Resumo de HERMENEUTICA
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Métodos de Estudos Bíblicos
O que conhecemos da Revelação de Deus está na forma de um Livro que necessita ser estudado para poder obter dele uma plena, absoluta e segura compreensão dessa revelação. Por isso, é um dever e não uma opção, estudarmos a palavra de Deus de forma correta para melhor entendermos os ensinamentos de Deus para nós.
Devemos estudar a Palavra de Deus para tirarmos nossas próprias conclusões a respeito das Escrituras, não podemos simplesmente absorver os conceitos e as ideias das pessoas que nos rodeiam, essas ideias podem ser enganosas, interpretadas erroneamente. Deves saber que o único critério de verdade das Escrituras Sagradas é a própria Bíblia. É importante tentarmos buscar uma interpretação correta das escrituras com nossos métodos e o auxílio indispensável do Espirito Santo para determinar com exatidão o que as escrituras querem dizer. É importante destacarmos que não existe na terra um “intérprete oficial de Deus”.
Em resumo, devemos reconhecer a autoridade das Escrituras como Sagradas, pois, Deus nos deu uma revelação com autoridade, por escrito, inspirada e compreensível.
Deus é sábio. Se Ele, na Sua sabedoria deixou Sua Vontade revelada em um livro, então temos a certeza de que é possível compreender a vontade de Deus pelo estudo das Escrituras. Se não o fizermos ou desistirmos da tarefa, estaremos desconsiderando a sabedoria divina.
Métodos de Estudos
Num curso teológico deve haver necessariamente um método de estudo das Escrituras, pois, já destacamos acima as razões e a necessidade de ter um método adequado de estudo. O Texto Sagrado deve ser estudado seguindo um padrão, uma forma que seja correta e evite os desvios “teológicos”, devemos seguir um método que nos aproxime com exatidão da verdade bíblica.
O método para o estudo que prepara um pastor é conhecido como método histórico-crítico.
O que chamamos de histórico-crítico é o método de estudo e pesquisa bíblica que procura levar em consideração o contexto histórico que envolve o texto, fazendo uma análise e avaliação profunda, acurada de todas as relações desta informação com o sentido original do texto.
O trabalho de estudar as Escrituras Sagradas é um grande projeto, mas também um grande desafio. Deve ser conduzido com todo cuidado e perseverança. Excelência e compenetração são o mínimo que se pode almejar no estudo do Livro.
O que se requer de um teólogo é um trabalho em três etapas: Estudar (exaustivamente o texto), compreender (o texto no seu contexto histórico) e explicar (com exatidão e correção). É importante destacar a importância de entendermos o que texto queria dizer nas circunstâncias em que o texto foi escrito, na situação em que o povo se encontrava na época e, a partir daí, extrairmos os ensinamentos que o acontecido pode nos trazer. Devemos ter consciência que, não estamos autorizados a fazer conjeturas ou construir suposições sobre assuntos obscuros, pois muitas coisas foram guardadas sob o conhecimento apenas de Deus e não serão reveladas deste lado da eternidade.
Quatro palavras-chaves resumem o método correto para estudo das Escrituras: TEXTO – CONTEXTO – PALAVRAS – IDÉIAS. Estas são as ferramentas empregadas na busca de informações fundamentais para a compreensão da Palavra de Deus.
Texto é a primeira palavra-chave que define o método. É no texto que devemos aplicar toda nossa energia mental, pois o primeiro passo no estudo das Escrituras, seguindo o método histórico-crítico, é estabelecer o texto.
É preciso ler com cuidado a passagem, notando qualquer dificuldade textual, palavras desconhecidas e estruturas gramaticais. Também é necessário observar o gênero literário (se é epístola, narrativa, poesia, alegoria, parábola, etc.), e se dedicar ao estudo do texto.
O processo que ocorre no estudo deve distinguir-se da meditação. A meditação é um processo mais devocional; o estudo é analítico.
A meditação saboreará o texto; o estudo deve explicar o texto.
