Resumo de PEDAGOGIA
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FIC SERVIÇOS EDUCACIONAIS LTDA
CURSO LIVRE DE GRADUAÇÃO
BACHARELADO
RESUMO
FILOSOFIA
JUREMA FELIX CHRISTIANO BARNABÉ
FILOSOFIA
O termo filosofia deriva do grego phílos (“amigo”, “amante”) e sophía (“conhecimento”, “saber”) e tem praticamente tantas definições quantas são as correntes filosóficas. Filosofia define-se como uma busca de sabedoria mais profunda e abrangente do homem e da natureza, que ultrapassa os conhecimentos concretos visando orientar o comportamento diante da vida. A filosofia sempre passou por lutas entre concepções contrárias ao longo de sua história. Na tentativa de se pensar em alcançar uma visão das múltiplas faces da realidade para conquistar a sabedoria, é que o homem vem adquirindo uma compreensão acerca de si mesmo e do mundo que o cerca e das próprias limitações do seu pensamento. A filosofia teve sua origem desde as culturas mais primitivas e antigas filosofias orientais que respondiam a questionamentos do homem a respeito da sua origem, destino e existência do bem e do mal. Antigos narradores como Homero e Hesíodo transmitiam suas doutrinas sem nenhuma prova das mesmas, Aristóteles um dos fundadores da filosofia ocidental, diferenciou filosofia e mito, dizia ser próprio dos filósofos, dar razão aquilo que falam. A filosofia passou a ter seus próprios limites e conteúdos somente a partir da baixa idade média e do Renascimento quando as diversas ciências se diferenciaram.
A filosofia se desenvolveu em grandes períodos. Na filosofia pré-socrática destacaram-se filósofos que antecederam a Sócrates e viveram na Grécia no século VI A.C e criaram a filosofia ocidental, nesse período houve uma grande preocupação com a natureza e o cosmos, surge então uma nova mentalidade baseada na razão. As principais escolas desse período são a escola de Mileto, aleática, atomista e pitagórica. Na Filosofia clássica (de 470 a 320 a.C.) ou Filosofia da Grécia Antiga os sofistas e Sócrates, pretendiam substituir a educação tradicional por uma nova pedagogia destinada em formar cidadão democrático ateniense e também ensinar a arte da retórica. Na Filosofia pós-socrática de 320 a.C. até o início da era cristã, nesse período o ceticismo, epicurismo e estoicismo revelam a decadência política e militar da Grécia. O representante do ceticismo, a primeira grande corrente filosófica após o aristotelismo afirma que as limitações do espirito humano nada permitem conhecer seguramente.
A filosofia medieval é submissa à autoridade da igreja, e seu desenvolvimento é conhecido como patrística por ser formulada por padres da igreja católica como Santo Agostinho (354-430), que defendeu a ideia de que através da iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. A filosofia moderna é profana e crítica. René Descartes (1596-1650), considerado seu fundador implanta o racionalismo, doutrina que atribui a razão o fundamento de todo conhecimento possível. Nesta corrente destacam-se Spinoza (1632-1677) e Leibniz (1646-1716).
Além do racionalismo originou-se o empirismo e o idealismo, movimentos que estão ligados à elevação econômica e social da burguesia e com a Revolução Industrial. No período do Renascimento, como resultado das transformações culturais, econômicas e sociais dos séculos XV e XVI a filosofia rompeu os vínculos com a teologia e desenvolveu-se em um crescente processo de secularização. Os filósofos renascentistas tinham sua preocupação voltada para o homem, à sociedade e a natureza.
A filosofia contemporânea surge a partir do começo do século XX, onde se destacaram novas reflexões sobre epistemologia ou ciência do conhecimento -- surgidas a partir do estudo analítico da linguagem -- e o impulso dado à filosofia da ciência, nesse período o pensamento filosófico foi voltado para o homem e sua relação com o mundo que o cerca. O empirismo lógico do Círculo de Viena foi uma das correntes filosóficas que mais ressaltaram ser a filosofia como um método de conhecimento.
