Resumo de PROFETAS MAIORES
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RESUMO DA DISCIPLINA PROFETA MENORES
CONCEITO GERAL
Significado da expressão "profetas menores” Embora os dezessete livros proféticos do Antigo Testamento sejam o “continente obscuro da Escritura”, as pessoas têm ainda menor familiaridade com os doze profetas menores como um todo do que com os cinco profetas maiores. Estes doze livros se tornaram conhecidos como Profetas Menores no final do quarto século d.C., não porque foram considerados menos importantes ou menos inspirados, mas porque são geralmente menores do que os cinco Profetas Maiores.
Significado do nome de cada profeta
Quase invariavelmente o nome de cada profeta tem um significado que se harmoniza de maneira extraordinária com a sua mensagem. Essa "coincidência" providencial tinha um significado genuíno na opinião dos hebreus antigos, para quem os nomes eram muito importantes. Com muita freqüência, Deus usou nomes para transmitir mensagens.
Disposição de acordo com a cronologia
Embora os Profetas Maiores estejam dispostos em ordem cronológica, os Menores não têm essa disposição.
Disposição de acordo com tema fundamental
Entre cronologia e estilo, este último tem geralmente primazia (por exemplo, Epístolas do Novo Testamento), especialmente para os hebreus que tinham um conhecimento profundo da sua história pelos Livros Históricos. Era o povo da aliança e o tema aliança aparecia em larga escala em toda a sua literatura. Poderemos deduzir que a ordem dos livros seja motivada pela ênfase do caráter divino e pelo tema da aliança.
O LIVRO DE OSÉIAS
Autor
A autoria é atribuída ao próprio Oséias, cujo livro se encontra no início do rolo dos doze profetas, marca um novo estágio na profecia hebraica, pois ele é o primeiro ou um dos primeiros profetas a pôr em forma escrita as suas profecias.
Conteúdo
O conteúdo do livro serve de espelho para as condições políticas, sociais e religiosas que prevaleciam em Israel nos dias do profeta.
A teologia de Oséias
Oséias concentra sua atenção na relação de Deus com Israel.
O LIVRO DE JOEL
Estilo
O estilo de Joel é preeminentemente puro. Caracteriza-se pela fluência e regularidade nos ritmos, nas sentenças completas e na simetria dos paralelismos. Com o poder de Miquéias ele combina a ternura de Jeremias, a vivacidade de Naum e a sublimidade de Isaias" (A. R. Fausset).
O Autor
No tocante ao próprio Joel, pouco sabemos além do fato que ele era filho do Petuel (1.1) e que, com toda a probabilidade, ele vivia em Jerusalém.
Circunstâncias
Aconteceu de tal modo que, na providência de Deus, a terra ficou literalmente desolada por uma praga de gafanhotos, havendo tal escassez de alimentos que provocou a descontinuação das ofertas de alimentos e das libações na casa de Deus (1.13). "Mas, embora tal praga possa ter, a princípio, despertado extrema apreensão no profeta e impulsionado sua alma até às mais baixas profundezas, depois de examinar suas palavras ficamos convencidos que elas se referem a uma ansiedade vindoura ainda maior, uma incursão de adversários que infligiria terríveis assolações à terra, deixando-a desolada e nua atrás de si, segundo haviam feito aqueles gafanhotos". (WARREN, 1999 p. 437).
LIVRO DE AMÓS
O fundo histórico
Amós, um dos maiores dos chamados profetas "menores" (Cornill o chama de uma das mais maravilhosas aparições na história do espírito humano), profetizou durante os dias de Uzias, rei de Judá e de Jeroboão II, rei de Israel.
DATA
É impossível determinar o ano exato de sua profecia, mas provavelmente foi cerca de 760 a.C. A referência ao terremoto (1.1), que evidentemente tinha sido memorável (cf. a alusão de Zacarias ao mesmo, em Zc 14.5, muito tempo depois), não nos ajuda muito a fixar uma data absolutamente certa.
O Profeta
Amós era nativo de Tecoa, uma pequena cidade cerca de dez quilômetros de Belém. Não era cortesão como Isaías, nem sacerdote como Jeremias, mas pastor e cultivador de sicômoros. Por meio das comparações que ele freqüentemente empregou, fica claro que ele estava plena e pessoalmente familiarizado com as dificuldades e perigos da vida de boieiro. A vida lhe era difícil e havia pouco luxo.
A mensagem do profeta
A mensagem de Amós era de julgamento e punição quase sem alívio.
