Resumo de HERMENEUTICA
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Hermenêutica é a teoria da arte de interpretação da linguagem. A palavra Hermenêutica deriva do termo grego Hermeneutikos, que por sua vez deriva do verbo hermeneuein. A hermenêutica é a ciência que estabelece princípios, leis e métodos de interpretação. A hermenêutica bíblica refere-se a arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos, de modo geral refere-se à teoria da interpretação de sinais e símbolos de uma cultura e a arte de interpretar leis. O objetivo da hermenêutica é levar o autor a interpretar os escritos no seu respectivo tempo, levando-o a compreensão do mesmo na época em que foi escrito. Um segundo objetivo da hermenêutica é esclarecer tudo o que está em obscuro. Interpretar é buscar em um texto bíblico o significado pretendido pelo autor, ou seja, descobrir o que Deus pretendia dizer através do autor. A hermenêutica bíblica divide-se em geral e especial. A geral se aplica a interpretação das Escrituras como um todo. A especial trata de questões particulares das Escrituras, esta última não pode elaborar princípios. A hermenêutica ensina como interpretar o texto e a exegese é a pratica desse processo, que leva ao significado do texto. Diante de tantos bloqueios que nos impedem a compreensão espontânea da Bíblia precisamos da hermenêutica para compreendê-la em nossos dias visto que estamos largamente separados da época dos escritores bíblicos, onde sua cultura era distinta, seus costumes diferentes, a maneira oriental de pensar é totalmente diferente da ocidental, a língua falada era o hebraico, aramaico e grego. Do ponto de vista ortodoxo, embora contenha estilos pessoais dos escritores humanos, a Bíblia é a palavra de Deus inspirada por Ele, mediante o Espírito Santo, sua autoridade é regra para a fé e a vida, para a doutrina e proclamação, para pensamento e investigação. A Bíblia é o único livro que possui dupla natureza: a sua origem divina e a sua dimensão humana. Sua origem divina que é a razão de sua mensagem perfeita, provém do Espírito Santo que moveu e conduziu os profetas escritores a escrevê-la. Sua dimensão humana que é a razão de sua linguagem imperfeita, consiste na linguagem e nas características peculiares dos profetas, presentes em seus escritos. A hermenêutica nos possibilita o conhecimento da época dos escritos para que possamos entender melhor as Escrituras. Embora tenha sido escrita por homens inspirados por Deus a maneira em que eles escreveram não é a maneira de pensar e exprimir-se de Deus. Podemos observar a variedades de estilos literários entre Paulo e Pedro, entre Pedro e João, entre Marcos e Mateus, e assim por diante. A inspiração bíblica não é revelação de verdades que o autor humano não conheça. A Revelação existe, especialmente nos profetas, porém é algo mais elevado do que inspiração. Inspiração Bíblica é a iluminação da mente do autor humano por parte do Espírito Santo, para que possa, com os conhecimentos de sua cultura religiosa e secular, transmitir uma mensagem fiel ao pensamento de Deus. As traduções bíblicas não possuem a mesma inspiração é importante usarmos as traduções fiéis e equivalentes as originais. Em (2Tm 3:16) lemos, "Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça”. A Bíblia é um livro singular diferente de qualquer um outro livro, só podemos compreendê-la com a força, o poder e a iluminação do Espírito Santo que sonda as profundezas de Deus e revela os mistérios da Sua Palavra (João 16:13). Ao escrever a Bíblia os profetas preocuparam-se em transmitir uma mensagem espiritual de vida e salvação. Além de dupla natureza a Bíblia também tem duplo propósito. O propósito cristológico que é revelar a pessoa de Jesus Cristo (Jo 5:39;14:6), e o propósito soteriológico, que é levar ao conhecimento do ser humano os meios pelo qual Deus pode salvá-lo (II Tim. 3:15). A Bíblia não nos revela Deus na sua totalidade, somente uma revelação parcial daquilo que necessitamos para nossa salvação. A hermenêutica é de grande importância ela é a base teórica da exegese, esta, por sua vez é o alicerce da teologia e da pregação. A hermenêutica estuda e sistematiza os princípios e técnicas utilizadas na busca para compreensão do sentido original do texto bíblico. Enquanto a exegese ocupa-se da aplicação dos princípios hermenêuticos. Aplicação é compreender o que o texto no seu tempo, quis transmitir para seus leitores originais, e de que forma deve ser utilizada em nossos dias e no nosso contexto. Da hermenêutica depende o resultado da exegese