Resumo de LIDERANCA
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“O Brasil é um país completamente tomado por antagonismos. De um lado, tem-se uma economia forte, um parque industrial moderno e uma das maiores riquezas naturais do planeta; de outro lado, tem-se a sexagésima quarta renda per capita do mundo, uma concentração econômica na qual urna minoria da população controla cerca de 70% dos bens do país, e uma dívida social descomunal, caracterizada pela existência de milhões de miseráveis. Lado a lado, convivem mansões – copiadas das revistas mais sofisticadas do primeiro mundo – e casebres feitos de papelões e cheios de tanta sujeira que, nem mesmo os cães, acostumados à boa vida da casa dos ricos, conseguiriam neles viver… É dentro deste caldeirão de ambiguidades e antagonismos, que emerge, vive e acontece a Igreja Evangélica. A Igreja Evangélica não pode ficar fora de qualquer análise que se faça desse país”.
Congresso internacional de Evangelização Mundial, realizado em Lausanne, Suíça, em 1974.
Proposta de responsabilidade social do Pacto de Lausanne.
O Congresso Internacional de Evangelização Mundial, ocorrido na cidade de Lausanne, Suíça, entre os dias 16 e 25 de julho de 1974, tornou-se o mais importante referencial dos evangélicos espalhados pelo mundo.
Sob o prisma de Billy Graham, a Igreja vem perdendo muito da sua visão e do seu fervor por três razões elementares:
-Perda de autoridade da mensagem do Evangelho;
-Preocupação com problemas político-sociais; e
-Preocupação com a unidade organizacional da igreja.
Na mesma mensagem ainda, Billy Graham esboçou quatro convicções que deveriam caracterizar Lausanne:
-A autoridade das Escrituras;
-O homem, fora de Jesus Cristo, está perdido;
-Só há salvação em Jesus Cristo;
-O testemunho cristão deve englobar tanto a palavra, como também as obras.
O congresso foi significativo em três sentidos principais.
-Primeiro:
Como com as reuniões do Concilio Mundial de Igrejas, a partir dos anos sessenta, o Terceiro Mundo manteve presença em Lausanne. Metade dos participantes, dos oradores e do comitê de planejamento era do Terceiro Mundo. Além disso, alguns dos documentos pronunciados mais provocativos e influentes foram de dois latino-americanos, Samuel Escobar e René Padilla.
-Segundo:
Como aconteceu com o catolicismo romano no Segundo Concilio Vaticano, a atitude anterior dos evangélicos de “triunfalismo” foi substituída por uma atitude de arrependimento. Lausanne representa a importância e influência crescente do Evangelicalismo universal, mas isto tem sido acompanhado por um reconhecimento de que nem tudo foi saudável no passado e que lições podem ser aprendidas com os outros.
-Terceiro:
Este arrependimento é manifesto, especialmente na área de responsabilidade social cristã. Enquanto os evangélicos estavam em primeiro plano na preocupação social no século passado, este século tem visto uma inversão e, em muitos casos, uma total retirada do campo.1
Nós, membros da igreja de Jesus Cristo, procedentes de 150 nações, participantes do Congresso Internacional de Evangelização Mundial, em Lausanne, louvamos a Deus por sua grande salvação, e regozijamo-nos com a comunhão que, por graça dele mesmo, podemos ter com ele e uns com os outros. Estamos profundamente tocados pelo que Deus vem fazendo em nossos dias, movidos ao arrependimento por nossos pecados e desafiados pela tarefa inacabada da evangelização. Acreditamos que o evangelho são as boas novas de Deus para todo o mundo e, por sua graça, decidimo-nos a obedecer ao mandamento de Cristo de proclamá-lo a toda a humanidade e fazer discípulos de todas as nações. Desejamos, público o nosso pacto:
-O propósito de Deus;
-A autoridade e o poder da Bíblia;
-A unicidade e a universalidade de Cristo;
-A natureza da evangelização;
-A responsabilidade social cristã;
-A Igreja e a evangelização;
-Cooperação na evangelização;
-Esforço conjugado de Igrejas na evangelização;
-Urgência da tarefa evangelística;
-Evangelização e cultura;
-Educação e liderança;
-Conflito espiritual;
-Liberdade e perseguição;
-O poder do Espírito Santo; e
-O retorno de Cristo!
O Propósito de Deus:
A) O caráter de Deus.
A convenção não pretende fazer uma análise acurada sobre o Ser de Deus. Mesmo assim, o primeiro parágrafo demonstra que Nele residem as nossas motivação e vocação. Ele é o único Deus eterno, Criador e Senhor do mundo.
B) O propósito de Deus.
O propósito divino foi chamar um povo para Si. Quando o acordo faz esta afirmação, apresenta-nos o caráter redentor de Deus.
