Resumo de FILOSOFIA
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Curso de Graduação Livre – Bacharelado em Filosofía
Disciplina: HOMILÉTICA
Aluno: 2019033796
Clément R.S.Danilo
RESUMO
CONCEITO GERAL
Quanto maior for o preparo do obreiro com ou sem curso teológico, melhor condições terá de ser usado pelo Espírito de Deus para entregar a mensagem do reino dos céus, que visa à transformação do coração do pecador, transformando-o em filho de Deus.
O pregador tem que saber usar corretamente o texto de onde irá extrair a sua mensagem; ter a criatividade para dar um tema interessante ao assunto que irá expor; saber começar com uma boa introdução e terminar bem, com uma conclusão que venha a desafiar o público a tomar uma posição ao final da pregação.
O pregador deve aprender a fazer o esboço de sua mensagem dentro de uma lógica com relação ao tema e o texto, sabendo distinguir o que é um sermão temático, um sermão textual e um sermão expositivo.
A homilética, como arte de pregar, não deve ser algo a ser aprendido somente por pastores, existe uma grande necessidade do leigo ter conhecimento desta arte, já que é possível também àqueles que não tiveram a oportunidade de estudar numa instituição teológica.
RELAÇÃO ENTRE HOMILÉTICA E A HERMENÊUTICA
Enquanto a hermenêutica é a ciência e a arte de interpretar, a Homilética é a ciência e a técnica de comunicar ou expor a mensagem bíblica. A palavra Homilética vem do grego HOMILIA, que significa persuasão, falar, etc.
As primeiras teorias acerca da Homilética surgiram entre 345 e 405 d.C. nos escritos de Crisóstomo, pregador da igreja primitiva e também por Agostinho.
OS PROBLEMAS DA HOMILÉTICA
Falta de preparo do pregador. (Pouca espiritualidade e falta de conhecimento da Palavra).
Falta de unidade no assunto. (Começar pregando uma coisa e terminar pregando outra)
Falta de vivência real do pregador na fé cristã em relação ao que ele prega.
Falta de aplicação prática às necessidades da Igreja. (Pregar assuntos que não tem nada a ver com os problemas pelos quais a igreja passa)
RELAÇÃO DIVINO-HUMANA NA HOMILÉTICA
Deus é o autor e inspirador da mensagem; o pregador é o veículo usado para transmitir o recado divino, e o ouvinte é o alvo a ser alcançado.
O QUE O PREGADOR DEVE CONSIDERAR SOBRE A MENSAGEM
É o Espírito Santo que convence o pecador e não a lógica do pregador. As ilustrações são importantes, mas nunca substituirão a Palavra de Deus. A arte e a técnica não substituem a inspiração divina.
A HISTÓRIA DA PREGAÇÃO
Após o exílio na Babilônia foi que a homilia primitiva começou a desenvolver-se, por ocasião de um novo aspecto na vida judaica: A pregação feita em público com a leitura das Escrituras e explanação da mesma, por volta de 445-425 a.C.
Jesus foi o maior exemplo de pregação pública nos dias dos tempos romanos.
ASPECTOS DA PREGAÇÃO DE JESUS
Falou por parábolas. Explicou as Escrituras. Repreendeu o sistema pecaminoso da época. Transformou a palavra em ação, com poder. Profetizou sobre si mesmo. Profetizou sobre os fins dos tempos.
DETALHES QUE DEVEM SER CORRIGIDOS QUANDO SE ESTÁ NO PÚLPITO
Não se deve gesticular demasiadamente o tempo todo; Evitar coçar-se; Não ficar de boca aberta; Os botões da roupa devem estar todos abotoados; Não passar as mãos nos cabelos o tempo todo; Não esfregar as mãos na roupa; Evitar repetições o tempo todo de palavras tais como: “Né”, “Realmente”, “Hã”, “Aleluia”, etc; Parar a mensagem para se dirigir a alguém no auditório fora do aspecto da mensagem; Evitar as “gracinhas” no púlpito; Não falar além do tempo normal (Geralmente 30 minutos, é um tempo ideal).
QUANTO AO PREGADOR
É muito importante que o pregador conquiste o público com a sua mensagem. O pregador tem que ter em mente que o público que se prontifica em ir a igreja ouvir a mensagem de Deus, não merece ouvir coisa cansativa e desinteressante. O pregador é o veículo chave do anúncio da Palavra de Deus, portanto, deve ser eficiente no ministério da Palavra.
O pregador precisa ter uma vida de oração para que possa transmitir o recado divino inspiradamente. O sucesso da pregação depende da intensidade da inspiração e das palavras do pregador. O requisito oração é o primeiro dos fatores importantes que o pregador vai precisar para o êxito da sua mensagem.
Jamais se deve dar oportunidade para usar da palavra àqueles Irmãos que quase nunca vão a Igreja. O altar é santo e é necessário que todos os que vão usar da Palavra estejam conscientes disto e tenham grande amor pela Igreja de Deus.
O pregador da Palavra de Deus tem por finalidade anunciar as verdades divinas, e somente o poderá fazê-lo se tiver conhecimento destas verdades. Quanto maior o conhecimento bíblico, mais autoridade terá ao falar das coisas dos céus.
A Bíblia tem multas promessas para o homem, e, conhecer tais fatos é dever obrigatório de todo àquele que se dedica a falar do plano de Deus para a salvação do pecador.
QUANTO AO CONHECIMENTO INTELECTUAL DO PREGADOR
Na igreja encontramos pessoas de diversos níveis de cultura. Portanto, eis a razão pela qual todo pregador tem que estar à altura do nível intelectual daqueles que irão ouvi-lo.
Nunca é demais possuir conhecimento geral daquilo que vai pela ciência, história, filosofia, etc. Um sermão para ser rico em conteúdo depende da intelectualidade do pregador. Um pregador culto terá mais autoridade ao falar em público.
