Resumo de HERMENEUTICA
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DISCIPLINA: ESCATOLOGIA-RESUMO
Alice Damasceno Santos
A hermenêutica é um estudo das regras que regem a interpretação da Biblia. O alegorismo e o literalismo são os métodos de interpretação Bíblica mais utilizados atualmente. O alegorismo interpreta o texto Bíblico, dando a ele um novo sentido, anulando a intenção original do autor e seguindo a imaginação do intérprete. Conhecido como método histórico-gramatical, o literalismo opõe-se ao alegorismo por interpretar o texto Bíblico de forma equilibrada e coerente, dando a ele o mesmo sentido que teria sido usado pelo autor. Pode-se dizer que é o único método que satisfaz as exigências Bíblicas. O literalismo foi usado pelos judeus para interpretar todos os oráculos do Senhor. No Novo Testamento, Jesus e os discípulos usaram o literalismo na interpretação dos livros do Antigo Testamento. Em Mt 12:17 ao mencionar a si mesmo, Jesus disse que nele se cumpriria a profecia de Isaias que está em Is 42:1-4, ou seja, o que disse o profeta, Jesus interpretou como literal não alegorizando seu sentido. Apesar do surgimento de outros métodos de interpretação na história da igreja, os nomes que se destacaram no cristianismo verdadeiro sempre usaram os métodos ensinados por Jesus na interpretação das Escrituras. Assim como Papias que viveu entre 70 e 140 d.C, grandes nomes da igreja primitiva criam nas Escrituras sagradas assim como elas ensinavam. Por essa razão acreditavam na existência do milênio, algo que muitos teólogos ensinam que nunca existirá. Entre os reformadores a igreja Católica Romana se dizia a única capaz de interpretar a Bíblia corretamente, porém o método literal se reergueu com a reforma protestante.
Nas Escrituras Sagradas podemos observar que durante determinado tempo da história, Deus realizou pactos que ainda permanecem, e neles estão inclusas as promessas que esperam seu cumprimento total. Os pactos ou alianças são estabelecidos na dispensação, um período de tempo onde Deus trata de diversas maneiras com o seu povo. As alianças estabelecidas por Deus tinham características diferentes, em relação ao seu cumprimento, algumas eram totalmente condicionais, onde Deus exigia uma condição para sua realização. As alianças estabelecidas por Deus foram: A aliança Edênica Gn 1:27-30, na dispensação da inocência iniciada na criação; a aliança Adâmica Gn 3:14-21, na dispensação da consciência com início na queda do homem; a aliança Noêmica Gn 9:1-17, na dispensação do governo humano com início no fim do dilúvio; a aliança Abraâmica Gn 12:1-3, na dispensação patriarcal com início na chamada de Abraão; as aliança Mosaica Ex 19:1-25, Palestínica Dt 28,19,30, Davídica IISm 7:12; Sl 89:3-4, na dispensação da Lei, com início no Sinai quando Deus dá a lei a Moisés; a Nova aliança, na dispensação da Graça ou da igreja, com início na morte vicária de Cristo na Cruz do Calvário. A dispensação Milênial tem início na vinda de Cristo para julgar a terra e estabelecer seu reino. Não existe aliança específica para esta dispensação mas nela cumprir-se-á algumas alianças.
A Aliança Abraâmica é a raiz das demais alianças seu cumprimento foi confirmado na aliança da palestina com a posse das terras prometidas a Abraão, na formação de uma numerosa nação e um reino eterno confirmado na aliança Davídica e na benção derramada sobre todas as nações confirmada na Nova Aliança. As promessas referentes a aliança Abraâmica foram: De Abraão sairia uma grande nação; Ele seria abençoado; Seu nome seria engrandecido; Ele mesmo seria uma grande bênção; Deus promete abençoar os que o abençoassem e amaldiçoar os que o amaldiçoassem; Através dele e de sua descendência todas as nações seriam abençoadas; Canaã seria de sua descendência; A possessão da terra seria eterna; Seria o patriarca de vários reis; A aliança permaneceria perpetuamente em sua descendência. Para cumprir esta aliança Deus impôs uma condição a Abraão, “Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei”. Ao cumprir a ordem de Deus o restante da aliança passaria a ser incondicional.
A aliança Palestina foi estabelecida após a desobediência de Israel a aliança Mosaica, Deus renovou a aliança estabelecida com Abraão de entrar na terra prometida, dando ao povo de Israel nova esperança. A promessa principal dessa aliança era a posse da terra prometida a descendência de Abraão. As demais promessas feitas por Deus a Israel nesta aliança permanece firmes e inabaláveis.
A aliança Davídica foi feita a Davi, quando este propôs em seu coração construir um templo ao Senhor. Deus não o permitiu mas prometeu que: lhe daria um filho (Salomão); após sua morte o reino seria entregue a este filho; seu filho edificaria o templo do Senhor; Deus amaria esse filho; Deus promete ter misericórdia de seu filho mesmo diante de suas transgressões; Sua casa (descendência), seu reino (nação) e seu trono seriam estabelecidos para sempre.