C) A vocação humana.
O Deus que redime é o mesmo que envia o povo redimido, mesmo em vasos de barro, o Evangelho continua sendo um tesouro precioso.
A Autoridade e o Poder da Bíblia.
A Bíblia são as Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, que, em sua totalidade, refletem aquilo que dá autoridade à vocação da Igreja. É a partir das Escrituras que a Igreja ouve a voz de Deus, a qual a chama e a envia à missão.
A) O Poder da Bíblia.
O Pacto afirma o poder da Palavra de Deus. Quando Deus fala, também age. Sua Palavra nunca volta vazia para Ele; sempre cumpre o seu propósito (Is. 55:11).
B) A Interpretação da Bíblia.
O Pacto esclarece que a mensagem bíblica é a mesma para todos os homens, em todos os lugares e em todos os tempos. Entretanto, ao mesmo tempo, enfatiza a participação do Espírito Santo, iluminando as mentes para que as Escrituras tornem-se verdade constantemente inovadora no coração do ser humano.
3. A Unicidade e a Universalidade de Cristo.
O terceiro parágrafo é intransigente em sua visão cristocêntrica, bem como em sua leitura sobre o pecado do ser humano, seu afastamento de Deus e sua incapacidade de encontrar salvação de per si. Deus, em Cristo Jesus, tomou a iniciativa de alcançar o ser humano com Sua graça.
A) Ele é o único Salvador!
O ser humano dispõe de algum conhecimento sobre Deus, isto se dá em face da revelação geral. Contudo, este conhecimento não lhe confere a capacidade de experimentar a salvação. Jesus Cristo é o único Salvador.
B) Ele é o Salvador do mundo!
Por ser Ele, Jesus Cristo, o único Salvador, a Igreja precisa fazê-lo conhecido universalmente. Proclamar a Jesus Cristo como “o Salvador do mundo” é anunciar o amor de Deus a um mundo de pecadores. Amor tamanho, que fez o Senhor dar seu único Filho à morte na cruz.
4. A natureza da evangelização!
No seu sermão de início, Billy Graham expressou, como esperança primeira em relação ao congresso, o desejo de que ele formulasse uma declaração bíblica sobre a evangelização. Ao final, Grahan, declarou-se satisfeito, porque entendeu que tal expectativa foi concretizada, tornando-se esta um fato de consenso em todo o encontro.
No quarto parágrafo, o Pacto inicia com uma definição e prossegue descrevendo o contexto da evangelização; a saber, o que deve vir antes e depois dela.
A) Definindo evangelização.
A palavra “evangelização” deriva de um termo grego que representa, em seu sentido literal, “trazer ou difundir boas novas”. Sendo assim, ao falar sobre evangelização, é preciso haver em mente o conteúdo da evangelização, a pessoa de Cristo Jesus.
B) Prelúdio à evangelização.
A verdadeira evangelização nunca ocorre num vácuo. Ela pressupõe um contexto do qual não se pode isolar. Certa situação necessariamente a precede. Ao referir-se a tão imprescindível pressuposto, o Pacto deliberadamente usa as palavras “presença”, “proclamação”, “persuasão” e “diálogo”.
O prelúdio da proclamação é a presença. Como partilhar o Evangelho de Jesus Cristo com pessoas com as quais não mantemos nenhum contato? A presença cristã no mundo não substitui a proclamação, a persuasão ou o diálogo, antes, vem a ser o preâmbulo de todos estes elementos.
C) Os resultados da evangelização.
A evangelização traz como resultado a obediência a Cristo, o ingresso em sua Igreja (pertencer a Cristo é pertencer ao povo de Cristo, At 2.40, 47) e um serviço responsável no mundo.
5. A responsabilidade social cristã.
Indubitavelmente este foi o tema mais controverso de todo o Pacto, que, inclusive, precisou ser discutido, com mais vagar, em Grand Rapids, 1982. Se, por um lado, o enfoque cristocêntrico demonstrou o conservadorismo da convenção, de outro modo, quanto ao aspecto social, testemunhou-se em Lausanne uma visão, no mínimo, progressista. Por agora, não há a pretensão de desenvolver o prisma do qual partiu o Congresso quanto à questão social, fá-lo-ei adiante e de forma mais acurada.
6. A Igreja e a evangelização.
Neste parágrafo, acentua-se limpidamente que a Igreja foi enviada ao mundo da mesma forma que o Senhor Jesus o foi e isso requer uma penetração profunda e sacrificial na sociedade não cristã.
A) Deixando os guetos eclesiásticos.
A Igreja foi chamada para deixar os seus guetos. Fomos convocados a abandonar as quatro paredes de um templo c, ao nos dirigirmos ao mundo, impactá-lo com a verdade do Evangelho.
