e prosperidade material a Israel.
Pecado na família real
As imperfeições de caráter, de qualquer membro da família real, não são minimizadas nas Escrituras hebraicas. Um rei de Israel que caiu em pecado não poderia mesmo esperar escapar ao juízo de Deus. Ao mesmo tempo Davi, como pecador verdadeiramente penitente, que reconheceu sua iniqüidade qualificou-se assim como homem que agradava a Deus.
Embora advertido acerca da multiplicidade de esposas na lei mosaica, Davi adquiriu muitas delas. Alguns desses casamentos sem dúvida alguma tiveram implicações políticas, tal como seu matrimônio com Mical, filha de Saul, e com Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur. Tal como sucedeu com outro, Davi teve de sofrer as conseqüências, como os crimes de incesto, homicídio e rebeldia, que passaram a suceder na sua vida doméstica.
Pecado de Davi com Bate-Seba
Esse “caso” é o ponto que faz a divisão entre os seus triunfos e as suas dificuldades. O fato de olhar para a esposa do vizinho conduziu-o à cobiça e o arrastou ao adultério. Isso levou-o à falsidade e ao disfarce, ao roubo da esposa de um dos seus oficiais, e ao assassínio.
Quatro foram as conseqüências desse pecado, duas condenatórias e duas compassivas:
A primeira delas foi o julgamento que atingiu o coração de Davi e a perda do filho recém-nascido;
A segunda foi o perdão do Senhor, quando Davi confessou o seu pecado;
A terceira foi a colheita do julgamento que Davi ceifou em sua família. Um escândalo sexual o atingiu pesadamente quando o seu filho mais velho Amnom seduziu sua irmã Tamar. Davi colheu também o que semeara quando dois dos seus filhos foram assassinados por outros dois dos seus filhos. Colheu as conseqüências do roubo da esposa de um homem quando Absalão usurpou o reinado e envergonhou as suas concubinas em público.
A quarta conseqüência foi a graça de Deus para com Davi depois do seu profundo arrependimento, permitindo que Bate-Seba tivesse de Davi outro filho a quem o trono seria dado.
Tragédia dos Filhos de Davi
Ele teve doze esposas e pelo menos dez concubinas, vinte e um filhos e uma filha. Três dos seus filhos mais velhos sofreram o golpe de morte violenta (Amnom, Absalão e Adonias), quando cada um era herdeiro em potencial do trono.
A Era Áurea de Salomão
O reinado de Salomão se caracterizou por paz e prosperidade. Davi estabelecera o reino - agora Salomão haveria de colher os benefícios dos labores de seu pai.
A construção e dedicação do templo, recebe muito maior consideração do que qualquer outro aspecto do reinado de Salomão. Excetuando a edificação do templo, que é atribuída à primeira década de seu reinado, e a construção de seu palácio, o qual foi completado treze anos mais tarde, quanto ao resto há pouca informação que possa ser utilizada para servir de base de uma análise cronológica do reinado de Salomão.
Estabelecimento do Trono
A ascensão de Salomão ao trono de seu pai não ocorreu sem oposição. Enquanto Salomão não fora publicamente coroado, Adonias fomentou a ambição de ser o sucessor de Davi. Seguindo o exemplo de Absalão, seu irmão, Adonias adquiriu uma escolta de cinqüenta homens, dotada de cavalos e carros, conseguiu o apoio de Joabe, convidou Abiatar, o sacerdote em Jerusalém, e providenciou para que ele mesmo fosse ungido rei. Quando chegaram ao palácio as notícias dessa reunião, Salomão montou a mula do rei Davi, em Gibeom, escoltado por Benaia e pelo exército real. Ali, nas vertentes orientais do monte Ofel, Zadoque ungiu a Salomão, e assim ele foi publicamente declarado rei e Israel.
