Resumo de PANORAMA BIBLICO
Warning: Undefined array key "admin" in /home3/teolo575/public_html/paginas/resumo.php on line 64
Curso de Graduação Livre – Bacharelado em Filosofía
Disciplina: PANORAMA BIBLICO
Aluno: 2019033796
Clément R.S.Danilo
RESUMO
CONCEITO GERAL
Entre o homem moderno e os escritos bíblicos existem diversos abismos: culturais, geográficos, sociais, tecnológicos, religiosos, econômicos, etc.
O ignorar que o conhecimento dos contextos dos tempos bíblicos (a este contexto chamamos de Panorama) é uma necessidade faz com que muitas pessoas obtenham a pior interpretação possível de suas leituras bíblicas.
Para se realizar este estudo é necessário ter a mente aberta para poder compreender a mente de outras pessoas que viveram na antiguidade, muita pesquisa, assim como também é necessário saber de antemão que nunca se obterá um sucesso absoluto neste tipo de pesquisa.
Este tipo de conhecimento é importante também para que você comece a "sentir" como um homem da época, pois pesquisar sobre aspectos físicos pode ser de certo modo fácil, mas tentar entender os sentimentos de um homem da época isto sim é muito difícil, o que lhe provocaria ódio, esperança, patriotismo, choro, angústia, alegria, quais os fatos, aromas, paisagens, cerimônias que poderiam mexer com seus sentimentos e de que modo.
Não é suficiente você entender de que consistia o ofício de pastor, mas o sentimento que ele trazia consigo por ter a profissão mais desqualificada de toda uma sociedade.
Este tipo de estudo não nos leva somente a compreendemos melhor o texto bíblico, mas também os personagens bíblicos, tal como o próprio Jesus que era um judeu e vivia em meio a esta mesma sociedade alimentando-se e vestindo o que era comum.
Não conhecer este tipo de estudo foi o que instituiu em muitas igrejas pesadas tradições que tornou a vida cristã em uma masmorra, a maioria das tais igrejas apóiam-se nas epístolas aos Coríntios sem saber que o apóstolo Paulo estava em meio a uma sociedade completamente mergulhada na imoralidade, onde a prostituição é uma das fontes de renda da região.
HABITAÇÃO
Nos tempos bíblicos as casas eram constituídas de somente um cômodo, e eram pequenas tinham aproximadamente 15 m quadrados, uma escada lateral e externa levava ao telhado que era normalmente um segundo cômodo de toda casa naquela época, todas as atividades da família eram realizadas fora da casa.
Se a família tivesse poucos animais todos dormiam dentro da casa. No telhado da casa muitas atividades eram feitas.
As mulheres quase sempre trabalhavam no telhado, amassando pão, tecendo, secando frutas como figo, tâmaras, catando cereais, lavando ou secando roupas, etc.
Em alguns locais as casas eram ligadas umas às outras em meia parede, portanto os telhados também eram ligados formando uma grande passarela isto na época era chamado como uma rua de telhados que por muitos eram usadas como ruas comuns.
Jesus certa vez disse que no dia do juízo quem estiver no telhado não deveria descer para pegar nada em casa.
Nos tempos bíblicos além das casas hebraicas serem pequenas eram também escuras, pois, a janelas eram poucas, pequenas e localizadas no alto das paredes.
A mulher que sempre fazia o papel de dona-de-casa tinha inúmeros deveres, dentre os quais manter a lâmpada acesa.
As refeições eram feitas em cima de uma pele ou esteira que se estendia no chão, as mesas e cadeiras eram coisas de pessoas ricas, nem sequer uma banqueta era utilizada entre os hebreus.
Havia também os tapetes, que era coisa de casas mais ricas, assim como divãs.
Os vasilhames eram tigelas ou jarras geralmente de barro colocadas em rentes prateleiras, onde guardava de tudo, desde substâncias medicinais, azeite, a água e outros; em casas mais ricas os vasilhames poderiam ser de materiais mais caros tais como cobre, bronze, porcelana, e até decorados.
Os quintais eram sem dúvida a parte da casa que a família mais apreciava, o tamanho dele, o que possuía, e de que modo eram decorados variavam de acordo com a condição financeira da família, mas a maioria das casas tinham quintal pequeno.
Geralmente era bastante utilizado pela família, um centro de atividades, alguns eram calçados com ladrilhos, e a maioria deles possuía um poço, quem não possuísse um tinha de buscar água no Rio mais próximo.
Pessoas mais ricas tinham água encanada e cidades mais sofisticadas tais como Cesáreia e Tessalônica, possuíam uma ampla rede de esgoto.
CIDADES E POVOADOS
Nos dias de Jesus Cristo havia aproximadamente 240 cidades somente na Galiléia. Estes povoados eram bastante pequenos não tinham sinagogas nem tribunais, Belém e Emaús são exemplos dessas cidades, já Nazaré pelo seu tamanho nem era considerada nas listas oficiais tanto dos judeus como dos romanos.
As cidades grandes eram geralmente cercadas com muralhas.
Por volta do primeiro século foi criada uma lei que desobrigava a esposa de seguir o marido se este resolvesse mudar de uma cidade para um povoado vice-versa por causa da mudança drástica de hábitos que sofreria.
A hospitalidade era uma característica marcante do povo judeu, sempre que chegava uma visita a uma casa judaica esta deveria ser recebida com toda atenção os seus pés deveriam ser lavados coisa que geralmente é feito pela esposa do anfitrião, nas casas de pessoas mais ricas os escravos faziam isso.
Não receber uma visita era considerado paganismo.
Todo forasteiro deveria ser recebido como amigo, e lhe deveria ser dado abrigo, alimento e roupa se fossem necessário.
Na época dos patriarcas era comum a vida em barracas, eram acampamentos fáceis de montar e desmontar, pois eles constantemente viajavam de uma região a outra em busca de boas pastagens para os gados de ovelhas, naqueles tempos até mesmo os homens que viviam nas tais tendas almejavam um dia habitar em residências fixas, morar em barracas não era algo desejável.
Os hebreus não tinham natureza nômade nem se habituavam a morara em barracas, mais desde o início a história deles vem sendo marcada por este tipo de habitação, antes mesmo de Abraão algumas pessoas já vivem em barracas, um personagem antediluviano "Jabal" foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado, talvez ele tenha sido o primeiro nômade.
Enquanto a vida em barracas era ruim e muito simples para alguns, para os patriarcas tal como o Abraão era bastante suntuosa, pois, ele era um homem muito rico e possuíam muitos escravos e pastores, nada lhes faltava, de tudo tinham em abundância.
Foi com a ida da família de Jacó para o Egito que terminou a fase da vida em barraca por séculos, tal o hábito só reiniciou com a peregrinação do povo hebreu pelo deserto, pois durante os 40 anos habitaram barracas novamente, e novamente chegou o fim com a entrada na terra de Canaã sob a liderança de Josué.
FAMÍLIA
Nos tempos do Novo testamento a estrutura familiar já havia sofrido muitas alterações, os pais tinham dificuldades em manter intactas suas tradições, a Palestina já havia sofrido diversas mudanças culturais por causa dos gregos e agora com os romanos, tinham recebido forte influência externa, pais e filhos não concordavam sobre cosméticos, práticas esportivas, vestimentas, práticas religiosas e outras coisas mais, tínhamos uma sociedade modernista. E o que mais contribuiu para este modernismo foram os novos meios de comunicação e de transporte, se tornou mais fácil viajar e a correspondência era remetida com mais facilidade e chegavam ao destinatário mais rapidamente. As tais estradas traziam viajantes de todas as partes cada um com suas idéias e seus costumes, eram mercadores, operários, filósofos, etc.
Quando Jesus apareceu suas idéias sociais chocaram tantos liberais quanto os preconceituosos, pois ao passo que ele pregava uma volta aos valores tradicionais buscava também uma atitude de mais compaixão e compreensão entre as pessoas.
Sua receptividade para com as mulheres e para com as crianças deixava as pessoas admiradas e escandalizadas, e alguns de seus ensinamentos sobre perdão e divórcio eram bastante diferente do que as pessoas estavam acostumadas.
Na sociedade judaica o pai geralmente era compassivo e amoroso e não uma espécie de tirano diante do qual todos se curvavam, na família hebraica a autoridade do pai sempre prevalecia.