É importante que o pregador saiba em que data foram escritos os livros bíblicos, e para quem eram destinados, situando-se também nos panoramas históricos, social, econômico e religioso da época dos seus autores.
Conhecer algo da ciência, comparando sempre com as verdades bíblicas, é algo muito bom, pois muitas das vezes, as descobertas científicas vêm sustentar aquilo que a Bíblia vem afirmando há milênios. Expor algo da ciência também torna uma mensagem bem interessante e atrai muito a atenção do público.
O público considera interessante quando o pregador sustenta uma verdade bíblica com uma citação de algum importante Filósofo. Conhecer o pensamento dos muitos pensadores acerca da vida e da morte; do bem e do mal, é algo fascinante.
A vida cristã é cheia de experiências maravilhosas com Deus. Tais experiências ocorrem tanto conosco, como também com algum outro irmão verdadeiramente servo de Deus. Assim, o testemunho destes fatos faz com que sempre se tenha algo de edificante para uma boa mensagem. O sentimento do público é ativado quando o pregador expõe suas vivências pessoais ou de outrem.
OBJETIVIDADE DO SERMÃO
Uma boa mensagem é objetiva desde o começo até o fim, ou seja, um bom sermão obedece a um tema desde a introdução até a conclusão.
Ser objetivo, atrair a atenção dos ouvintes e levá-los a tomar uma posição com relação ao propósito da mensagem, é essencial a todo bom pregador. Um sermão objetivo, bem dividido e bem preparado, ajuda tanto ao pregador quanto ao público.
Todo pregador que se preza não sobe no púlpito sem um pedaço de papel com suas anotações para serem lembradas no momento certo. Neste papel deve constar toda a divisão do sermão, ao qual chamamos de esboço.
TÍTULO
O título deve ser interessante e atraente a fim de despertar a atenção dos ouvintes. Para ser interessante ele deve relacionar-se as situações específicas e às necessidades das pessoas que ouvem o sermão.
O fato de se dar um título a mensagem, ajuda ao pregador a não se perder na pregação, pois, vira e volta, ele pode citar o título e voltar ao assunto que começou, mantendo assim também os ouvintes com o pensamento fixo em sobre o quê está voltada à mensagem.
TEXTO
É normal vermos pregadores lerem um texto com uma infinidade de versículos e pregar sobre tantos assuntos diferentes, que após variar tanto o rumo, nem ele e nem o público sabem aonde se quis chegar com o texto e com a pregação. Uma pregação cheia de variações de assuntos não deixa o público captar uma linha de pensamento dentro da mensagem.
INTRODUÇÃO
A introdução é o processo pelo qual o pregador procura conduzir a mente dos ouvintes para o tema de sua mensagem. Na introdução o pregador procura prender a atenção dos ouvintes acerca do tema que pretende proclamar.
Deve despertar o interesse dos ouvintes e deve ser breve.
Esta parte é bem simples, mas também exige arte e técnica por parte do pregador. A introdução se resume em falar em poucas palavras sobre o que irá tratar a mensagem.
O pregador precisa logo de início ganhar a atenção do público, e para isso, nada melhor do que começar a mensagem com uma boa introdução.
Um começo bem interessante na mensagem faz o pregador ser eficaz logo de início.
PROPOSIÇÃO OU TEMA
Proposição é uma declaração positiva do assunto a ser proclamado. É a afirmação de uma verdade bíblica, eterna que tem aplicação universal, também é chamada de “tese”, “tema”, “idéia homilética”.
Deve-se atentar para o fato de que assunto e tema não são a mesma coisa. O assunto é algo mais genérico, enquanto que o tema é mais específico.
A proposição deve preferencialmente estar na afirmativa. A frase “Devemos honrar a Cristo obedecendo aos Seus mandamentos” é melhor do que “Não devemos desonrar a Cristo desobedecendo aos seus mandamentos”.
A proposição difere da idéia exegética. A idéia exegética é a afirmativa de uma única sentença; é a verdade principal da passagem, enquanto que a proposição é a verdade espiritual ou princípio eterno, transmitido por toda a passagem.
A proposição deve ser formulada no tempo presente; não deve incluir referências geográficas ou históricas; não deve fazer uso de nomes próprios, exceto os nomes divinos. Uma tese com algumas dessas características ficariam muito embaraçosas.
SENTENÇA INTERROGATIVA E SENTENÇA DE TRANSIÇÃO
A proposição deve ser ligada ao sermão através de uma pergunta, e esta por sua vez através de uma sentença de transição. Para ligar a proposição ao sermão, usa-se qualquer um dos cinco advérbios interrogativos: “por que”, “como”, “o que”, “quando” e “onde”.
A sentença de transição faz a transição entre a interrogativa e o corpo do sermão.
Toda transição deve possuir uma palavra-chave que caracterize os pontos principais do sermão. As sentenças de Transição que ligam as divisões do sermão devem repetir a palavra-chave.
LISTA DE PALAVRAS CHAVES
Alvos, argumentos, aspectos, atitudes, causas, efeitos, evidências, fatores, fatos, fontes, lições, manifestações, marcas, meios, métodos, motivos, necessidades, objetivos, ocasiões, passos, provas, verdades, virtudes, etc.
TÓPICOS OU DIVISÕES PRINCIPAIS
As Divisões são: o corpo do sermão. São as verdades espirituais divididas em partes seqüenciais, distintas, mas interligadas à verdade principal que é a proposição.
Devem ter unidade de pensamento. Elas ajudam o pregador a lembrar-se dos pontos principais do sermão. Elas ajudam os ouvintes a recordarem-se dos aspectos principais do sermão. Elas devem ser distintas umas das outras. Elas devem originar-se da proposição e desenvolvê-la progressivamente até o clímax do sermão. Elas devem ser uniformes e simétricas. Cada divisão deve Ter apenas uma idéia ou ensino. O número das divisões deve, sempre que puder, ser o menor possível.
