Resumo de HERMENEUTICA
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Curso de Graduação Livre – Bacharelado em Filosofía
Disciplina: MÉTODOS DE ESTUDOS BIBLICOS
Aluno: 2019033796
Clément R.S.Danilo
RESUMO
CONCEITO GERAL
Todos os que se aproximam das Escrituras, utilizam-se de um método de estudo da mesma, consciente ou inconscientemente. Não há problema em ter um método de estudo das Escrituras, desde que esse método seja válido e nos conduza a resultados verdadeiros. É necessário verificar se o método que utilizamos para estudar as Escrituras é bom. Mesmo aqueles grupos que afirmam não estudar a Bíblia, têm seu modo especial de basear nela os seus pensamentos.
Razões para estudar a Biblia:
1- Não podemos absorver a “teologia” dos que nos rodeiam.
Uma leitura atenta nas Escrituras comprova que esta sempre foi a causa principal do desvio da fé do povo de Israel, ele absorveu os conceitos e costumes dos povos vizinhos, apesar das claras advertências que lhe foram dadas. “Modismos” criam teologias e tendências doutrinárias que, por se tornarem populares, agradam a multidões de pessoas. O que chamamos de “modas” teológicas não é necessariamente sinônimo de sucesso espiritual correto, pois, esse sucesso na maioria das vezes está fundamentado numa mentira.
2 - Para termos um método correto de estudo das Escrituras: Evitar a má exegese encontrada na literatura “cristã” sobre a Bíblia.
Se um teólogo preparar seus comentários sobre as Escrituras Sagradas fundamentado na consulta de alguns comentários bíblicos suspeitos de heresias como, por exemplo: de Testemunhas de Jeová, Ciência Cristã, Reverendo Moon, etc, ou até comentários e dicionários bíblicos editados pelo cristianismo, porém de autores cuja opinião não se ajusta com a Bíblia, vai acabar ensinando mentiras em nome da fé. O teólogo deve aprender que o único critério de verdade das Escrituras Sagradas é a própria Escritura Sagrada.
3 – O teólogo não tem um “interprete oficial” da Bíblia.
Como por exemplo acreditam os católicos que seja o papa o único a determinar o que é certo ou errado em questões de doutrina, ou como os Russelitas (Testemunhas de Jeová) que afirmam que o único interprete correto da Bíblia é o chamado “corpo governante”. O teólogo deverá aprender a estudar de forma correta para determinar com exatidão o que a Escritura está dizendo. Se não fizermos isto, estaremos de alguma forma endossando uma espécie de “credo oral” que substitui as Escrituras como critério de verdade. Deve perceber que inúmeras vezes o “credo oral” passou a ser “credo escrito” (Exemplo: credo de Nicéia). E se estabeleceu definitivamente na igreja como doutrina. Não é assim que um verdadeiro teólogo deve agir, se ele é e continuará a ser um estudante espiritual da Palavra ele mesmo deverá aprender de Deus a encontrar o sentido correto das palavras bíblicas que encontra em seu estudo. Deverá ser estabelecido como verdade unicamente o que as Escrituras realmente ensinam e nunca uma tradição, por mais anos ou séculos que ela tenha.
4 – Reconhecimento da autoridade das Escrituras como Sagradas.
Com toda certeza Deus deveria dar à humanidade perdida uma revelação por escrito, para revelar-se desde o início e dando assim, a conhecer o Plano de Salvação. Deveria ser uma Revelação com autoridade suficiente para não ser questionada, e para que a mensagem divina pudesse ser preservada para todas as gerações. Deveria ser ao mesmo tempo uma Revelação escrita, para evitar que a mensagem seja esquecida, alterada ou distorcida. Deveria ser inspirada e conclusiva, para impedir que seja substituída por outra de opiniões humanas, variadas e contraditórias. Finalmente, deveria a Revelação ser compreensível, objetiva e clara, ao alcance de todos, para que todo aquele que deseje alcançar a salvação prometida, encontre na simplicidade da Revelação esse Caminho.
Deus é sábio. Se Ele, na Sua sabedoria deixou Sua Vontade revelada em um livro, então temos a certeza de que é possível compreender a vontade de Deus pelo estudo das Escrituras. Se não o fizermos ou desistirmos da tarefa, estaremos desconsiderando a sabedoria divina.
MÉTODOS DE ESTUDOS BÍBLICOS
Num curso teológico deve haver necessariamente um método de estudo das Escrituras, pois, já analisamos em detalhes as razões e a necessidade de ter um método adequado de estudo.
O método para o estudo que prepara um pastor é conhecido como método histórico-crítico.