O conceito judaico de pai achava-se fortemente associado a paternidade de Deus, por isto o pai era visto como alguém justo e misericordioso; Jesus quando se dirigia em oração a Deus o chamava de "Aba", que em hebraico significa papai, uma expressão usada por crianças.
O pai tinha a responsabilidade de prover para as necessidades de sua família, se não quisesse sustentá-la, seria considerado o pior do que um incrédulo, a não ser que fosse fisicamente incapacitado; tinha também de providenciar a educação dos filhos e lhes ensinar o ofício, nas famílias mais pobres os próprios pais se incumbiam disto.
O relacionamento entre marido e esposa era também muito amoroso, mas o homem judaico entendia que a sua mulher era sua propriedade como uma casa ou uma cabeça de gado por causa da interpretação errada de Êxodo 20:17
A mulher hebréia era treinada desde criança para ser dona-de-casa, e além disso, na maioria das vezes trabalhava também nos campos.
A sua liberdade dependia da sua criatividade ela poderia exercer atividades profissionais como mulher de Provérbios 31.
O Antigo Testamento não obriga mulher a ter uma vida restrita a casa e a família, muito pelo contrário o próprio livro de Provérbios 31 a estimula a negociar e a ter liberdade, as limitações que as mulheres sofriam tinha como origem a tradição criada por maridos autoritários; o antigo testamento somente dava realmente mais regalias ao homem, que poderia divorciar-se de sua mulher somente apresentando lhe um "termo de divórcio" por motivos banais tal como não gostar mais de sua comida, enquanto a mulher não poderia fazer nada mesmo que fosse traída pelo marido.
Um dos motivos dos judeus não teria gostado das pregações de Jesus, foi porque o senhor estabelecia igualdade entre os cônjuges, negando o homem o direito de proceder deste modo.
Era um desejo de todo casal ter muitos filhos os que não podiam ter filhos eram vistos com olhos de piedade.
Quando havia alguma separação a mulher ficava com a custódia das filhas e o homem com custódia dos filhos, em raros casos o juiz quebrava este protocolo.
Cuidar bem dos filhos para o casal era modo de obedecer a Deus e demonstrar à sociedade a sua competência.
A criança menino ou menina nos primeiros anos de vida ficava inteiramente sob cuidados da mãe, mas o menino quando um pouco crescido já começava a ser cuidado instruído pelo pai que já o ensinava um ofício e já o educava, assim como a menina continuando sob os cuidados da mãe aprendia todas as coisas relativas às atividades femininas.
É incrível a noção de educação que tinham judeus na época dos tempos bíblicos, pois davam as crianças a possibilidade de crescerem de um modo muito sadio, como conseqüência da observância das leis dadas por Deus; a criança tinha obrigação de fazer pequenas tarefas em casa, ou com o pai se fosse menino deste modo adquiriam senso de responsabilidade.
As crianças tinham tempo para aprenderem nas sinagogas, de aprenderem com o pai ou com a mãe a sua profissão, tinham suas ocupações que nunca tomavam muito tempo, pois, o tempo dado a elas para brincar também era importante.
A proximidade com os pais é muito importante pois estas crianças viviam numa sociedade pluralista, e sofriam influência de outros povos e outras culturas, seus pais sabiam que ao sentir-se bem em seu meio as crianças não um optariam por um caminho diferente.
A família hebraica sempre foi muito numerosa, e geralmente todos sempre moravam na mesma localidade.
Os idosos geralmente viúvos ou não ainda procuravam prover o sustento para sua própria casa, mesmo depois dos filhos se casarem e morarem em outras casas com suas famílias; mas quando do idoso não tinha mais condições de trabalhar, então era obrigação dos filhos perante Deus perante a sociedade de arcar com o sustento dos pais do melhor modo que pudesse faze-lo.
Geralmente quando uma mulher ficava viúva ela recebia uma herança do marido que poderia ser rica ou pobre, mas se a viúva fosse muito idosa e não pudesse mais administrar os seus bens, o herdeiro era então o primogênito que também tinha por obrigação cuidar de sua mãe, o antigo testamento tinha advertências graves para que tentassem aproveitar-se de uma viúva.
Se uma mulher jovem ficasse viúva, deveria se casar de novo, mas se ela não tivesse filhos a lei obrigava o irmão do marido a casar-se com ela.
VESTIMENTA E VAIDADE
As vestes já nos tempos do antigo testamento não eram sem graça, mas bonitas e bem elaboradas, desde os tempos de Moises até Jesus o traje hebreu era a túnica.
Haviam muitos pigmentos de tecidos, a túnica poderia ser toda pigmentada para receber decorações feitas com fios pigmentados de outras cores, como bordados; ou mesmo já ser feita com os fios pigmentados formando as decorações que não poderiam retratar homem ou animal algum por causa do perigo da idolatria.
Nos tempos de Jesus com a influencia grega e romana nos costumes judaicos, a túnica poderia ter sofrido também influencias.
Quanto a origem do tecido haviam de dois tipos: animal e vegetal. A seda era famosa e cobiçada, mas somente poderia ser adquirida por alguém muito rico, pois era caríssima, importada do extremo oriente.
Os de origem vegetal eram o linho e algodão, mas este último somente chegou à Palestina após o cativeiro babilônico, portanto já era abundante nos tempos de Jesus.
As tinturas tinham origem animal, vegetal e mineral; eram extraídas de insetos tal como o carmim, ou de romãs tal como o rosa, o amarelo do açafrão, etc.
Havia uma verdadeira industria que gerava muito capital no campo da produção de matéria prima, fios, tecidos, pigmentos e no serviço de pigmentação, a arqueologia tem encontrado grandes estruturas em todo o mundo antigo.
As peças de roupas básicas do judeu consistiam em: bolsa de dinheiro, xale, calçados e calcados extras, túnica exterior, túnica ou veste interior, cinto, chapéus ou adornos para a cabeça, isto não significa que ele andava com tudo isto de uma vez, o normal era vestir as sandálias as vestes interiores, a exterior (túnica) e o cinto, além disto somente seus apetrechos de trabalho.
Algumas túnicas tinham como decoração franjas na bainha e mais tarde as túnicas internas ganharam também tal decoração e também por último os xales de oração, Inicialmente estas franjas eram pressas as roupas com cordões azuis, e tinham como objetivo lembrar os mandamentos de Deus (Números 15:37-41).
Depois de algum tempo muitos hipócritas passaram a exagerar nas tais franjas e as faziam bastante grande e vistosa para parecer mais religioso, isto chamou a atenção do mestre Jesus que em Mateus 23:5 fala sobre tais franjas, e agora podemos saber o que quis dizer com – “E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios e alargam as franjas de suas vestes”.
A cobertura mais comum que os judeus usavam servia para proteger a cabeça e a nuca do forte sol do deserto, constituía-se num lenço quadrado e grande dobrado em dois de modo a formar um triangulo, ele era colocado na cabeça com as três pontas para traz e caídas em cima da nuca, este lenço era fixado com uma corda amarrada no alto da cabeça. Assim como em todas as outras peças de roupa este lenço poderia ser simples ou de nobre confecção, liso ou decorado.
Algumas mulheres judias usavam véu enrolado em torno da cabeça. O turbante também era usado.
Existiam dois tipos de calçados, os sapatos e as sandálias. As sandálias eram bem simples. Já os sapatos eram semelhantes as nossas botas de cano médio.
Não era permitido calçar um sapato no dia de sábado, pois, o seu principal objetivo era as grandes caminhadas ou mesmo viagem e por ser o sábado dia de descanso era então proibido o uso de botas nesse dia.
PERFUMES, COSMÉTICOS E ADORNOS.
O uso do perfume faz-se a parte dos costumes do povo israelita, Jesus quando esteve entre nós naquela época não fez nenhuma proibição quanto a isso.
Os cremes também eram bastante usados e não só por mulheres, mas, também por homens para hidratar a pele, por causa do clima seco e quente.
O incenso era largamente utilizado na época de Jesus Cristo para se perfumar o ambiente das casas judaicas, muitas eram as fragrâncias. Eles queimavam incenso dentro de casa para afastar os insetos e perfumarem o ambiente.
Assim como os perfumes eram usados para adorar a Deus, eram usados também em situações indignas como em provérbios 7:17 onde a prostituta perfuma sua cama com mirra, aloés e cinamomo.