A filosofia analítica é um conjunto de tendências, cujo interesse é a lógica e a análise dos conceitos ocultos a linguagem. Na filosofia analítica destacaram-se o austríaco Ludwig Wittgenstein, que ensinou em Cambridge e diversos pensadores, entre os quais o americano, Willard Van Orman Quine.
A filosofia indiana é um conjunto de concepções, teorias e sistemas desenvolvidos pelas civilizações do subcontinente indiano. O pensamento filosófico indiano tem como base o eu, ou alma (atman), as ações (karma), e a libertação (moksha). Todas as filosofias indianas adotam esses três conceitos e suas inter-relações exceto charvaka (materialismo radical). O pensamento filosófico indiano é influenciado pela cultura hindu através dos escritos sagrados principalmente os Vedas, Upanishads e o Mahabharata.
Os sistemas clássicos, ou ortodoxos(astika) caracterizam-se pela aceitação da autoridade dos Vedas, são eles: Nyaya, Vaisesika, Samkhya, Ioga, Purva Mimansa e Vedanta. Os sistemas não-ortodoxos (nastika) não aceitam a autoridade dos Vedas, entre eles estão o charvaka, o budismo e o jainismo. No século XX surgiu a primeira faculdade de filosofia na India na Universidade de Caucutá, tendo como primeiro catedrático da matéria o acadêmico Sir Brajendranath Seal, logo surgiram Kant e Hegel, filósofos mais estudados nas universidades indianas. Sri Aurobindo, Rabindranath Tagore, Mahatma Gandhi e Mohamed Iqbal foram indianos que viveram na metade do século XX.
Filosofia islâmica é o pensamento explícito em língua árabe e está ligado à religião muçulmana, que se desenvolveu entre os séculos VII e XV. Essa filosofia transmite ao mundo ocidental os fundamentos da maioria dos pensamentos filosóficos do Renascimento.
Originalmente a filosofia árabe era uma filosofia de teólogos. O primeiro representante dessa época foi Hasan al-Basri, integrante do grupo denominado Companheiros do Profeta. Após o século IX surgiram as primeiras seitas e escolas ascéticas como as de Antioquia (século III), de Nasibim de Nasibim-Edessa. Nessas escolas se destacaram Alfarabi, Avicena, Avempace, Abubaker e Averroés, os três últimos já na Espanha, desenvolveram questionamentos sobre os atributos divinos e os conflitos entre a predestinação e o livre-arbítrio, oque contribuiu para a formação de uma reflexão filosófica que se tornaria autônoma, cujo personagem principal foi Alkindi, que viveu no século IX. As doutrinas de Avicena e Algazali, destacam-se aquelas que foram disseminadas na Espanha pelos pensadores muçulmanos a partir do século XI, onde destaca-se o nome de Averroés, o maior filósofo árabe. Em sua obra Averroés procurou conciliar filosofia e dogma. O averroísmo defendia a idéia de que a eternidade do mundo, por ter sido criada por Deus não havia na eternidade uma contradição.
Existiram grandes movimentos filosóficos como o atomismo que considerava as formas observáveis da natureza como um agregado de entidades menores. A teoria atomista foi concebida no século V a.C por Leucipo de Mileto e seu discípulo Demócrito de Abdera. A doutrina atomista pouco repercutiu na idade média em consequência da predominância das ideias de Platão e Aristóteles. O atomismo grego pretendia tanto solucionar os problemas da mutabilidade e pluralidade na natureza quanto encontrar explicações para fenômenos específicos.
Enquanto que a moderna teoria atômica tem seu interesse voltado para a relação entre as propriedades dos átomos e o comportamento exibido por eles nos diversos fenômenos em que estão envolvidos. A dialética, com a mesma raiz da palavra diálogo, tornou-se com Hegel e Marx uma das categorias mais importantes do movimento filosófico. A dialética possui duplo significado. Para Hegel, a dialética é a estrutura do real que envolve os momentos da identidade do ser em si (tese); da negação, do ser para si (antítese) e o da negação da negação, do ser em si e para si (síntese). Marx também utilizou a dialética em suas teorias. Segundo o empirismo surgido na Inglaterra nenhuma certeza é possível, nenhuma verdade é absoluta, visto que o pensamento é fruto da experiência sensível. O empirismo valoriza a experiência como única fonte de conhecimento opondo-se a doutrina racionalista. O empirismo iniciou uma nova etapa da história da filosofia possibilitando o aparecimento da moderna metodologia científica.