Este é o método de estudo e pesquisa bíblica que procura levar em consideração o contexto histórico que envolve o texto, fazendo uma análise e avaliação profunda, acurada (crítica) de todas as relações desta informação com o sentido original do texto.
Deve-se, antes de tudo, ao estudar um texto levar em conta a época e a situação original em que o texto foi escrito.
O próprio texto bíblico, em geral, contém elementos históricos suficiente para nós dar uma idéia da situação original. Neste ponto dois elementos precisam ser levados em consideração quando tratamos das Escrituras Sagradas:
Elemento 1 – Sua particularidade histórica contrabalançada por sua validade eterna. A particularidade histórica diz respeito ao que estava acontecendo na situação original, porém a relevância eterna leva em conta que mesmo em uma situação diferente, a mensagem original tem importância para cada geração posterior.
Elemento 2 – Nosso método é um método crítico porque requer o uso de nossas faculdades mentais em raciocínios, julgamentos, estudos, pesquisa, esforços.
O método é crítico porque pretende avaliar os resultados obtidos e em construir um pensamento correto, portanto, é uma crítica construtiva e nunca contra as Escrituras.
Sendo assim, a tarefa de um teólogo na sua aproximação da Bíblia é dupla; Primeiro, um teólogo deve descobrir o que o texto significa originalmente, esta tarefa tem um nome científico, é chamada de exegese. Em segundo lugar, devemos aprender a discernir o mesmo significado na multiplicidade de contextos novos ou diferentes dos nossos próprios dias, esta é a tarefa da hermenêutica.
Exegese no método de um teólogo é um trabalho: científico, crítico, histórico, literário e espiritual, sendo que, a ordem destes fatores poderá ser primeiramente espiritual, sem deixar de usar o resto das ferramentas.
A hermenêutica é a síntese dos resultados da exegese, tornado-a relevante para o leitor, ou auditório.
O trabalho de estudar as Escrituras Sagradas é um grande projeto, mas também um grande desafio. Deve ser conduzido com todo cuidado e perseverança. Excelência e compenetração são o mínimo que se pode almejar no estudo do Livro.
O que se requer de um teólogo é um trabalho em três etapas: Estudar (exaustivamente o texto), compreender (o texto no seu contexto histórico) e explicar (com exatidão e correção).
O propósito de ter um método de estudo é a total transformação da pessoa. O método visa a substituição de velhos e destruidores hábitos de pensamento por novos hábitos vivificadores. Em parte alguma este propósito é visto mais claramente do que na forma em que um teólogo se aproxima do texto.
É no texto que devemos aplicar toda nossa energia mental, pois o primeiro passo no estudo das Escrituras, seguindo o método histórico-crítico, é estabelecer o texto.
É preciso ler com cuidado a passagem, notando qualquer dificuldade textual, palavras desconhecidas e estruturas gramaticais. Também é necessário observar o gênero literário (se é epístola, narrativa, poesia, alegoria, parábola, etc.), e se dedicar ao estudo do texto.
O método histórico-crítico aplicado: O primeiro passo no estudo de um texto é a repetição.
A repetição é uma forma de canalizar a mente de modo regular, numa direção específica, firmando assim hábitos de pensamentos. A repetição desfruta, hoje de certa má fama. Contudo, é importante reconhecer que a pura repetição, mesmo sem entender o que está sendo repetido, em realidade, afeta a mente interior. Hábitos arraigados de pensamentos podem ser formados apenas pela repetição, mudando assim o comportamento. Esse é o princípio lógico central da psicologia, que treina a pessoa para repetir certas afirmações regularmente. Nem mesmo é importante que a pessoa esteja consciente do processo mental que está desenvolvendo; basta que a afirmação seja repetida. A mente interior é assim treinada, e afinal responderá modificando o comportamento para conformar-se à afirmação.
A concentração é o segundo elemento prático no estudo.
Se além de conduzir a mente repetidas vezes ao assunto em questão a pessoa concentrar-se no que está sendo estudado, a aprendizagem aumenta sobremaneira. A concentração centraliza a mente. Ela prende a tenção em detalhes específicos.
Quando não apenas de maneira repetida canalizamos a mente num determinado sentido, concentrando nossa atenção no assunto, mas entendemos o que estamos estudando, então atingimos um novo nível.
A compreensã, terceiro elemento no estudo, nos leva ao discernimento da verdade contida no texto e provê uma base sólida na percepção dessa verdade, de maneira que se torna clara para nós e para ser explicada.
O estudo das Escrituras, como feita por um teólogo, começa com as Escrituras e com a mente aberta para ela.