Na cidade de Betânia, Maria derrama sobre a cabeça de Jesus um frasco cheio bálsamo de nardo, ao ver isto Judas ficou transtornado, pois o valor daquele frasco equivalia a um ano de trabalho para um trabalhador comum.
Quando alguém recebia uma visita em casa era um costume da época que o dono da casa ungisse a cabeça do convidado com óleo, isto geralmente era feito em banquetes.
Todos os tipos de cosméticos que temos hoje em dia já existiam na Antiguidade, e eram bastante apreciados tanto por gentios como por judeus.
As mulheres pintavam as unhas das mãos e dos pés e usavam batom, também pós faciais, rouge, e maquiagem para os olhos.
Em 870 Ac a rainha Jesabel já se maquiava de acordo com o estilo das mulheres fenícias, os profetas Jeremias e Ezequiel falam dos cosméticos de forma depreciativa, mas Jesus nada observou sobre isto.
As jóias eram bastante comuns também naquela época.
Os judeus e cristãos tinham restrições quanto ao uso de jóias, pois os pagãos lhe atribuíam poderes sobrenaturais a elas.
Os egípcios usavam jóias bastante extravagantes como largos colares, mais os judeus gostavam de correntinhas, colares, anéis e pulseiras.
As mulheres judias tinham o costume de confeccionar um colar com dez moedas de dracma, que era usado na ocasião de seu casamento, talvez daí venha o significado da parábola da dracma perdida (Lucas 15:8).
Jesus usava barba, embora isto não tem nenhuma importância teológica, pois se tratava de um costume de seu povo, na época de Jesus a barba raspada significava que o povo fora derrotado. Mas havia os judeus que sofreram influência greco-romana que usavam sua barba raspada.
Os sacerdotes não poderiam entrar no templo se a barba estivesse aparada.
Jesus cresceu em Nazaré, e de acordo com alguns documentos históricos o cabelo e a barba nesta região eram usados penteados divididos no meio, e os cabelos compridos até os ombros.
Desde a época do império grego já havia na palestina, pessoas com a profissão de cabeleireiro e massagista, alguns judeus não se acostuma com o esta idéia.
Apesar dos cabelos brancos serem bastante respeitados entre os judeus, alguns preferiam tingidos, pois preferiam parecerem mais jovens do que as honrarias que são atribuídas aos anciãos; o rei Herodes pintava seus cabelos de preto.
Na época de Jesus Cristo havia vários cortes de cabelos masculinos, os gregos o usavam bem aparados, já os judeus os usavam compridos até os ombros ou muito comprido.
Existiam já também as perucas postiças feitas com pêlos de animais e até mesmo com cabelo natural.
Geralmente tanto gentio como judeu gostavam sempre de estar com o cabelo muito bem arranjado penteado e perfumado.
Jesus também não fez nenhuma proibição quanto a este assunto.
COZINHA
Nos tempos bíblicos as famílias tinham alimento em abundância, eles tinham hortas nos quintais, criavam galinhas, e gados, tinham árvores frutíferas, e sempre uma vinha.
O que faltava era adquirido na maioria das vezes em permutas, com negociantes de outros tipos de mercadorias, tais como peixes e cereais.
Para quem tivesse melhores condições financeiras, haviam também os alimentos importados.
A alimentação de quem havia saído do judaísmo para o cristianismo sofria uma forte mudança, pois, ao passo que os judeus tinham muitas restrições para alimentarem-se os cristãos gozavam de uma ampla liberdade, principalmente após os escritos de Paulo.
Como naquela época não havia refrigeração os pescados deveriam ser consumidos frescos ou salgados, o processo de salgar era muito comum, havia muitas salgas.
Alguns tipos de peixes eram consumidos somente por gentios, pois, os judeus pela lei de Moises somente poderiam comer peixes de escamas, então as raias, bagres e enguias eram consumidas somente por gentios.
Os crustáceos eram proibidos pela lei, talvez fosse pelo fato de ser difícil de conservar, mas eram também exportados. As perolas eram comercializadas, mas, as ostras não podiam ser consumidas.
A pesca era abundante e gerava divisas para o estado, pois havia uma porta de Jerusalém conhecida como a porta do peixe, e era por lá que os peixes entravam após serem comprados no porto, lá também ficava sempre um dos coletores de impostos do estado romano.
A forma mais comum de preparar o peixe era assa-lo sobre braseiro e isto é muito saudável, é o que conhecemos por churrasco.
O sal nos tempos bíblicos era usado por todos os povos de várias maneiras: Para salgar alimentos, conservando-os; As ofertas queimadas e de manjares deveriam ter sal; Para esfregar em recém nascidos como anti-séptico; Inutilizar a terra semeando sal nela. Isto era feito por exércitos inimigos para enfraquecer por longíssimo prazo a nação invadida, ao deixa-la saberiam que não se recuperaria e não representaria ameaça nunca mais.
O vinho era muito apreciado por muitos e rejeitado por outros. Os judeus consideravam o vinho uma dádiva de Deus, e criam que o próprio Deus ensinou a Noé o segredo de sua fabricação.
Nos tempos bíblicos eram usados a cebola, alface, alho, beterraba, pepino, vagens, lentilhas e alho porro. Estas verduras eram consumidas cruas cozidas ou temperadas em saladas.
As carnes consumidas eram de vacas, ave domestica, cabras, cordeiros, ou aves selvagens como codornas, perdizes e gansos, também comiam caças como veados, gazelas, corça, etc.
Os Judeus não poderiam comer carne de porco, lebre, camelo e muitos outros animais.
Os cereais mais comuns eram o trigo, a cevada, o centeio e o painço (uma espécie de capim comestível). Quase todos os pães eram feitos de trigo e cevada, também eram feitos pães de centeio.
Muitas frutas eram consumidas, tais como uva, figo, romã, tâmara, amora, pistácio, castanhas, melão, melancia, etc.
O alimento era servido na mesma vasilha em que era preparado, não havia talheres e todos comiam com as mãos.
O comer na mesma vasilha era para eles importante, um sinal de união, e se houvesse um convidado, era um gesto cordial o anfitrião pegar um bocado de alimento da vasilha e dar-lhe; eles pegavam o pão com a mão e introduzindo-o na vasilha pegavam o seu bocado.
Era sinal de muita má educação levar a mão a vasilha junto com outra pessoa, faziam como fazemos hoje –“primeiro você por favor”, então imagine só Judas levando a mão a vasilha junto com o mestre (Mateus 26:23), isto denota a tremenda falta de consideração de Judas para com Jesus.
Para os judeus era muito importante lavar as mãos antes e depois das refeições, já que pegavam os alimentos com as mãos.
Pelo regulamento judeu tinha de se lavar as mãos jogando água nos dedos e deixa-la escorrer até os pulsos, o que era para ser um ato simples de higiene virou um ritual religioso, e tudo isto deveria ser feito com uma quantidade de água igual a um ovo a meio.
Quando os fariseus criticaram Jesus por não ter lavado as mãos (Lucas 11:38), na verdade o criticaram por não ter lavado as mãos segundo este critério. Você poderia tomar um banho, mas se não cumprisse este ritual para eles você estava de mãos sujas.
Um problema sério era os insetos: mosquitos, moscas e pulgas, a água para o consumo tinha de estar sempre bem tampada e apesar disto os insetos sempre entravam nas vasilhas, por isto a água antes de ser consumida era coada; por isto o povo entendeu claramente quando Jesus falou em coar mosquitos (Mateus 23:24).
MEDICINA
Naqueles tempos, existiam os médicos formados em escolas altamente capacitadas o que equivaleria para a época a um curso superior, mas também havia os charlatões que ministravam porções mágicas e outras coisas mais.
Quem necessitasse de um atendimento deveria confiar sua vida na mão de um médico, e eles eram muito mal vistos, pois, a medicina na época era muito limitada e não tinha cura para muitas doenças, o que o médico podia fazer na maioria das vezes era melhorar o padrão de vida de um enfermo, mas não cura-lo.
O honorário do médico era uma questão delicada, muito achavam que eles não deviam cobrar pelo seu trabalho, o talmude expressa esta idéia.
Havia muitas e boas escolas de medicinas, Israel tinha escolas em Tessalônica, Laodicéia, e outras cidades, mas a maior e melhor era a de Alexandria no Egito que foi fundada em 300 Ac. Os professores de Alexandria tinham muitas instruções especificas acerca de muitas enfermidades.