Após a morte de Davi, Salomão fortaleceu sua reivindicação ao trono, ao eliminar todo possível conspirador. Salomão assumiu a liderança de Israel em seus verdes anos. Por certo ele tinha menos de trinta anos, talvez cerca de vinte anos de idade. Sentindo a necessidade que tinha de sabedoria divina, ele reuniu os israelitas em Gibeom, onde estavam localizados o tabernáculo e o altar de cobre, e ofereceu ali grande sacrifício. Por meio de um sonho ele recebeu a certeza, divinamente conferida, de que lhe seria conferido seu pedido de sabedoria.
Organização do reino
Comparativamente pouca é a informação dada acerca da organização do vasto império de Salomão. O próprio rei constituía o tribunal supremo.
Para propósitos de cobrança de impostos, a nação foi dividida em doze distritos. O oficial incumbido de cada distrito tinha de suprir provisões para o governo central durante um mês de cada ano. Durante os demais onze meses do ano ele teria de coletar e armazenar provisões nos armazéns existentes em seu distrito.
Salomão mantinha Numerosa força armada. Em adição à organização do exército, segundo fora estabelecido por Davi, Salomão também empregava uma força de combate de 1400 carros de guerra e 12 mil cavaleiros. Organização eficiente e administração sábia eram essenciais para a manutenção de um estado de prosperidade e progresso.
A construção do templo
Enquanto outros projetos de construção são meramente mencionados, aproximadamente cinqüenta por cento da narrativa bíblica sobre o reinado de Salomão são dedicados à construção e consagração do templo.
Dedicação do Templo
Para essa ocasião, todo o Israel se fez presente, representado por anciões e líderes.
Salomão foi a figura chave das cerimônias de consagração. Sua posição como rei de Israel era singular. Durante todo o decurso dos cultos de consagração Salomão tomou a posição de servo de Deus, representando a nação escolhida por Deus para ser Seu povo.
Na história de Israel, a consagração de templos foi o mais significativo evento desde que o povo deixou a região do Sinai. Assim como a presença de Deus se tornou visivelmente manifesta na coluna de nuvens sobre o tabernáculo, assim também a glória de Deus pairou sobre o templo e deu a entender a bênção e a graça de Deus. Isso confirmou divinamente o estabelecimento do reino, conforme fora antecipado por Moisés.
A apostasia e suas conseqüências
Salomão, que desempenhou o liderante papel de consagrar o templo, afastou-se de uma total dedicação a Deus, desobedeceu justamente ao primeiro mandamento, com sua norma inclusivista que permitiu a adoração aos ídolos em Jerusalém.
Os casamentos mistos entre as famílias reais era prática comum no Oriente Próximo. No começo de seu reinado, Salomão firmou aliança com Faraó, aceitando a filha deste em matrimônio. Embora ele a tivesse trazido para Jerusalém, não há indicação de que ela recebera permissão para trazer consigo a sua idolatria. No auge de seu sucesso, Salomão obteve esposas entre os Moabitas, Amonitas, Edomitas, Sidônios e Hititas. Além disso, adquiriu um harém de setecentas esposas e princesas, além de trezentas concubinas. Ele permitiu a multiplicação de esposas para sua própria ruína, permitindo que seu coração se desviasse de Deus.
Salomão não apenas tolerou a idolatria, mas ele mesmo prestou honrarias a Astarote, Milcom e Camos. Salomão também erigiu altares a outras divindades estrangeiras que não são mencionadas por nome.
A idolatria, que era violação das palavras iniciais do decálogo, não podia ser tolerada. Conforme as coisas ocorreram, um dos próprios homens de Salomão, Jeroboão, filho de Nebate, mostrou ser o verdadeiro fator de perturbação em Israel. Sob a condição de obediência de todo o coração, Jeroboão recebeu a certeza de que seu reino seria permanentemente estabelecido, tanto quanto o de Davi.