Todo estudante do Curso de Teologia tem a obrigação de examinar com atenção a declaração de Jerônimo em que ele reconhece ter feito mudanças, acréscimos e alterações na Bíblia.
Notamos, entanto, que os eruditos reconhecem que a Vulgata não é exata nos Evangelhos, e muito superficial no resto dos livros, uma base sumamente fraca para uma tradução. Qualquer que se aventurar a fazer uma tradução da Vulgata para outra língua estará cometendo um sem número de erros. Portanto, a Vulgata Latina é uma clara demonstração de como a corrupção textual pode se perpetuar.
Tertuliano (anos 160-220) já mencionava o fato de que os originais da Bíblia se tinham perdido e o que existia eram copias adulteradas, corrompidas da Bíblia.
Orígenes, no seu comentário sobre Mateus queixa-se de que as diferenças entre os escritos dos Evangelhos se haviam tornado grandes, quer através da negligência de alguns copistas, quer através da perversidade audaz de outros, que alongam ou abreviam o texto.
Como Teólogos devemos sempre confessar nossa fidelidade às Escrituras nos seus textos originais.
A Vulgata Latina, de Jerônimo ganhou valor e prestígio na Igreja de Roma, e foi considerada como a rainha das versões, tanto é, que até pouco tempo, no mundo inteiro, a missa era ministrada em latim, porém, a Vulgata prevaleceu e prevalece ainda até hoje, mesmo que outras vozes se tenham levantado em protesto contra ela.
Depois de 1965, logo após o Concílio Vaticano II, a Igreja de Roma começou as comemorações do dia da Bíblia, na semana do dia de 30 de setembro, data do falecimento de Jerônimo.
“A fim de purificar o texto da Vulgata, várias edições foram feitas por Alcuino, Teodulfo, Lanfrano e Estevão Harding, durante a Idade Media. Cada tentativa de restaurar o trabalho de Jerônimo piorou o que existia. Daí resultar que os 8 mil manuscritos da Vulgata hoje conhecidos apresentam as mais curiosas contaminações.
Chama-se Vulgata esta tradução de Jerônimo por ter esta versão grande circulação na Igreja Católica desde o sétimo século, e gozar da aprovação da Igreja Católica como versão autorizada, o que aparece, depois na forma explícita na primeira edição do papa Sixto V, em 1590, e do papa Clemente II, em 1592, até a Nova Vulgata, esta última edição foi feita por iniciativa do papa Paulo VI pela constituição apostólica em 25 de abril de 1979, época em que começou a circular. Esta nova Vulgata... apresenta inumeráveis alterações do texto de Jerônimo em matéria puramente estilística... sendo que a edição de 1590 já havia sofrido mais de 5 mil alterações.
Considerando o que foi exposto sobre a Vulgata, concluímos que o Texto Bíblico em estudo, deveria representar o conteúdo da mensagem que o escritor bíblico quis transmitir; deveria ser a mensagem original, no seu contexto literário histórico.
A maioria dos brasileiros sabe que a Bíblia não foi escrita originalmente em português. De alguns anos para cá se tem popularizado em especial duas versões bíblicas uma chamada de Corrigida e outra chamada de Atualizada.
Nestas duas versões encontramos numa leitura de um mesmo texto diferenças em algumas palavras, na sua maior parte são diferenças de estilo e não de conteúdo. Essas diferenças entre Corrigida e Atualizada, porém, não tem causado tantas questões como as suscitadas por Versões mais recentes que não são baseadas na tradução tradicional de João de Ferreira de Almeida, de 1748.
Um bom modo de procurar estabelecer o texto certo, mesmo quando não se tem acesso ou condições de consultar um texto original com aparato crítico, é consultar muitas versões do texto bíblico em estudo. Ler e comparar várias traduções pode mostrar variações devidas a problemas textuais ou mudanças de entendimento na tradução do original. É importante lembrar que a maior parte das diferenças entre traduções é devida a este segundo fator. Entretanto, há casos em que um estudo minucioso comparando as diversas traduções ajuda a ver as diferenças devidas a problemas de transmissão do texto.
Almeida traduziu a Bíblia para a Língua Portuguesa no século XVII. O Novo Testamento em português ficou pronto em 1681. Almeida traduziu-o a partir de um texto grego denominado Textus Receptus ("o texto recebido"), que fora compilado pelo famoso humanista holandês Erasmo de Roterdã no início do século XVI. A tradução de Almeida a partir dos manuscritos que ele possuía em sua época cristalizou-se na chamada Edição Revista e Corrigida (RC), publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil.