B) Prioridade evangelística.
Na missão de serviço sacrificial da Igreja, a evangelização é primordial. Partindo da premissa do sexto parágrafo, o referido serviço é inarredável, todavia, a evangelização é algo prioritário.
A cooperação na evangelização.
No primeiro parágrafo do ajuste há uma referencia ao propósito de Deus para a Igreja, mas esse propósito encontra-se melhor trabalhado em dois parágrafos que podem ser estudados conjuntamente. Eles aludem à missão da Igreja e às suas integridades e unidade.
A) Unidade diante da verdade.
O que reveste o testemunho de autoridade é a unidade, o divisionismo simplesmente depõe contra nós.
B) Unidade mais ampla.
A unidade que o sétimo parágrafo enfatiza passa necessariamente pela uniformidade na verdade, na adoração, na santidade, na missão e na cooperação, em que o compartilhar recursos e experiências faça-se presente.
Esforço conjugado de Igrejas na evangelização.
O oitavo parágrafo lembra o papel da Igreja, todo o corpo de Cristo, como comunidade missionária que envia missionários para as mais diversas, longínquas partes do mundo.
A) Todo o corpo de Cristo, um povo missionário.
Esta alínea enfatiza que, no passado, a função dominante das missões do Ocidente era muito clara, mas hoje, esta função tem desaparecido rapidamente. Sendo assim, novas frentes missionárias devem ser levantadas, nesse sentido, todo o corpo de Cristo deve sentir-se responsável pela evangelização, tanto na sua própria área, na sua própria realidade, como a partir do envio de missionários a localidades mundiais diversas.
Urgência da tarefa evangelística.
Tanto o parágrafo oitavo, quanto o nono tratam do mesmo tema: evangelização. Ambos podem ser lidos e entendidos de forma conjugada, pois este é o âmago do Pacto de Lausanne.
Urgência diante dos esquecidos.
Lausanne lembra que mais de dois bilhões e setecentos milhões de pessoas, dois terços da humanidade, ainda precisam ser alcançados com o Evangelho de Jesus. Muita gente tem sido esquecida. A Igreja precisa ser sensível, percebendo que, nos últimos dias, tem existido uma significativa receptividade à mensagem do Evangelho, sendo assim, ela não pode desprezar tão considerável oportunidade.
Instituições Para-Eclesiásticas.
Não obstante o pacto, em seu sexto parágrafo, destacar que o “meio designado por Deus para difundir o Evangelho” seja a Igreja, reconhece-se a validade das instituições para-eclesiásticas, as quais, na missão, devem tornar-se parceiras da Igreja.
Missionários estrangeiros.
O parágrafo nono sugere que o número de missionários estrangeiros, bem como o dinheiro enviado para um país evangelizado sofra significativa diminuição, entendendo que o redutor pode facilitar o crescimento da igreja nacional e assegurar a autonomia desta.
Os milhões empobrecidos.
A pobreza de milhões deveria chocar a Igreja. Infelizmente, o que se tem visto é um acostumar-se com a desgraça alheia, como se isto representasse apenas um reflexo do juízo divino. A Igreja precisa sentir-se indignada diante da miséria do outro, abrindo mão de sua opulência, optando por um estilo de vida simplificado e tornando-se mais generosa diante da necessidade do outro. Não se pode abrir morada para a alienação no seio da Igreja de Jesus.
Evangelização e cultura.
O desenvolvimento de estratégias para a evangelização mundial requer metodologia nova e criativa. A Igreja precisa ser sábia para proclamar o Evangelho dentro de culturas distintas, respeitando-as, posto que, parte delas, é rica em beleza e em bondade.
Não existe uma cultura superior à outra.
O Evangelho não pressupõe a superioridade de uma cultura sobre outra.
Educação e liderança.
O décimo e o décimo primeiro parágrafos lidam com dois temas relacionados entre si: educação e liderança. Ambos estão atrelados a Igrejas nascidas do labor missionário.
A) Crescimento com lucidez.
Infelizmente a busca por resultados quantitativos tem caracterizado a Igreja. O crescimento numérico tem sido um grande anseio em detrimento do crescimento espiritual. Imprescindível haver um nítido equilíbrio. A igreja deve crescer numericamente sem prejuízos à educação e ao amadurecimento, demonstrando insofismável interesse pela edificação de cada crente.
B) Preparando a liderança.
A Igreja necessita preparar uma liderança dentro de sua própria cultura. Os pastores e leigos devem ser treinados e preparados em doutrina, discipulado, evangelização, edificação e serviço. Esse treinamento deve ser desenvolvido a partir de iniciativas locais ativas e criativas e sob o esteio do padrão bíblico.