O empirismo possui diversas ramificações oque dificulta sua caracterização. O fenomenismo de David Hume e o imaterialismo de George Berkeley são duas de suas ramificações mais significativas. Os principais representantes do empirismo foram Heráclito, Protágoras e Epicuro na filosofia grega, Guilherme de Occam na idade Média, John Locke, Thomas Hobbes, George Berkeley e David Hume no período moderno, além de representantes posteriores que embora enfrentando uma série de dificuldades como a que Immanuel kant reconheceu (1781; Crítica da razão pura), o empirismo continuou se desenvolvendo. Epicurismo eram princípios enunciados por Epicuro que segundo ele, a alma é uma entidade física distribuída por todo o corpo e que a pós a morte se desintegra nos átomos que a constituem. Os epicuristas consideravam a percepção sensorial através da alma, a única fonte de conhecimento e recomendavam o estudo da natureza para alcançar a sabedoria e felicidade.
Apesar de aceitar a existência dos deuses, Epicuro recomendava a não temê-los. Para Epicuro o prazer sensorial era o único meio de se chegar a ataraxia, tal prazer consiste em afastar as dores físicas e as perturbações da alma. O epicurismo foi a primeira filosofia grega difundida em Roma e se tornou um poderoso rival do cristianismo. Epistemologia, gnosiologia ou teoria do conhecimento é a parte da filosofia cujo objetivo é estudar e refletir criticamente a origem, natureza, limites e validade do conhecimento humano. Kant apresenta e debate o conceito de juízo estético, investiga os limites daquilo que podemos conhecer pela nossa capacidade de julgamento levando em consideração não apenas a razão, mas também a memória e os sentimentos. Kant também discorreu sobre a teoria das Belas artes, embora não tenha fundado uma teoria estética, mas fundou os alicerces para a teoria de Hegel. Segundo Hegel o belo artístico é de origem da produção do homem, e por ser uma produção do espírito humano é superior ao belo natural. Para ele a natureza não realiza efetivamente a beleza, considera a produção humana um fenômeno puramente artístico.
A estética marxista, apenas sintetizada na obra de Marx e Engels, é dependente da estética hegeliana, em que se encontra justificada. Criado pelo cipriota Zenão de Cício por volta do ano 300 a.C. o estoicismo passou por três períodos: antigo, helenístico-romano e imperial romano. O estruturalismo teve origem como método científico e estuda seu próprio objeto, ou seja, a cultura, linguagem psiquismo humano além de outros, sendo que os elementos que o constituem mantém relações estruturais entre si. O termo estrutura de onde se origina o conceito de estruturalismo designa um conjunto de elementos cujas partes e funções são dependentes uma das outras.
Existencialismo foi o nome dado a uma série de doutrinas filosóficas que surgiram em consequência do homem se sentir ameaçado em sua individualidade e em sua realidade concreta.
A fenomenologia é o estudo dos fenômenos em si mesmos, ou seja, daquilo que se manifesta. A fenomenologia tem como objeto a mente pensante, e os fenômenos intelectuais que nela se manifestam. Nela estudam-se os fenômenos da consciência do ser humano procurando interpretá-los, através dessa realidade que seria passível de apreensão. Considera-se que o método de reflexão fenomenológico é intuitivo.
Idealismo foi o termo usado para designar o platonismo, em oposição ao materialismo, que é uma doutrina segundo a qual a única realidade é a matéria, a reflexão filosófica do idealismo considera a ideia como sendo o princípio do ser e do conhecer. Todas as doutrinas idealistas concordam em que existe uma realidade última, que ultrapassa o mundo físico e lhe dá sua razão de ser.