QUANTO AS ILUSTRAÇÕES
As ilustrações não devem, de maneira nenhuma, por mais interessantes que sejam, substituir a Palavra de Deus. Não se deve, em hipótese nenhuma, ocupar o tempo todo da mensagem com ilustrações. Sabemos que são importantes e necessárias, mas o que o público precisa ouvir é a Palavra de Deus.
As ilustrações, em geral, devem ser contadas em poucas palavras, rapidamente, porque causa um maior efeito assim.
CONCLUSÃO
A conclusão é tecnicamente um apelo ao tema. O pregador começa um sermão com um tema, e tem que terminar em cima do mesmo assunto, ou tema. A conclusão é exatamente aonde o pregador quis chegar com o tema. O pregador tem que levar o público a tomar uma posição ao final da mensagem, e este apelo é feito dentro do assunto ou tema, o qual transcorreu a pregação. Um sermão bem estruturado tem começo, meio e fim, obedecendo a uma lógica durante todo o tempo.
CLASSIFICAÇÃO DOS SERMÕES
SERMÃO TEMÁTICO
É aquele cujas divisões principais derivam do tema, e não diretamente do texto bíblico. Isso não quer dizer que o tema não seja bíblico, mas sim que o sermão gira em torno do tema e não de uma passagem específica.
Porém para que o sermão temático seja bíblico, o tema deve ser extraído da Bíblia.
O sermão temático é o mais simples e o mais apropriado para inserirmos nele nossa cultura geral sobre a História, Ciência, Filosofia e experiências vividas por nós mesmos ou por terceiros. Uma coisa muito significativa é citarmos sempre as fontes de onde extraímos tais experiências para não deixarmos dúvidas sobre a veracidade dos fatos narrados em nossas pregações.
SERMÃO TEXTUAL
O sermão textual é aquele cujas divisões principais derivam de um texto bíblico, constituído de uma porção mais ou menos breve das Escrituras. O tema é extraído do próprio texto, e por isso o esboço das divisões deve manter-se estritamente dentro dos limites do texto.
Assim, de modo diferente do sermão temático, no sermão textual o pregador se prende o tempo todo ao texto. Em muitos casos, existem passagens na Bíblia em que o próprio texto nos fornece uma perfeita divisão, isto é, as divisões são as próprias palavras do texto.
CARACTERÍSTICAS DO SERMÃO TEXTUAL
1. Deve girar em torno de uma única idéia principal da passagem, e as divisões principais devem desenvolver essa idéia.
2. As divisões podem consistir em verdades sugeridas pelo texto.
3. As divisões devem, preferencialmente e quando possível, vir em seqüência lógica e cronológica.
4. As próprias palavras do texto podem formar as divisões principais do sermão, desde que elas se refiram à idéia principal.
VANTAGENS DO SERMÃO TEXTUAL
• É Profundamente bíblico.
• Exige um conhecimento maior das Escrituras.
• Por não ser extraído de um texto grande, podemos usar ilustrações.
• Podemos usar este tipo de sermão para o doutrinamento bíblico.
SERMÃO EXPOSITIVO
É aquele cujas divisões principais se derivam do texto, e consistem em idéias progressivas que giram em torno de uma idéia principal. O sermão expositivo, assim como o sermão temático e o textual, gira em torno de um tema, mas na mensagem expositiva o tema é extraído de vários versículos em vez de um único. Por isso mesmo os vários versículos de uma passagem que dão origem ao tema único do sermão devem ser uma unidade expositiva. O sermão expositivo se baseia em uma porção extensa das Escrituras.
No sermão expositivo, apesar da apresentação de um texto longo, existe uma relação progressiva de idéias contidas na passagem bíblica.
Os sermões expositivos, além de doutrinários, dão ótimas mensagens biográficas. Os sermões expositivos também nos proporcionam ótimas mensagens proféticas.
No sermão expositivo, visto que é baseado numa porção mais ou menos, extensa da Bíblia, fica praticamente impossibilitado o uso de ilustrações, não havendo possibilidades para divagações, já que este tipo de mensagem é uma exposição completa do trecho bíblico.
O sermão expositivo é recomendado para o estudo bíblico e a Igreja depende deste tipo de sermão como alimento espiritual para conhecimento das Escrituras e fortalecimento na Palavra.
DIFERENÇA ENTRE SERMÃO EXPOSITIVO E TEXTUAL
No sermão textual as divisões principais oriundas do texto são usadas como uma linha de sugestão, permitindo ao pregador extrair as subdivisões ou idéias de qualquer parte das Escrituras. Já no sermão expositivo o pregador é forçado a extrair todas as subdivisões da própria passagem que pretende explicar ou expor.
SERMÃO BIOGRÁFICO
É um tipo específico de sermão que tem por objetivo expor a vida de algum personagem bíblico como modelo de fé e exemplo de comportamento.
CARACTERÍSTICAS IMPORTANTES DO SERMÃO
DISCUSSÃO
A discussão é o desenvolvimento das idéias contidas nas divisões do sermão. A fonte principal para a discussão deve ser a Bíblia, mas não é errado o pregador recorrer a outras fontes, desde que sejam confiáveis.
ILUSTRAÇÃO
É o processo de explicar algo desconhecido pelo conhecido. É a exposição de um exemplo que torna claro os ensinamentos do sermão.
A ilustração pode ser uma parábola, uma alegoria, um testemunho ou uma história.
APLICAÇÃO
A aplicação é o processo mediante o qual o pregador aplica a verdade espiritual do sermão à vida dos seus ouvintes, a fim de persuadi-los a uma reação favorável à mensagem.