12. Conflito espiritual.
A realidade espiritual hodiernamente vivenciada vislumbra maior ênfase na décima segunda disposição. O conflito com principados e potestades do mal que almejam destruir a Igreja e impedir a sua tarefa de evangelização mundial é uma realidade. Ainda, observa-se que esta mesma alínea exalta a influência do mundo sobre a Igreja. A “mundanidade” no cerne da Igreja deve ser vista com preocupação, pois a mesma pode afetar a sua mensagem e os métodos de evangelização. Sob o eco de João 17.14-16, a Igreja é advertida a estar no mundo, porém o mundo não necessita estar na Igreja.
Liberdade e perseguição.
A Igreja deve desfrutar da liberdade expressa na Declaração dos Direitos Humanos, enfoca o décimo terceiro parágrafo. Neste ponto, existe um desafio para que a Igreja denuncie as injustiças que têm solapado muitos países e, por conseguinte, atingido a Igreja. Existe uma ostentação sobre a fidelidade, a qualquer custo, lembrando-nos de que servir a Jesus fielmente pode trazer perseguição.
O Poder do Espírito Santo!
A décima quarta disposição realiza uma afirmação categórica: “cremos no poder do Espírito Santo”. Este parágrafo estimula a Igreja e desperta-a para viver e caminhar na dependência e no poder do Espírito Santo.
O Retorno de Cristo!
O décimo quinto parágrafo está revestido de esperança. O retorno de Jesus será o ápice daquilo que a Igreja anseia!
Para melhor discorrer sobre o tema e o significado do mesmo para a Igreja de Jesus, transcreve-se abaixo o quinto parágrafo do Pacto de Lausanne:
Afirmamos que Deus é o Criador e o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar Seu interesse pela justiça e pela reconciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Aqui também nos arrependemos de nossa negligência e de havermos, algumas vezes, considerado a evangelização e a atividade social mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão. Pois ambos são necessárias expressões de nossas doutrinas acerca de Deus e do homem, de nosso amor por nosso próximo e de nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica também uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, de opressão e de discriminação, e não devemos ter medo de denunciar o mal e a injustiça onde quer que existam. Quando as pessoas recebem Cristo, nascem de novo em seu reino e devem procurar não só evidenciar, mas também divulgar a retidão do reino em meio a um mundo injusto. A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta.20
O Caráter de Deus!
A primeira parte da disposição acima transcrita focaliza o Ser de Deus, Ele é o Criador e Juiz de todos os homens. Como afirmou Stott, “é significativo que uma disposição inteiramente relacionada com a ‘responsabilidade social cristã’ tenha origem com uma afirmação acerca de Deus. Isto está certo, pois a nossa teologia deve sempre governar a nossa conduta”.
Quando a assertiva acima inicia falando sobre Deus, está querendo dizer que o pilar de sustentação de nossas ações está no caráter do próprio Deus. Sendo assim, nada melhor do que olhar para o Deus missionário, o Deus que toma a iniciativa de resgatar a humanidade, o Deus que envia o próprio filho, filho que não apenas vem como Salvador, incumbido de transferir o ser humano da terra para o céu, mas, inclusive, disposto a tratá-lo com dignidade, carinho e atenção. A nossa motivação para agir em favor do próximo deve ser a ação divina em favor da humanidade.
O Ser humano.
Se na primeira parte da assertiva a exaltação recai sobre o caráter divino, na segunda, destaca o ser humano. A motivação da igreja na ação social passa inevitavelmente pela percepção de que Deus criou o ser humano à sua imagem. Esta percepção deve levar a Igreja ao arrependimento pelos tempos em que se omitiu e acomodou, deixando de agir de modo que gerasse transformação e libertação da humanidade em face de qualquer tipo de opressão.
O pacto, com muita felicidade, instiga os cristãos a partilhar do interesse divino pela justificação e reconciliação de toda a sociedade humana, pois o ser imagem de Deus e o ser por Ele criado, torna o homem indistintamente especial, de cujo valor a Igreja não se pode deslustrar, independentemente de raça, cor, religião, cultura, classe social, sexo ou idade.
Evangelização e Ação social.
Pretendendo evitar maiores delongas, neste momento, sobre a relação evangelização-responsabilidade social o que farei posteriormente. Porém, desde já, saliento o que o Pacto afirma sobre este aspecto.
Lausanne estabelece que a Igreja foi chamada, tanto para a evangelização, quanto para a ação social, entendendo que são elementos distintos e que devem integrar o dever cristão, pois ambos relacionam-se com o Ser de Deus e com o caráter c a necessidade do ser humano. Evangelização e ação social não são excludentes, ao contrário, devem ser parceiras na missão.