Embora o reino tivesse continuado de pé, não sendo dividido senão após a sua morte, Salomão foi sujeitado à angústia da rebelião em casa e a secessão em várias porções de seu reinado. Em resultado de sua falha pessoal, não obedecendo e servindo a Deus de todo coração, o bem estar geral e a prosperidade pacífica de seu reino foram ameaçados.
A monarquia unida
A monarquia hebraica teve início com a ascensão de Saul, terminando com a queda de Jerusalém. A data desse último acontecimento é definitivamente determinada por muitos testemunhos decorridos como sendo entre 588 e 586 a.C., o décimo nono ano de reinado de Nabucodonozor.
Saul, o primeiro governante, tinha pela frente um caminho difícil a percorrer. Depois de organizar o governo, criar planos de administração e reorganizar a defesa dos territórios, teria de partir para expulsão do inimigo das áreas invadidas e consolidar as posições de defesa.
Mas enquanto Saul batia-se contra o inimigo e obtinha grandes vitórias, no plano interno havia descontentamento. Em conseqüência de erros cometidos pelo rei, que mereceram a reprovação por parte de Samuel. Este retirou seu apoio ao rei.
Após sua morte Davi tornou-se rei de Judá e Israel. Davi instituiu Jerusalém como capital do reino. Ele recebeu de Deus a promessa de que a sua descendência ocuparia o trono de Israel para sempre. Nos seus últimos dias chamou Salomão, deu-lhe o trono e fez suas últimas recomendações, chamando-o à atenção especialmente para o cumprimento da lei de Moisés. Depois de dar os últimos conselhos ao jovem rei, dormiu com seus pais, tendo reinado em Jerusalém 33 anos e 7 em Hebrom.
O reinado de Salomão marca o apogeu e declínio da monarquia israelita. Segue-se um período de grande prosperidade no qual se destacam intensas relações comerciais com a Fenícia, particularmente com Hiro, rei de tiro. Ao sul, no Golfo de Ocaba, o porto de Eziam- Geber transformou-se no grande centro comercial do Mar Vermelho. A política fiscal e tributária de Salomão fez o que parecia mal aos olhos do Senhor, e não perseverou em seguir ao Senhor, como Davi seu pai. Assim, o Senhor rasgou o reino de sua mão. Reinou Salomão em Jerusalém 40 anos, e morreu. Após sua morte, a monarquia cinde-se em dois reinos: o de Israel e o de Judá.
A monarquia dividida
Os israelitas reunidos em Siquém para proclamarem Reoboão o novo rei, apresentaram suas reivindicações. Mas Reoboão manteve-se insensível às pretensões do povo. Jeroboão, que estava presente à concentração, aproveitou-se da situação tensa e irreconciliável para influenciar o povo, sensibilizando-o com argumentos que atingiram em suas raízes nacionalistas e terminou organizando o reino do Norte com a reunião de dez tribos, ficando as duas restantes tribos do sul com Reoboão.
O reino do Norte (924 a 722 a.C.)
Jeroboão havia recebido de Deus a promessa de governar o reino de Israel, mas logo que se deu a divisão do reino unificado das doze tribos, e foi proclamado rei do novo Estado do Norte, afastou-se completamente do Templo de Jerusalém e adotou a idolatria, instituindo a religião que lhe convinha. Assim o reino iniciado por Jeroboão nunca ficou firme diante de Deus.
O reino do Norte teve, em sua existência, 19 reis. Foi um reino que se desenvolveu Num clima de instabilidade pelas divergências constantes entre os políticos, resultado, como conseqüência, a descontinuidade no seio da monarquia, que se caracterizou pelas mudanças sucessivas na linha sucessora com dinastias diferentes.
Nunca o país chegou a se consolidar. Devido à falta de entendimento entre os políticos, as crises se repetiam minando o organismo nacional, as bases de segurança da nação. O problema religioso, que deveria ser um dos suportes de sustentação do regime monárquico do povo de Israel, descia a ponto zero.
