Resumo de FILOSOFIA
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RESUMO DA DISCIPLINA FILOSOFIA
Definição da filosofia
Pode-se definir filosofia, sem trair seu sentido etimológico, como uma busca da sabedoria, conceito que aponta para um saber mais profundo e abrangente do homem e da natureza, que transcende os conhecimentos concretos e orienta o comportamento diante da vida.
Origem da filosofia
As culturas mais primitivas e as antigas filosofias orientais expunham suas respostas aos principais questionamentos do homem em narrativas primitivas, geralmente orais, que expressavam os mistérios sobre a origem das coisas, o destino do homem, o porquê do bem e do mal.
Os grandes períodos da filosofia:
Filosofia pré-socrática
Pré-socráticos são os filósofos anteriores a Sócrates, que viveram na Grécia por volta do século VI a.C., considerados os criadores da filosofia ocidental, sendo Heráclito, considerado o mais remoto precursor da dialética, afirma a estrutura contraditória e dinâmica do real. O pitagorismo representa a primeira tentativa de apreender o conteúdo inteligível das coisas, a essência, prenúncio do mundo das idéias de Platão.
Dedica-se à procura metódica da verdade identificada com o bem moral.
Filosofia pós-socrática de 320 a.C. até o início da era cristã
As correntes filosóficas do ceticismo, epicurismo e estoicismo traduzem a decadência política e militar da Grécia.
O prazer consiste no não-sofrimento do corpo e na não-perturbação da alma.
No século III da Era Cristã, Plotino (205-270) pensa o platonismo na perspectiva histórica do Império Romano. Através da iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Esta corrente da Filosofia e seus desenvolvimentos são conhecidos como patrística, por ser elaborada pelos padres da Igreja Católica. Uma das principais correntes filosóficas da época é o tomismo, doutrina escolástica do teólogo italiano Santo Tomás de Aquino (1225-1274), que encontra correspondência na estrutura socioeconômica do feudalismo, rigidamente estratificada.
Filosofia moderna
A desintegração das estruturas feudais, as primeiras grandes descobertas da Ciência – como o heliocentrismo de Galileu Galilei e as leis das órbitas planetárias de Kepler – e a ascensão da burguesia assinalam a crise do pensamento medieval e a emergência do Renascimento. Representada por leigos que procuram pensar de acordo com as leis da razão e do conhecimento científico, caracteriza-se pelo antropocentrismo – atitude que consiste em considerar o homem o centro do universo – e humanismo. René Descartes (1596-1650), criador do cartesianismo, é considerado o fundador da filosofia moderna.
Filosofia contemporânea
A partir do começo do século XX teve início uma reflexão radical sobre a natureza da filosofia, sobre a determinação de seus métodos e objetivos. No que diz respeito ao método, destacaram-se as novas reflexões sobre a epistemologia ou ciência do conhecimento surgidas a partir do estudo analítico da linguagem e o impulso dado à filosofia da ciência.
Dentro da chamada filosofia analítica, o empirismo lógico do Círculo de Viena foi uma das correntes filosóficas que mais ressaltaram ser a filosofia como um método de conhecimento.
Filosofia Indiana
Ao contrário dos gregos, os hindus desprezaram a física e a cosmologia em favor da ontologia e podem ser considerados os verdadeiros fundadores da lógica e da metafísica.
Os hinos védicos, escrituras hindus datadas do segundo milênio antes da era cristã, são os mais antigos registros remanescentes, na Índia, do processo pelo qual a mente humana produz seus deuses, bem como do processo psicológico da produção de mitos, que leva a profundos conceitos cosmológicos.
A primeira faculdade de filosofia da Índia surgiu na Universidade de Calcutá, no início do século XX, e o primeiro catedrático da matéria foi Sir Brajendranath Seal, acadêmico versátil que dominava diversas disciplinas científicas e humanísticas. A noção hegeliana do espírito absoluto encontrou ressonância na antiga noção vedanta de Brahma.
Na origem e, a rigor, ao longo de toda a sua evolução, a filosofia árabe transmite ao mundo ocidental os fundamentos de quase todo o pensamento filosófico do Renascimento, em particular na Espanha e na Itália.
