Resumo de LIDERANCA
Warning: Undefined array key "admin" in /home3/teolo575/public_html/paginas/resumo.php on line 64
Administração concentra uma ideia ampla, mas pode ser podada de maneira que seu óbice não se perca em meio a divagações.
Ora, a administração é um processo fidedigno a uma prática, isto é, não se deve relegar a administração ao campo da inteligibilidade, tendo em vista que sua finalidade é produzir reflexos práticos. Essa ciência fica de pé apoiada por quatro sustentáculos, todos igualmente proporcionais no quesito importância: planejar, organizar, dirigir e controlar.
O planejamento resguarda para si papel relevante em qualquer atividade que se deseja desempenhar, seja no campo eclesiástico, seja na área do trabalho secular, ou mesmo em tarefas diversas. Planejar diz respeito a fazer um plano, traçar metas e métodos para alcança-las, compor uma estratégia para a consecução dos objetivos concernentes àquilo que se quer realizar. Saber o que se quer fazer e como fazer é muito útil, uma vez que partir para a produção já se tendo uma estratégia traçada poupa tempo e até mesmo esforço. É bem verdade que quem planeja é um ser humano, portanto falho, não possuindo toda a sapiência – a onisciência é um atributo incomunicável de Deus; destarte, é possível que percalços surjam, acontecimentos que não figuravam como elementos do plano original: os chamados imprevistos. Embora não raro desagradáveis, é mister lidar com eles sabiamente, a fim de passar por eles sem se embaraçar, tentando não dispor de mais recursos que o necessário para enfrenta-los e, principalmente, sem colocar de lado o objetivo inicial.
Após traçar um plano, parte-se, então, para a organização. Não adianta esquematizar o que e como realizar determinada tarefa se não colocar a estratégia em prática – se assim fosse, o tempo despendido para a composição do projeto foi usado inutilmente. Para fazer alguma atividade precisamos de recursos – espirituais, materiais -; recursos esses que devem ser organizados, dispostos de maneira que cada um fique ligado a função em que servirá como instrumento, para que dessa forma não haja confusões e atrapalho, preservando assim o princípio da economia que preconiza a maior consecução de resultados com o menor dispêndio de esforço, tempo e dinheiro.
Organizando os recursos, dá-se início efetivamente a obra. Nem sempre é possível fazer um trabalho individualmente, é na área coletiva em que a atividade deverá ser efetuada. Não é diferente na Igreja: um único indivíduo não consegue fazer toda a obra do Senhor, tanto que fomos organizados pelo Espírito Santo cada um para um trabalho, segundo a graça que nos é dada (Romanos 12.6-8; I Coríntios 12.7). É necessário um líder, alguém que dirija os trabalhadores, de forma que sejam supervisionados, incentivados, corrigidos e melhor capacitados para o desempenho da função que lhes foi incumbida. A direção é essencial, a fim de que os objetivos e o método para consegui-los não se percam pelo caminho por causa de má execução do projeto, devendo o líder estar atento a todos os aspectos, por menores que seja, do grupo de que está como cabeça, a fim de que não desfaleça, antes permaneça firme no propósito.
Por fim, o controle. Fazer o balanceamento do desempenho da equipe também faz parte das responsabilidades do líder: sopesar o andamento e os resultados do grupo, a fim de aferir se tudo está correndo bem ou algo está fora do lugar; no último caso, aplicar as correções necessárias para o reestabelecimento da ordem.
Tudo isso é um trabalho muito gratificante, concomitantemente requer esforço e dedicação, não rara vezes colocando o líder na condição de escolher entre abnegar, renunciar ou parar, desistir. Persistindo, no entanto, sabendo que o seu trabalho não é vão no Senhor (I Coríntios 15.58) – no caso de uma liderança cristã -, faz mui bem. É importante ressaltar um princípio da administração secular muito útil quanto a aplicabilidade na gerência de um grupo: a administração do tempo.