Quando a tradução de Almeida já estava concluída, Deus permitiu que arqueólogos, historiadores e teólogos verificassem um considerável avanço no achado, recuperação e decifração de manuscritos bíblicos, alguns dos quais indisponíveis a Almeida na época em que traduziu a Bíblia. A Edição Revista e Atualizada (RA) surgiu em 1956 em decorrência dessas novas descobertas, quando a Comissão Revisora da Sociedade Bíblica do Brasil achou por bem confrontar o texto de Almeida com os novos manuscritos encontrados. A RA passou por uma segunda revisão em 1993, afinando ainda mais o texto bíblico aos textos originais em hebraico, aramaico e grego, pelo que é uma das mais amadas e adotadas traduções da Bíblia Sagrada no Brasil e no exterior.
A leitura de várias versões contribui, como já dissemos, para a compreensão do texto apresentando as diferentes maneiras de traduzir o original para o português. Geralmente as traduções convergem para um mesmo sentido, usando palavras diferentes. Isto já explica muitas coisas para o estudante de teologia. Ocasionalmente, haverá divergências de sentido entre elas: nestes casos é necessário um estudo mais detalhado.
É importante NÃO usar versões esquisitas ou contaminadas como a dos auto-denominados “Testemunhas de Jeová”.
Um pouco deste cuidado deve ser usado com respeito a todo tipo de Bíblia com notas e auxílios nas margens e rodapés. A Bíblia de Scofield é uma destas que não recomendaríamos a quem deseja fazer um estudo sério. O sistema de notas empregado direciona o intérprete a um sistema teológico completamente estranho ao dos escritores inspirados. A Bíblia Vida Nova é menos culpável de direcionamento doutrinário do que a de Scofield, mas também se deve ter cuidado ao examinar algumas de suas orientações doutrinárias. Não deve ser usada como ferramenta inicial de trabalho. Se o aluno quiser, pode usar a Bíblia Vida Nova no momento que for consultar os comentários: neste ponto ela é uma fonte útil de informação e esclarecimentos. O mesmo conselho se estende às versões católicas com anotações. Com relação à chamada de Bíblia Viva, na verdade ela não é uma versão; mas uma paráfrase. É quase um comentário, e sendo assim, é melhor utiliza-la mais tarde, nos estudos. A consulta de comentários bíblicos encontrados ao pé de página de muitas Bíblias comentadas, não deve servir de base para a formação doutrinária, mas apenas como fonte de consulta crítica e geral.
Uma vez estabelecido o texto certo pela consulta do texto original, seja hebraico, aramaico ou grego e a comparação de várias traduções, ficamos prontos para a segunda etapa do tratamento do texto: estabelecer a estrutura do texto.
Estabelecer a estrutura do texto é compreender que tipo de material escrito está diante de nós e qual a forma de sua apresentação. É neste momento que devemos compreender as relações gramaticais e sintáticas do texto. Também é o momento de avaliar os recursos literários de que o autor lançou mão.
A simples divisão dos capítulos e dos versículos não pode ser usada como base para a estruturação do texto bíblico. A divisão em capítulos do Novo Testamento foi feita em 1206 por Stephan Langton, (posteriormente arcebispo de Cantuária); a divisão em versículos é de 1551, feita por Roberto Estevão (Stephanus) impressor parisiense. A divisão em parágrafos já constitui melhor ajuda para o estudante.
Observar os recursos literários que o autor empregou em sua obra é também parte da boa observação da estrutura do texto. É útil recordar este assunto em uma gramática. Esta compreensão ajuda a não perder a mensagem do escritor por não entender o veículo que ele utiliza para transmiti-la.
Estabelecer o texto certo, assim como estabelecer a estrutura do texto, são as primeiras tarefas do teólogo. A partir de então há segurança para uma análise do contexto, a estrutura maior onde o nosso texto está inserido. Este trabalho se faz por meio de leituras repetidas do texto, inclusive de versões diferentes. O teólogo conhece bem o texto antes de fazer seu estudo mais detalhado. Porém o texto está rodeado de um contexto, não é uma ilha literária.
Contexto é o ambiente da passagem bíblica. Ele é composto pelos versículos que rodeiam a passagem estudada: os anteriores e posteriores, no livro estudado. É também o mundo que rodeia a passagem, sendo especificamente o mundo do escritor e dos receptores dessa mensagem bíblica. O contexto contém, portanto, elementos históricos, culturais, literários, lingüísticos, além de espirituais. Em alguns textos o contexto pode ter vários níveis: o contexto histórico da narrativa, o contexto literário da narrativa no livro que a contém e o contexto do autor e dos leitores, que pode ser diferente dos dois primeiros. Sendo o contexto “o todo do qual o texto é parte”, ele é a chave para compreender o argumento inteiro.
