Resumo de O CULTO BIBLICO
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DISCIPLINA: O CULTO BÍBLICO
Alice Damasceno Santos
O homem nasce com instinto cultual. O culto bíblico é a expressão da fé de uma civilização. É a homenagem e reverência a Deus e serviço a sua pessoa. Os alvos de adoração humana tem sido os mais diversos possíveis. Jesus disse: "Vós adorais o que não sabeis. Nós adoramos o que sabemos, porque a salvação vem dos judeus". (João 4:22). Portanto devemos adorar somente ao Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Os judeus são o nosso ponto de referência religiosa na história. Conhecer suas práticas de culto nos faz entender nossas práticas atuais para que possamos nos tornar verdadeiros adoradores. A Bíblia nos mostra que Deus está à procura de verdadeiros adoradores. O verdadeiro culto é um relacionamento purificador e transformador com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O objetivo do culto Bíblico é demonstrar o amor e a gratidão a Deus, pois o amor é a essência imprescindível do culto bíblico. O verdadeiro culto requer amor de todo coração, É do coração que procedem atos e palavras dos quais o homem é responsável diante de Deus, portanto para adorá-lo, agradá-lo e amá-lo, precisamos ter um coração totalmente inclinado para Deus. O Antigo Testamento e o Novo Testamento referem-se ao coração do homem como o local da sede do amor por isso ele é o alvo da Busca de Deus, "Circuncidai, pois, o vosso coração" (Dt. 10:16). Para amar a Deus precisamos não só crer em sua revelação registrada pelos profetas nas Escrituras Sagradas como também em atos que evidenciam seu amor e paciência para com aqueles que tem negligenciado e ignorado seu profundo interesse por eles. Quando passamos da morte para a vida mediante o sacrifício de Jesus, então experimentamos a comunhão com Deus. Partindo desse momento a nova criatura assume a obrigação de servir a Deus cultuando-o, aprendendo a amá-lo até que em todo o seu coração se concentre a beleza do Senhor. Em Is. 12:2,3 lemos: "Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico... vós com alegria tirareis água das fontes da salvação". Através do evangelho o Cristão tem um relacionamento com Deus. Se guardarmos as palavras do evangelho em nosso coração então amamos a Deus, e seu mandamento singular requer que nós o amemos de todo o coração e alma. Se conseguirmos expressar o nosso verdadeiro amor, ou se o nosso culto revelar a preciosidade o Senhor verdadeiramente estamos adorando a Deus. No Antigo Testamento cultuava-se a Deus na vida diária, ou celebrando culto em lugar sagrado e seguindo um manual de procedimentos, o que se denominou serviço divino, e instituiu-se em um relacionamento recíproco entre Deus e o homem. A adoração por ser expressa em ritual, sob o antigo pacto Deus estabeleceu períodos para cumprimento de obrigação de culto em Israel. O sacrifício diário, o descanso do sábado ou do sétimo dia, os primeiros dias do mês e as cinco festas anuais do período pré-exílico foram divinamente determinados. "Tempos designados" (Num. 29:39) eram considerados centrais na expressão da adoração a Deus em Israel, porque eventos passados, nos quais Deus agira, nunca deveriam ser esquecidos. O sábado é um exemplo fundamental de se ter um tempo consagrado a Deus, e de adorá-lo em lugares determinados. No decorrer da história vétero-testamentária Deus revelou-se em lugares especiais manifestando o reflexo do mundo divino através da sua Presença Real. Dentre esses lugares está o monte Sinai, onde Deus se encontrou com Moisés, dando-lhe sua palavra e mostrando-lhe a sua glória. O tabernáculo e o templo que foram construídos como modelo de adoração para o povo eleito. O templo tornou-se o único local onde se faziam sacrifícios, consagrações e entrega de dízimos agradável a Deus. No Novo Testamento ao purificar o templo Jesus realçou sua santidade. O templo foi identificado por Jesus com a casa do pai mesmo assim foi destinado a destruição, pois um templo não feito por mãos humanas haveria de substituí-lo (Mc.14:58). Com a morte e ressurreição do corpo de Jesus, seus discípulos então vieram a compreender através do Espírito Santo, que Jesus se referia a um templo de uma ordem distinta. Por ser considerado pecador, o homem sempre necessitou de um sacrifício propiciatório que removesse seus pecados, para que pudesse ter comunhão com Deus. Para isso haviam quatro tipos de sacrifícios que podiam ser oferecidos pelo sacerdote e pelo pecador em propiciação, para que seus pecados fossem cobertos ou apagados: a oferta queimada, significando literalmente "aquilo que ascende" (Lv.1:6,8-13); oferta de manjares era literalmente chamada uma "dádiva". (2:13); oferta pacífica (Lv.3:7,11-14); as ofertas pelo pecado e pela culpa (Lv.4:1-6,7). A igreja primitiva costumava se reunir no primeiro dia da semana