Resumo de OS EVANGELHOS
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Evangelho é uma palavra de origem grega que significa “boa notícia”. A igreja primitiva colocou os evangelhos no início do Cânon do Novo Testamento por serem o fundamento da edificação de Atos e das Epístolas. A “boa nova” a respeito de Jesus Cristo inicialmente foi proclamada oralmente, vindo depois a ser escrita e considerada pela igreja primitiva como divinamente inspiradas por Deus. Essas boas novas do ponto de vista da fé cristã constituem um único Evangelho o Evangelho de Jesus Cristo, escrito por Mateus, Marcos, Lucas e João os quais diferem um do outro pela preposição kata (segundo), seguida pelo nome do nome do autor os quais relatam a história da salvação por Jesus Cristo. Todavia desde os primórdios o termo “evangelho” refere-se a cada uma das quatro narrativas da vida de Cristo, conforme registradas por cada autor. Em virtude dos habitantes da Palestina serem bilíngues e trilíngues, não se sabe exatamente em que língua os Evangelhos foram escritos originalmente, se em aramaico, grego, hebraico ou latim. Mateus, Marcos, Lucas e João receberam o nome de “evangelistas”, título que na Igreja primitiva correspondia às pessoas a quem, de modo específico, se confiava a função de anunciar a boa nova de Jesus Cristo (At 21.8; Ef 4.11; 2Tm 4.5. cf. At 8.12,40). Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas estão estreitamente relacionados. Os paralelismos presentes nas suas narrações apresentam três enfoques diferentes da vida do Senhor. Por essa razão e pelas muitas analogias existentes entre esses Evangelhos eles passaram a ser designados desde o séc. XVIII como “os sinóticos”, termo grego equivalente a “visão simultânea” de alguma coisa. Os sinóticos surgiram por volta dos anos 70. Após a publicação do Evangelho segundo Marcos, escreveu-se o Evangelho segundo Mateus seguido de segundo Lucas. Os dois últimos utilizaram-se quase que totalmente dos materiais inseridos em Marcos, ora relembrando-os e completando-os com outros, razão pela qual o Evangelho segundo Marcos parece se repetir nas páginas de Mateus e de Lucas. O Evangelho segundo Mateus que segundo a tradição foi escrito por Mateus, o publicano (9.9; 10.3), também chamado Levi, coletor de impostos, e que foi chamado por Jesus para ser seu discípulo, provê a ponte entre o Antigo e o Novo Testamento. Este Evangelho foi escrito na Palestina entre 80 e 100 a.C. Em seu primeiro versículo encontra-se o anúncio daquele evento há muito esperado: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. A contínua referência ao Antigo Testamento tem como objetivo demonstrar que as Escrituras têm seu pleno cumprimento em Jesus. O objetivo de Mateus foi comunicar aos judeus que Jesus viera cumprir as profecias do Antigo Testamento. O livro de Mateus narra a vida e o ministério do Messias as reivindicações do Messias e o sacrifício e triunfo do Messias. O Evangelho de Mateus contém o Sermão do Monte (Mt 5-7), e as chamadas “Parábolas do Reino” proferidas por Jesus no decorrer do seu ministério terreno. O Evangelho segundo Marcos, o segundo livro do Novo Testamento é o mais simples e mais breve entre os quatro Evangelhos. A quase totalidade do material contido em Marcos aparecem igualmente em e Mateus e Lucas exceto cinco passagens de Marcos (3.7-12; 4.26-29; 7.32-37; 8.22-26; 14.51-52) e alguns versículos isolados. Segundo igreja primitiva o Evangelho de Marcos foi escrito por João Marcos, seguidor próximo de Pedro (1Pe 5.13), companheiro de Paulo e Barnabé, em sua primeira viagem missionária, por volta de 67 d.C depois da morte de Pedro, porém o Evangelho em si, especialmente o cap. 13, indica ter sido escrito antes da destruição do Templo em 70 d.C. Marcos narra o ministério de Jesus na Galiléia e Judéia culminando em sua paixão e ressurreição. Este evangelho foi escrito para os romanos, com o objetivo de que estes tomassem como modelo de vida o sofrimento e morte de Jesus Cristo, visto que este povo dominante daquela época não tinha conhecimento do Antigo Testamento. O Evangelho segundo Lucas, foi escrito para os gentios, por Lucas, um médico grego, por volta do ano 70 d.C. Lucas é o mais extenso e abrangente dos quatro Evangelhos, apresentando Jesus como o Salvador divino–humano, que veio com o propósito divino de salvar todos os descendentes de Adão. O Evangelho de Lucas narra desde o nascimento e infância ao ministério de Jesus. Lucas em seu Evangelho quis transmitir uma mensagem de valor universal, ao apresentar Jesus “Filho do Altíssimo” (1.32), sob a denominação de “Filho do Homem” (6.22), que veio ao mundo estabelecer o reino de Deus entre nós. O Evangelho segundo João segundo a tradição foi escrito por João, filho de Zebedeu e Salomé, e irmão mais novo de Tiago. Em 20.31, João deixa claro o propósito do seu Evangelho: “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Apesar de seu caráter firme a ponto de ser chamado filho do trovão (Mc 3.17), por razões desconhecidas João foi exilado na ilha de Patmos (Ap 1.9), quando esteve em Éfeso. João em seu Evangelho apresenta Jesus de Nazaré como o Messias esperado, o Salvador e Senhor, “de quem Moisés escreveu na lei, e a quem se referiram os profetas” (1.45; 12.34,38-40; 15.25). João refere-se a Jesus como o Verbo, a Luz, a Vida e o Filho, revelando nitidamente o aspecto de Jesus Cristo. Os evangelhos foram escritos para dar a conhecer a Jesus Cristo, sua missão, e sua vital importância para nossa salvação.