1 O contexto ajuda a não torcer a Palavra de Deus. O contexto fornece preparo e alicerce sólido para uma boa exegese. Tudo depende do contexto em que uma frase é interpretada.
2 O sentido correto da Bíblia vem do contexto. Cuidado com as associações de certos textos com outros que nunca foram escritos para serem ligados entre si num mesmo contexto.
3 O sentido correto das palavras vem do contexto. No estudo da Bíblia, isto é muito importante. Há uma tendência de definir uma palavra de antemão e depois tentar impor esse sentido a todos os textos em que ela ocorre. A Melhor prática é observar o sentido que a palavra assume em função dos vários contextos em que essa palavra é usada, e só então definir o conceito geral do texto em questão.
4 O contexto é a garantia da verdade nas escrituras. “Um texto fora do contexto é um pretexto” Qualquer um pode ensinar o que quiser usando a Bíblia, se conseguir ignorar o contexto. Muitos livros de “doutrina” ou de apologética têm essa tendência. No calor da disputa, quase ninguém se lembra de perguntar o que o texto significa no seu contexto, mas apenas se ele é conveniente para “dizer o que eu quero que ele diga”. O melhor modo de estudar as Escrituras é aprender a pensar de acordo com o contexto: é aprender a extrair a mensagem inteira de textos longos; é também ler como leram os primeiros leitores.
No estudo do contexto há um fator importante a ser considerado, que é o estudo da palavra em se mesma. Se você deseja se comunicar e se fazer entender, deve conseqüentemente empregar o correto uso das palavras, em especial com um significado apropriado. No estudo das Escrituras nada é tão importante como o estudo original das palavras. Depois de estudar o texto e seu contexto devemos fixar nossa atenção nas palavras.
Um estudo cuidadoso é necessário, visto que as línguas se modificam de geração para geração, e não desejamos descobrir o que a palavra pode significar hoje, mas, sim, o que ela significou originalmente.
Há palavras na Bíblia cujo significado bíblico difere do sentido moderno. O estudo de palavras também é importante pelo fato de nossas versões fazerem uso de termos que mudaram de sentido.
Aqueles que insistem em afirmar que uma palavra tem sempre o mesmo significado, sem ter feito antes uma boa pesquisa para chegar a essa conclusão, eles correm o risco de ensinar o erro e cair em contradição. Qual é então a regra? Há termos com um só significado, mas encontra-los depende da pesquisa. Da mesma forma, afirmar vários sentidos para um termo é algo que tem de ser provado. Mais uma vez o contexto é a chave para encontrar o exato sentido das palavras. O estudo de palavras para uma explicação correta da Bíblia é encontrar o sentido da palavra no texto e contexto que está sendo estudado e analisado.
Algumas palavras bíblicas evocam significados próprios à luz de sua história. Certas palavras bíblicas têm um significado técnico específico; há palavras que possuem vários significados. Há casos em que uma palavra possui um sentido quase intraduzível; certas palavras são pictóricas; Algumas palavras possuem sinônimos e antônimos que ajudam a conhecer e especificar melhor o seu significado.
Há termos cuja etimologia é importante ou instrutiva. Há palavras que se conhecem como palavras aparentadas. Há palavras que não foram traduzidas, mas transliteradas:
Poderíamos citar outros inúmeros casos, mas estes são os mais comuns. Apenas para enfatizar o fato de que estudos deste tipo, estudos do texto, do contexto e de palavras é que nos ajudam a deixar os preconceitos de lado e encarar a verdade bíblica com toda sua pureza.
Paráfrase.
Vamos chamar de Paráfrase ao resultado do estudo, ou seja, as conclusões. A Paráfrase é como se fosse tradução e explicação do texto nas suas próprias palavras. E podem ser feitas de duas maneiras básicas:
1. Ser uma descrição fiel do pensamento do autor.
2. Uma explicação às necessidades atuais dos ouvintes.
O trabalho conclusivo de um método de estudo é sempre apresentado na forma de um sermão (homilia), ou uma aula, ou um estudo bíblico. Paráfrase é, portanto, fazer a exegese passar pela hermenêutica.