19. Uma voz profética!
O parágrafo que ora se destaca também dá ênfase ao papel profético da Igreja. A mensagem de salvação é mensagem de juízo sobre toda alienação, opressão e discriminação, desta forma, ela também deve denunciar o mal e a injustiça onde quer que estes se façam presentes.
Salvação deve ser sinônimo de transformação.
A alínea conclui com um desafio ao compromisso cristão pessoal. Ser cidadão do reino evidencia, na prática, aquilo que aconteceu na vida por causa da presença de Jesus. E esta presença deve revolucionar a vida do cristão. Ser cristão, significa ter passado por uma metamorfose, conceitos e posturas são revistos e transformados.
De alguma maneira, o que foi dito até aqui permite dispor de um vislumbre do que Lausanne afirmou sobre a responsabilidade social da Igreja. Mas, se a afirmação de Lausanne foi um progresso, tal atitude não foi vista com tanta tranquilidade. O Pacto coloca, lado a lado, a evangelização e a responsabilidade social, mas não define a relação existente entre as duas. A responsabilidade social da igreja suscitou discussões quanto à preeminência. Afinal, quem virá primeiro: a evangelização ou a responsabilidade social?
As discussões e a desconfiança sobre a questão social em preterição da evangelização foram instrumentos que, em 1 982, em Grand Rapids, motivaram um grupo a debater e definir mais claramente qual a relação entre evangelização e responsabilidade social. Com maior exatidão, o tema será desenvolvido a posteriori.
A relação entre a evangelização e responsabilidade social.
Não é tarefa fácil estabelecer termos, mas tarefa mais complexa é relacionar os já definidos, isto porque, nem sempre é fácil harmonizar palavras e ações; pregação e prática; denúncia e ação transformadora. Além desta dificuldade, é sabido que na caminhada da Igreja, principalmente a partir do final do século XIX e início do século XX, em função do temor da influência do liberalismo, tentou-se separar Evangelização de Responsabilidade Social, entendendo-se com isso que a Igreja seria poupada de todo e qualquer desvio de sua responsabilidade precípua que é a evangelização.
Talvez a única tarefa mais urgente de missões hoje seja relacionar evangelização e ação social. Os cristãos do movimento ecumênico tendem a desconsiderar ou então redefinir a evangelização de tal maneira que a necessidade de um relacionamento novo, pessoal com Deus por meio de Cristo fica diminuída. Outros se inclinam a manter as duas tarefas totalmente separadas, considerando que apenas a evangelização tem valor eterno.
Os cristãos de muitas nações são missionários no mundo hoje – cruzando fronteiras culturais com o amor de Deus. A obra missionária é agora mais extensa e mais internacional do que nunca. Essa obra não está isenta do fracasso de solucionar as questões atualmente debatidas. Mas sem dúvida os missionários cristãos serão mais bem equipados para a tarefa do seu Senhor e Mestre quando se chegar a um equilíbrio adequado entre os diversos aspectos de missões. Em particular:
-O evangelho deve ser proclamado tanto em palavras como em ação;
-Precisamos tanto identificar-nos com os não cristãos em suas necessidades, quanto lhes contar as “boas novas” cristãs;
-A igreja não está envolvida apenas com a própria expansão, também é o agente da missão de Deus.36
Diante das conclusões do Pacto de Lausanne, que não conseguiu relacionar os dois temas, ação evangelizadora e ação social, conquanto, para ser fiel ao Pacto, em seu sexto parágrafo, faça menção da relação entre os dois temas, afirmando que “o serviço de evangelização abnegada figura como a tarefa mais urgente da igreja” 37. Mesmo assim, James Scherer lembra que algumas questões padeceram de respostas, face às várias alternativas ou opções que interligaram os dois temas. Senão, vejamos:
-A de que a responsabilidade social é um afastamento, ou mesmo uma traição da evangelização;
-A de que responsabilidade social é evangelização;
-A de que a responsabilidade social é uma manifestação, ou uma consequência, ou uma parceira da evangelização ET.
-A de que responsabilidade social e evangelização são componentes distintos, mas iguais do ministério da Igreja.38
Adiante se encontram delineadas alternativas ou opções que tentam relacionar evangelização e responsabilidade social, conforme Scherer e Nascimento. Num primeiro momento, mais precisamente nos dois primeiros tópicos, são tratadas as reações negativas a tal relacionamento, fruto de uma visão radical daqueles que acreditam que a ação social é uma traição ao evangelismo. Posteriormente, nos tópicos seguintes, são apresentadas as opções que tentam relacionar positivamente os dois temas.
Ação Social na Reforma Protestante.
