Resumo de LIDERANCA
Warning: Undefined array key "admin" in /home3/teolo575/public_html/paginas/resumo.php on line 64
Ao lermos a Bíblia nos deparamos com milhares de termos e expressões de época que torna o texto por vezes indecifrável, isto se deve ao fato de que a Bíblia foi escrita a dezenas de séculos atrás, em uma sociedade de hábitos peculiares, ou seja, próprios da época e dos costumes desse tempo.
Entre o homem moderno e os escritos bíblicos existem diversos abismos: culturais, geográficos, sociais, tecnológicos, religiosos, econômicos, etc.
O ignorar que o conhecimento dos contextos dos tempos bíblicos (a este contexto chamamos de Panorama) é uma necessidade faz com que muitas pessoas obtenham a pior interpretação possível de suas leituras bíblicas.
Mesmo vivendo na mesma época é bem provável que pessoas de diferentes regiões do mundo não se entendam mesmo falando a mesma língua, pois as expressões que usam são diferentes; neste caso existem bem menos abismos entre estas duas pessoas do que entre um escritor bíblico e nós.
Um missionário quando vai a campo já sabe antecipadamente que sofrerá um choque cultural e terá um tempo de adaptação na nova cultura em que vive, terá de compreendê-la para fazer com que aquelas pessoas compreendam o evangelho.
Imagine você conversando com um cidadão inglês, você diz a ele que vai "tomar o ônibus", então ele responde "como pode? Em um ônibus caber muito líquido", ele entendeu que você iria beber (tomar) um ônibus; então ele lhe pergunta "você quer dizer que vai ter um ônibus" e você responde "não eu não vou comprar um". A confusão aconteceu porque o brasileiro diz que vai tomar um ônibus já o americano diz "I will have a bus", ou seja, eu vou ter um ônibus.
Aqui está o porquê desta Disciplina, ela lhe dará conhecimento sobre os contextos sociais, econômicos, culturais, tecnológicos, religiosos, etc. que você necessitará ter para compreender muitas coisas ao ler a Bíblia. Se às vezes é difícil conversar com um vizinho que veio de outra região do mesmo país por que você não conhece a sua sociedade, imagine então que para compreender muitas coisas escritas há dezenas de séculos atrás é realmente necessário um estudo das sociedades dos tempos bíblicos.
Para se realizar este estudo é necessário ter a mente aberta para poder compreender a mente de outras pessoas que viveram na antiguidade, muita pesquisa, assim como também é necessário saber de antemão que nunca se obterá um sucesso absoluto neste tipo de pesquisa.
Esta disciplina, de certo modo lhe introduzirá em meio a tais sociedades, após cumprir esta disciplina você poderá ler a Bíblia quase como uma pessoa da época, e isto é de suma importância, pois você deve primeiramente compreender o que o texto bíblico dizia ao homem na época, para depois poder compreenderam o que ele diz para o homem contemporâneo.
Como exemplo veja um estudo sobre a sétima igreja de Apocalipse que é Laodicéia e para que as pessoas compreendam o conteúdo desta sétima carta tivemos que fazer um estudo dos contextos da região na época para que todos possam dessa maneira compreender
Nos tempos bíblicos as casas não eram isoladas uma das outras a não ser que fosse em território agrícola, mas a grande maioria delas estavam agrupadas em povoados, sempre localizados próximos a nascentes ou rios, nos dias de Jesus Cristo havia aproximadamente 240 cidades somente na Galiléia.
Estes povoados eram bastante pequenos não tinham sinagogas nem tribunais, Belém e Emaús são exemplos dessas cidades, já Nazaré pelo seu tamanho nem era considerada nas listas oficiais tanto dos judeus como dos romanos. Mesmo assim muitos preferiam viver nestas cidades pequenas, pois havia a possibilidade de terem seu jardim ou horta em seu próprio quintal além de mais privacidade, além do que quanto maior a cidade maior era o custo de vida.
As cidades grandes eram geralmente cercadas com muralhas, Jerusalém é um exemplo de uma destas, estas muralhas tinham grandes portões, e o fluxo de pessoas durante o dia era muito intenso através dos mesmos, portanto boa parte do comércio da cidade localizava nestes portões, ali os mercadores montavam seus negócios e contratavam funcionários.
Por volta do primeiro século foi criada uma lei interessante que desobrigava a esposa de seguir o marido se este resolvesse mudar de uma cidade para um povoado vice-versa por causa da mudança drástica de hábitos que sofreria.