No método histórico-crítico aplicado, os passos no estudo de um texto são:
A repetição: é uma forma de canalizar a mente de modo regular, numa direção específica, firmando assim hábitos de pensamentos.
A concentração: se além de conduzir a mente repetidas vezes ao assunto em questão a pessoa concentrar-se no que está sendo estudado, a aprendizagem aumenta sobremaneira. A concentração centraliza a mente.
A compreensão: nos leva ao discernimento da verdade contida no texto e provê uma base sólida na percepção dessa verdade, de maneira que se torna clara para nós e para ser explicada.
Uma vez estabelecido o texto certo pela consulta do texto original, ficamos prontos para a segunda etapa do tratamento do texto: estabelecer a estrutura do texto.
Estabelecer a estrutura do texto é compreender que tipo de material escrito está diante de nós e qual a forma de sua apresentação. É neste momento que devemos compreender as relações gramaticais e sintáticas do texto. Também é o momento de avaliar os recursos literários de que o autor lançou mão.
Estabelecer o texto certo, assim como estabelecer a estrutura do texto, são as primeiras tarefas do estudante da Bíblia. A partir de então há segurança para uma análise do contexto, a estrutura maior onde o nosso texto está inserido. Este trabalho se faz por meio de leituras repetidas do texto, inclusive de versões diferentes. O teólogo conhece bem o texto antes de fazer seu estudo mais detalhado. Porém o texto está rodeado de um contexto.
Contexto: É o ambiente da passagem bíblica. Ele é composto pelos versículos que rodeiam a passagem estudada: os anteriores e posteriores, no livro estudado. É também o mundo que rodeia a passagem, sendo especificamente o mundo do escritor e dos receptores dessa mensagem bíblica. O contexto contém, portanto, elementos históricos, culturais, literários, linguísticos, além de espirituais.
Sendo o contexto “o todo do qual o texto é parte”, ele é a chave para compreender o argumento inteiro.
O contexto ajuda a não torcermos a Palavra de Deus, nos dando o sentido correto da mesma, pois o sentido correto das Escrituras está no contexto.
O melhor modo de estudar as Escrituras é aprender a pensar de acordo com o contexto: é aprender a extrair a mensagem inteira de textos longos; é também ler como leram os primeiros leitores.
Não podemos desconsiderar que, encontrarmos o significado verdadeiro das palavras escritas nos textos é fundamental para uma interpretação correta, visto que dentro das Escrituras, podemos encontrar palavras com vários significados, palavras com significados técnicos específicos, assim como palavras teologicamente importantes.
Desta forma, podemos enfatizar o fato de que em estudos deste tipo, estudos do texto, do contexto e de palavras é que nos ajudam a deixar os preconceitos de lado e encarar a verdade bíblica com toda sua pureza.
Concluindo o processo de interpretação do texto, contexto e palavras, podemos então, concluir sobre a mensagem transmitida pelo texto. O trabalho conclusivo de um método de estudo é sempre apresentado na forma de um sermão (homilia), ou uma aula, ou um estudo bíblico. Paráfrase é, portanto, fazer a exegese passar pela hermenêutica.
Nosso alvo é explicar, traduzir, ou como diz o ditado popular “trocar em miúdos”, é falar na linguagem comum aquilo que entendemos.
A paráfrase irá ressaltar o aspecto prático dos textos bíblicos, tanto daqueles de ênfase prática, como também os de feição mais doutrinária. A paráfrase traz o texto da antiguidade para os nossos dias. O estudo bíblico geralmente tem dois horizontes; o primeiro é o horizonte do escritor e dos ouvintes originais; o segundo é o nosso. A paráfrase é a tentativa de aplicar ou entender um texto bíblico no nosso horizonte (hoje), a partir daquilo que o texto diz no seu primeiro horizonte (original).
Uma boa paráfrase é uma verdadeira obra de arte, onde a mensagem original é mantida, mas os elementos para a transmissão da mesma só podem ser obtidos depois de bastante reflexão.