para partir o pão em comemoração a ressurreição do Senhor. O propósito do culto era celebrar a ressurreição do Senhor e as promessas por ela garantida. Em Atos 2:46, lemos" partindo o pão nas casas comiam juntos com alegria, e singeleza de coração". Aí temos a razão pela qual a comunhão se realiza dentro do culto cristão. Para a igreja primitiva a ceia do Senhor era uma celebração. A partir do século segundo o culto de comunhão era dividido em duas partes. Na primeira parte liam-se e comentavam-se as Escrituras, faziam-se orações e cantavam-se hinos. A segunda geralmente começava com o ósculo da paz. Em seguida trazia-se o pão e o vinho para frente e os apresentava a quem presidia o culto. Uma se oração se fazia sobre o pão e o vinho, na qual se recordavam os atos salvíficos de Deus e se invocava a ação do Espírito Santo sobre o pão e o vinho. Depois de partir o pão, todos os que á tivessem sido batizados comungavam, e se despediam com a benção. No livro de Atos observamos que na comunidade primitiva, para alguém receber o batismo bastava tão somente se converter, pois a maioria dos convertidos vinha do judaísmo e tinha facilidade para compreender o Evangelho. O Novo Testamento não estabelece nenhuma regra relacionada a prática da adoração, todavia podemos observar as formas de adoração e os componentes do culto primitivo descritos pelos apóstolos. Após o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecoste, a igreja de Jerusalém " perseverava na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" (At.2:42). A doutrina dos apóstolos eram ensinamentos e apelos da parte do Senhor dirigidos aos discípulos. Jesus ordenou os discipulos a "discipularem todas as nações" (Mt. 28:19). A batizarem em nome do Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo e a " guardar todas as coisas" que Ele ensinara a seus seguidores. Em II Tm.4:2, vemos a preocupação do apostolo Paulo com a igreja de Éfeso quando ordena "Pregue a Palavra". Os crentes da igreja primitiva além de estarem juntos a serviço da palavra, na comunhão, no partir do pão e nas orações, ainda tinham tudo em comum como família de Deus. O nome "lugar de oração" (At.16:13) deixa claro a importância da oração no culto da igreja primitiva. Na colônia romana de Filipos não haviam homens necessários para formar uma sinagoga, porém havia um lugar onde as mulheres se reunião em oração. Jesus ensinou que a oração deve ser particular e pessoal. Podemos observar que sua própria prática foi de orar sozinho, num monte ou lugar afastado (Lc.6:12). Através da oração temos comunhão com Deus e alcançamos os objetivos de nossa existência. Deus nos ama por isso está pronto a nos ouvir e suprir as nossas necessidades, quando estamos em comunhão com Ele. As orações dos santos são qualificadas como o incenso que enche os vasos de ouro nas mãos dos 24 anciãos que rodeiam o trono do Senhor do universo (Apc.5:8). O altar de incenso do propiciatório simbolizava o prazer com que Deus recebia os louvores e petições do seu povo. Os louvores a Deus tiveram muito destaque nos cultos da igreja primitiva. No Novo Testamento encontramos várias referências á música: Os evangelistas relatam que Jesus cantou um hino (Mat.26:30 Mac.14:26) após a celebração da Páscoa; Paulo e Silas "cantavam louvores a Deus" na prisão em Filipos, quando veio um terremoto abriu-se as portas da prisão. O autor de Hebreus cita Salmo 22:22 : "Cantar-te-ei louvores no meio da congregação" (2:12). Paulo cita o Salmo 18:49: "... cantarei louvores ao teu nome"(Rm.15:9). "Salmos, hinos e cânticos"(Cl.3:16), tomadas juntas, descrevem de modo global o âmbito da adoração expressa pela música e estimulada pelo Espírito. Em "Cânticos espirituais" (Cl.3:16), o termo "espirituais" refere-se a todas as formas de expressão de louvor contidas nos três termos, ainda que não possamos precisar as formas exatas da expressão musical. Os dons espirituais são considerados uma expressão de culto genuíno a Deus se tão somente forem motivados por amor genuíno pelos irmãos. O cristianismo possui dois pólos que são o conteúdo da fé, fundamentado na sua mensagem revelada, e a adoração prática, através da qual o cristão mantêm comunhão com Deus. Atualmente milhares de protestante, católicos e cristãos ortodoxos estão satisfeitos em participar de cultos de maneiras vazias, com apenas uma vaga percepção do conceito bíblico de adoração em Espírito e em verdade. Com o liberalismo a adoração passou a ser centralizada no homem negando a realidade de um Deus, sendo inevitável que as verdades religiosas se transformem em mitos. A teologia da libertação procura contextualizar a adoração num programa de ação sócio-político. Mas nós sabemos quão importante é o ato de se "invocar o nome do Senhor juntos". O Novo Testamento projeta uma visão de adoração que invade toda a vida com a presença e a glória de Deus.