APELO
O apelo é o processo de requerer do auditório uma resposta positiva acerca do que foi explanado. O apelo é uma invocação feita aos ouvintes para que recebam os ensinamentos expostos na pregação.
CULTO E MÚSICA
AS BASES ESPIRITUAIS DO CULTO CRISTÃO
Psicólogos e sociólogos debatem a procura da razão porque o homem adora. A antropologia e a arqueologia descobrem em todas as civilizações a presença da religião e do culto. Supõem ser isto resultado do medo, do instinto gregário, do desconhecimento do futuro etc. Numa coisa todos concordam: o homem é um ser adorador, tem espírito religioso, adora.
1-NÃO TEM UM LUGAR ADORATIVO
Ligar a verdadeira adoração a algum lugar da terra é superstição. Jesus disse: “A hora vem quando nem neste monte, nem em Jerusalém, adorareis o Pai”. A verdadeira adoração é de um Deus Espírito, e nesta condição limitar a divindade é ir de encontro à Sua eterna e infinita natureza.
A superstição busca lugar, ídolos, símbolos, amuletos, coisas ungidas, centros peregrinativos, gurus, missionários, bispos e reverendos. Mas o louvor cristão busca adorar em Espírito e em verdade.
2-NÃO É REFLEXO DO CERIMONIALISMO
O louvor cristão é espiritual. O homem adora a liturgia, o brilho, a festa e as emoções. O cerimonialismo se estabelece num culto rígido de gestos ensaiados ou num culto carismático de danças, palmas e sensações. Mas Jesus afirma que o louvor cristão não se prende a aparatos religiosos.
3-NÃO VEM DE DEDUÇÕES LÓGICAS
Os samaritanos não aceitavam a plenitude bíblica. Só criam no Pentateuco. Eis aqui o erro deles. Tinham abandonado a Bíblia. A confusão entrara em suas mentes. Jesus mostrou que o louvor é revelado pelo Pai. A adoração verdadeira não é fruto da criatividade, não carece de sanções doutorais, nem precisa de endosso humano. Não tem que ser fruto de conclusão lógica.
4-TEM QUE SER CRISTOCÊNTRICO
A adoração é um ato divino humano. É o encontro do eterno com o passageiro. Do infinito com o finito. Do Espiritual com o carnal, de Deus com o homem.
Jesus se apresentou como sendo o que estava por vir. Ele mesmo disse: “Ninguém vem ao Pai senão, por mim”.
É impossível o louvor sem a mediação de Jesus Cristo. Tentar adorar a Deus sem estar em comunhão com Jesus é condenação assegurada.
5-TEM QUE SER UNIVERSAL
Religiões racistas e preconceituosas não podem ter o louvor verdadeiro. Deus não tem etnias privilegiadas. Agora, sob a dispensação do Evangelho da graça, todos os povos, línguas, tribos e nações são admitidos ao culto verdadeiro.
6-TEM QUE SER TRANSFORMADOR
O louvor cristão se faz presente dia-a-dia na obediência, em casa; no respeito, na igreja; na lealdade, no trabalho; na fidelidade, no amor; no cuidado, em tudo. O louvor é ato vitalício. Quando os homens vêm ao louvor não voltam os mesmos! O louvor cristão fortalece o caráter, restabelece a fé, santifica o espírito.
7-OS ADORADORES SÃO PROCURADOS POR DEUS
Jesus disse que é o Pai quem procura seus adoradores, são escolhas divinas: “Não fostes vós quem me escolhestes a mim, pelo contrário eu vos escolhi”. A verdadeira adoração é a prestada por aqueles que o Espírito Santo reúne na pureza da busca sincera, do louvor verdadeiro.
A BASE BÍBLICA DO CULTO CRISTÃO
A confissão de fé adotada pela igreja, afirma que o objetivo principal da vida humana é a glorificação de Deus e o alegrar-se n’Ele. Isto faz do Culto o ato mais importante, mais relevante, mais glorioso na vida do homem.
EMBASAMENTO TEOLÓGICO
A adoração cristã se fundamenta na Nova Aliança. Está franqueada ao crente a comunhão com Deus, pelo novo e vivo caminho aberto por Jesus Cristo. Portanto, ofereçamos sempre por Ele (Jesus Cristo) a Deus “sacrifício de louvor”.
Em todo Novo Testamento temos informações importantes sobre o culto:
1. Mediador do Culto
O Culto Cristão é mediado por Jesus Cristo, o sumo sacerdote que se identifica com os adoradores
2. Sacerdote
Cristo fez de seus seguidores sacerdotes de Deus, isto é, pessoas cujo culto, Deus aceita .
3. Reverência
O Culto Cristão não deve ser profanado, mas oferecido com reverência e temor.
4. Natureza do Culto
O Culto Cristão, não é meramente um evento sócio-cultural.
OS PRÉ-REQUISITOS DO CULTO
“O cumprimento de um ritual não basta para que haja culto. É indispensável a aceitação, por Deus do culto oferecido. Deus estabelece condições para aceitar a adoração de homens.
1. Fé
2. Envolvimento total da vida
3. Deve ser dirigido a Deus
4. Modelado pelo ensino bíblico
5. Mediado por Cristo
A NECESSIDADE E ESSÊNCIA DO CULTO
O “tédio religioso” sempre foi um dos maiores inimigos do Cristão, no que se refere à sua vida espiritual. O tédio é um estado mental resultante do esforço para manter interesse por uma coisa pelo qual não temos o mínimo interesse.
A NECESSIDADE DO CULTO
O culto é necessário pelas seguintes razões:
1. Finalidade do Homem
No culto, o homem acha a razão da sua existência. Ele foi criado para a adoração. “O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre”. Fora da posição de adorador de Deus, o homem não encontra o sentido para vida.
