Resumo de FILOSOFIA
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FACULDADE TEOLÓGICA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS
ÉTICA
A ÉTICA CRISTÃ
Baseia-se na vontade de Deus A ética cristã tem a forma de um mandamento divino. Um dever ético é algo que nós temos de fazer; é uma prescrição divina. É claro que os imperativos éticos que Deus dá estão alinhados com seu caráter moral imutável. Em outras palavras, Deus deseja que se faça o que é certo em concordância com seus próprios atributos morais. “Sede santos, porque eu sou santo”, foi o mandamento de Deus para Israel (Lv 11.45). “Sede, pois, perfeitos, assim como perfeito é o vosso Pai celestial” (Mt 5.48), Jesus disse aos seus discípulos. “É impossível que Deus minta” (Hb 6.18), assim, nós também não devemos mentir. “Deus é amor” (1Jo 4.16), e Jesus disse, “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39). Em suma, a ética cristã baseia-se na vontade de Deus, e Deus nunca deseja algo que seja contrário ao seu caráter moral imutável.
A ética cristã é absoluta
A partir do fato de que o caráter moral de Deus não muda (Ml 3.6; Tg 1.17), chega-se à conclusão de que as obrigações morais derivadas de sua natureza são absolutas. Isso significa que são obrigatórias a todas as pessoas e em todos os lugares. De fato, nem tudo o que Deus deseja flui, necessariamente, de sua natureza imutável. Algumas coisas estão meramente em conformidade com sua natureza, mas fluem independentes de sua vontade. Por exemplo, Deus escolheu aplicar um teste de obediência moral a Adão e a Eva, proibindo-os de comerem o fruto de uma árvore específica (Gn 2.16-17). Embora para Adão e Eva tenha sido moralmente errado desobedecer a esse mandamento específico feito por Deus, nos dias de hoje nós não estamos obrigados a obedecê-lo, pois aquele mandamento, embora estivesse baseado na vontade de Deus, não fluía necessariamente de sua natureza. Por outro lado, o mandamento de Deus para não derramar sangue humano (Gn 9.6) foi instituído antes de a Lei ter sido dada a Moisés, quando a Lei foi dada a Moisés (Ex 20.13) e também nos tempos posteriores à Lei de Moisés (Rm 13.9). Assim, entende-se que matar é uma atitude errada em todos os tempos, em todos os lugares e para todas as pessoas. Isto é verdadeiro porque os seres humanos são criados à “imagem de Deus” (Gn 1.27; 9.6), o que inclui uma semelhança moral com Deus (Cl 3.10; Tg 3.9). Qualquer coisa que se relacione com o caráter moral imutável de Deus constitui-se em um absoluto moral. Isso inclui obrigações morais tais como: santidade, justiça, amor, honestidade e misericórdia. Outros mandamentos que fluem da vontade de Deus, mas não, necessariamente, de sua natureza, são também obrigatórios para o cristão, embora não sejam absolutos. Em outras palavras, eles precisam ser obedecidos porque Deus os prescreveu, mas ele não os prescreveu para todas as pessoas, em todos os tempos e em todos os lugares. Por outro lado, deveres morais absolutos são obrigatórios a todas as pessoas, em todos os tempos e em todos os lugares.
A ética cristã baseia-se na revelação de Deus
A ética cristã baseia-se nos mandamentos de Deus, em sua revelação, que é tanto geral (Rm 1.19-20; 2.12-15) quanto especial (Rm 2.18; 3.2). Deus tem revelado a si mesmo tanto na natureza (Sl 19.1-6) quanto na Escritura (Sl 19.7-14). A revelação geral de Deus contém mandamentos para todas as pessoas; e a revelação especial declara a vontade divina específica para os cristãos. Entretanto, nos dois casos, a base da responsabilidade ética humana é a revelação divina. Desconhecer a Deus como a fonte do dever moral não exime ninguém, nem mesmo um ateu, de suas obrigações morais. Como disse Paulo: “quando os gentios, que não têm lei, praticam as coisas da lei por natureza, embora não tenham lei, tornam-se lei para si mesmos, demonstrando que o que a lei exige está escrito no coração deles” (Rm 2.14-15). Ou seja, mesmo que os incrédulos não tenham a lei moral em suas mentes ainda assim eles a têm escrita em seus corações. Mesmo que não a conheçam de forma cognitiva, eles a demonstram através de suas inclinações.