Não raro, basta conversar um pouco sobre trabalho e estudos, ouve-se queixas acerca da falta de tempo; coisa que geralmente vem com o desabafo de atividades, hobbies, sonhos que não foram ou – supostamente – não podem ser realizados porque a pessoa “não tem tempo”. O problema, na verdade, via de regra, não é a ausência de tempo. Todos os seres humanos têm vinte e quatro horas por dias: por que uns conseguem fazer tanto e obter resultados ao passo que uns fazem tão pouco e não alcançam? Por qual motivo há quem esteja sempre tão ocupado, mas careça de bons resultados, enquanto existe aquele que, embora tendo muitos compromissos, não se esgota com a atividade e alcança os óbices? Qual a diferença entre a pessoa que faz tanto, consegue muito, mas, para isso, sacrifica valores como família, amigos e até mesmo a saúde, a proporção que uns conseguem atender a todas as demandas? Uma boa resposta: administração do tempo.
Não é necessário mergulhar no trabalho como em um oceano profundo – porque não o é – e quase se afogar ou mesmo perder a vida. Administrando o tempo, não se há de perder a vida ou elementos dela, como valores – família, amigos – ou até dinheiro.
É preciso inculcar que todos dispõem de vinte e quatro horas diárias para realizar suas atividades cotidianas, e que é possível, sim, administrando o tempo, realiza-las. É bem verdade que não é fácil, mas não galga a impossibilidade. Pois quê! Poder-se-ia fazer tudo e sempre? A ideia não é mentalizar a si mesmo como um “super-homem”, capaz de fazer tudo, sem problemas. A ideia é ser produtivo. E o que seria produtividade? O produto da eficácia pela eficiência. A eficácia diz respeito a fazer as coisas certas, isto é, estabelecer o que é primordial, prioritário, mais relevante sobre o que é menos importante; já a eficiência é relativa a fazer as coisas certo, isto é, utilizando-se da menor quantidade possível de recursos – princípio da economia -. Quando se opta por realizar uma atividade mui importante e urgente, a pessoa está sendo eficaz, mas se gastou tempo demasiado, acabou por ser ineficiente. Ao se alcançar a consecução de ambos os elementos, eficácia e eficiência, chega-se, pois, a produtividade. E, sendo produtivo, as tarefas irão, ainda que pouco a pouco, sendo realizadas e o administrador do tempo há de perceber seus resultados.
Destacar-se-á por ponto relevante, ainda, a necessidade de lidar com os desperdiçadores e economizadores de tempo. Para ser produtivo, é bom que se deixe de lado essas disfunções que minam o bom uso do tempo. Alguns exemplos delas são: telefonemas, visitas inesperadas, falta de delegação ou centralização de poder, mesa entulhada ou desorganização pessoal. Por outro lado, usando os economizadores (planejar, organizar, delegar funções, por exemplo), haverá uma otimização do desempenho.
E qual o sentido de tudo isso na vida do cristão? Nós somos oikonomos de Deus (Lucas 12:41, 16:1; I Coríntios 4.2), isto é, somos Seus despenseiros ou mordomos (Lucas 12.42).
Quando o Senhor, nosso Deus, por Seu infinito poder e com Sua sabedoria, criou, fez também o ser humano, mas não como qualquer dos animais: o fez à Sua imagem e semelhança (Gn 1.27), e, assim que criou Adão, o pôs no e sobre o Jardim do Éden (Gn 2.15), dando-lhe a incumbência de lavra-lo e guarda-lo, ou seja, administra-lo. Ali, Deus mostrou que criara o homem como Seu despenseiro, Seu mordomo, alguém que, a semelhança da Majestade, fosse responsável e liderasse, cuidando com todo amor e zelo. Adão recebeu “a responsabilidade de trabalhar sob as diretrizes de Deus, no cuidado da sua criação” (Bíblia de Estudo Pentecostal, p. 35), ou seja, “Deus esperava deles que lhe dedicassem todas as coisas da terra e que as administrassem de modo a glorificar a Deus e cumprir o propósito divino” (idem, p. 34). Dessa forma, o homem estaria cumprindo o seu papel fulcral na criação, sendo fiel ao seu Criador e desenvolvendo um relacionamento pessoal ainda mais íntimo com Ele (Os 6.3). E, como mordomo, não só percebe um salário (Gn 1.29), como deve prestar contas (Lucas 12:42, 46; Apocalipse 22.12).
