Resumo de FILOSOFIA
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Exegese é, portanto, a exposição, a operação de interpretar. Enquanto a hermenêutica é a ciência da interpretação, a exegese é a aplicação dessa ciência à Palavra de Deus. Para se compreender bem a exegese, é necessário saber o que é hermenêutica, que vem do grego hermeneutikê e significa “relativo à interpretação, que serve para interpretar, hermenêutica. A palavra está ligada a Hermes, nome que os gregos davam a Mercúrio, de uma palavra da língua grega que significa interpretação, pela razão de ser ele o mensageiro e intérprete dos deuses. Reverenciava-se debaixo deste nome como deus da eloqüência, e em respeito a isto se representava na figura de um homem de cuja boca saíam como pequenas cadeias que parava nas orelhas de outras figuras humanas, que exprimiam aos ouvintes que ele encadeava pela força do discurso (Dicionário da fábula Compré, F. Briguiet & Cia., Rio de Janeiro, p. 221).
Exegese e hermenêutica
Tênue é a linha limítrofe entre a exegese e a hermenêutica. Haja vista que ambas possuem uma intrínseca relação. Todavia, apesar dessa íntima relação, é necessário serem feitas as devidas distinções entre exegese e hermenêutica.
O vocábulo hermenêutica se origina da palavra grega Hermeneutike que por sua vez, é derivada do verbo ermeneuein, que possui significado similar ao de exegese, isto é, “interpretar”. Ordinariamente trata-se dos princípios que dita as regras gerais ou específicas a serem aplicadas na busca e na determinação do sentido dos textos. E, por sua vez, a exegese, como já fora supracitado, trata-se da aplicação concreta de regras hermenêuticas; portanto, ela consiste na explicação propriamente dita do texto.
A Hermenêutica pertence ao grupo de estudos Bibliológicos, isto é, aos estudos centrados na Bíblia. Ela é naturalmente a Filosofia Sacra, e precede imediatamente a Exegese. A Hermenêutica e a Exegese se relacionam na mesma forma que a teoria se relaciona com a prática, pois a exegese é a aplicação metodológica dos princípios técnicos hermenêuticos.
Portanto, a hermenêutica é a ciência da interpretação, e a exegese a extração dos pensamentos que assistiam ao escritor sagrado quando este redigia determinada porção da Escritura. A exegese como ciência da correta interpretação das Sagradas Escrituras possui suas próprias leis de interpretação, que devem ser entendidas e aplicadas corretamente para se descobrir o sentido exato de determinada passagem bíblica.
A exegese tem como objetivo o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para descobrir o significado original que foi pretendido. A exegese é praticamente uma tarefa histórica. É a tentativa de escutar a Palavra conforme os destinatários originais devem tê-la ouvido; descobrir qual era a intenção original das palavras da Bíblia. Esta é a tarefa que freqüentemente exige a ajuda do “perito”, aquela pessoa cujo treinamento a ajudou a conhecer bem o idioma e as circunstâncias dos textos no seu âmbito original. Não é necessário, no entanto, ser perito para fazer boa exegese. Na realidade, todos são exegetas dalgum tipo. A única questão real é se você vai ser um bom exegeta. Quantas vezes, por exemplo, você ouviu ou disse: “O que Jesus queria dizer com aquilo foi...” “Lá naqueles tempos, tinham o costume de ...”? São expressões exegéticas. São empregadas mais freqüentemente para explicar as diferenças entre “eles” e “nós” – por que não edificamos parapeitos em redor das nossas casas, por exemplo, ou para dar uma razão do nosso uso de um texto de uma maneira nova ou diferente – por que o aperto da mão freqüentemente tomou o lugar do “ósculo santo”. Até mesmo quando tais idéias não são articuladas, são, na realidade, praticadas o tempo todo de um modo que segue o bom-senso.
Podemos extrair diversas conclusões gerais dum exame do uso que Jesus faz do Antigo Testamento. Primeiro, ele foi uniforme no tratar as narrativas históricas como registros fiéis do fato. As alusões a Abel, Noé, Abraão, Isaque, Jacó, e Davi, por exemplo, parecem todas intencionais e foram entendidas como referências a pessoas de carne e osso e a eventos históricos.
Segundo, quando Jesus fazia aplicação do registro histórico, ele o extraía do significado normal do texto, contrário ao sentido alegórico.
Terceiro Jesus denunciou o modo como os dirigentes religiosos haviam desenvolvido métodos casuísticos que punham à parte a própria Palavra de Deus que eles alegavam estar interpretando, e no lugar dela colocavam suas próprias tradições (Mc 7.6-13; Mt 15.1-9).
Quarto, os escribas e fariseus, por mais que quisessem acusar a Cristo de erro, nunca o acusaram de usar qualquer Escritura de modo antinatural ou ilegítimo. Mesmo quando Jesus repudiava diretamente os acréscimos e as interpretações errôneas dos fariseus com relação ao Antigo Testamento (Mt 5.21-48), o registro bíblico diz-nos que “estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas” (Mt 7.28-29).