Cumprimento de Amós ante o Novo Testamento
A mensagem de Amós é vista mais claramente nos ensinos de Jesus e na epístola de Tiago. Ambos aplicaram a mensagem do profeta, mostrando que a verdadeira adoração a Deus não é a observância meramente formal da liturgia religiosa: é o “ouvir” e o “praticar” a vontade de Deus, e o tratamento justo e reto ao próximo (Mt 7.15-27; 23; Tg 2).
O LIVRO DE OBADIAS
Autoria
O título desta breve profecia -o livro mais curto do Antigo Testamento -é: "Visão de Obadias". Quem tenha sido Obadias, não possuímos meios para saber. Seu nome significa "servo de Jeová" e diversos personagens têm esse nome no Antigo Testamento, mas nada existe para ligar este profeta com quaisquer dos outros Obadias.
O Livro de Obadias ante o Novo Testamento
Embora o Novo Testamento não se refira diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre Esaú e Jacó, que subjaz a este livro, também é mencionada no Novo Testamento. Paulo refere-se à inimizade entre Esaú e Jacó em Rm 9.10-13, mas passa a lembrar da mensagem de esperança que Deus nos dá: todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto gentios, e invocarem o nome do Senhor, serão salvos (Rm 10.9-13; 15.7-12).
O LIVRO DE JONAS
O livro de Jonas gira inteiramente em torno das relações pessoais entre Jeová e Seu servo, Jonas, filho de Amitai. Essas relações se originam numa comissão profética, da qual Jonas procurou evadir-se. Jonas descobriu que os pensamentos de Deus não eram os seus pensamentos e que seus caminhos não eram os caminhos de Deus.
A mensagem e sua forma
A forma deste livro é a de uma peça de narrativa biográfica, semelhante (quanto ao estilo, linguagem, atmosfera e elementos miraculosos) a diversos incidentes de 1 e 2 Reis, concernentes, a Elias e Eliseu, os quais, realmente, foram predecessores imediatos de Jonas como profetas no reino do norte, Israel; e eles, à semelhança de Jonas, realizaram parte de seu trabalho em relação a povos pagãos -Elias à Sidônia, e Eliseu à Síria, enquanto que Jonas em relação a Nínive.
Base histórica
Visto que o livro de Jonas transmite uma mensagem distintiva, muitas pessoas, em anos recentes, têm imaginado que a narrativa não é histórica, mas antes, imaginada, e que, à semelhança da história do Bom Samaritano, por exemplo, deveria ser classificada como uma parábola.
Data e autoria
Não se pode chegar a certeza alguma no que diz respeito à data em que o livro foi escrito.
Jonas e Jesus
Certo número de importantes passagens bíblicas deveriam ser estudadas paralelamente com o livro de Jonas. No Antigo Testamento, por exemplo, Jr 1.4-10 (quanto à comissão profética), Jr 18.7-10 (quanto ao efeito do arrependimento sobre a proclamação de Deus), Sl 139 (quanto à experiência do profeta). Em o Novo Testamento, At 10.1-11.18 e Rm 9-11, ilustram a mensagem missionária de Jonas, e vice-versa. Porém, em particular, as passagens nos evangelhos que se referem a Jonas, deveriam ser comparadas e estudadas (Mt 12.38-41 e Lc 11.29-32).
LIVRO DE MIQUÉIAS
Data
O versículo inicial fixa o período durante o qual Miquéias profetizou -entre os anos 751 e 687 a.C. O mesmo versículo deixa subentendido que Samaria continuava de pé mas que sua destruição iminente estava sendo declarada, em 1.5-6; portanto, pelo menos esta seção é anterior a 721 a.C., o ano da queda de Samaria e do colapso do reino do norte.
O Profeta
Em 1.1 o profeta é descrito como "morastita", isto é, habitante de Moresete-Gate (1.14), que, segundo Jerônimo, até seus dias era "uma pequena aldeia próxima de Eleuterópolis". Eleuterópolis tem sido identificada como Beit-Jibrin, e fica em um dos vales que sobem da planície costeira para as terras altas da Judéia em redor de Jerusalém.
Profeta do homem pobre
Miquéias é conhecido como o profeta do homem comum. Tendo ele mesmo vindo de berço humilde, conhecia as más condições dos pobres e tomou para si sua causa contra os vorazes líderes da nação que visavam a seus próprios interesses (3.1-3).