Empirismo
Na história do pensamento, o racionalismo fundou-se sobre a crença na capacidade do intelecto humano para compreender a realidade. O empirismo deu início a uma nova e transcendental etapa na história da filosofia, tornando possível o surgimento da moderna metodologia científica. Sem dúvida, Jeremy Bentham, John Stuart Mill (em que o empirismo se converte em associacionismo) e Herbert Spencer podem ser citados como figuras representativas do fenomenismo nos domínios da ética, da lógica e da filosofia da natureza.
O problema do conhecimento
Os filósofos antigos e medievais abordaram em muitas ocasiões e de formas diversas o problema do conhecimento, mas foi a partir dos racionalistas e empiristas que o tema ganhou importância no pensamento filosófico.
Conhecimento científico
A epistemologia foi entendida tradicionalmente como teoria do conhecimento em geral. No século XX, no entanto, os filósofos se interessaram principalmente por construir uma filosofia da ciência, na suposição de que, ao formular teorias adequadas ao conhecimento científico, poderiam avançar pela mesma via na solução de problemas gnosiológicos mais gerais.
Estética
O significado da beleza e a natureza da arte têm sido objeto da reflexão de numerosos autores desde as origens do pensamento filosófico, mas somente a partir do século XVIII, com a obra de Kant, a estética começou a configurar-se como disciplina filosófica independente.
Existencialismo na filosofia
Embora represente uma corrente específica do pensamento moderno, o existencialismo não deixa de ser uma tendência que se faz sentir ao longo de toda a história da filosofia.
Os temas de reflexão do existencialista giram em torno do homem e da realidade humana (homem, liberdade, realidade individual, existência cotidiana). Heidegger, ao que parece, é o filósofo mais alheio a essa perspectiva, pois para ele o problema fundamental da filosofia é o ontológico, isto é, o problema do ser e, assim, o problema do homem fica subordinado a esse problema.
Fenomenologia
O conhecimento da realidade essencial dos fenômenos e a possibilidade desse conhecimento foi preocupação constante da filosofia até princípios do século XX, quando a fenomenologia deixou de olhar para os elementos exteriores que cercam os fenômenos e passou a considerá-los em si mesmos, por seu reflexo na consciência, como
Materialismo histórico
Também chamado concepção materialista da história, o materialismo histórico é a aplicação do marxismo ao estudo da evolução histórica das sociedades humanas. Essa evolução se explica pela análise dos acontecimentos materiais, essencialmente econômicos e tecnológicos.
O modo de produção do capitalismo industrial conduz de modo inevitável à superação da propriedade privada, não só pela rebelião dos oprimidos como pela própria evolução do sistema, em que a progressiva acumulação de capital determina a necessidade de novas relações de produção baseadas na propriedade coletiva dos meios de produção.
Materialismo
A crescente sofisticação do conhecimento levou o homem a duvidar da milenar explicação mágica do mundo e a tentar compreendê-lo com teorias que, baseadas na experiência objetiva, abrangessem desde a natureza e a origem da vida e do universo até a relação do próprio ser humano com essa realidade. Todos os fenômenos da natureza consistiriam em transformações do mesmo princípio material, sem intervenção divina. A diversidade quantitativa dos átomos (forma, dimensão e ordem) determinaria os diferentes fenômenos da natureza.
Positivismo.
A doutrina filosófica do positivismo tem raízes ideológicas em diversos movimentos que tiveram lugar no século XVIII, como o empirismo radical de David Hume, que concedia primazia absoluta à experiência no processo do conhecimento, e o Iluminismo, com sua crença no progresso da humanidade por meio da razão. Era recente e estrondoso o triunfo da física, da química e de algumas idéias biológicas.
No pensamento social de Comte manifesta-se a influência de seu mestre, Saint-Simon, teórico do socialismo utópico, que preconizava uma reforma da sociedade. A doutrina de Comte, exposta no Cours de philosophie positive (1830-1842; Curso de filosofia positiva), baseou-se na chamada lei dos três estados ou etapas do desenvolvimento intelectual da humanidade. O objetivo básico da filosofia positiva é, pois, a ordenação e a classificação das ciências. Comte estabelecia assim o princípio da unidade da ciência.