Mas os médicos não eram todos clínicos gerais, pois já havia também os especialistas, que também viajavam para fazer cursos, dar aulas ou clinicar, já havia os dentistas, psiquiatras, ginecologistas, obstetras, etc.
Na Palestina o governo exigia do médico uma licença especial para clinicar. Era uma profissão muito difundida, pois em todas as cidades havia pelo menos um médico. Os rabinos exerciam a medicina também, muitos deles estudavam medicina.
Havia também muitos instrumentos cirúrgicos, tais como: Serras, pinças, bisturis, grampos, etc. com os quais se faziam muitos tipos de cirurgias diferentes.
Os judeus chagavam a remover cataratas dos olhos e cirurgias no cérebro através de aberturas quadradas no crânio. Muitas cirurgias cerebrais tinham sucesso.
Muitos ossos já foram descobertos com placas de metal inseridos.
Já faziam pernas e braços postiços, pois em muitos casos a medicina limitada da época somente achava a solução em uma amputação, os rabis proibiam as pessoas de andarem com suas próteses no sábado, pois carrega-las poderia significar trabalho.
Havia as dentaduras e os dentes postiços, e eram muito usados.
Os dentes postiços eram feitos de madeira, marfim, ossos, prata, ouro, etc.
Os farmacêuticos na época fabricavam medicamentos, cosméticos, perfumes, tinturas de cabelo, preservativos, e outras substâncias.
Os preservativos eram feitos com a membrana do intestino do porco, um dos lados era amarrado firmemente com um nó, e segundo conta a história Cleópatra já os usava no Egito, os judeus não os usavam, mas as mulheres gregas e romanas usavam.
MATRIMÔNIO
Apesar do casamento ser uma instituição estabelecida por Deus, ele tem tido diversos problemas ao longo da história, e tem sido constantemente maculado pela humanidade, pois, muitos traem o cônjuge, e muitos outros casados se tratam mal ou com indiferença. Mas o fato é que muitas pessoas casam-se sem se conhecerem bem, ou sem saberem que uma vida a dois inclui ambas as partes abrirem mão de algumas coisas, ai é que surgem os desacordos.
Um casal cristão é diferente, pois, conta com a orientação bíblica para sua vida, onde é exigidos fidelidade, compreensão, respeito mútuo, amor, etc.
A família de lá para cá sofreu muitas mudanças em suas bases, mas o objetivo central permanece até nossos tempos que é uma união para toda a vida.
Nos tempos do AT a poligámia era uma prática comum, todos os homens mais ilustres tinham mais de uma esposa, e os que não tinham era somente por motivos financeiros, porque não podiam sustentar mais de uma família, já que Deus exigia que todas as esposas e os filhos fossem tratados com a mesma dignidade e importância.
O costume era tão comum que a própria Sara, mulher de Abraão lhe sugeriu que tomasse a Hagar (a escrava egípcia) por mulher, havia também uma forte pressão cultural para que o homem tivesse muitos filhos.
Esposas e concubinas eram coisas diferentes, as concubinas geralmente eram mulheres pobres que entravam para a família por algum motivo, geralmente como servas ou prisioneiras de guerra ou simplesmente presentes de outros homens, e passado um tempo já tinham relações como os seus senhores, os filhos das concubinas deveriam ter os mesmos direitos dos filhos da esposa, herdavam os bens em igualdade. O Rei Salomão possuía 300 concubinas.
Os jovens casavam-se muito cedo, num determinado momento os rabis decidiram que a idade mínima para a mulher era de 12 anos e para o homem de 13 anos, mas algumas crianças casavam-se até antes disto e algumas meninas, já com seis anos, estavam comprometidas.
Se um homem viesse a ter relações com a noiva de outro, devia ser apedrejado até a morte por crime de adultério, mas se a moça não fosse comprometida devia pagar ao pai dela a indenização, o dote e se casar com ela.
Os casamentos mistos eram mal vistos, principalmente porque se deveria manter a pureza religiosa,
O VT estabelece uma regra geral para o divorcio em Deuteronômio 24:1, mas o caso relatado por esta passagem não engloba todos os motivos que realmente poderiam surgir.
Nos dias Jesus havia duas interpretações acerca desta passagem; A escola do Rabi Shammai interpretava que Deuteronômio 24:1 referia-se somente a casos de adultério, já a escola do Rabi Hillel dizia que Deuteronômio 24:1 permitia ao homem separar-se por qualquer motivo, até mesmo se queimasse a sopa ou simplesmente se encontrasse outra que lhe agradasse mais.
A carta de divorcio de que fala Moisés e Jesus, dava direito à mulher casar-se novamente.
O SEXO
Nos tempos bíblicos os casais tinham uma vida sexual satisfatória, praticavam sexo por desejo de procriação e por prazer também.
A Bíblia trata do assunto do sexo abertamente, muito mais do que é tratado hoje em muitas igrejas. Não há na Bíblia restrições sobre sexo para pessoas casadas.
As religiões das outras civilizações que conviviam com os judeus, sempre promoviam alguma espécie de prostituição cultual, esta atividade sempre estava associada ao conceito de fertilidade, quando um agricultor queria obter colheitas mais fartas ou rebanhos mais produtivos ele necessitava recorrer aos deuses da fertilidade, se o casal não pudesse ter filhos deveria fazer o mesmo. E a forma de agradar ou estar em harmonia com os deuses da fertilidade era ter relações sexuais com as prostitutas ou prostitutos cultuais, eles estavam no tempo para servir a estes deuses e sua função era manter relações com todos que fossem procura-los.
Mas não era somente com o sexo que se “agradavam estes deuses” (não se pode agradar o que não existe), mas também com sacrifícios que na maioria das vezes eram de crianças, eram sacrifícios feitos a Baal, a Moloque ou a Quemós.
Na época em Que Paulo esteve em Corinto havia mil prostitutas no templo da deusa Afrodite. Naquela época, aquela sociedade não dava nenhuma conotação moral ao sexo, ser virgem ou prostituta era estado moralmente neutro, o que Paulo pregou por lá, que a prostituição era imoral, que as pessoas deveriam ter um cônjuge e ser fiel a eles eram conceitos absolutamente diferentes; tudo o que é considerado imoral hoje naqueles tempos era absolutamente normal.
O homossexualismo é praticamente quase tão antigo quanto a humanidade. Os hebreus não desconheciam o problema, pois nos tempos de Abraão as cidades de Sodoma e Gomorra foram destruídas por causa de sodomia.
A palavra é clara quando proíbe o homossexualismo, (Romanos 1:18-32 e 1ª Coríntios 6:9, 10).
Para os judeus a idade mínima de uma menina casar era de 12 anos e para o menino 13, isto para nós seria pedofilia, mas se uma menina de 12 anos se casasse já deveria satisfazer seu marido e ter filhos.
Talvez fosse considerado crime entre os judeus ter relações com crianças abaixo da idade estipulada, ou com crianças muito pequenas causando lesões físicas ou não, mas entre os gentios, sinceramente ficamos em duvida visto que os pais tinham até o direito de matar os filhos.
A nudez sempre foi abominada pelos judeus, eles se vestiam com muita decência, mas em compensação era muito comum entre os gentios, pois os gregos praticavam esportes nos ginásios nus, por isto havia uma controvérsia se os jovens judeus poderiam praticam esportes.
Quando Deus criou Adão e Eva as primeiras uniões deveriam ocorrer entre irmãos, e posteriormente entre parentes de 2º grau, tios, sobrinhos, primos, etc., pois todos eram descendentes de um só casal, mas com o passar do tempo, o próprio Deus proibiu o incésto em Levítico 18:6-18; isto foi feito por Deus no momento oportuno.
Esta prática era proibida pela lei romana, tudo poderia ser comum, homossexualismo, prostituição, pedofilia, mas incesto era proibido.
Praticar sexo com animais nem pensar, isto para os hebreus sempre foi um horror. A lei é clara sobre sexo com animais em Deuteronômio 18:23; 20:15, 16.
O Adultério
Enquanto esta era uma pratica comum entre os gentios, entre os israelitas era considerado crime, e o crime era a execução.
Se um marido desconfiasse que sua mulher o havia traído, então ela deveria se submeter ao ritual descrito em Número 5:16-31.