2. Obediência
O culto foi instituído e ordenado por Jesus Cristo. Quando a igreja se reúne para louvar, orar, pregar a Palavra e celebrar os sacramentos, ela simplesmente obedece.
3. O Espírito Santo
O culto é suscitado e expresso pelo Espírito Santo. A salvação provoca adoração. O perdão restaura a capacidade de adorar, anteriormente perdida por causa do pecado.
4. Utilidade
O culto é útil. Ele tem utilidade didática, sociológica e psicológica. No ato do culto aprendemos a ser cristãos. Ele é a escola por excelência do cristão. No culto há também coesão, integração e comunhão pessoal. Por fim, o culto traz paz, descanso e cura para a alma dos fiéis.
A ESSÊNCIA DO CULTO
A essência da adoração é o amor. É totalmente impossível adorar a Deus sem amá-lo. E Deus nunca se satisfez com menos que tudo. “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força”.
1. Amor de Todo Coração
Para o Hebreu, o “Coração” é considerado a sede da mente e da vontade, bem como das emoções. O termo “Alma” refere-se à fonte da vida e vitalidade, ou mesmo o próprio “ser”. Estes dois termos indicam que o homem deve amar e adorar a Deus sem qualquer reserva em sua devoção. É no coração humano que Deus se revela. É, portanto com o coração que devemos expressar nosso amor por Ele.
2. Amor Integral da Mente
A adoração envolve também o exercício da mente. Portanto, a adoração deve ocupar a mente, de maneira a envolver a meditação e consciência do homem.
3. Amor que Exige Todo Nosso Esforço
Na adoração cristã, Deus exige ser amado com toda a força do adorador. O termo “Força” (Ischuos) se refere à força e poder de criaturas vivas; exige-se que o cristão gaste todas as suas energias físicas em atos de amor por Deus.
OS ELEMENTOS DO CULTO
Os elementos do culto são os meios usados pelo adorador para expressar o culto.
Os principais elementos de culto são: a Bíblia, a oração, a música, os sacramentos e as ofertas.
A BÍBLIA SAGRADA
A Bíblia é a Palavra de Deus. Ela é o elemento mais importante do culto cristão, pois “todo ato cristão de adoração é sustido pela Palavra de Deus. Sem ela o culto esvaziar-se-ia de sua substância e perderia o traço que o separa de um culto não cristão”
A ORAÇÃO
Orar é cumprir uma ordem do Senhor. A oração é indispensável ao cristão, que deve praticá-la individualmente e coletivamente. A oração é “o privilégio supremo dos cristãos, concedido por Deus ao elevá-los à categoria de filhos.
A MÚSICA
A música também se destaca como um elemento indispensável ao culto. A igreja sempre usou hinos e cânticos na expressão do seu culto.
O apóstolo Paulo nos revela que músicas nas igrejas devem ser: “salmos, hinos e cânticos espirituais”, entoados para o louvor a Deus e a edificação mútua dos irmãos.
OS SACRAMENTOS
“Os sacramentos são santos sinais e selos do pacto da Graça, imediatamente instituídos por Deus, para representar Cristo e os seus benefícios e confirmar o nosso interesse nEle, bem como para fazer uma diferença visível entre os que pertencem à igreja e o resto do mundo, e solenemente obrigá-los ao serviço de Deus em Cristo, segundo a sua palavra”.
Há somente dois sacramentos instituídos por Jesus: o Batismo e a Santa Ceia. Ambos devem ser celebrados publicamente administrados somente pelos pastores ordenados.
OFERTÓRIO
O ofertar sempre foi um elemento integrante da adoração a Deus e uma expressão de fidelidade.
O reino de Deus não se edifica com dinheiro, mas com pessoas. Após o novo nascimento, contudo, não devemos deixar de dar o dízimo. Não é a igreja que precisa de dinheiro, nós é que precisamos trazer dinheiro à igreja: nosso progresso espiritual depende.
O LUGAR DO CULTO
Os lugares de culto são lugares santos, separados para um fim específico, a saber, o de tornar-se palco da presença de Cristo, o lugar do encontro entre o Senhor e o Seu povo. Geralmente, por decisão da Igreja, um lugar é planejado, construído e separado para o serviço divino.
A Confissão Helvética Posterior, falando sobre os lugares de culto, diz: “Ora, como cremos que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas, também sabemos que os lugares dedicados a Deus e ao Seu serviço não são profanos, mas sagrados, por causa da Palavra de Deus e do uso de coisas santas a que são destinados; e os que freqüentam tais lugares devem comportar-se com todo decoro e reverência, lembrando que estão num lugar santo, na presença de Deus e dos seus santos anjos”.
O lugar do culto cristão é a Igreja reunida, em nome do Senhor Jesus. E se é verdade que existem lugares sagrados, não é para insinuar que Deus se localize exclusivamente em tais lugares, mas, sim, mostrar que Deus intervém no mundo e reivindica para si a soberania sobre a terra toda.
O CULTO E O TEMPO
A guarda semanal do sábado é um exemplo fundamental do tempo separado para Deus. Neste mandamento, Deus lembra o homem da sua responsabilidade em adorá-lo, observando tempos e lugares santos.
O fato de Cristo haver cumprido em si o sábado, levou a igreja a escolher um novo dia para o culto: o “dia do Senhor” ou “o primeiro dia da semana”. Sem dúvida este dia é o domingo.
Socialmente, você pode descansar em qualquer outro dia da semana, dependendo sempre da sociedade em que você está inserido. Contudo, o domingo é o dia da comunhão cristã, da Nova Aliança. O culto celebrado no domingo relembra o evento fundamental à existência da Igreja a ressurreição de Cristo.