A Nova Aliança é considerada definitiva e eterna em Is 61:8, nela foram prometidas bênçãos materiais e espirituais definitivas para Israel. As promessas dessa aliança são: uma nova e futura aliança; exclusiva a Israel e a casa de Judá; uma conversão real e definitiva; comunhão eterna entre Deus e Israel; perdão dos pecados e esquecimento dos mesmos por parte de Deus; Jerusalém será reedificada e eternizada. Em Hebreus Hb 8:6, segundo o escritor, Cristo é o mediador da Nova Aliança, considerando a Mosaica ineficaz, e que está deveria ser substituída por uma eficaz e eterna (Hb 8:7,13). No milênio a Nova Aliança será estabelecida em Israel e Deus cumprirá todos os desígnios desta aliança, assim como das demais.
Estamos na dispensação da graça. Dois eventos marcarão o fim desta dispensação, o arrebatamento da igreja e a volta visível de Jesus, com o fim desta dispensação terá início a dispensação Milênial. No capítulo 24 de Mateus lemos vários sinais que apontam para o tempo do fim, neste capítulo Jesus faz comentário de sua volta à terra e também de juízos vindouros. Além dos sinais descritos neste capítulo encontramos na Bíblia outros sinais que apontam para o tempo do fim, tais sinais revelam aspectos sociais morais e religiosos que no decorrer da história da igreja se tornariam mais evidentes. Tais sinais serão: Apostasia (ITm 4:1); a generalização de desvios doutrinários; degradação moral generalizada (IITm 3:1-4); desenvolvimento da ciência e transportes (Dn 12:4); restauração de Israel (Ez 37:1-14). Parte deste último já se cumpriu, Israel já se tornou fisicamente independente aguardando somente a restauração espiritual que ocorrerá no fim da grande tribulação.
Sobre o arrebatamento existem várias teorias: a teoria parcialista também pré-tribulacionista quanto ao tempo, que crê que serão arrebatados somente os crentes que estão aguardando ansiosos a volta de Cristo, independente da autenticidade de cada um; a teoria Meso ou Midi Tribulacionista que crê que o arrebatamento acontecerá em meio a grande tribulação; a teoria Pós-Tribulacionista que crê no arrebatamento após a grande tribulação, quando Jesus vem buscar sua igreja, levar ao céu e trazê-la de volta imediatamente para instituir o Milênio; a teoria Pré-Tribulacionista que crê que o arrebatamento acontecerá antes da grande tribulação, livrando a igreja arrebatada dos sofrimentos vindouros, é a teoria considerada mais aceita, por basear-se em argumentos sadios e coerente, também na chamada “doutrina da eminência” ou seja, a palavra de Deus sempre nos exorta a estarmos vigilantes pelo fato de não sabermos a que horas, dia, ano ou século Jesus virá “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”.(Mt 24:42), Essa teoria é a única baseada em uma interpretação literal ou seja o método onde a escritura se auto explica. É a teoria ensinada nas igrejas pentecostais, neopentecostais como também em muitas igrejas históricas. O arrebatamento é necessário para glorificar a igreja, galardoar os crentes que morreram em Cristo e para livrar a igreja da grande tribulação. A igreja arrebatada será os que são de Cristo na sua vinda, “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (I Co 15:22-23). Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor (I Tessalonicenses 4:16-17). Existem dois de ressurreição a ressurreição para vida que é a dos salvos em Cristo, e ressurreição para a condenação ou “segunda morte” que é a dos que fizeram mal e morreram sem Cristo. O arrebatamento é a vitória da igreja sobre a morte e o inferno e acontecerá num abrir e fechar de olhos por isso devemos estar vigilantes e em comunhão com o Senhor. Após o arrebatamento terá início na terra a grande tribulação, em quanto isso, a igreja estará no céu onde lhe aguarda o Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro. A Bíblia nos diz em II Co 5:10 “todos devemos comparecer” diante deste tribunal. Cristo revelará publicamente a essência de nossas obras, “a obra de cada um se manifestará” (I Co 3:13). O Tribunal de Cristo, não terá objetivo de condenação, mas de entregar a cada crente a sua recompensa. A representação da igreja pelos 24 anciãos em Ap 4, leva-nos a crer que a recompensa será uma coroa, visto que estes usavam coroas que no grego é stephanos, este termo era usado para se referir as coroas ou guirlandas que os vitoriosos em jogos olímpicos recebiam como prêmio (I Co 9;24-25). Após o Tribunal de Cristo acontecerá no céu as Bodas do Cordeiro "Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. (...) disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus, ” (Ap 19:7, 9). A grande tribulação trará juízo e sofrimento sobre a terra. Mt 24:21 nos diz “porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais”.