Se um homem fosse pego em traição com a esposa de outro, ou uma mulher com o marido de outra, ambos deveriam ser executados, e na maioria das vezes isto era feito por apedrejamento. Os israelitas eram o povo da época que tinham mais noção de família, devido as inúmeras leis que proibiam todas as atividades imorais pagãs.
A MULHER
Estamos no Século XXI e muitos ao lerem a Bíblia pensam se tratar de um livro que assume uma personalidade machista, mas não é verdade; nos tempos bíblicos, a mulher não tinha os mesmos direitos do homem, mas isto variava muito dependendo da liberdade que o homem dava a ela, e também de suas qualidades de liderança e habilidades, a sociedade israelita sabia das qualidades da mulher e do que elas seriam capazes de fazer se fosse necessário, pois em Provérbios 31 escrito a aproximadamente 800 anos antes de Cristo já falava sobre a mulher virtuosa.
Outro fator era a lei judaica que punha sempre a mulher abaixo do homem, ao passo também que zelava pelo seu bem estar.
A história hebraica e a cristã conta com mulheres fascinantes cuja atividade foi decisiva em momentos importantes, tal como: as parteiras hebraica que desobedeceram ao decreto do faraó, Joquebede mãe de Moisés que salvou sua vida, Débora que foi juíza e comandou um exército quando Baraque se acovardou, Éster que arriscou-se para salvar o seu povo, a profetiza Hulda; No NT só na carta aos romanos temos Priscila, Trifena e Trifosa, Maria, Julia e Olimpas; e na lista dos heróis da fé em Hebreus 11 constam duas mulheres Sara e Raabe. Aliás, um dos grandes atrativos do cristianismo para as mulheres era a liberdade da qual agora gozariam.
As filhas eram na maioria das vezes muito amadas pelo pai, e quando um marido destratava ou humilhava sua esposa o pai e os irmãos dela vinham em sua defesa e advertiam seriamente o seu marido. Muitas mulheres também eram muito amada pelos maridos, como Jacó amou a Raquel e Isaque amou a Rebeca.
As mulheres tinham uma vida muito ativa entre os cristãos elas trabalhavam no grupo e eram muito bem consideradas, tudo isto porque Jesus quebrou muitos tabus com relação as mulheres, ele falava com elas, as tratava bem, muitas eram seguidoras e aceitava suas contribuições.
As mulheres também tiveram o privilégio de serem as primeiras a saberem da sua ressurreição.
O cristianismo nasceu já dando a mulher muita estima e admitindo-as trabalhando ativamente em meio a comunidade, isto se deve ao fato de Jesus quebrar todas as barreiras sociais, ele falava com elas, as admitia como seguidoras, aceitava suas contribuições, etc.
Neste aspecto o cristianismo representava uma revolução social; Jesus pregou o reino de Deus em igualdade para homens e mulheres, onde a fé e as atitudes tornavam as pessoas muito ou pouco dignas da salvação.
Em meio aos judeus mais rígidos as mulheres não podiam participar do culto e deveriam sentar no fundo e manter distancia dos homens, não podia ler na sinagoga, não tinham direito a educação, não eram consideradas inteligentes, e tinham no templo uma área destinada a elas chamada “pátio das mulheres”.
TRABALHO
Nos tempos bíblicos quem não trabalhasse e muito era mal visto, você até poderia ser um negociante de sucesso, mas deveria trabalhar do amanhecer ao anoitecer; os judeus consideravam que o homem foi feito para o trabalho. O conceito de que trabalhar é honroso manteve-se no NT
Nos dias de Jesus, já havia na Palestina aproximadamente 500 mil pessoas e em Jerusalém umas 25 mil, mas estes números podem ser maiores, era uma sociedade complexa que consumia muitos tipos de produtos e serviços.
Havia corporações para cada tipo de atividade, elas funcionavam como sindicatos e também como cooperativas.
A origem destas, instituições perde-se no tempo, a 24 séculos antes de Cristo já havia uma corporação em Sumer.
Geralmente a presença de matéria prima em uma determinada região fazia dela centro de alguma atividade e, portanto, era um centro de várias corporações especificas.
Estas corporações com o tempo passaram a se tornar tão ricas que o próprio governo romano preocupou-se com ela, mas elas também enriqueciam o império que sempre cobrava altas taxas para tudo o que se fazia, nesta ocasião o governo passou a exercer poder sobre elas.
As corporações passaram a ser motivo de rivalidades, e muitos associados impediam membros de outras associações de instalarem-se ou morarem em suas cidades.
Havia também as greves contra as corporações, patrões e até contra o governo, a história conta muita delas, em uma delas os pedreiros da Babilônia pararam suas atividades enquanto não recebessem do rei por seus serviços, aliás, tais pedreiros em nossos dias seriam considerados finos escultores, no 1º século houve uma greve de padeiros que faziam os pães para o cerimonial judaico.
Havia uma certa pressão de caráter ameaçador para quem, tentado fugir das associações contratassem trabalhadores estrangeiros não sindicalizados, tais pessoas acabavam tendo de despedir estes funcionários e readmitir os ex-empregados pagando o dobro por seus serviços; e ninguém era poupado, certa vez isto aconteceu com o próprio templo judaico.
Carpinteiros
Os carpinteiros não fabricavam somente móveis, mas muitos objetos e utensílios, faziam tambores, carros de bois, portas, arados, baús, carroças, grades, janelas, e havia os que sabiam fazer dentes postiços.
Curtidores
O couro era um produto essencial, com ele fabricavam-se sandálias, tendas, bolsas, recipientes, peças de vestuário, membranas de instrumentos de percussão, armadura, pergaminho, etc.
Mas o curtidor apesar de importante para a sociedade era mal visto, pois trabalhava com animais mortos, e segundo a lei estava constantemente impuro. Os curtidores sempre moravam longe das cidades por causa de sua impureza, porque a sua atividade necessita de muita água e porque as substancias que usavam tinham um odor forte e desagradável.
Correios
Já no século VI AC os persas tinham serviços organizados de correio. As estações ficavam a um dia de viagem uma das outras e eram próprias para acolher os mensageiros.
Filósofos
Já nos tempos de Sócrates (IV ac) e muito antes disso, havia os filósofos que ganharam dinheiro ensinado as pessoas sua sabedoria.
Eles eram bem pagos por pais de jovens que tinham boas condições, financeiras para conviverem com seus filhos, e lhe ensinassem parte de suas sabedorias.
Açougueiros
Era uma profissão muito comum, em todas as cidades tinham alguns, e eles tinham sua própria corporação.
Banqueiros
Os bancos começaram a surgir dois séculos antes de Cristo e apesar de serem simples escritórios já se faziam neles muitas operações financeiras:
Eunucos
Nem todos eunucos eram castrados, alguns simplesmente assumiam este papel, eles deveriam ser sexualmente inativos, pois eram os guardas e servos dos haréns.
Hoteleiros
Nos tempos de Jesus a vida já havia as hospedarias. Nesta época as pessoas alugavam o teto de suas casa ou outro cômodo para visitantes dormirem.
Jardineiros
A Bíblia fala pouco desta profissão, mas, ela já existia, o jardineiro também era chamado de hortelão (João 20:15).
Marinheiros
Os grandes navegadores da época eram os fenícios, os israelitas não tinham muito contato com o mar, e só passaram a arriscarem-se a medida que a nação enriquecia e que o transporte de materiais e passageiros passou a aumentar.
Mendigos
Devido ao grande numero de lesões, defeitos de nascença e desemprego isto teria se tornado uma forma de vida comum, alguns até nasciam e morriam na mendicância.
Mercadores
Havia basicamente dois tipos de mercadores, o primeiro produzia e vendia seus produtos e já o segundo comprava no atacado para vender no varejo.
Jerusalém tinha setores comerciais e as lojas de determinado produto localizavam-se todas naquela rua, por exemplo, havia a “rua dos açougueiros”, já o comercio de peixe localizava-se na “porta dos peixes”, portanto se algum comerciante tivesse alguma filial de sua loja então deveria ou ter esta filia na mesma rua ou em outra cidade.
Havia também os comerciantes que viajavam de cidade em cidade atravessando o deserto em camelos e nas grandes festas religiosas praticamente quase todos eles se deslocavam até Jerusalém, estes comerciantes eram os que traziam mercadorias de longe, geralmente seus produtos eram cobiçados, quase sempre tinham seda para vender, e para os ladrões eles eram uma presa preciosa.