Em outras palavras “paráfrase” propriamente dita nos dá a idéia de explicar um texto ou um documento com maior número de palavras do que o próprio texto. Uma paráfrase usa termos diferentes dos contidos no texto em que se baseia, pois o seu propósito é comunicar a mesma mensagem d modo mais entendível ou para uma melhor compreensão do que o original. Seu alvo é explicar, traduzir, ou como diz o ditado popular “trocar em miúdos”, é falar a linguagem comum.
A Paráfrase é importante para verificar se entendemos o texto bíblico que terminamos de estudar.
A paráfrase será o “teste” do estudo. Quando entendemos o texto, ele pode ser explicado. A paráfrase que simplesmente repete as palavras do texto bíblico não tem valor. Se uma palavra do texto for usada na paráfrase é necessário que essa palavra ou expressão seja compreendida bem por todos em sua forma original, ou seja, no próprio texto.
A Paráfrase é importante para organizar e resumir as idéias principais. Durante todo o processo de estudo, o estudante acumula uma série de fatos, idéias, conclusões e lições. No momento de fazer a paráfrase ele vai poder sintetizar todo este material, dando ênfase aos elementos relevantes. A paráfrase não deve perder-se nos detalhes e esquecer o ponto principal. Todos os estudos ajudam a compreender o texto, mas a paráfrase dará o peso justo a cada material conforme as exigências do próprio texto.
A paráfrase também ajuda para ilustrar a verdade. Na paráfrase podemos usar idéias e ilustrações que não estão evidentes no texto, mas que o explicam com justiça. Uma boa paráfrase é uma verdadeira obra de arte, onde a mensagem original é mantida, mas os elementos para a transmissão da mesma só podem ser obtidos depois de bastante reflexão.
Embora a Bíblia seja um Livro de texto sobre a fé, seja mais um livro de doutrina e religião, muitas vezes tocam em outras matérias como história, geografia e ciências. Quando toca, podemos conferir comparando-a com a arqueologia, etc. Se a Bíblia fosse escrita pelo Criador que sabe tudo, esperaríamos precisão.
Além disso, a Bíblia foi escrita há 2000-3500 anos, quando os erros
científicos eram abundantes. Descrentes já procuraram impiedosamente achar
erros Nela. Mas se, apesar disso, podemos confirmar que não contêm os erros comuns daquela época - se verdadeiramente fala fatos que eram desconhecidos pelos cientistas até séculos mais tarde - então isso reforçaria bastante a nossa confiança de que não vem dos homens, mas sim de Deus.
A Bíblia já foi provada ser
precisa, mesmo quando estudiosos não concordaram com Ela.
História e geografia
Pode ser afirmado categoricamente que jamais uma descoberta arqueológica
tem negado uma referência Bíblica. Um grande número de descobertas
arqueológicas foram feitas que conferem em resumo claro ou em detalhes
exatos afirmações históricas na Bíblia. E, pela mesma moeda, uma avaliação
adequada de descrições Bíblicas tem levado a descobertas incríveis. A arqueologia tem confirmado inúmeras passagens que tinham sido
rejeitadas por críticos como não-históricas ou contraditórias a fatos
conhecidos. No entanto descobertas arqueológicas mostraram que estas
acusações críticas estão erradas e que a Bíblia é confiável justamente nas
afirmações pelas quais foi deixada de lado por não ser confiável. Não
se sabe de nenhum caso no qual a Bíblia foi provada errada.
Ciência
A Bíblia contradisse teorias não-comprovadas, mas se for entendida
corretamente nunca contradiz qualquer fato científico comprovado. No
entanto, muitas vezes afirmou verdades científicas séculos antes dos homens
conhecerem-nas.
Enquanto a Bíblia já foi provada ser precisa repetidamente, aqueles que
criticam a Bíblia foram incapazes de provar o contrário. Isso certamente
fortalece nossa fé em outros ensinamentos Bíblicos.
COMENTÁRIOS SOBRE VERSÕES
A Bíblia do Rei Tiago (uma versão inglesa muito consultada pelos teólogos) foi criada por um grupo de tradutores católicos e protestantes. Esta era a única maneira de produzir um texto geralmente aceitável, mas a tentativa de neutralidade não foi bem sucedida. Os católicos tentaram junto ao parlamento Inglês, se sobrepor e os protestantes acusaram os tradutores de estarem a favor dos católicos, Em todo caso, a Bíblia sobreviveu, mas os tradutores tiveram que usar a "exatidão política." Depois de muitos debates, e divergências sobre as palavras "politicamente corretas."
Fizeram ressurgir palavras que já não eram usadas na língua inglesa por séculos. Palavras obscuras, velhas e obsoletas foram trazidas à tona a fim de fornecer a exatidão política para a Bíblia do Rei Tiago, mas que ninguém poderia compreender.