De acordo com a escatologia Bíblica o período da grande tribulação divide-se em três etapas: sete semanas, sessenta e duas semanas, e uma semana. Esse período está baseado na profecia das setenta semanas de Daniel (Dn 9:24-27), “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas”. Isto nos leva ao decreto de Artaxerxes em Ne 2:1-8, No mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes,(...) O rei me disse: Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? (...) Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo? (...) Disse-me o rei: Que me pedes agora? (...) peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique.(...) Aprouve ao rei enviar-me. A data desse decreto aponta o início das 69 semanas e correspondem ao ano 445 a.c. sendo este o vigésimo reinado de Ataxerxes. A morte de Jesus aconteceu após o fim das 62 semanas conforme a profecia. Conclui-se que a grande tribulação ainda está por vir. Acontecerá na septuagésima semana de Daniel, tendo início com uma falsa paz temporária, estabelecida em um acordo entre o anticristo e Israel, a quebra deste acordo trará violência e destruição sobre a terra. O termo Anticristo vem do grego antichristos, e significa, adversário de Cristo ou contra Cristo, também é chamado de “besta” “E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre as cabeças, um nome de blasfêmia”.(Ap 13:1), “E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão” (Ap 13:11). A segunda besta tornará obrigatório o culto ao anticristo “e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta” (v. 12), e fará uma imagem de escultura deste, para que todos adorem (v. 14), com seu poder satânico dará vida à estátua e todo aquele que não prestar culto á besta será morto (v. 15). Será instituído um sinal, “E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa”, (v. 16), sem este sinal ninguém poderá comprar, vender etc...(v. 17), o número é 666.
. De acordo com os escritos bíblicos tudo indica que o anticristo será um gentio, e que através do nosso sistema político irá governar o mundo. Seu governo será a segunda parte da grande tribulação e durará três anos e meio (um tempo, dois tempos e metade de um tempo). Após sete anos de grande tribulação Jesus voltará para julgar e destruir os inimigos de Israel, satanás, o anticristo e o falso profeta, e instituir o milênio. A grande tribulação é necessária para que os judeus sejam purificados para receberem Jesus como Messias, em cumprimento ao plano de Deus para Israel e para julgamento dos judeus, das nações rebeldes e dos infiéis. A invasão da Palestina em meio a grande tribulação é um dos meios utilizados por Deus para que Israel se converta ao Senhor. Alguns eventos acontecerão no período da grande tribulação: sete trombetas irão tocar para que a ira de Deus comece a ser derramada sobre a terra; sete taças da ira de Deus serão derramadas sobre a terra; a queda das duas Babilônias; a batalha do Armagedom. Este último a Bíblia nomeia como “a peleja do grande dia do Deus Todo-Poderoso” (Ap 16:14). A batalha do Armagedom, a mais importante batalha travada durante o período tribulacional acontecerá no Vale de Megido, onde Israel travou muitas batalhas no decorrer de sua história. Nessa batalha Jesus vencerá o anticristo e prenderá a besta e o falso profeta lançando-os vivos no lago de fogo e enxofre, e todos os exércitos serão mortos pelo próprio Cristo (v.20 e 21). O dia do Senhor é um período relacionado as vindas do Senhor. Tanto o Velho como o Novo Testamento apresenta o dia do Senhor como tempo de juízo, dia cruel, com ira e ardente furor (Is 13:9); dia da vingança (Is 34:8); dia nublado (Ez 30:3) grande é o Dia (...) e mui terrível! (Jl 2:11); dia de trevas e não de luz (Am 5:18); dia da ira (Sf 2:2). A primeira vinda é o arrebatamento, aonde Cristo vem até as nuvens de maneira “invisível” aos pecadores, para buscar sua noiva (igreja); em sua segunda vinda Jesus vem de maneira visível: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.”. Esta segunda vinda é para trazer juízo sobre a terra. Conforme a profecia de Zacarias 14:4 e dos anjos em Atos 1:11, conclui-se que Jesus aparecerá fisicamente no Monte das Oliveiras.
Milênio significa literalmente mil. Existem várias teorias sobre o milênio: o pós-milenismo acredita que Jesus virá após o fim do milênio; o amilenismo não aceita o milênio como sendo literal, desta maneira conclui que já estamos no milênio; o pré-milenismo crê que a era messiânica será literal e durará mil anos, sob governo Divino essa doutrina fazia parte da crença da igreja primitiva. O milênio será para cumprimento das alianças estabelecidas com Israel e para que Deus estabeleça seu propósito inicial com a humanidade. Com a implantação do milênio será quebrada a maldição que há sobre a terra desde a queda do homem no jardim do Éden, a vida na terra terá novas condições em todos os aspectos, paz e justiça reinará. No fim do milênio satanás será solto e se levantará em sua última tentativa de destruir a Cristo, porém “O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos.” (Ap 20:10).
O juízo do Grande Trono Branco é o último julgamento onde Deus irá julgar os ímpios que morreram desde a criação. Este será um julgamento para a condenação e morte eterna, junto com satanás e seus anjos. Enquanto isso os salvos já redimidos pelo sangue purificador de Jesus Cristo entram na cidade Santa, a Nova Jerusalém celestial onde viverão eternamente na presença do Senhor. A nova Jerusalém descerá do céu, da parte de Deus, nela não haverá tristeza porque a gloria de Deus estará presente nela, Deus e seu filho serão o seu templo, ela será isenta de qualquer pecado ou maldição e nela também haverá um rio e uma árvore.