Hospitalidade
A hospitalidade era uma característica marcante do povo judeu, sempre que chegava uma visita a uma casa judaica esta deveria ser recebida com toda atenção os seus pés deveriam ser lavados coisa que geralmente é feito pela esposa do anfitrião, nas casas de pessoas mais ricas os escravos faziam isso.
A maioria seguia à risca este tipo de tradição enquanto uma pequena minoria era realmente indissociável, a hospitalidade já estava tão arraigada na sociedade judaica que a generosidade entre eles era franca.
Não receber uma visita era considerado paganismo (Lucas 16:19-25).
Jesus mesmo nos ensinou que deveríamos abrir a porta de nossa casa para os pobres e aleijados (Lucas 14:13).
Tudo o que a casa poderia oferecer deveria ser compartilhado com a visita, e alguns aproveitadores exageravam por causa desta liberdade. A hospitalidade parece ser um dos alicerces da fé tanto no judaísmo quanto no cristianismo.
Todo forasteiro deveria ser recebido como amigo, e lhe deveria ser dado abrigo, alimento e roupa se fossem necessário.
Algumas passagens do Novo testamento falam claramente sobre isso (Romanos 12:12; Tito 1:8; 1º Pedro 4:9), e até três epístolas inteiras do Novo Testamento são dedicadas a este assunto: Filemom, 2º e 3º João.
O gesto de tirar o sapato ao entrar numa casa além de servir para não trazer sujeira para dentro da casa era uma preparação também para que seus pés fossem lavados.
As barracas
Na época dos patriarcas era comum a vida em barracas, eram acampamentos fáceis de montar e desmontar, pois eles constantemente viajavam de uma região a outra em busca de boas pastagens para os gados de ovelhas, naqueles tempos até mesmo os homens que viviam nas tais tendas almejavam um dia habitar em residências fixas, morar em barracas não era algo desejável.
Algumas passagens bíblicas usam as barracas com algum significado: 2º Pedro 1:13; 2º Coríntios 5:1-4.
Os hebreus não tinham natureza nômade nem se habituavam a morara em barracas, mais desde o início a história deles vem sendo marcada por este tipo de habitação, antes mesmo de Abraão algumas pessoas já vivem em barracas, um personagem antediluviano "Jabal" foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado (Gênesis 4:20), talvez ele tenha sido o primeiro nômade.
As barracas ou tendas em sua maioria eram feitas com pele de animais costuradas umas às outras e estendidas sobre mourões de madeira, depois as pontas das tendas eram amarradas às placas fincadas no solo.
Todos os mantimentos da barraca também eram armazenados em grandes sacos feito com peles de animais, utensílios de cozinha, lâmpadas, almofadas, etc., e carregados em lombos de jumentos.
A tenda sempre era armada em locais que pudessem oferecer sombra, a água e pastagem para seus animais.
Enquanto a vida em barracas era ruim e muito simples para alguns, para os patriarcas tal como o Abraão era bastante suntuosa, pois, ele era um homem muito rico e possuíam muitos escravos e pastores, nada lhes faltava de tudo tinham em abundância.
Foi com a ida da família de Jacó para o Egito que terminou a fase da vida em barraca por séculos, tal o hábito só reiniciou com a peregrinação do povo hebreu pelo deserto, pois durante os 40 anos habitaram barracas novamente, e novamente chegou o fim com a entrada na terra de Canaã sob a liderança de Josué.
Em Jó 4.21, fala-se "Deus arrancar a corda da tenda", você pode entender agora o que significa isto? Seria soltar toda a lona da tenda, cair tudo. Se a lona se soltasse poderia causar um incêndio por causa das lamparinas de azeite, assustar as pessoas, ou mesmo ser levada pelo vento.
Alguns povos da antiguidade assim como alguns outros da atualidade optaram pela vida entendidas por motivos econômicos ou religiosos.
O apóstolo Paulo segundo o texto bíblico era "fabricante de tendas", mas esta expressão na época não significava unicamente a fabricação de tendas, e sim era o modo de se designar o um artesão que trabalhava com couro, portanto Paulo além de tendas fabricava chinelos, bolsas, selas para carga ou montar, além de muitos outros utensílios.
Na época de Paulo o povo habitava em casas fixas, mas a demanda por tendas era grande, pois eram usadas em festejos e ocasiões especiais, assim como hoje é divertido acampar em barracas, na época de Paulo também era diferente sair de suas casas fixas para habitar em barracas por alguns dias.