No mesmo ensaio, parte dessas características do positivo para chegar a uma significação moral e social mais ampla, de reorganização da sociedade, com predomínio do coração e dos sentimentos sobre a razão e a atividade, cujo ápice é a religião da humanidade.
Uma segunda fase na vida do criador da doutrina positivista inicia-se com o predomínio dos propósitos práticos em detrimento dos teóricos ou filosóficos, fase da qual é bem representativo o seu Système de politique positive (1851-1854; Sistema de política positiva). Pierre Laffitte, ortodoxo, foi o continuador da pregação e sacerdote máximo da religião da humanidade.
Foi, entretanto, o chamado positivismo crítico, centrado na teoria da ciência, que inspirou o desenvolvimento posterior da doutrina.
Ambos sustentavam que todo conhecimento consiste unicamente na organização conceitual e na elaboração dos dados da experiência proporcionados pelos sentidos, isto é, pelas sensações. Muitas das idéias dos positivistas lógicos, entretanto, continuaram em discussão.
Positivismo no Brasil
A história do positivismo no Brasil tem importância especial para a evolução das idéias no país. Foi sob o patrocínio do positivismo que, em grande parte, se fez a preparação teórica da implantação da república. Vários dos mais destacados propagandistas republicanos eram positivistas e, nos primeiros anos que se seguiram à queda do império, ocuparam posição de relevo na administração pública. Nesse combate, estava o positivismo ao lado do materialismo e do evolucionismo, que tinham lugar destacado entre os pensadores da época.
O centro principal de irradiação da doutrina foi a cidade de Recife, por intermédio da chamada “escola de Recife”, cujo iniciador, Tobias Barreto, tomaria posteriormente outros caminhos no domínio do pensamento. A conversão de Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes, que desenvolveram grande atividade no setor do apostolado, foi importante para a expansão da doutrina no Rio de Janeiro. Primeiro, a que sustenta a primazia, ou o primado da razão, da capacidade de pensar, de raciocinar, em relação ao sentimento e à vontade. Em contraposição, os sofistas defenderam um pensamento “desse mundo”, o da consciência comum.
Racionalismo metafísico
O racionalismo gnosiológico ou epistemológico é inseparável do racionalismo ontológico ou metafísico, que enfoca a questão do ser, pois o ser está implicado no pensamento do ser. O conhecimento, ao se distinguir da produção e da criação de objetos, implica a possibilidade de reproduzir o real no pensamento, sem alterá-lo ou modificá-lo.
Racionalismo clássico e tendências posteriores
Dois elementos marcariam o desenvolvimento da filosofia racionalista clássica no século XVII. De um lado, a confiança na capacidade do pensamento matemático, símbolo da autonomia da razão, para interpretar adequadamente o mundo; de outro, a necessidade de conferir ao conhecimento racional uma fundamentação metafísica que garantisse sua certeza.
O racionalismo clássico ou metafísico, no entanto, cujos paradigmas seriam o citado Descartes,
Spinoza e Leibniz, não se limitava a assinalar a primazia da razão como instrumento do saber, mas entendia a totalidade do real como estrutura racional criada por Deus, o qual era concebido como “grande geômetra do mundo”.
Spinoza é o mais radical dos cartesianos.
Leibniz, o último grande sucessor de Descartes, baseou sua doutrina na “harmonia preestabelecida” da realidade por obra da vontade divina. Assim sendo, o método da ciência não poderia ser o da indução, mas a dedução.
O racionalismo cartesiano e o empirismo inglês desembocaram no Iluminismo do século XVIII. A razão e a experiência de que resulta o conhecimento científico do mundo e da sociedade bem como a possibilidade de transformá-los são instâncias em nome das quais se passou a criticar todos os valores do mundo medieval.
Ao postular a identidade do pensamento e do ser, o racionalismo sustenta que a razão é a unidade não só do pensamento consigo mesmo, mas a unidade do mundo e do espírito, o fundamento substancial tanto da consciência quanto do exterior e da natureza, pressuposto que assegura a possibilidade do conhecimento e da ação humana coerente. Para além de seus possíveis elementos dogmáticos, a filosofia racionalista, ao ressaltar o problema da fundamentação do conhecimento como base da especulação filosófica, marcou os rumos do pensamento ocidental.