A consciência do povo minada por falsas idéias religiosas, ao sabor de uma minoria influenciada por tradições estranhas, acrescida ainda de muitos fatores negativos, envolvendo problemas de ordem moral, enriquecimento ilícito em detrimento dos direitos do povo, assistência social deficiente, tudo isso acumulado, apressava o desmoronamento da nação.
Salmanazar V, o rei da Assíria, marchou contra Samaria e cercou-a durante três anos, para cair em 722 nas mãos de Sargão II. Vencidos pela fome e pela peste, entregaram-se, e os que não morreram foram levados em cativeiro para as regiões da Assíria e Babilônia. O ano 722 marca o fim do reino do Norte, o começo do cativeiro israelita e também o auge do Império Assírio.
A destruição do reino de Israel foi a grande lição que Deus deu ao mundo. Enquanto o povo se mantém fiel, há prosperidade e paz; quando o povo se esquece de Deus, tudo desaparece. Esta tem sido a lição que a maioria dos povos não tem querido aprender.
O reino do Sul
A dinastia davídica continuou com a instituição do Reino de Judá em 588 a.C. Judá ficava enclausurada entre as suas altas montanhas. O reino do Norte servia de barreira contra o espírito avassalador dos Sírios, e depois, dos Assírios. Jerusalém, devido ao seu prestígio de centro de culto e da nacionalidade, dominava as outras cidades e contribuiu para que as influências desintegradoras que minava outras cidades do norte não atingissem o Sul.
Nos dias de Ezequias, Senaqueribe ocupou o trono da Assíria. Judá estava na mira do novo soberano. O país foi invadido e ocupadas todas as cidades. A pressão continuou com o envio de tropas até as proximidades de Jerusalém, exigindo a rendição. Ezequias, envia seus servos a Isaías profeta de Deus, através desse envia resposta consoladora ao rei Ezequias, que orando a Deus foi atendido. Deus enviou o seu anjo e Numa só noite foi destruído o exército assírio composto de 185.000 soldados. Em Nínive pouco tempo depois, Senaqueribe, foi assassinado.
Com Manassés e Amom o reino de Judá experimentou um período de declínio espiritual, o qual terminou com a ascensão de Josias ao trono, o qual implantou uma reforma, religiosa fazendo o que era reto diante dos olhos do Senhor. Josias ampliou as fronteiras do país ocupando parte do território do antigo reino de Israel. O reino de Judá passava por uma fase de tranqüilidade.
Opondo-se à passagem de tropas do Egito pelo território de Judá, Josias mobilizou seu exército e marchou em defesa da soberania nacional. Travou combate com tropas de Faraó Neco e encontrou a morte no campo de batalha, na planície de Megido.
Jeoacaz, filho de Josias, assume o governo sob a tutela do Egito. Porém Faraó Neco o mandou prender em Riba, em terra de Hamate, para que não reinasse em Jerusalém, e estabeleceu a Jeoiaquim, também filho de Josias.
Dominado o Egito pela Babilônia, passa Judá ao seu domínio. Jeoiaquim tentou resistir, mas morre em combate e Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar. Poucos meses depois é preso e exilado para a Babilônia, juntamente com sua mãe, suas mulheres, seus eunucos, os poderosos da terra, os valentes até sete mil, os carpinteiros e ferreiros até mil, e todos os varões destros na guerra.
E o rei de Babilônia estabeleceu a Zedequias em lugar de Joaquim, e este reinou 11 anos em Jerusalém, sendo o último rei do período dos reis de Israel.
No ano nono de seu reinado, no mês décimo, Nabucodonozor, rei de Babilônia, veio contra Jerusalém. E a cidade foi sitiada. Quando os muros foram arrombados e os soldados caldeus invadiram a cidade, os famintos foram passados à espada, as mulheres foram presas, os nobres alguns foram mortos outros amarrados e levados para a Babilônia. O Templo foi queimado e a cidade arrasada, carregando-se todas as riquezas para os tesouros da Babilônia.