Embora eminentemente poética, a língua da Bíblia inglesa autorizada é completamente diferente de toda a língua falada por qualquer um na Inglaterra ou nos estados Unidos.
Não carrega nenhuma relação com o grego ou ao latim de que foi traduzida. Mas desta interpretação canônica aprovada, todas as Bíblias inglesas restantes emergiram em suas várias formas. Apesar de todas essas dificuldades, é a remanesce mais próxima de todas as traduções da língua inglesa dos manuscritos gregos originais. Todas as versões inglesas modernas, corrompidas significativamente, são completamente insustentáveis para o estudo sério por qualquer um, porque têm suas próprias anotações específicas.
COMO SE FAZEM ALGUMAS TRADUÇÕES
Muitas palavras não conseguem uma tradução exata para a língua nativa, isso acontece porque as palavras originais não têm nenhuma contraparte direta em outras línguas.
Nós fomos orientados que o pai de Jesus, José era um carpinteiro. Por que não? Assim que dizem as traduções, mas, isso não foi dito nos evangelhos originais.
A melhor tradução, explica realmente que José era um mestre de ofício. A palavra "carpinteiro" era apenas o conceito da época do para um artesão.
A QUESTÃO DO MONTE SINAI
As escavações arqueológicas 1891 são restritas a regras de exploração. No Egito e na Mesopotâmia, tiveram que ser aprovadas e só foram financiadas por determinadas fontes. E estas fontes eram controladas por um grupo de autoridades. Uma destas autoridades designadas era o "Fundo Egípcio de Exploração", que foi fundada na Grã-Bretanha em 1981.
Nas primeiras páginas dos artigos da associação do Fundo Egípcio informava: "O objetivo dos fundos é promover o trabalho da escavação com a finalidade de ilustrar as narrativas do VT".
O que isso significa na realidade é: Se algo fosse encontrado pelos arqueólogos que estejam de acordo com as Escrituras como é ensinada hoje, seria o público informado sobre ela; qualquer outra coisa seria considerada mitologia. Se não servisse interpretação corrente dada na Bíblia, não chegaria ao domínio público. Isso foi há 100 anos atrás.
Nós sofremos ainda de muitos regulamentos e, de acordo com as leis vigentes no País, a descoberta é colocada num envoltório e fechado secretamente como é o exemplo da montanha so Sinai.
Há poucas informações nos círculos internos e acadêmicos e de muitas descobertas nada escrito é para o domínio público.
No contexto do livro do Êxodo há uma montanha significativa nomeada na Bíblia. Situa-se na Península do Sinai. É conhecida pelo nome de Horeb. Foi chamada mais tarde de Sinai e depois, para Horeb outra vez.
Há aproximadamente 1360 aC, não existia nenhuma montanha chamada Sinai e nem na época de Jesus.
O Monte Sinai está atualmente no sul da península do triângulo e foi batizada por monges cristãos gregos que lá construíram uma pequena missão, pois decidiram que ali era o Sinai.
O Êxodo pode explicar o local onde a verdadeira Montanha Sagrada estava e o percurso que Moisés e os Israelitas fizeram entre o Egito e o Jordão.
Seguindo a rota dada no Êxodo, ficaria centenas de milhas afastado do Monastério do Sinai que é mostrado nos mapas de hoje. Além disso, está longe, a milhares de metros do Mar Vermelho onde Moisés separou as águas.
O Monte Sinai fica no deserto de Neguev, no sul de Israel, e não na desértica península egípcia do Sinai onde segundo a Bíblia, Moisés recebeu de Deus as duas tábuas dos Dez Mandamentos. É o que diz o arqueólogo italiano Emanuel Anati, que passou 19 anos fazendo escavações em Karkom, este monte que já era considerado sagrado pelos povos que habitaram suas proximidades na Idade do Bronze e onde foram encontrados restos de altares, objetos de cultos e lápides. "O Monte Sinai, segundo o Êxodo é o Karkom, na cidade de Eilat, às margens do Mar Vermelho."
A VERSÃO DOS SETENTA (LXX)
Os líderes do judaísmo em Alexandria foram responsáveis por uma tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego, que integraria a Biblioteca de Alexandria, e foi chamada de Septuaginta, ou Versão dos Setenta (LXX). Esta tradução já estava concluída em 150 a.C. e foi feita por eruditos judeus e gregos, provavelmente para o uso dos judeus alexandrinos.