Oleiros
Esta é uma profissão muito antiga, tais objetos são sempre achados nas ruínas das mais antigas civilizações.
Padeiros
Após a urbanização promovida por Salomão, boa parte da sociedade tornou-se urbana, o que tornou necessário o surgimento dos padeiros profissionais e das padarias.
Metalurgia
Os artesãos trabalhavam com ouro, prata, ferro, bronze, chumbo cobre, latão, e outros metais,
Educação
Nos tempos de Jesus os jovens recebiam educação nas letras e filosofia, mas ainda sim a maior parte de seu tempo de estudo era dedicado às leis, salmos e profetas.
Com o advento do cativeiro babilônico muita coisa mudou, a língua hebraica foi aos poucos sendo substituída pelo aramaico, o ponto central do judaísmo passou do templo para a lei, é bem capaz que nesta época tenham sido fundadas escolas pelos judeus. Esdras preparou escribas para que fossem mestres da lei.
Quando os gregos assumiram o poder de toda a região, os judeus foram obrigados a dar mais atenção a instrução, pois, os gregos eram dedicados e apaixonados pela cultura, a difusão da cultura grega com suas escolas foi logo contra atacada pelos judeus com a criação de escolas judaicas que ensinavam as mesmas ciências mas sem a influencia dos costumes gentios. No ano de 175Ac foi fundada uma escola grega perto de templo de Jerusalém que foi freqüentada por muitos judeus, e foi motivo de grande preocupação e também pânico por parte de outros.
Muitas destas escolas funcionavam em sinagogas que também nasceram no exílio babilônico, pois como lá não havia o templo, então iam construindo casas de oração.
Nos tempos de Jesus então já havia muitas estruturas pára o ensino.
ESCRAVOS
A escravatura dos tempos bíblicos era muito diferente da que havia a alguns séculos atrás, entre os judeus alguns escravos eram tratados até como filhos ou amigos, este tipo de escravatura tinha um papel muito importante e positivo para toda a sociedade da época, para os indivíduos e para o governo, mesmo os prisioneiros de guerra que eram vendidos como escravos tinham muitos direitos garantidos.
Se uma pessoa tivesse muitas dividas e não pudesse paga-las, poderia dar-se voluntariamente de escravo ao seu credor e assim pagar suas dividas, ao invés de serem presos, e muitos requeriam este direito, que muitas vezes não era vantagem ao credor, neste tipo de escravatura combinava-se o tempo em que se ia trabalhar.
Se alguém caísse na mendicância ou se tornasse muito pobre poderia optar por dar-se de escravo e assim teria moradia, vestes e alimentos em troca de seus serviços, mas pela lei deveria ser tratado como um empregado comum, e no ano do jubileu deveria ser liberto.
Se um devedor se entregasse para ser escravo, a noite poderia esta de volta em casa com sua família, não era como uma cadeia.
Um escravo poderia prosperar tanto que alguns compravam sua liberdade, ou mesmo tinham para si outros escravos.
Nos dias de Neemias alguns tinham se tornado tão pobres, que venderam seus próprios filhos como escravos.
Israel comprava uma grande quantidade de escravos estrangeiros, mas quase nenhum judeu era vendido como escravo, pois, a lei condenava a morte quem vendesse um irmão seu como escravo.
POBREZA
Na maioria da história bíblica a pobreza sempre foi o cenário mais comum na maioria do território.
Mas alguns dispositivos da lei protegiam aos pobres:
A cada três anos, todos os dízimos e ofertas de produtos recolhidos deveriam ser distribuídos entre os pobres.
A cada sete anos todos os credores deveriam perdoar as dividas.
Nas colheitas os pobres poderiam apanhar nos campos particulares tudo o que quisessem para comer.
Qualquer escravo deveria ser liberto com seis anos de serviço.
Se alguém emprestasse dinheiro a um pobre não poderia cobrar dele os juros.
Haviam espalhadas por todo o império associações de caridade e programas de ajuda aos pobres. Em Jerusalém havia muitas delas. No ano 23 Ac Herodes o Grande vendeu uma grande quantidade de ouro e prata de seu luxuoso palácio particular para financiar muitos destes programas, ele fazia por vezes sacrifícios heróicos para distribuir alimentos a famílias pobres, aliás Herodes foi um dos melhores administradores que o império romano já possuiu, ele fazia grandes estoques de cereais em épocas de colheita para ter certeza de quem ninguém passaria fome em épocas de estiagem, este rei era odiado pelos muitos impostos, mas amado pelas muitas e pesadas caridades.
AGRICULTURA
O povo de Israel em sua maior parte vivia da agricultura, por isto muitos de seus conceitos sobre Deus estavam relacionados com esta atividade.
Mas um dos grandes problemas de Israel é com água. Em Israel existia e ainda existem duas épocas de chuvas. Em Maio e Outubro, em Dt 1.14 estão registradas como “primeiras chuvas” e “últimas chuvas”; as chuvas de outubro eram a época do plantio e as de maio tinham sua importância, pois era época de colheita.
PECUÁRIA
A pecuária nos tempos bíblicos em sua grande maioria criação de ovelhas.
Durante muitos séculos a pecuária constituiu uma atividade importante para economia de Israel, ela produzia carne, leite, ovos, lã, couro, subprodutos, etc.
JUDAÍSMO
A páscoa
Páscoa é a transliteração da palavra hebraica pessash que significa passar, ou passar por cima. A data em que ela é comemorada é 14 de nisã, corresponde entre março e abril.
Ela relembra e comemora o dia em que Deus livrou os israelitas da morte dos primogênitos e os retirou do Egito livrando da escravidão.
As festas dos pães asmos
As festas dos pães asmos relacionada a agricultura, tinha objetivo de cultuar a Deus com alegres danças e cantos e agradecer pela produção do campo. Ela começava também em 14 de Nisã, mas sua duração era de uma semana. Como a páscoa passou a ser comunitária também, então o povo comemorava as duas juntas, por isto muitos pensam ser uma parte de outra, mas na verdade são duas festas separadas.
Pentecostes
Cinqüenta dias após a páscoa, tinha inicio a festa de pentecostes, que era a época da colheita do trigo; pentecostes ou festas das semanas.
A igreja nasceu oficialmente no dia de pentecostes, quando o Espírito Santo veio sobre os que estavam ali reunidos, apóstolos e seguidores de cristo.
Festa dos tabernáculos.
Esta é a terceira festa relacionada a agricultura, esta festa também tem os seguintes nomes : Festa das tendas, Festa da colheita, e Festa do Senhor. Comemorada no inicio do Outono, ele celebra a colheita das uvas e azeitonas.
Não havia um dia certo para começar, mas uma época, pois acontecia após a colheita que poderia atrasar por causa do mau tempo e também após a prensagem do fruto colhido. Por fim depois de algum tempo a data de 15 de Tishri foi estabelecida.
O ano novo ou Rosh Hashana
Não sabemos se nos tempos bíblicos os judeus comemoravam o ano novo, mas hoje isto é um fato.
Yom Kipur
Era comemorado pouco dia antes da festa dos tabernáculos, ele era realizado em outubro. Esta era a data mais importante para o judeu, a mais sagrada, era o dia nacional da purificação dos pecados, também chamado de “o dia da expiação”.
Chacuná
Esta festa tem muitos nomes: Festa da dedicação, Festa da luzes , Festa dos Macabeus, Festa da Iluminação e Festa da Rededicação.
Comemora a data de 167 Ac quando Judas Macabeu tomou o controle do templo das mãos de Antioco Epifânio, e o limpou e purificou e os atos de adoração voltaram a ser celebrados nele.
Purim
Esta festa também alegre comemora a ocasião em que eles foram libertos dos planos de Hamã para destruir os judeus que ficaram na Babilônia.
GRUPOS RELIGIOSOS
Quando Jesus esteve fisicamente entre nós haviam muitos grupos religiosos entre os judeus, tais grupos eram considerados políticos e religiosos.
Zelotes
Os zelotes eram os únicos que se sentiam livres para matar, nenhum judeu poderia fazer isto, quando quiseram matar a Jesus o levaram para ser morto pelo governo romano, Pilátos queria liberta-lo e achou que colocando a questão na mão do povo, iria conseguir isto, mas foi o próprio povo que acabou o condenando.
Os zetotes lutavam para libertar Israel e conservar sua cultura intacta.