O papel dos profetas
Jeremias foi o que teve a sorte de profetizar contra o seu povo e contra a nação, visto como tanto os reis como o povo eram rebeldes a Deus.
Habacuque profetizou nos últimos dias de Jerusalém. Pouco se sabe sobre suas atividades, senão que seria companheiro de Jeremias.
Obadias teria trabalhado também nos últimos dias de Jerusalém, e sua profecia breve dirige-se aos Edomitas, para mostrar que se o povo eleito ia sofrer por seus pecados, eles não seriam poupados, mesmo que morassem nas cabeças das rochas.
Naum, bem como Miquéias, tiveram o seu papel de conselheiros dos reis e do povo. Não foi por falta de conselho e ajuda que a nação foi destruída.
A luta travada durante os longos anos da existência dos reinos foi uma luta de religião contra paganismo, de Deus contra idolatria. Nenhum já teve alguma vez tanta ajuda, e nenhum jamais teve um Deus zeloso como o teve o povo de Israel.
O cativeiro
O cativeiro foi uma calamidade nacional e religiosa. A julgar pelo sentimento dos povos daqueles dias, um povo assim arruinado dava prova de que o seu Deus tinha sido impotente para o preservar. Os dias dos juízes de Israel, as experiências de vida de Saul e Davi, o apogeu de Salomão, tudo foi reduzido a nada.
Entretanto, nem tudo foi perdido. Os Judeus ganharam o que não tinham podido obter nos dias pacíficos. Os seus profetas foram cuidadosamente estudados, os conselhos do pastor do cativeiro, Ezequias foram ouvidos, a religião entrou Num estágio espiritual, com a fundação de escolas, sinagogas e tantos outros meios de que se valeram os desterrados. Quando pois voltaram para sua terra, vinham curados para sempre da idolatria e da apostasia.
Passados 70 anos de cativeiro, veio a queda do império Babilônico sob os medos e os persas. E no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia foi concedida a liberdade aos judeus e terminado o cativeiro.
O período interbíblico
O período inteiro consiste de quatro épocas, sendo: Período Pérsico, Período Grego, Período Macabeu, ou Asmoneano e Período Romano.
O Período Pérsico ( 537 a 330 a.C.)
Neemias fora muito benquisto na corte, à qual muitos judeus deveram a sua volta do exílio. Nesse período foram reconstruídos o templo e a cidade de Jerusalém com seus muros. Entretanto, cerca de 350 a.C., muitos judeus, por tomarem parte de uma revolta, foram deportados para Babilônia e outros lugares, por Artaxerxes Ocus.
Ao último século do domínio pérsico pertencem o rompimento final entre os judeus e os samaritanos, a substituição do hebraico pelo dialeto aramaico, e o início da nova conquista da Galiléia pela religião de Jeová.
O período grego (330 a 167 a.C.)
Estende-se das primeiras conquistas de Filipe, até as Guerras Macabéias. Alexandre Magno, sucessor de seu pai Filipe, derrotou os Persas apossando-se do vasto Império que formaram.
Alexandre, além de conceder a Jerusalém privilégios especiais, distinguiu com provas de amizade os judeus que por ele se estabeleceram na cidade de Alexandria, onde o judaísmo assumiu as suas relações mais íntimas com o helenismo quanto à sua filosofia e à sua literatura.
Ao morrer Alexandre, sob a administração dos Ptolomeus, o governo de Jerusalém cresceu e se consolidou.
Fora da Palestina também os judeus tornavam-se influentes, não somente em Alexandria, mas também na Líbia, em Cirene, na Ásia Menor e em toda parte da Síria onde se estabeleciam pela coação ou pelo favor dos Ptolomeus e Selêucidas.
O resultado mais importante de tudo isso foi a versão grega das Escrituras Hebraicas, chamada de Septuaginta, obra esta que fez desaparecer o isolamento dos judeus e determinou a forma de linguagem em que havia de ser escrito o Novo Testamento. Durante a supremacia Ptolemaica, a influência da cultura Helênica se fazia sentir na vida e na literatura dos judeus.