O CULTO REFORMADO
ALGUNS DOS SEUS PRINCÍPIOS
A Escritura é a única regra de fé e de prática. Foi a Escritura que levou os Reformadores à reforma do culto.
Não existe um só “culto reformado”. No século XVI havia uma grande variedade de modelos de culto nas Igrejas Reformadas na Europa. O próprio Calvino fez vários modelos para as congregações que ele serviu como pastor. Mas certamente podemos descobrir princípios comuns em todos estes modelos.
CULTO LEGÍTIMO CONFORME AS ESCRITURAS
Parece que o termo “culto legítimo” é de Calvino. Ele ensina no início da sua grande obra, As Institutas, que há uma estreita ligação entre o conhecimento de Deus e a adoração a Deus. O “culto legítimo” é apenas possível dentro dos moldes da Revelação de Deus.
Temos que adorar a Deus da maneira que Ele nos ordenou. Este era um princípio imutável para Calvino. Ao mesmo tempo, preceitos para o culto e formas de expressão podem ser variáveis quando não há ensino expresso sobre eles na Escritura. Resumindo, o culto será legítimo se estiver em conformidade com as Escrituras. Este é o primeiro grande princípio do Culto Reformado.
Isto significou o rompimento com a liturgia romana. Os Reformadores chegaram à conclusão de que esta liturgia contém elementos pagãos e judaicos. O uso de imagens é um exemplo típico da necessidade do pagão de ter um deus visível que ele pode manipular. Tal uso ofende a suprema majestade do Deus Vivo.
Calvino sempre defendeu a unidade essencial entre a Antiga e a Nova Aliança. Mas ele sabia que com Cristo chegou a fase da Nova Aliança, com seu novo modo de cultuar a Deus. Adoramos a Deus em espírito e em verdade. O culto romano negava esta realidade. Por isso, o culto tinha que ser reformado por nossos irmãos do século XVI.
CULTO REFORMADO VOLTA AO CULTO ORIGINAL
O Culto Reformado, rompendo com a antiga liturgia romana, era por isso mesmo uma volta ao culto original da igreja dos apóstolos e dos Pais da Igreja.
O primeiro modelo de Calvino está nas Institutas, de 1536. Encontramos as seguintes partes: orações públicas; o sermão; celebração da Santa Ceia; exortação à fé sincera e à confissão dessa fé; ação de graças e louvores em cânticos; despedida em paz.
Por isso, a reforma do culto no século XVI significa a volta à origem mais antiga do culto, e não um rompimento revolucionário com o passado. O Culto Reformado deu uma volta por cima da “antiga” liturgia romana, de volta às fontes que eram os ensinos dos apóstolos de Cristo.
Outra prática da Igreja Antiga que Calvino restaurou era a de recitar ou cantar o Credo Apostólico no culto como renovação do juramento de fidelidade ao Deus Triúno.
LIBERDADE CRISTÃ NA LITURGIA REFORMADA
A liberdade cristã é a liberdade que Cristo nos dá em Sua Palavra. Por isso, esta liberdade tem seus limites na própria Palavra de Cristo, o único Legislador em questões litúrgicas. Liberdade cristã na liturgia não pode significar desordem, arbitrariedade ou mania de sempre renovar o culto. O que está escrito expressamente na Palavra nos obriga a observá-lo.
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS
ENCONTRO DE DEUS COM O POVO DA SUA ALIANÇA
— O culto é caracterizado como santa convocação;
— O culto é iniciativa do próprio Senhor;
— O culto é realizado num dia especial, o Dia de descanso.
1. Encontro com Deus
A palavra “convocação” tem a ver com reunião, assembléia. Na linguagem evangélica de hoje temos termos como culto evangelístico, culto de oração e culto de doutrina, mas o culto é antes de qualquer coisa o encontro entre Deus e seu povo. É o único encontro que pode ser chamado de “santa convocação”.
2. Procedência do Culto
A palavra “convocação” também significa que Deus nos chama para o culto. O culto vem de Deus! O culto não é nossa iniciativa.
3. Objetivos do Culto Reformado
Deus criou um dia especial para o encontro com seu povo: o sábado, chamado em Êxodo 31:13-17 de um “sinal da Aliança”. E Deus colocou o culto no centro deste dia especial.
Na Aliança de Deus não há igualdade. Deus é o Soberano, e nós somos seus súditos. Nós não somos “sócios” de Deus. Mas podemos dizer que o culto e a “conversa” de Deus com seu povo.
Isto significa que Deus fala primeiro! Nisto, o Culto Reformado é diferente do culto romano que coloca o homem no primeiro lugar, com sua ação na missa. Especialmente Calvino sempre enfatizou que o culto é primeiramente uma ação de Deus. E Ele que age e fala, garantindo, dando e efetuando sua salvação.
Tudo isso constitui a primeira característica do Culto Reformado: é um encontro de Deus com seu povo. É um encontro com dois grandes objetivos: o de Deus é salvar seu povo, e o objetivo do povo de Deus é glorificar a seu Deus.
CENTRALIDADE DA PREGAÇÃO
Deus se encontra com seu povo, no culto, principalmente através da sua Palavra. Os Reformadores baniram as imagens porque Deus vem até seu povo na sua Palavra. Só conhecemos Deus através da sua Palavra.
No Culto Reformado, esta Palavra é lida e pregada. O próprio Deus nos deu a leitura da Palavra dando-nos as Escrituras.
Mas era a convicção de todos os Reformadores que as Escrituras foram dadas por Deus, não somente para serem lidas no culto, mas também para serem pregadas e explicadas. Para eles, a leitura e pregação da Palavra eram inseparáveis. Já os profetas do Velho Testamento pregavam a Palavra. O próprio Cristo deu aos apóstolos a tarefa de ensinar aos discípulos de todas as nações. Os apóstolos falaram do ministério da Palavra.