O Evangelho de justiça social de Miquéias (6.6-8)
No Antigo Testamento, não se encontra um resumo da Lei mais simples e mais profundo do que o de Miquéias 6.6-8. Suas exigências são simples e sem rodeios: praticar a justiça, amar a bondade demonstrando-a, e andar humildemente com Deus. Do mesmo modo que Jesus resumiu a Lei como "amor" para os insensíveis líderes do seu tempo. Miquéias resumiu-a como justiça, misericórdia e modéstia para um povo completamente desprovido dessas qualidades, embora muitíssimo ocupado com religião (3.11).
Cristologia em Miquéias (4.1-8; 5.2-5)
Dois textos de Miquéias falam do reino do Messias e de sua vinda. Nos "últimos dias", ele reinará no monte Sião, onde prevalecerão a verdade, a justiça, a prosperidade e a paz.
O LIVRO DE NAUM
Data
A profecia de Naum antecipa a queda de Nínive. O profeta fala sobre a queda da cidade com uma clareza e uma intimidade possíveis somente se tal acontecimento estivesse quase imediato. Isso data a profecia de Naum como pouco antes da queda daquela cidade, em 612 a.C. O profeta também menciona o saque de Nó-Amom (3.8), como fato consumado. Essa cidade foi pilhada pelo rei Assurbanipal, da Assíria, cerca de 670 a.C. Esta profecia, por conseguinte, pode ser datada entre esses dois eventos.
O AUTOR
O escritor é descrito como "Naum, o elcosita". O nome Naum quer dizer "consolação", "conforto" ou "alívio". Apesar de que a mensagem primária de Naum é a iminente destruição de Nínive, uma das conseqüências necessárias da queda do tirano assírio era o alívio da oprimida Judá. Nesse sentido, a mensagem de Naum justifica o nome do profeta.
Sua mensagem
A nota primária da mensagem de Naum é: "A mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor". "O Senhor é um Deus zeloso e que toma vingança" (1.2).
O LIVRO DE HABACUQUE
Autor
Nada sabemos a respeito de Habacuque fora das informações prestadas neste livro, mas mesmo aqui ele não nos fornece sua genealogia nem nos diz quando profetizou.
Data e ocasião
Em 1.6 somos informados que Deus estava levantando os caldeus (isto é, os babilônios) como um instrumento de castigo. Sem dúvida isso se refere ao império babilônico revivificado, que derrubou o enfraquecido império assírio no fim do quinto século a.C. Nínive foi destruída em 612 a.C. e Nabucodonosor, rei da Babilônia, derrotou Faraó Neco, do Egito, em Carquemis, em 605 a.C.
Texto e Composição
O significado do texto hebraico nem sempre é claro e a Septuaginta apresenta algumas poucas, mas interessantes variações, como, por exemplo, a grande afirmativa em 2.4, que, em um texto da Septuaginta é “totalmente messiânica” (T. W. Manson). A incerteza quanto a quem se referem várias passagens tem levado muitos críticos a rearranjar o texto e, em alguns casos, até a dividir a autoria do livro. Para alguns, Habacuque seria o autor dos capítulos 1 e 2; para outros, seria ele o autor do capítulo 1 e da maior parte do capítulo 2, enquanto que o capítulo 3 seria um poema posterior, do período persa ou dos macabeus.
Julgamento Divino da Babilônia (3.12)
O Livro de Habacuque segue logicamente o de Naum no julgamento divino do segundo maior inimigo de Israel, o destruidor vindo do Oriente.
Santidade de deus (1.12; 2.20; 3.3).
O maior interesse de Habacuque é pela santidade divina com respeito tanto à perversidade de Israel, quanto à soberba da Babilônia. Ele se afligiu por Deus permitir que o pecado continuasse em Judá sem punição.
O LIVRO DE SOFONIAS
Autor e data
Sofonias era homem realista, sóbrio e controlado, ainda que não lhe faltassem poderes impressionantes de imaginação e poderosas e realísticas figuras de linguagem. É certo que ele era jovem quando escreveu sua profecia, mui provavelmente com não mais de vinte e nove anos de idade, quando começou a profetizar. E profetizou por volta do ano 630 a.C.
Cristologia em Sofonias (3.15,17)
Ao descrever o desenrolar do dia do Senhor, Sofonias declara que o “Rei de Israel”, que estará no meio do povo, não será nada menos que o próprio Senhor (YHWH) (3.15). Ele virá como guerreiro vitorioso para livrá-los de todos os seus últimos inimigos.