Devemos seguir o preceito encontrado em 1 Pe 4.10, que preconiza “cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”, e isso em relação a Casa de Deus, a Igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade (I Tm 3.15). Sendo, pois, mordomos fieis e prudentes (Lc 12.42), Deus nos dará riquezas maiores que as terrenas (Mt 25:21, 23).
O pastor deve ser um excelente mordomo, e demonstra isso ao ser um bom administrador. Todas as ideias já mencionadas são úteis para tanto.
O autor da apostila selecionou algumas funções dos administradores, tanto do crente individualmente considerado, como da Igreja, usando citações da Confissão de Fé. Vamos a elas, de maneira sumária:
Promover a pregação do Evangelho aos indivíduos e às nações. Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo foi muito enfático em Marcos 16.15, quando disse “ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda a criatura”. Há quem confunda e lance de si a imensa responsabilidade do Ide do Senhor apenas aos ombros dos evangelistas e pastores. Isso é um erro gravíssimo! Deixar de lado a evangelização, negligenciar a obra missionária mostra a falta de cuidado com a Palavra de Deus, que é tão clara e fala de forma tão urgente do assunto (Mt 28.19,20; Atos 1.8), como a falta de amor para com aqueles que, neste exato momento, estão perecendo, caminhando sem a salvação, rumo ao inferno (Rm 10.14-17; I Jo 4.20; Mt 5.44-48).
Batalhar pela preservação da Palavra de Deus, e também para que ela seja traduzida e disseminada na língua de cada nação. Ora, “a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus” (Rm 10.17). Se queremos ganhar almas para Jesus, façamo-lo, necessariamente, manuseando a Escritura, que “é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (II Tm 3.16-17).
Promover a adoração a Deus, do modo prescrito nas Sagradas Escrituras, o que inclui o Culto público e a celebração das ordenanças. Deus deve ser adorado, e nós devemos fazê-lo em conjunto, organizando-se em igrejas locais, celebrando também as ordenanças do Senhor Jesus, a saber, o Batismo e a Santa Ceia (Jo 4.23; Salmo 95.1-7; Atos 2.42; Mt 26.26-27; Mc 16.16).
Prestar assistência material aos ministros da Igreja. É um tema muito discutido pelos que não têm ciência das Escrituras; os que não aceitam Jesus – e até os que já aceitaram, mas se deixam levar pela falácia de línguas fraudulentas e peçonhentas -. Os pastores têm a incumbência de atender a obra do Senhor nas igrejas, só que para isso eles precisam se dedicar inteiramente, não dispondo de tempo para o trabalho secular. Como, pois, ficariam as suas famílias e eles próprios? Graças a Deus pelo cuidado do Pai em todos os detalhes da vida daquele que o serve com fidelidade e que Ele mesmo o chamou para o ministério (Atos 6.4; Hb 13.17; I Tm 5.17-18; Gl 6.6-7; I Co 9.6-14).
Expressar a comunhão dos santos, incluindo a assistência aos “domésticos da fé”. Ora, se estamos unidos em amor, compartilhamos primeiro o espiritual, e, em segundo plano, também o material, prestando assistência aos necessitados, especialmente aos nossos irmãos em Cristo (I Jo 3.17-18).
Batalhar pela prosperidade e expansão de todas as igrejas de Cristo, em todo lugar e em todas as ocasiões. Todos os membros de cada igreja local devem manter constante oração em prol da prosperidade das igrejas do Senhor em todo lugar, em qualquer circunstância (Rm 16.1-2; Atos 11.29-30; I Co 16.1-2).
Exercer os “deveres de necessidade e de misericórdia”. Biblicamente, são as boas obras, tão cobradas especialmente no Novo Testamento (Mt 6.2-4, 12.12-13, 25.35-36; Tg. 1.27). Vale ressaltar que Jesus exercia um serviço mais profundo que o financeiro, não que isso não seja importante, mas indubitavelmente, conforme os Santos Escritos, especialmente nas diversas explicações acerca do assunto no NT, não está no topo das boas obras concernentes aos santos. Se assim o fosse, Jesus daria denários e alguns milagres no lugar de operar inúmeras maravilhas e pagar tributo.