resultado este positivo ou negativo será manifesto nas igrejas. A hermenêutica também é necessária para a interpretação da Bíblia, que apesar de ser um livro divino-humano, inspirado por Deus, mas escrito por homens, há dificuldades de ordem espiritual e de ordem humana para a compreensão das Escrituras em virtude de o pecado ter obscurecido o entendimento humano exercendo influência perniciosa em sua mente tornando-o incapaz, ou seja, cego espiritualmente. Para uma correta interpretação das Escrituras são necessários não somente requisitos de natureza espiritual como também requisitos de natureza intelectual. As principais correntes de interpretação que se destacaram no decorrer da história da igreja foram: a corrente espiritualista, onde se destacaram os sistemas de hermenêutica alegórica, hermenêutica intuitiva e a hermenêutica existencialista; a corrente humanista em oposição a espiritualista, valorizando excessivamente o caráter humano das escrituras e anulando o seu caráter divino e sobrenatural; a corrente reformada de interpretação das Escrituras caracterizada pelo equilíbrio resultante do reconhecimento do caráter divino-humano das Escrituras. Os interpretes da corrente reformada reconhecem a necessidade da iluminação do Espírito falando através da própria Palavra, ao mesmo tempo em que admitem a necessidade de interpretação gramatical e histórica das Escrituras. A corrente reformada ou protestante utiliza-se do método de interpretação gramático-histórico. Este método baseia-se em pressuposições bíblicas, quanto a própria natureza das escrituras que emprega princípios gerais e métodos lingüísticos e históricos coerentes com o caráter divino-humano da Palavra de Deus. Os precursores deste método foram: a escola de Antioquia da Síria; Agostinho. Os princípios hermenêuticos da corrente reformada, colocaram a infalibilidade da igreja contra a infalibilidade das escrituras considerando-a como única regra infalível de auto interpretação, repudiam a interpretação alegórica medieval, reconhecem a necessidade de iluminação do Espírito Santo no processo de interpretação das Escrituras, bem como a importância da gramática e da história na compreensão da sua mensagem. O método gramático-histórico de interpretação bíblica, como ficou conhecido, é a hermenêutica adotada atualmente. Seu método é coerente com a natureza das Escrituras fundamenta-se em pressuposições teológicas bíblicas; e emprega princípios gerais adequados e métodos lingüísticos e históricos extremamente frutíferos. De todas as correntes a corrente reformada de interpretação bíblica foi a única aprovada que, com o seu método gramático-histórico alicerçado no próprio ensino bíblico sobre as Escrituras, reconhece tanto o seu caráter divino como o seu caráter histórico, também promoveu as reformas teológicas e eclesiásticas mais profundas no decorrer da história da igreja cristã. Nos diferentes períodos da história da interpretação da Bíblia podemos destacar algumas interpretações sob regras e contextos diferentes: a escola Judaica teve início quando os judeus voltaram do exílio na Babilônia, Esdras o mais antigo intérprete da exegese judaica, ensinou o povo as Escrituras quando viu que este não falava o hebraico, mas sim o aramaico; a Escola de Alexandria onde surgiu a exegese patrística que tinha como princípios hermenêuticos o método do alegorismo, que é procurar um sentido obscuro que se encontra por trás do significado mais evidente do texto. Panteno e Clemente de Alexandria foram os principais professores dessa escola; a Escola de Antióquia da Síria fundada pelos presbíteros Doroteu e Luciano, foi a primeira escola protestante de hermenêutica. Os princípios exegéticos desta escola são a base da hermenêutica moderna; a exegese medieval tinha como princípios hermenêuticos o sentido quadruplo desenvolvido por Agostinho, além de outros tipos de exegese que se desenvolveram trazendo o misticismo de volta; a exegese da reforma teve como princípio hermenêutico o método cristológico desenvolvido por Lutero em substituição ao alegorismo, com a separação de textos do Antigo e Novo Testamento que mencionavam ou se referiam a Cristo. Esse método também foi seguido por Calvino; a exegese pós reforma surgiu com o Conselho de Trento contra a reforma de Lutero, porém os protestantes firmaram sua doutrina, com a pós reforma surgiu a hermenêutica moderna com sua teologia liberal, gerando uma religião humanista, onde o homem é considerado o centro, e Deus o supremo criador é anulado sendo considerado apenas uma experiência, um sentimento.