O período reformista foi bastante conturbado, mas, mesmo diante de todas as dificuldades surgidas por causa das vozes que se levantaram contra o caos presente no seio da Igreja, a Igreja nascente, fruto da Reforma Protestante, foi marcada pela presença da missão integral. Ela era uma Igreja preocupada com a salvação pela graça, mas que entendia que o ser humano deveria ser tratado integralmente com dignidade. Não se deve limitar a Reforma Protestante do século XVI a um movimento espiritual e eclesiástico. Sem dúvida alguma, a ação dos reformadores também trouxe conotações e implicações políticas e sociais.
Ainda que superficialmente, adiante são delineados os papéis de dois reformadores no que tange à questão social, Martinho Lutero e João Calvino. Dos textos de Augustus Nicodemus Lopes e, principalmente, do livro de André Biéler são extraídas algumas informações sobre Calvino.
A) Martinho Lutero.
Lutero ficou conhecido como teólogo, pregador e reformador, mas o seu agir não é fruto apenas de uma reflexão teológica, e sim, de sua experiência com o cotidiano. “O dado religioso se constrói na história, em meio aos fenômenos sociais, políticos e econômicos” 63
O reformador reconhece que o cristão é cidadão pertencente a dois reinos, o Reino de Deus e o reino deste mundo e isto nos ensina que, sob o prisma de Lutero, o ser humano é responsável diante de Deus e da autoridade civil. Por isso mesmo, ele dá ênfase ao papel social do cristão em suas 95 teses:
43º – Os cristãos devem ser ensinados que aquele que dá ao pobre ou empresta ao necessitado pratica uma obra melhor do que comprar perdões.
45º – Os cristãos devem ser ensinados que aquele que vê um homem em necessidade, e passa por ele, e dá (seu dinheiro) por perdões, não compra as indulgências do papa, mas a indignação de Deus. 64
Nascimento Filho afirma que “Lutero, em oposição à visão anabatista de separação entre igreja e estado, acreditava que Deus pode usar o governo secular para estabelecer a justiça social”. 65
B) João Calvino.
Pensar sobre a ação social na perspectiva de João Calvino é pensar, inevitavelmente, sua teologia, pois esta é pressuposto para formular sua reflexão e motivar aqueles que estavam ao seu redor a uma ação efetiva. Ocorre, porém, que toda a leitura de Calvino sobre o aspecto social passa pela realidade por ele vivenciada. Ele pastoreou uma igreja na cidade de Genebra e ali, os problemas sociais comuns por toda a Europa se faziam presentes, dentre eles: pobreza extrema, altos impostos, salários miseráveis e uma jornada de trabalho extenuante. Ademais, o analfabetismo era igualmente habitual, a ignorância estava presente, bem como os vícios e a prostituição. Aquela era uma sociedade enferma.
No seio de uma sociedade achacada foi que Calvino desenvolveu sua teologia e sua visão sobre a responsabilidade social da Igreja. Na leitura daquele reformador, a miséria era um claro sinal da corrupção humana, fruto da queda. Ele faz sérias denúncias sobre os pecados sociais, falando sobre a estocagem de alimentos que visam ao enriquecimento de poucos, denunciando a especulação financeira oriunda do egoísmo e da avareza do ser humano.
Ação social da Igreja no Pós-Reforma.
A contento, a Igreja não limitou sua ação a um momento particular da história. No período do pós reforma, ainda podemos encontrar o bom cheiro do agir da Igreja tratando de assuntos sociais que eram tão importantes naqueles dias. Destacaram-se, naquela época, dois personagens que desempenharam papéis relevantes na sociedade em que estavam inseridos no que pertine ao tema sociológico.
A) John Wesley.
Ao voltar-se os olhos para o período conhecido como dos Reavivamentos, certamente se aperceberá a brilhante figura de John Wesley. Como lembra muito bem Clóvis Pinto de Castro, Wesley certamente fez a seguinte afirmação: “O mundo é minha paróquia”. 66 Essa leitura da relação Igreja/mundo teve uma influência significativa em seu ministério. Segundo Cavalcanti: “Ninguém foi mais holista e mais integral em sua visão missionária do que Wesley”.67
O despertamento espiritual do século XVII revelou-se, de um modo maravilhoso, no desenvolvimento das obras sociais de caráter cristão. O amor de Deus, sentido e experimentado com o novo poder que procedeu do reavivamento anunciado por toda parte, constrangia os homens ao amor e ao serviço em favor do próximo.