Marxismo é um conjunto de idéias filosóficas socioeconômicas sobre as relações de classe e conflito social, elaboradas por Marx e Hengels. O marxismo critica radicalmente não só a filosofia, como também o sistema filosófico idealista de Hengel. Essa doutrina compõe-se de duas tendências: o materialismo histórico, para o qual o fato econômico é base e causa determinante dos fenômenos históricos e sociais, inclusive as instituições jurídicas e políticas, a moralidade, a religião e as artes e o materialismo dialético, para o qual a natureza, a vida e a consciência se constituem de matéria em movimento e evolução permanente. Segundo o materialismo, o mundo material é anterior ao espírito e este deriva daquele. Materialismo é todo pensamento filosófico que aponta a matéria como única substância formadora de qualquer ser ou do universo.
O materialismo contrapõe-se ao idealismo, cujo objeto é a ideia, o pensamento ou o espírito. O positivismo é uma corrente filosófica que tem como um dos principais idealizadores o pensador Auguste Comte. O positivismo de Auguste Comte surgiu no século XIX, e seus adeptos foram os ortodoxos, que o acompanharam em sua fase religiosa; e os heterodoxos, que se mantiveram fiéis somente à primeira fase, de cunho científico e filosófico. Há, no entanto, outras correntes que se consideram positivistas como: O positivismo crítico que são os pensamentos enunciados pelo alemão Richard Avenarius, que chamou seu sistema de empiriocriticismo, e o austríaco Ernst Mach e o positivismo lógico também chamado neopositivismo, cuja base foi o Círculo de Viena.
Observa-se a influência do positivismo no processo de consolidação da Proclamação da República pelo positivista republicano coronel Benjamim Constant. A bandeira do Brasil é uma prova dessa influência na política nacional. Nela a divisa, Ordem e Progresso, inspiraram-se no conceito elaborado por Comte, de uma sociedade exemplar onde teria o amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por meta, representando as aspirações a uma sociedade justa, fraterna e progressista. Uma série de sistemas metafísicos fundados na base de que a razão é o principal instrumento para a compreensão do mundo, essa era a ideia principal comum ao conjunto de doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo, sua primeira manifestação aparece na obra de René Descartes.
O racionalismo prioriza a razão como acesso para se alcançar a verdade e também a considera como origem do real tanto natural quanto histórico. Dois elementos marcariam o desenvolvimento da filosofia racionalista clássica no século XVII. A confiança na capacidade do pensamento matemático, símbolo da autonomia da razão, para interpretar adequadamente o mundo; e a necessidade de conferir ao conhecimento racional uma fundamentação metafísica que garantisse sua certeza.
Ambas as questões conformaram a ideia basilar do Discours de la méthode (1637; Discurso sobre o método) de Descartes, texto central do racionalismo tanto metafísico quanto epistemológico. O racionalismo metafísico cuja s regras seriam Descartes, Spinoza e Leibniz não se restringiam em apontar a primazia da razão como instrumento do saber, mas entendia a totalidade do real como estrutura racional criada por Deus. A doutrina de Leibniz baseou-se na “harmonia preestabelecida” da realidade por obra da vontade divina. Segundo ele se conhecêssemos as coisas em seu conceito, como Deus as conhece, poder-se-ia prever os acontecimentos, uma vez que a estrutura do real é racional ou inteligível. Concluindo assim que o método da ciência não poderia ser o da indução, mas a dedução. Filósofos empiristas como John Locke David Hume, embora insistissem em que todo conhecimento deve provir de uma “sensação”, não negaram o papel da razão como organizadora dos dados dos sentidos. O racionalismo cartesiano e o empirismo inglês despejaram-se no Iluminismo do século XVIII.
Com a razão e a experiência adquirida pelo conhecimento científico passou-se a criticar os valores do mundo medieval. O racionalismo além de corresponder a uma exigência fundamental da ciência, sustenta que a razão é a unidade não só do pensamento consigo mesmo, mas a unidade do mundo e do espírito, o fundamento substancial tanto da consciência quanto do exterior e da natureza, pressuposto que assegura a possibilidade do conhecimento e da ação humana coerente.