Eles com suas atitudes violentas causaram muitos aborrecimentos ao império romano, que acabou na guerra em que Jerusalém foi sitiada de 66 a 70 Dc e destruída.
Eles resistiram aos romanos no forte de massada que em hebraico significa fortaleza na montanha até o ano de 74Dc, quando foram cercados pelas tropas romanas, então se suicidaram em massa aproximadamente 900 homens.
Outro detalhe bastante interessante é que Barrabás foi escolhido pelo povo no lugar de Jesus para ser solto, porque o povo amava os zelotes, e tinham nele a esperança da libertação.
Essênios
Estes nutriam a mesma hostilidade dos zelotes pela adulteração da religião judaica, eles sonhavam que fosse possível a sociedade voltar a ser o que era no passado quando os judeus eram mais fieis as suas tradições e se deixavam influenciar menos pelas culturas alheias.
Mas este grupo não era violento, eles expressavam seu desprezo pela sociedade se isolando, eles viviam afastados, achavam que a aproximação geraria a violência.
Foram eles que produziram os pergaminhos do mar morto achados no século XX , na década de 50, nas colina de Qumrã.
Hassidim
Hassidim significa “o devoto”, eles não eram um partido, mas uma postura, uma condição de viver o judaísmo. Não concordavam com a violência, eles observavam a lei a qualquer custo.
Macabeus
Os macabeus são lembrados até hoje pelo povo judeu, por sua valentia. Quando Alexandre o grande imperador do império grego ia falecer chamou aos seus parentes e dividiu o império entre eles. O Egito ficou com Ptolomeu e foi conhecido como império Ptolomeu, sendo seu último chefe a rainha Cleópatra. Já a Síria ficou com Seleuco Nicanor, deste veio Antioco Epifânio, e este reino ficou conhecido como Seleucida.
A revolta foi iniciada pelo sacerdote Matatias, que se recusou a profanar o templo ao pedido de Antioco Epifânio, então quando outros sacerdotes se apresentam para fazer tal sacrifício, Matatias rapidamente toma a espada da mão de um dos guardas e mata a estes sacerdotes e fugindo refugia-se com sua família nas colinas do mar morto, juntamente com toda a sua família e outras pessoas simpatizantes.
Lá esta sociedade multiplica-se e por muitas vezes fizeram frente às tropas do império seleucida, por várias vezes eles desceram as colinas para lutarem e derrotarem em campo aberto as tropas seleucidas. Por fim foram vencidos em 160Ac.
Herodianos
Eram muito odiados, pois eram os judeus que estavam ao lado de Herodes concordando com suas decisões ou trabalhando para ele. Os coletores de impostos eram herodianos também, Levi (apostolo) era um herodiano. Esta era uma condição política que não influenciava no modo de crer. Mesmo depois da morte de Herodes este termo continuou a ser sempre usado.
Saduceus
Era um grupo composto das pessoas mais ricas da sociedade. O poder político e religioso estava nas mãos deles.
Este grupo nasceu muito influenciado pelos macabeus, e tinha influencia sobre o modo de vida da nação judaica e não seria errado dizer que tinha controle total.
Eles detinham o controle do templo, o sumo sacerdote era um deles e sendo assim tinham também o poder sobre o sinédrio que era poder judiciário e legislativo dos judeus, cabia ao sumo sacerdote a chefia de todas estas instituições.
Na época de Jesus o sumo sacerdote era Caifás e foi ele que formulou o famoso argumento que resultou na morte de Cristo.
Fariseus
A posição radical e trabalhadora dos fariseus evitou a descaracterização do povo judeu por várias vezes, durante os exílios eles mantinham o povo unido e separado da cultura dominante, quando a septuaginta foi publicada eles não aceitaram os livros apócrifos, aceitavam todo o AT, durante o império grego com a influencia de suas escolas helenizantes, foram eles que fundaram as escolas judaicas pra ensinar uma filosofia e ciências (submetidas às Escrituras), criaram as sinagogas, convertiam muitos gentios ao judaísmo, etc,
O sinédrio era comandado por saduceus, mas, composto em sua maioria por fariseus, a autoridade do sinédrio, variou muito conforme a época, houve épocas em que suas decisões influenciavam todo o judaísmo do mundo, mas em outras épocas só eram levados a sério por alguns habitantes da Judéia, já estava ficando bastante patente para o povo que eram todos hipócritas.
O conselho do sinédrio era composto por 70 homens além do sumo sacerdote.
Para haver uma sessão era necessário um mínimo de 23 homens, mas se fosse o julgamento de um criminoso, então com 12 votos poderia ser absolvido, e se fosse condenado poderia apelar ao voto dos ausentes, neste caso o julgamento era adiado. O réu deveria comparecer de luto em respeito ao tribunal.
Jesus não foi julgado no sinédrio, como se fazia normalmente, obedecendo a todos os procedimentos normais, mas foi acusado diretamente; eles violaram o próprio sinédrio para condenarem a Jesus.
Preconceitos
Nos tempos bíblicos sempre houve muito preconceito, e este sentimento parece fazer parte da natureza decaída do ser humano.
Para o Judeu o termo gentio ou samaritano, gerava repulsa, eles tinham o pior tipo de conceito sobre todos, não enxergavam que eram pecadores também.
Os galileus.
Os galileus eram um povo decidido e com um forte espírito de independência religiosa de Jerusalém. A interpretação que eles tinham da lei era bastante diferente do povo da Judéia.
Foi lá na Galiléia que brotaram muitos movimentos de resistência a ocupação romana, o que os fazia ser mais mal vistos ainda, pois isto punha em risco todo o povo judeu. Os zelotes foi um grupo fundado por Judas um galileu.
PAGANISMO
Os judeus tinham plena certeza da existência do mundo espiritual que o homem não poderia explicar ou alcançar com sua mente limitada, que era um mundo onde as forças que estavam em ação não poderiam ser dominadas.
Os judeus da antiguidade usavam muitos objetos em seus cultos, que acabaram se tornando amuletos.
E isto veio até o judaísmo moderno; e também influenciou os primeiros cristãos, que tinham dificuldade de se desvencilharem de seus objetos sagrados.
Havia muitas formas de paganismo, tais como encantamentos, magias, leitura de fígado de animais, revisão pela água, tirar sortes, astrologia, etc.
Por várias vezes a igreja cristã, logo em seu inicio teve de conviver com o paganismo e combate-lo, já os casos de Simão o mágico (Atos 8:9-24), Elimás ou Barjesus (Atos 13:6-12), a jovem de Filipos (Atos 16:16-19), e muitos outros.
DELITOS E PUNIÇÕES
Nos tempos bíblicos em meio ao povo de Israel, toda a espécie de crime era punido com rigor e para alguns tipos de crime a sentença era a morte, por isto não havia muitos crimes.
As leis de Moises eram o código civil e foram instituídas por ocasião da aliança com o Senhor, por isto eram imutáveis, isso no conceito judeu.
Para que a maioria do povo vivesse em paz era necessário manter sob controle a minoria criminosa.
Apesar de leis serem imutáveis elas foram ganhando uma nova interpretação ao longo dos tempos e modificando um pouco, isto fez com que de acordo com a época e conveniência novas leis tenham sido acrescentadas a este código.
Nos tempos bíblicos foram criadas seis cidades refugio, que eram locais onde os criminosos podiam refugiar-se e não podiam ser tocados enquanto estivessem lá. Nessos tempos se uma pessoa matasse alguém mesmo acidentalmente sua vida correria perigo, pois se os parentes da vitima o encontrassem deveriam mata-lo, isto era um costume do povo, era uma obrigação da família da vitima.
No entanto, o assassino somente poderia se refugiar lá se fosse julgado e declarado inocente, se fosse provado que a morte foi acidental; eles não poderiam simplesmente matar e fugir para uma delas.
Quando uma pessoa acusava uma outra ela deveria também sugerir a pena com a qual o acusado seria punido, pois se ficasse provado que o acusado era inocente e que o acusador havia levantado falso testemunho, então o acusador deveria sofrer a pena que havia sugerido.
Nos tempos do império romano, era dada muita autonomia a todos os povos de seu território, eles tinham liberdade de culto, os governadores da região eram homens do povo, como por exemplo, Herodes que era judeu, e podiam julgar aplicar as penas de acordo com suas tradições, em nada disto o império romano interferia; mas se um cidadão romano ao ser julgado apelasse para a justiça romana, então o caso deveria sair das mãos do reino local e ir para Roma.