René Padilla afirma que a última carta de Wesley foi escrita em 24 de fevereiro de 1791, apenas seis dias antes de sua morte, e foi dirigida a William Wilberforce em sua luta no Parlamento a favor da abolição da escravatura. Na carta, o grande pregador dizia ao político:
A menos que Deus tenha te levantado justamente para a tarefa, a oposição dos homens e dos demônios será inesgotável; mas se Deus está contigo ‘quem será contra ti?’ Siga adiante em nome de Deus e no poder de sua fortaleza, até que a escravidão norte-americana, a mais vil que jamais fora vista à luz do sol, se desvaneça diante dele.68
Wesley trabalhou incessantemente para o bem estar espiritual e material daqueles a quem proclamava o Evangelho de Jesus. Dentre as muitas ações transformadoras na área social, encontramos a abertura de clínicas gratuitas, o estabelecimento de uma espécie de cooperativa de crédito, escolas e orfanatos. Stott lembra que “os historiadores atribuem à influência de Wesley — muito mais que a qualquer outra coisa — o fato de a Inglaterra haver sido poupada dos horrores de uma revolução sangrenta como a da França”.
B) William Wilberforce.
William Wilberforce (1759-1833) era um jovem aristocrata rico da Inglaterra do século XVIII. Ele era um promissor membro do Parlamento. Viveu uma vida tolerante de acordo com os padrões da sociedade dos seus dias. Após experimentar uma profunda conversão, afastou-se dos excessos e das frivolidades, dedicando sua visão política à causa de Deus.
Logo depois de sua conversão, Wilberforce sentiu-se motivado a se envolver com o ministério pastoral. Por essa razão, imaginou que deveria afastar-se da política, entendendo que as duas coisas não poderiam andar juntas. No entanto, naquele momento, o ex-comerciante de escravos, John Newton, autor do hino “Amazing Grace” convenceu Wilberforce de que Deus o queria envolvido com a política ao invés de entrar para o ministério. Ainda assim, o jovem envolveu-se com a evangelização e a proclamação da Palavra; no entanto, sua vocação era política, o que o fez entender que Deus o havia levado ao poder público para lutar contra a terrível maldade da escravidão e do tráfico de escravos.
Em 1787, o jovem político iniciou sua cruzada. Os navios negreiros, pertencentes a europeus cristãos, transportavam, por ano, 100 mil africanos capturados para a América do Norte. Todavia, a Inglaterra, seu país natal, era a líder desta tirania selvagem. Wilberforce sabia que a escravidão era um terrível pecado contra Deus e contra o próximo, por isso ele se posicionou tão ferrenhamente contra tal instituição.
Segundo Francis Schaeffer, William Wilberforce foi a maior força pessoal solitária a transformar a Inglaterra de um país escravocrata para um país que, muito antes dos Estados Unidos, abandonou a escravatura de fato e de direito.
A doutrina de Deus!!! “O que é Deus?” E responde: “Deus é espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade”.
A) Deus, o Criador!
“Afirmamos que Deus é o Criador”, relata inicialmente o parágrafo recém mencionado.
“No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). A criação deu-se por meio do Fiat, do latim: faça-se, sem qualquer material pré-existente; sua decisão de que as coisas deveriam existir fez com que estas surgissem e formou-as em ordem com uma existência que dependia de sua vontade e que era, no entanto, distinta de sua essência divina. Pai, Filho e Espírito Santo envolveram-se juntamente (Gn 1.2, Sl 11.3, 14.8, 33.6-9).
Quando o pacto apresenta Deus como criador, segundo Stott, corrobora uma clara demonstração do interesse divino pelo ser humano, bem como de seu envolvimento com a história da humanidade. Ele reafirma que tal evidência deve servir de motivação para a igreja partilhar do interesse divino pela humanidade também.101
O Deus da revelação bíblica, que é tanto Criador como Redentor, é um Deus que se preocupa com o total bem-estar (espiritual e material) de todos os seres humanos que ele criou. Tendo criado cada um à sua própria imagem, ele deseja que eles descubram a sua verdadeira humanidade ao se relacionarem com Deus e uns com os outros.102
J. I. Packer afirma que:
Saber que Deus criou o mundo à nossa volta e nós mesmos como parte dele, é básico à verdadeira religião. Deus deve ser louvado como Criador, em razão de sua maravilhosa ordem, variedade e beleza de suas obras. Os Salmos, como o 104, são modelos desse louvor. Deus deve ser crido como o Senhor Soberano, com um plano eterno abrangendo todos os eventos e destinos, sem exceção, e com poder de redimir, recriar e renovar; tal crença torna-se racional quando nos lembramos de que é no Criador todo-poderoso que estamos crendo. Reconhecer a cada momento nossa dependência do Deus Criador para nossa existência faz com que se torne apropriado viver vida de devoção, compromisso, gratidão e lealdade para com Ele, sem qualquer impureza. A retidão começa aqui com Deus, o soberano Criador, como o primeiro ponto de convergência de nossos pensamentos.103
O reconhecimento de Deus como criador deve levar a uma vida em que não se dicotomizem o espiritual e o material, o religioso e o secular, nem podemos negligenciar a política, a economia e a questão da riqueza do homem.