O período Macabeu ou Asmoneano (167 a 63 a.C.)
Os ultrajes à religião nacional, que molestaram os Macabeus despertaram o povo para que se compenetrasse do valor da sua fé própria. Judas, o terceiro dos cinco filhos de Matatias, comandou em uma das mais heróicas campanhas da história, os defensores da sua terra e da sua fé. Seu trabalho foi terminado por seus irmãos que fundaram a dinastia asmonea: Das suas fileiras levantaram-se o partido chamado Chasidim, que se destinguiu pela piedade e que se aderiu ao movimento macabeu, o qual serviu de estímulo para reunir a nação toda, em volta da fé dos patriarcas.
Por meio das guerras a favor da libertação do jugo sírio, o fim religioso se alcançou. O templo foi restaurado e de novo solenemente consagrado (165 a.C.); o templo rival sobre o Monte Gerizim como também a própria capital samaritana foram arrasados (129 a.C.) ; e o líder macabeu foi reconhecido como o Governador e Sumo Sacerdote para sempre, até que se levantasse um profeta fiel.
Aos olhos da crescente oposição religiosa, que nos últimos dias de Hircano (135-106 a.C.) veio a ser conhecida como fariseus (Heb., perushim, isto é, separatistas), a idéia do judaísmo estava em perigo.
Esses homens, sofreram grande revés sob Alexandre Janeu (165-78 a.C.). Mas o terreno perdido foi mais do que recuperado sob sua viúva Alexandra (78-69 a.C.), que separou a liderança secular da sagrada. Ao morrer Alexandra, dissenções internas, concentrando-se ao redor de Hircano e de seu irmão Aristóbulo, deram aos romanos o seu ensejo: sob Pompeu ocuparam Jerusalém, aboliram a monarquia, restituíram a Hircano o título de Sumo Sacerdote.
O período romano
Enquanto os fariseus lucravam com a mudança que roubou aos saduceus a sua influência política, ela realçou o contraste entre o ideal farisaico e a esperança popular da restauração do reino. A dureza do seu jugo se sentiu, especialmente, quando Antípater, da odiada raça iduméia, sob mandado de Roma, ficou até a sua morte em 43 a.C. ocupando o verdadeiro poder de estado, e quando, em 37 a.C. seu filho Herodes o Grande, com o apoio de Roma, tornou-se rei da Judéia. Esse monarca sem escrúpulo, por inspirar temor, conserva-se no poder. Por ocasião de sua morte em 4 a.C., foi feita uma tentativa de insurreição que os romanos, no entanto reprimiram severamente, entregando o país aos três filhos de Herodes.
Filipe ficou com a região ao leste do Jordão; Antipas com a Galiléia e Peréia; Arquelau com a Judéia e Samaria. Depois de 6 d.C., passou o reino de Arquelau para o governo direto de Roma, Pôncio Pilatos sendo procurador de 26 a 36 d.C.
O nascimento de Jesus
Deus preparou o mundo para receber o Seu Filho Unigênito. Roma, pelas armas fechou as portas de Jano, havia paz no mundo; Grécia, deu ao mundo a cultura, a língua; Judéia contribuiu com seu tradicionalismo religioso e nacional, fidelidade ao Senhor e o mundo estava plenamente preparado para receber o Messias.
Jesus não nasceu ao acaso. O seu nascimento em Belém ligava-se ao passado multi-secular da intensa atividade de Deus em preparar todas as coisas para aquele glorioso momento.
O mundo em que Jesus nasceu, era o melhor de toda a sua história, para assistir o evento de tamanha significação e repercussão. Por um lado, olhamos e vemos um mundo desiludido, por outro lado, olhamos e vemos a mão de Deus ultimando tudo, dando os derradeiros toques e sobre as ruínas de um passado inglório, construir um mundo cristão e, por meio da Cruz de seu Filho, salvar a humanidade errante e perdida.