A ética cristã é prescritiva
Uma vez que o direito moral é prescrito por um Deus moral, ele é prescritivo. Por isso, não existe lei moral sem um legislador moral. Desse modo, a ética cristã é por sua própria natureza prescritiva, e não descritiva. A ética lida com o que deve ser, não com o que é. Os cristãos não encontram seus deveres éticos em um padrão de cristãos, mas em um padrão para cristãos: a Bíblia.
ALTERNATIVAS ÉTICAS BÁSICAS
A discussão girará em torno da questão da existência e da validade dos absolutos éticos universais, especialmente no que tange à solução dos conflitos entre valores éticos absolutos. Cada posição discutida receberá uma cuidadosa avaliação à luz da filosofia e da Palavra de Deus, no intuito de permitir que o leitor, por si mesmo, possa considerar a argumentação do autor e decidir por uma das alternativas apresentadas.
Mentir Sempre É Errado : Há Muitas Normas Não conflitantes.
Sustentar uma única norma universal não é a única posição possível com respeito a princípios absolutos. Existe o ponto de vista de que há muitas normas universais válidas que nunca conflitam realmente entre si. Esta posição será chamada de absolutismo não conflitante. Pode haver um conflito aparente entre duas normas éticas, mas nunca um conflito entre deveres. Há sempre uma terceira alternativa ou um modo de cumprir uma das normas sem desobedecer à outra. O domínio de cada norma ética tem sido ideal ou providencialmente alocado a ela de modo que nunca realmente coincida parcialmente com o de outra norma universal. Isto significa, por exemplo, que o mentir e o matar nunca entram realmente em conflito. Sempre se pode contar a verdade sem realmente tirar a vida doutra pessoa inocente. Tanto o mentir quanto o matar sempre é errado.
Mentir Nunca É Certo: Há muitas Normas Conflitantes
Outra saída do dilema aparente, de sustentar que há muitas normas universais que às vezes conflitem entre si, é declarar que uma violação de qualquer delas é errada. Ou seja: é sempre errado mentir e também é sempre errado tirar uma vida inocente (ou é até errado não procurar evitar que outra pessoa faça um ou outro destes atos), e se alguém for preso num verdadeiro dilema entre os dois, deve praticar o menor dos dois males. O menor dentre dois males pode ser julgado por aquilo que resultaria no número menor de consequências más, i.e., de maneira utilitária. Mesmo assim, os dois atos (mentir e matar) são intrinsecamente maus; nenhum dos dois está certo, de acordo com as normas universais. E mesmo se houvesse alguma maneira de julgar qual ato é intrinsecamente (e não meramente instrumentalmente) melhor, os dois ainda seriam errados, não obstante. Um deles, no entanto, provavelmente seria um mal menor do que o outro.
A Responsabilidade Social para com Todos os Homens
A exortação: "Fazei o bem a todos os homens," é repetida de vários modos em toda a Bíblia. Acerca dos ricos, Paulo escreveu: "que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir..." (1 Tm 6:18). Na realidade, o amor cristão leva as pessoas a dar "na medida de suas posses" e pode até mesmo induzir alguns a dar "mesmo acima delas, e se mostrar voluntários" (2 Co 8:3). Mas cada cristão está obrigado a dar aos pobres "conforme Deus os prosperou" (1 Co 16:2, AV). O escritor de Hebreus lembra àqueles crentes: "Não negligencieis igualmente a prática do bem a a mútua cooperação; pois com tais sacrifícios Deus se compraz" (13:16). Frequentemente o cristão é desafiado da seguinte maneira: "Em tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai" (Cl 3:17; cf. 1 Co 10:31). É justo tirar a conclusão de que a questão não é se o cristão tem uma responsabilidade social diante de todos os homens; pelo contrário, a pergunta é qual é esta responsabilidade social? A fim de responder a esta pergunta, será necessário examinar em primeiro lugar as áreas exatas da responsabilidade social esboçadas na Escritura. A partir daí poderão ser tirados uns princípios gerais que podem ser aplicados a outras sociedades, mais complexas. Seja ÉTICO ATÉ O DIA DO JUÍZO FINAL.
AGOSTINHO APOLINÁRIO DO CARMO
DOUTORANDO EM TEOLOGIA CRISTÃ
INSCRITO 2018103559/2018