B) Deus, o Juiz!
O antedito parágrafo, referindo-se a Deus diz: “afirmamos que Deus é o criador e o Juiz de todos os homens”. Percebe-se inicialmente a menção ao Criador, mas inclui-se a justiça divina, sendo assim, esse deve ser um sério lembrete de que todos os homens darão contas a Deus de sua vida no dia do juízo (Ec 12.14).
Pode-se entender a justiça divina como manifestação da sua retidão, que não consegue compactuar com nenhuma atitude que reflita injustiça, opressão e espoliação.
Deus de justiça — ressaltam no livro de Amós os trechos que falam da natureza justa do Deus de Israel, a anunciar o juízo sobre o seu povo e sobre algumas nações vizinhas. Os oráculos que constituem a primeira parte do livro (1.3-2.1 6) são a mais forte expressão desta afirmação. Ele é o Deus que declarou sua lei aos homens (2.4), que chama justos os seus filhos (2.6), que abomina o pecado (6.8), que se ira contra todas as transgressões (cf. a fórmula estereotipada nos oráculos iniciais). Ninguém pode escapar de seu julgamento (2.14s; 9.2s). Ele exige de seu povo a justiça social, religiosa e moral (5-7; cp. 5-15ss) e condena todo aquele que não cumpre a sua lei (5.7ss; passim).105
Como outrora delineado, os atributos divinos dividem-se em comunicáveis e não comunicáveis; a justiça divina é um atributo comunicável de Deus. Significa dizer que Deus exige que esta justiça deve ser vivenciada pelo ser humano. Como diz o Pacto: “Devemos partilhar o seu interesse pela justiça e pela reconciliação em toda a sociedade…”106
O CBE-83 não foi o único congresso influenciado por Lausanne, pode-se incluir o Congresso Nordestino de Missões, bem como é possível incluir a formação da Associação Evangélica Brasileira (AEVB), e a realização do seu primeiro congresso.
A) Congresso Brasileiro de Evangelização.
O Congresso Brasileiro de Evangelização (CBE-83) se deu na cidade de Belo Horizonte nos dias 31 de outubro a 5 de novembro, e sem dúvida alguma entrou para a história da igreja evangélica brasileira como um dos mais importantes eventos. Falando sobre a importância do CBE, Steuernagel afirma que:
A marca do CBE na vida de muitíssimos irmãos foi enorme. Isto se pode constatar de Norte a Sul e o fazemos com um sentido de gratidão ao Senhor. Vidas marcadas, desafios assumidos, objetivos elaborados, irmãos que se consagraram ao campo missionário, novas visões e perspectivas missionárias que foram percebidas, horizontes que foram ampliados e posições teológicas reformuladas. Estes são apenas alguns poucos aspectos de uma vida inteira que ocorreu naqueles poucos dias no Mineirinho.120
B) Congresso Nordestino de Evangelização.
O processo iniciado com a realização do CBE-83 teve continuidade com a realização do Congresso Nordestino de Evangelizaçáo (CNE-88) realizado em Recife, cm 1988. O CNE-88 culminou com um movimento pelo resgate da ética evangélica e por uma representação oficial dos evangélicos no Brasil diante dos escândalos provocados por alguns deputados federais evangélicos que reorganizaram a Confederação Evangélica do Brasil.121
C) Congresso AEVB.
Em julho de 1994 (18-23), evangélicos de diversas regiões do Brasil se reuniram em Brasília para o I Congresso Nacional da Associação Evangélica Brasileira; o tema foi relevante: “A Igreja Evangélica na Virada do Milênio”.
Os objetivos do congresso foram formulados no material de divulgação e estão expressos num texto compilado por Rubem Amorese.
-DISCERNIR a vontade de Deus quanto à missão no tempo e na realidade em que vivemos. A comunidade de adoração que somos, o testemunho que damos e a unidade que experimentamos (exalamos), estão a serviço do cumprimento desta missão.
-CELEBRAR a fidelidade de Deus para com o Seu povo. O crescimento extensivo da Igreja, a riqueza de iniciativas nas áreas de missões e de serviço e as manifestações de unidade do Corpo de Cristo no Brasil são expressões da fidelidade de Deus e se constituem em motivo para a nossa celebração.
-ACEITAR o desafio de viver a fé em meio à crise de nossos dias como um compromisso de discipulado integral e solidário. O convite para o reencontro com a esperança do Reino é fonte de vida em meio à crise, dentro e fora da Igreja.
-BUSCAR por rumos para uma espiritualidade cristã alimentada por Deus, fiel ã Palavra, sensível ao Espírito, alicerçada na justiça, edificada na comunidade, voltada para o mundo, íntegra no comportamento e disposta ao serviço.