CANTAR SALMOS
Especialmente o reformador João Calvino é responsável por esta característica. Para ele, cantar salmos tem prioridade. Mas ele não sabia que Ef 5:19 e Cl 3:16 falam de “salmos... hinos e cânticos espirituais”? Claro que sabia. Por isso, Calvino não defendia o uso exclusivo dos salmos nos cultos, como alguns calvinistas pensam. Em sua primeira publicação litúrgica, Calvino ofereceu ao povo de Deus não somente alguns salmos rimados, mas também alguns cânticos, baseados em trechos bíblicos.
Calvino não era contra o uso de hinos, desde que fossem baseados em versos ou trechos da Bíblia. Mas os salmos tinham prioridade e Calvino fez questão de oferecer à Igreja todos os 150 salmos rimados.
A MÚSICA NA DISPENSAÇÃO DA LEI
A música é um instrumento de louvor a Deus, um meio de expressão e acima de tudo uma força dinamizadora de poder, energia e vitalidade, capaz de exercer grandes influências não só nos seres humanos como também nos animais e nas plantas.
O SIGNIFICADO DA MÚSICA PARA OS JUDEUS
A Bíblia nos informa que a música sempre esteve presente na vida da nação judaica, como seu melhor meio de expressão. Daí a razão dos maiores eventos da história de Israel acharem-se registrados em cânticos.
Esse povo, que mostrava inclinação para a escultura e pintura e a quem era proibido representar a Deus por imagens, concentrou toda a sua força criadora na poesia e na música que serviam por excelência à religião.
COMO O MINISTÉRIO DA MÚSICA FOI ESTRUTURADO NA DISPENSAÇÃO DA LEI
A música foi instituída no culto por Deus, no reinado de Davi. Sendo Davi músico e conhecedor do valor da música na vida de seu povo e da religião, passou a desenvolvê-la em termos de ministério, através do desempenho de quatro mil músicos alistados por vontade própria, mas por vontade de Deus. Escolhidos da tribo de Levi, por exigência do próprio Deus, eram purificados para exercerem as funções determinadas no seu ministério: Louvar: . Profetizar : Ensinar : Santificar.
A manutenção dos músicos era através dos dízimos e ofertas, porque o ministério fazia parte do sacerdócio, sob a responsabilidade do rei.
A MÚSICA NA DISPENSAÇÃO DA GRAÇA
Depois de um silêncio de quatrocentos anos entre os céus e a palestina, a música volta a aparecer como serva fiel da religião, fazendo-se cumprir as palavras cantadas pelo salmista: “E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão e confiarão no Senhor”.
O novo cântico da graça e do amor brotou nos corações dos escolhidos como prenunciadores das novas de Salvação: “Magnificat”, “Benedictus”, “Glória in ExceIsis Deo” e “Nunc Dimitts” . E a partir de então, os corações dos crentes romperam em cânticos, pela experiência da graça de Cristo, como jamais cantaram e deixariam de cantar. Conforme o testemunho de Plínio, o cristianismo passou a ser chamado “a religião do canto”.
A ATITUDE DE CRISTO EM RELAÇÃO À MÚSICA
Por muitas vezes, Jesus foi visto, participando dos cultos e das festas solenes no templo, sem jamais, em qualquer ocasião proferir palavras de censura ou reprovação aos cânticos entoados. Os discípulos e a multidão O aclamaram com cânticos por ocasião da sua entrada triunfal em Jerusalém.
A Bíblia faz referência especial à ocasião da Ceia, quando ele incluiu a música, consagrando-a a serviço do culto cristão. A partir daquele momento, o ministério da música, na nova dispensação, era estabelecido como meio de expressão de fé e manifestação da graça divina através de Cristo.
COMO O MINISTÉRIO DA MÚSICA FOI ESTRUTURADO NA DISPENSAÇÃO DA GRAÇA
Cremos firmemente que o canto de glorificação a Deus cantado por Jesus, na Ceia, antes de ir para o Monte das Oliveiras, teve um sentido de resgate da música do Judaísmo para o cristianismo.
Portanto, no Novo Testamento, a música se apresenta com uma estrutura nova e específica mas como um resultado ou aplicação do que ela foi no Velho Testamento.
Na dispensação da lei a música era ministrada pelos levitas, cujos critérios eram escolhidos e purificados . As funções da música, exercidas pelos levitas, eram: louvar, profetizar, ensinar e santificar.
Na dispensação da graça é sacerdócio dos crentes, cujos critérios são: eleição e santificação.
Na dispensação da graça, os crentes são eleitos para receber a marca da santificação que se expressa pelo testemunho de vida e pelo louvor. Deve existir coerência entre o que se vive e se canta.
A MÚSICA NOS NOSSOS DIAS
TEOLOGIA E MÚSICA
Podemos dizer que existe uma única música certa para aquele específico lugar no culto. Não serve qualquer música em qualquer lugar. Tem que ser aquela. Pode ser até uma única estrofe. Naquele lugar tem a finalidade única de reforçar o que foi dito, tornar claro, subsidiar a Palavra.
A música tem que ser subsídio para a Palavra; se não for, ela estará fora do contexto.
OS BABILÔNIOS DE HOJE
Ouvimos muitas vezes pastores dizerem: “a gente precisa manter os jovens na igreja, os cultos precisam ser atraentes. Muitos falam: “ainda bem que eles estão aqui, não estão no mundo”. É porque eles “estão aqui” que precisam fazer melhor que lá fora.
No séc. XVII, no séc. XVIII e no início do séc. XIX, se alguém visitasse uma cidade européia e quisesse ver e ouvir o que de melhor aquela população produzia, iria para a igreja. Lá havia a melhor música e a melhor arquitetura. Os músicos da corte do palácio iam lá aprender com os músicos da igreja.