Em 70 da era Cristo, após uma fracassada revolta contra a dominação romana, Jerusalém foi conquistada por Tito e seus exércitos, ocorrendo uma segunda destruição do templo. Em 73, o último foco de resistência desapareceu, com o suicídio coletivo dos judeus sitiados no rochedo de Massada. Os judeus foram expulsos da Palestina, ficando este acontecimento conhecido na história pelo nome de Diáspora, só retomando no século XX, onde fundaram em 1948 o atual Estado de Israel.
Custou-lhes caro a resposta à pergunta feita por Pilatos: “O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”. Quase 19 séculos sem nação e sendo rejeitados por todos os povos, e até mesmo em nosso Brasil.
A restauração do estado de Israel a figueira brotando
A idéia da restauração de um estado judeu ganhou forças em meados do século XIX, particularmente entre os judeus russos, vítimas de Numerosas medidas discriminatórias; subenvencionadas por sociedades judias, milhares deles emigraram para a Palestina; em 1914, eles já somavam 100.000, espalhados por colônias agrícolas.
Em 1917, o Secretário de Negócios Estrangeiros da Inglaterra, Lord Balfour, anunciou que seu país favorecia o estabelecimento de um lar nacional judeu na região, após o término da primeira guerra mundial; em 1922, a Liga da Nações entregou a administração da Palestina aos ingleses, exigindo que levassem adiante a Declaração Balfour. O crescente número de imigrantes judeus, sua oposição à ocupação britânica e os choques constantes entre eles e os árabes originários da região fizeram com que, depois da II Guerra Mundial, o problema fosse levado às Nações Unidas, que em 29/11/1947, decidiram pela partilha da Palestina, renascendo assim o Estado de Israel.
Desde a fundação do Estado de Israel os países árabes fizeram combates violentos contra Israel. Em 1967 ocorreu a Guerra dos Seis Dias. O Egito impôs um bloqueio a Israel, no Estreito de Ocaba e até a tensão aumentou, agravada pela formação de movimentos terroristas de libertação da Palestina. Armadas pelas grandes potências e estimulados por seus governos belicosos, os árabes, liderados pelo ditador egípcio Gamal Abdel Nasser, planejaram e tentaram em junho de 1967, a destruição do estado judaico.
No fim da guerra dos Seis Dias, os Israelitas ocupam toda a península do Sinai, a margem leste do canal de Suez, a faixa de Gaza e toda a margem oeste do Jordão e as colinas de Golã na Síria. Como resultado de mais este confronto bélico, também Jerusalém passou inteiramente para o domínio israelita, no 8 de Junho de 1967.
Em 1973 ocorreu a Guerra do Yam Kippur (Dia do Perdão). A questão dos territórios ocupados por Israel em 1967 tornou-se, então, novo foco de tensão para o Oriente Médio. O novo conflito iniciou-se em 06/10/1973.
Um acordo de paz foi assinado, com intervenção de Leonid Brejnev e Richard Nixon (22/10/1973), mais ocorreram ainda novos choques dentro do território egípcio, o que valeu a Israel a acusação de romper a trégua e exigiu a formação de uma tropa especial das Nações Unidas para zelar pela observância do cessar fogo.
Novos acordos foram assinados com a Síria (31/05/1974) e entre Israel e o Egito (Nov. de 1973, 18/01/1974 e 04/09/1975).
Em 1978 com a mediação de Jimmy Carter, dos EUA, Anuar Sadat e Menahem Begin assinam um tratado de paz entre o Egito e Israel.
No dia 24 de Julho de 1980 o Parlamento Israelense aprova lei que converte Jerusalém na capital de Israel e anexa o setor árabe da cidade. Vários países árabes decidem adotar sanções contra quem reconhecer Jerusalém como capital de Israel.