A crucificação era uma pena praticada por muitos povos, pelos fenícios, persas, romanos, gregos, e outros; pela lei romana um cidadão romano também não podia ser crucificado. Os homens eram crucificados de costas para a cruz e as mulheres de frente para ela.
PESOS, MEDIDAS E VALORES
Além da Bíblia, muitos outros documentos históricos nos fornecem informações sobre os valores na Antiguidade, e a arqueologia nos tem dado uma imensa contribuição neste campo, podendo os exegetas estabelecer uma tradução mais perfeita para alguns termos por causa destas descobertas.
As informações bíblicas acerca das antigas medições são insuficientes, a confusão na época bíblica era tanta, que muitos valores de comprimento, peso, área e capacidade chegavam a variar de cidade para cidade.
Os sistemas de medida mais antigos do oriente médio eram os egípcios cananeus e mesopotâmicos, e os sistemas e israelitas estavam alicerçados neles; mais tarde vieram os persas, gregos e romanos.
GOVERNO ROMANO
Israel era uma nação pequena, portanto, estava sujeita a ocupação de todos impérios que assumiam o controle da região, e assim foi com os assírios, babilônicos, persas, gregos e romanos.
Mas o domínio do império romano apesar de ser opressor dava grande vantagem e econômicas a Israel, além do que desenvolveu em Israel o comércio, transportes, educação, segurança militar e outras vantagens; eles não possuíam independência administrativa mais estavam inseridos dentro de um governo muito organizado.
No ano 63 Ac o império romano que vinha avançando tomou a Judéia, antes disso, eles já haviam estado sob domínio grego durante 250 anos, quando isto aconteceu numa grande parte da população judaica chegou a apreciar o fato, pois os conflitos com os gregos já estavam chegando ao extremo.
O culto ao imperador.
Geralmente os imperadores eram elevados a condição de deuses de três modos: A) Um ato espontâneo do povo, o próprio povo passava automaticamente a cultuar o imperador, B) Um ritual ao som de um imperador era declarado deus depois de morto, quando então passava a ser adorado, e C) O próprio imperador declarava-se deus em vida e exigia adoração, esta terceira opção não era bem aceita e o imperador passava a ter conflitos que poderia terminar com sua morte.Isto não passava de uma jogada política para que o povo acreditasse que era um deus governando, isto aumentava o prestígio e diminui a possibilidade de desobediência; e não participasse do culto ao imperador corria risco de vida, portanto judeus e cristãos poderiam ser mortos a qualquer instante, eles não eram bem vistos pelos governos de Roma por não aceitarem cultuar ao imperador.
Governos regionais.
Herodes - de 37Ac a 04Dc - Antes de governar todo o estado da Judéia havia sido rei da Galiléia. Mais tarde quando Antonio estava no poder subiu ao cargo de rei da Judéia. Apesar de ser judeu poderia fazer qualquer coisa para agradar ao imperador romano, até mesmo matar seu próprio povo. Após sua morte o seu reinado (Judéia) foi dividido entre os seus filhos.
Pilátos - de 26 a 36Dc - Este foi um governante que desmoralizou a legislação judaica, ele fazia se de autoridade suprema sobre o templo. Ele procedia assim para deixar bem claro aos judeus não estavam totalmente livres para nada, pois dentre os judeus haviam muitos movimentos de libertação do império romano. Pilátos não morava em Jerusalém, mas em Cesaréia.
Os publicanos
A administração de um império gigantesco como o romano exigia enormes somas de dinheiro, para construção de portos, anfiteatros, estradas, manutenção do exército, navios, etc. Por isto em todos os lugares que estavam sob seu domínio eles tinham os coletores de impostos, que em sua maioria eram pessoas da região, elas eram adiadas, mas, protegidas pelo império, ninguém podia tocá-las.
Para arrecadarem o que seria necessário, eles criaram o sistema de concessões na cobrança de impostos, esse sistema começara a dois séculos antes de Cristo, a tributação é pesado, mas, atendia bem as necessidades do império. Neste sistema o detentor da franquia deveria entregar ao império romano um determinado valor anualmente, e ele poderia cobrar a sua parte que dependendo da consciência dele poderia ser muito mais. O contrato que lhe dava para tal direito era feito com um juiz, e poderia ter vigência de vários anos; estes juízes geralmente vendiam este cargo por uma boa soma de dinheiro.
A cidadania romana
Mais de 4 milhões de pessoas reivindicavam direitos e privilégios que a cidadania romana representava, Paulo era cidadão romano de nascença ele era de Tarso.
O cidadão romano não podia ser preso, ou castigado de algum modo, só poderia ser detido pelo guarda romana e julgado pela justiça romana.
ESCOLAS EPISTOLARES
Uma carta nos tempos de Cristo era um documento que deveria ao ser escrito passar por todas as etapas pré-definidas para sua construção, o apóstolo Paulo de Tarso foi conhecido como um grande mestre na arte de escrever cartas, isto ajudou as suas cartas a serem multiplicadas, pois, quando elas chegavam nas escolas epistolares os alunos as copiavam para as ter como exemplo de uma carta bem construída.
A carta poderia ter três propósitos definidos:
Fornecer informações - Relatórios militar ou documentos da burocracia estatal.
Fazer petições ou dar ordens/instruções - Relações sociais entre inferiores e superiores, entre iguais, entre mestres e alunos.
Desenvolver ou manter contato pessoal - Correspondências de amizade e familiar.
Para cada um destes três propósitos, haviam regras definidas para construção de cartas.
Quem escrevesse a carta deveria saber o nível de instrução e limitação em pedir esclarecimentos do destinatário, pois a carta também era feita adaptada ao nível de instrução do destinatário.
Preferencialmente a carta deveria ser escrita na linguagem que o destinatário, mas teria facilidade em ler.
Quem soubesse escreve-las corretamente tinha bons ganhos garantidos, e dependendo da qualidade de suas cartas poderia até mesmo ser contratado pelo império ou pelo governo local.
Os dois manuais de construção de cartas chamavam-se Pseudo-Libanius (que possuía 41 tipo de cartas) e Pseudo-Demetrius (que possuía 21 tipos de cartas), este último é o mais usado; cada um tipo de carta deveria ter uma finalidade e para se alcançar esta finalidade deveria se obedecer a algumas regras. Pelo que parece o apóstolo Paulo tinha conhecimento destas duas escolas, enquanto a maioria das pessoas utilizava uma só delas.
Escola de Pseudo Demetrius – Tipos de cartas
1- Amigável
2- Comendatória
3- Censura
4- Condenatória
5- Severa
6- Consolação
7- Admoestação
8- Ameaçadora
9- Vituperativa
10- Indagatória
11- Louvor
12- Réplica
13- Consultiva
14- Congratulatória
15- Suplicatória
16- Agradecimento
17- Alegórica
18- Irônica
19- Narrativa
20 - Apologética
21- Acusatória
A carta de parênese.
De acordo com as regras de Pseudo-Libanius a carta de parênese ou parenética é aquela com o qual o exortamos alguém a perseguir o evitar alguma coisa, uma das características desta carta é exortar para que se continue no certo modo de vida, ela não serviria para aconselhar o leitor a abraçar um novo caminho, mas enfatiza o que já é do conhecimento do leitor.
A carta protréptica (protreptikos)
Este tipo de carta tinha o objetivo inverso da parenética, pois ela visava persuadir o destinatário a abraçar o "novo e diferente caminho de vida".
Este tipo de carta não só era apenas empregada pelos cristãos para pregar a Cristo, era também usado pelos filósofos para persuadir as pessoas a aderirem à suas idéias.
Paulo era tão genial na escrita de cartas que ele conseguia colocar elementos protrépticos em suas cartas perenéticas: 1ª Tessalonicenses – 2:2; 1:9, 10; 2:3-6, nos pensamos que ele tinha capacidade para inserir na carta todas as informações que quisesse do modo mais sutil e correto, sem afetar sua construção, era genial.
As alterações efetuadas por Paulo tinham sua razão de ser, pois, as cartas tinham objetivos litúrgicos, elas foram moderadas para o culto comunitário, o culto doméstico, ao passo que deveriam ser exatas eram também espirituais.
A história diz que Paulo era um dos homens mais cultos do império romano.