O músico do palácio podia fazer de qualquer jeito porque fazia para ganhar dinheiro, era só para honrar o rei. Mas na igreja era o melhor que se podia produzir porque era para Deus. Percebe-se que mudamos radicalmente: estávamos na dianteira absoluta, e hoje isto mudou muito. Hoje nós estamos desesperadamente correndo atrás da música secular, para imitá-la, para ver se conseguimos manter o jovem dentro da igreja.
Os babilônios (as pessoas fora da igreja) de hoje “não estão nem aí” com a nossa música. Hoje há várias rádios “gospel” tocando música o dia inteiro e não tem diferença nenhuma das outras.
MÚSICAS BOAS E RUINS
Cada elemento diferente da música mexe com uma parte diferente do nosso organismo e isso faz com que sejamos integralmente atingidos, quer queiramos quer não, quer estejamos ouvindo ou não, quer sejamos perfeitamente hábeis, auditivamente, ou surdos completamente.
Existem hoje, muitas músicas novas boas e muitas ruins. A maior parte ruim por uma razão simples, porque elas ainda não foram filtradas pelo tempo; o tempo é um ótimo filtro. No séc. XVII também foi produzida muita coisa ruim, mas foi embora. Só ficaram as melhores. Existem muitas músicas novas boas sendo produzidas e, por outro lado, nos nossos hinários, existem muitas músicas que não são tão boas assim.
Como líderes, temos obrigação de analisar cuidadosamente os textos das músicas que estão nos hinários, dos hinos que vão ser cantados. Estamos, muitas vezes, cantando coisas impressas nos hinários em que nem sempre acreditamos.
MÚSICA CERTA NO LUGAR CERTO
A nossa visão do que seja a música incorporada no momento de culto é que haja, primeiro, um trabalho muito consciente do líder na escolha do que vai se cantar; depois, aonde vai se cantar.
Existem hinos que são herança dos séculos XVII e XVIII, alguns são de estilo coral; alguns desses corais eram compostos e tinham cerca de 42, 43 e até 50 estrofes. Esses hinos não foram compostos para ser cantados inteiros.
Cantavam-se trechos dos hinos, os trechos que tinham mais a ver com aquele momento de culto. Perdemos um pouco disso a partir do momento em que se passou a ter uma nova visão do hino: o hino apenas como subsídio musical do culto; canta-se o hino sem se preocupar com a letra.
PARÊNTESE NO CULTO
O parêntese de culto é um grande erro, e é recente em nossa história cúltica. Isso começou a acontecer no final do séc. XIX, quando algumas denominações enfatizaram tremendamente o acampamento de jovens. Nasceu daí uma música especial para esses tipos de reuniões; chamados corinhos; mas a força maior surgiu nos anos 80, quando os acampamentos reuniam uma quantia muito grande de jovens e para esses acampamentos compunham-se e cantavam-se determinado tipo de música que não tinha nada a ver com a música que se cantava regularmente nas igrejas.
Esses jovens passavam lá, um final de semana e quando chegavam na igreja queriam, com a maior das boas intenções, trazer aquela atmosfera, aquilo que sentiram lá no acampamento e a música que aprenderam e cantaram lá. Nessa mesma época, as nossas igrejas não estavam aparelhadas para oferecer um tipo de música alternativa de boa qualidade para os jovens.
MÚSICA SACRA OU PROFANA?
A geração dos anos 10 e 20, ou parte dela foram convertidas ainda pelos primeiros missionários ou, quando não, pelos herdeiros dessa conversão. Essa geração, e a geração que veio imediatamente depois foi uma geração conversionista, ou seja, convertida, isto é, os nossos avós que freqüentavam a igreja evangélica, já tinham sido católicos antes de se converterem. Quando eles se converteram, cantaram um tipo de canção completamente diferente de tudo que eles tinham ouvido até então.
Quando os nossos avós cantaram os hinos dos Salmos e Hinos (o primeiro hinário traduzido integralmente), eles se consideravam cantando música absolutamente sacra, porque aqueles sons nunca haviam sido ouvidos antes.
É impossível definição de música sacra genérica, por uma razão muito simples: o sacro, na verdade, aquilo que é verdadeiramente aceito por Deus, não tem nada a ver com a qualidade dos sons; tem a ver com o coração e lábios limpos, tem a ver com o cantante, e com Deus.
Esta é a primeira característica de música sacra. A segunda é que ela é, basicamente, acompanhamento para a Palavra. Quando o coro ou a congregação canta um hino, muitos se sentem elevados com essa música sacra.
Música sacra é aquela, para aquele grupo sócio-cultural, diferente da sua secular, ou seja, a música sacra é a diferente da que, naquele momento, é secular.
MÚSICA DE IMITAÇÃO
Gostaríamos muito de ver outra vez a música da igreja liderando o movimento cultural, que ela fosse melhor e nitidamente melhor.
Isso não é impossível. Temos visto isso acontecer. Não é só criticar: “esse conjunto de jovens é uma droga”. É mesmo, muitas vezes, mas onde está um melhor? Falta mostrar como fazer melhor, como fazer diferente. Pegar essa criatividade que está ai e multiplicar isso.
Se for verdade que nos últimos anos a produção de música nacional sacra não esteve muito boa, para oferecer uma alternativa satisfatória, quem sabe os próximos anos serão melhores.
A função dos líderes nas igrejas tem que ser despertar nas pessoas vocacionadas para a música o senso de responsabilidade de que estão fazendo uma coisa séria. Descobrir essas pessoas e levá-las para frente. Ninguém tem mais desculpas de que não tem onde aprender. Há cursos ótimos, professores ótimos, em muitos lugares. É preciso resgatar a importância de se aprender música, que se perdeu na nossa cultura.