Resumo de PREDESTINACAO E ELEICAO
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Ao estudar as doutrinas da PREDESTINAÇÃO e da ELEIÇÃO, deve-se reconhecer que são bem profundas, quase impenetráveis, e por esse motivo, só podemos nos apegar aos ensinos das Escrituras, e não ousamos ir além deles, pois em nada a mente humana é menos preparada para raciocinar do que ao lidar com as doutrinas da predestinação e eleição.
As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus!
Os decretos especiais de Deus com respeito às criaturas racionais comumente levam o nome de predestinação. Geralmente, se considera a predestinação como consistindo de duas partes, e inclusive os dois ramos da eleição e reprovação, ambos com respeito a anjos e homens. Às vezes, a predestinação tem a ver apenas com esse ramo dela chamado eleição, e os predestinados significam apenas os eleitos.
O que, então, é a eleição?
A palavra significa simplesmente “escolher” e se refere à escolha eterna de homens indignos de ser os objetos da obra salvadora do Senhor no tempo. “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Efésios 1:4).
A eleição é o ato eterno de Deus, pelo qual em Sua vontade soberana, e por causa de nenhum mérito antevisto neles, ele escolhe certos homens pecadores para receber a graça especial de Seu Espírito, e assim se tornarem participantes voluntários da salvação de Cristo. A predestinação abrange o propósito da eleição, e também, conforme será mostrado, o propósito da “reprovação”, como tem sido chamada, que, como bem se disse: “nada mais é do que negar a alguns a graça que é transmitida a outros”.
Podemos expressar esses dois propósitos assim:
-“Que Deus escolheu em Cristo certas pessoas da raça caída de Adão, antes da fundação do mundo, para a glória eterna, de acordo com Seu próprio propósito e graça, sem relação com a fé e obras antevistas deles, ou quaisquer condições que eles tenham cumprido”; e
-Que Ele negou ao resto da humanidade Sua graça e os entregou à desonra, e o justo castigo de seus pecados.
A eleição é também atribuída a Cristo nas seguintes passagens:
-“Não falo de todos vós; eu bem sei os que tenho escolhido” (João 13:18); e
-“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia” (João 15:16,19).
A eleição de Deus é um assunto individual, exatamente como o modo como Deus trata os homens é individual; os homens não são salvos em grupo, e nem são eleitos em grupo. A eleição também se baseia na presciência de Deus, pois está escrito:
“Porque o que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Romanos 8:29).
Como uma pessoa pode saber que ela pertence aos eleitos?
O que todos temos de compreender é que enquanto nosso Senhor disse: “Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus”, Lucas 10:20, mas não temos jeito algum de subir até o céu e contemplar aquele maravilhoso e glorioso Livro da Vida do Cordeiro, em que estão inscritos todos os santos de todas as épocas.
Como, então, se pode saber que ele pertence aos eleitos?
-Não simplesmente porque ele é membro de uma igreja, pois isso nada prova, como revela o caso de Judas Iscariotes;
Um homem não pode saber que ele é dos eleitos porque ouviu a pregação do evangelho e sentiu a convicção da Palavra, pois Mateus 20:16 declara que “muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.
O chamado do evangelho mexe com muitos corações que nunca são transformados e nunca são vivificados pelo Espírito Santo, e assim o número dos eleitos é muito menor do que o número dos que sentiram a convicção e ouviram um chamado de receber o Salvador. Senão, vejamos:
-Romanos 8:30: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”;
-1 Coríntios 1:23 24: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus”; e
-2 Tessalonicenses 2:14: “Para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Ninguém tem a garantia de sua eleição, exceto ao se submeter ao chamado do evangelho e se arrepender de seus pecados e confiar na obra expiatória do Senhor Jesus Cristo, pois essas coisas são as primeiras evidências da eleição de alguém, como está escrito: “… E creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (Atos 13:48).
A eleição é uma doutrina misteriosa, mas maravilhosa; é uma doutrina que, embora não deixe espaço para o orgulho e vaidade, é porém uma grande bênção para o homem, pois garante a salvação de cada um dos eleitos de Deus.