Outras versões surgiram após a Septuaginta, devido à oposição do cânon judaico a esta tradução. São elas:
A versão de Áquila (130 a 150 d.C.) - manteve o padrão de pensamento e as estruturas de linguagem hebraicas, tornando-se uma das versões mais utilizadas pelos judeus.
A revisão de Teodócio (150 a 185 d.C.) - revisão de uma versão anterior - a dos LXX ou a de Áquila.
A revisão de Símaco (185 a 200 d.C.) - preocupou-se com o sentido da tradução, e não com a exatidão textual. Exerceu grande influência sobre a Bíblia latina, pois Jerônimo fez grande uso desse autor para compor a Vulgata Latina.
Os Héxapla de Orígenes (240 a 250 d.C.) - promoveu-se uma visão comparativa dos textos hebraicos com a tradução dos LXX, de Áquila, de Teodócio e de Símaco, procurando harmonizar os textos em busca de uma tradução fiel do hebraico.
Uma edição do texto hebraico, por volta de 100 d.C., veio a estabelecer o texto massorético.
A Vulgata Latina
Sendo o grego, considerado pela Igreja como a língua do Espírito Santo, o latim assumiu o papel de língua popular imposta pelos soldados nas conquistas romanas, motivo pelo qual a Bíblia latina recebeu o nome de Vulgata.
Os Textos Massoréticos
Alguns sábios judeus, chamados massoretas, iniciaram, entre os séculos VI a X d.C., um trabalho de padronização dos textos hebraicos do Antigo Testamento. Estes textos, como se sabe, foram escritos praticamente sem vogais. No trabalho de padronização, foram inseridas as vogais nos textos originais, o que contribuiu para o desaparecimento dos mesmos.
Provas da Veracidade do Antigo Testamento
O Cilindro da Conquista de Jerusalém VI século antes de Cristo.
Nabucodonosor II (604-562 Antes de Cristo). Este cilindro comemora a reconstrução do templo do deus babilônico na cidade de Marada e a conquista da cidade de Jerusalém.
Existiu a cidade de Nazaré?
No Antigo Testamento, Josué 19:10-15 contém uma lista de todas as cidades da tribo de Zabulon..., mas não há nenhuma menção a Nazaré. Josefo, que foi responsável pelas operações militares nessa área durante a Guerra dos Judeus..., cita 45 cidades da Galiléia, mas não toca no nome de Nazaré. Além disso, o Talmude, apesar de se referir a 63 cidades da Galiléia, não menciona Nazaré sequer uma vez.
É interessante notar que os textos judaicos que abarcam uma totalidade de quase 1.500 anos não falam absolutamente nada de Nazaré.
A Arqueologia Descobre Nazaré
As escavações feitas pela arqueologia veio em auxílio da história, trazendo surpreendentes fatos sobre a existência de uma aldeia na região da Galiléia chamada Nazaré.
Quando falamos que Nazaré era uma "aldeia", estamos descrevendo uma característica fundamental da condição dessa pequena vila, portanto, devemos em primeiro lugar identificar corretamente essa nomeação. É importante levar em consideração este ponto, pois era o fluxo de comercio que determinava se uma cidade era maior, menor, vila ou apenas uma aldeia, ou seja, a classificação era político-¬comercial. Na época em estudo, isto é, o primeiro século de nossa era, ou era comum, na região da Galiléia existia uma cidade grande, não pela quantidade de habitantes, mais pela influência comercial. Era o movimento de mercado que determinava se uma cidade era grande, menor ou vila.
O autor judeu Flávio Josefo quando descreve sua campanha militar na Galiléia, menciona a cidade de Séforis como: “situada no coração da Galiléia, cercada por diversas aldeias”. Certamente Nazaré era uma dessas aldeias, cujos nomes não foram incluídos nas listas de registros judaicos.
Estamos agora em condições de entender a razão pela qual Nazaré não foi citada nas listas judaicas, pois essas listas incluíam unicamente as cidades grandes, menores e vilas, as aldeias e aldeolas não eram citadas, pois não tinham destaque comercial, e sendo que as aldeias da Serra de Nazaré estavam no topo do morro, eram isoladas das rotas de comercio. Na classificação político-comercial não se incluíam aldeolas sem importância.
A Reorganização do Sacerdócio Confirma a existência da Cidade de Nazaré
A primeira menção a Nazaré fora dos textos cristãos foi encontrada numa Inscrição fragmentária feito num pedaço de mármore cinza escuro encontrado em Cesaréia, em agosto de 1962, e que datava do século III ou IV da Era Comum
Todos os dados indicam que Nazaré era uma aldeia no topo da serra da Baixa Galiléia, cuja principal atividade era a agricultura.