O LIVRO DE AGEU
Ageu, o primeiro dos profetas da restauração, não tem história registrada sobre sua pessoa. Ele era "o embaixador do Senhor" (1.13).
Data
É impossível fixar com exatidão o período coberto pela vida de Ageu. pode ser fixada como tendo sido proferida em 520 a.C. 10.2.
A Mensagem
A tarefa especializada e dada por Deus a Ageu era a de galvanizar o povo em ação, num novo esforço, nessa direção. Os argumentos derivados do passado ou do futuro, eram empregados por ele e focalizados sobre essa tarefa.
O LIVRO DE ZACARIAS
Cristologia em Zacarias e o Novo Testamento
Este livro é o mais messiânico dos Profetas Menores, e está no mesmo nível de Salmos e Isaías quanto ao conteúdo messiânico. O Messias está ou no centro ou na periferia de cada visão. A falha ou a recusa dos comentaristas judeus de aceitar esse messianismo cumprido na primeira e segunda vinda de Jesus (Mt 21.5) contribui para a confusão no entendimento do livro (Rashi em H. H. Ben-Sasson, History of The Jewish People, p. 461). Por exemplo, ao explicar "olharão para mim, a quem traspassaram" (12.10), o Talmude identifica essa expressão como uma referência ao "Messias, o filho de José, que cairá na batalha" (Eli Cashdan, The Twelve Prophets, p. 322). Eles o vêem como "alguém dado por Deus à comunidade judaica restaurada, mas rejeitado por ela e posto à morte".
O LIVRO DE MALAQUIAS
A mensagem profética
O profeta, então, começou a responder-lhes, mostrando-lhes que tal ceticismo se baseava na hipocrisia, Malaquias percebia a salvação final para seu povo, não no arrependimento deles, mas na ação do Senhor.
O homem
Tudo quanto sabemos sobre o profeta propriamente dito, temos de inferir de suas declarações. Ele era um profeta autêntico. Falava com plena autoridade. Podia realmente dizer: "Assim diz o Senhor dos Exércitos". Tinha um amor intenso por Israel e pelos serviços efetuados no templo e sua concepção sobre a tradição e os deveres dos sacerdotes era bem alta. Tem sido dito freqüentemente que enquanto outros profetas frisaram a moralidade e a religião no íntimo, Malaquias punha ênfase sobre a adoravam e o ritual. Mas, apesar de que isso seja verdade quanto aos aspectos gerais, temos de notar que ele não se esquecia totalmente das obrigações morais de Israel, e que, para ele, o ritual não era uma finalidade em si mesmo, mas apenas a expressão da fé do povo no Senhor.
Seu estilo é simples, direto e caracterizado pela freqüente ocorrência das palavras "mas vós dizeis". Talvez isso signifique mais que um método retórico do escritor; pode ter tido sua origem nos clamores de protesto e dúvida dos perguntadores, quando ele pregou sua primeira mensagem nas ruas.
Citações em o Novo Testamento
Somente três passagens deste livro são referidas ou citadas no Novo Testamento, a saber: 1.2 e 3.1; e 4.5 e. A primeira delas: "Amei a Jacó. E aborreci a Esaú", contém uma idéia que se tem mostrado um tanto ofensiva para o gosto moderno.
O fim da profecia
Com o livro de Malaquias foi arriada a cortina sobre a cena profética, até a vinda do Batista. As palavras vívidas e poderosas dos profetas não mais foram ouvidas.
Contribuições singulares
Grandeza de Deus
Nenhum outro profeta enfatizou tanto a grandeza de Deus como o fez Malaquias nesse livro profético inserido no final do Antigo Testamento.
Método de perguntas e respostas de Malaquias
O estilo dialético de Malaquias é um tanto singular entre os profetas, pois a maioria preferiu um estilo de conferência ou de narrativa. Malaquias registra nove tipos de diálogo do Senhor com Israel. As perguntas da nação têm sempre um tom de hostilidade ou rebeldia (1.2,6,7; 2.10,14,17; 3.7,8,13).
A religião corrompida de Israel
Conforme indicação de Malaquias, havia fortes sintomas de degeneração na fé de Israel.
Últimas palavras de Malaquias (4.4-6)
Esses últimos três versículos são considerados pelos estudiosos um apêndice aos "Profetas" da Bíblia. Abrangem a Lei e os Profetas em Moisés e Elias. No entanto, sua perspectiva não é retrospectiva, mas progressiva, olhando com antecipação o julgamento de Elias e a alegria da era messiânica.