Resumo de PSICOLOGIA DA EDUCACAO
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CURSO: BACHAREL EM TEOLOGIA LIVRE
NOME: KURT VIEHMAYER RODRIGUES
RESUMO DA DISCIPLINA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A Psicologia é entendida como a ciência do comportamento, considerando-se comportamento toda e qualquer manifestação de um organismo: andar, falar, correr, gritar, estudar, aprender, esquecer, gostar, odiar, amar, trabalhar, brincar, passear, etc. Na medida em que consegue compreender e explicar o comportamento das pessoas, o psicólogo pode ajudar essas pessoas a se conhecerem melhor, a se comportarem de maneira a se sentirem mais realizadas, mais satisfeitas.
A Psicologia da Educação procura utilizar os princípios e as informações que as pesquisas psicológicas oferecem acerca do comportamento humano, para tornar mais eficiente o processo ensino-aprendizagem. A contribuição da Psicologia da Educação abrange dois aspectos fundamentais: A compreensão do aluno e a compreensão do processo ensino-aprendizagem.
Aprendizagem é a progressiva mudança do comportamento que está ligada, de um lado, a sucessivas apresentações de uma situação e, de outro, a repetidos esforços dos indivíduos para enfrentá-la de maneira eficiente. A aprendizagem é uma modificação na disposição ou na capacidade do homem, modificação essa que pode ser anulada e que não pode ser simplesmente atribuída ao processo de crescimento.
Normalmente, consideram-se como aprendidas as mudanças de comportamento relativamente permanentes, que não podem ser atribuídas à maturação, lesões ou alterações fisiológicas do organismo, mas que resultam da experiência. Daí, podemos extrair duas conclusões principais:
-Aprendizagem é mudança de comportamento; e
-Aprendizagem é mudança de comportamento resultante da experiência.
A realização do processo de aprendizagem depende de três elementos principais:
- Situação estimuladora: soma dos fatores que estimulam os órgãos dos sentidos da pessoa que aprende. Se houver apenas um fator, este recebe o nome de estímulo.
-Pessoa que aprende: indivíduo atingido pela situação estimuladora. Para a aprendizagem, são importantes os órgãos dos sentidos, afetados pela situação estimuladora; o sistema nervoso central, que interpreta a situação estimuladora e ordena a ação; e os músculos, que executam a ação;
-Resposta: ação que resulta da estimulação e da atividade. Ouvindo seu nome, a pessoa responde: O que foi? Diante da ordem, a pessoa obedece e senta-se. Na falta de luz, o indivíduo acende um fósforo. Nesses casos, temos comportamentos aprendidos anteriormente.
O processo de aprendizagem compreende sete etapas:
-Motivação. O aluno tem que se sentir sempre motivado em aprender e o professor sempre motivado para ensinar;
-Objetivo. Há de haver sempre a busca de se atingir o aprendizado, como alvo.
-Preparação. Há de haver sempre esta condiçã, tanto do aluno quanto a do professor.
-Obstáculo. Se não houvesse obstáculos, barreiras, não haveria necessidade de aprendizagem, pois bastaria o indivíduo repetir comportamentos anteriores.
-Respostas. O indivíduo vai agir de acordo com sua interpretação da situação, procurando a melhor maneira de vencer o obstáculo;
-Reforço. Quando a pessoa tenta superar o obstáculo até conseguir, a resposta que leva à satisfação da necessidade é reforçada e, futuramente, em situações semelhantes, tende a ser repetida.
-Generalização. Consiste em integrar a resposta correta ao repertório de conhecimentos. Essa generalização permite que o indivíduo dê a mesma resposta que levou ao êxito diante de situações semelhantes. A nova aprendizagem passa a fazer parte do indivíduo e vai ser utilizada sempre que for preciso.
Quanto aos tipos de aprendizagem, temos:
-aprendizagem de sinais;
-aprendizagem do tipo estímulo-resposta;
-aprendizagem em cadeia motora;
-aprendizagem em cadeia verbal;
-aprendizagem de discriminação;
-aprendizagem de conceitos;
- aprendizagem de princípios; e
-aprendizagem por solução de problemas.
Antigamente os temporais eram atribuídos à cólera dos deuses. Hoje se sabe que são causados por diferenças de pressão, temperatura e umidade entre as massas de ar. Até há cerca de cinco séculos acreditava-se que a Terra era o centro do universo, hoje se sabe que ela é apenas um dos planetas do sistema solar.
Da mesma forma, no campo da aprendizagem, por exemplo, os psicólogos não acreditam que alguém aprende simplesmente porque outra pessoa ensina, ou, mesmo, apenas porque quer aprender.
Por que duvidam disso?
-Porque observaram que muitas pessoas a quem se ensina, não querem aprender e, por isso, não aprendem;
-Porque observaram também que outras pessoas, embora querendo aprender, não conseguem fazê-lo sem que alguém lhes ensine; e
-Porque observaram, ainda, que há pessoas que, embora querendo aprender e tendo quem lhes ensine, assim mesmo não aprendem.
As principais teorias que procuraram compreender e explicar o processo de aprendizagem são:
-Teoria do condicionamento: De acordo com essa teoria, aprendizagem é igual a condicionamento. Isso significa que, se queremos que uma pessoa aprenda um novo comportamento, devemos condicioná-la a essa aprendizagem; Os pais querem que o filho obtenha bons resultados na escola, e prometem que, se ele tiver todos os conceitos entre “B” e “A”, dar-lhe-ão uma bicicleta no Natal.
-Teoria da Gestalt: Para seus defensores, como Köhler, Koffka e Hartmann, no processo de aprendizagem, a experiência e a percepção são mais importantes que as respostas específicas dadas a cada estímulo. A experiência e a percepção englobam a totalidade do comportamento e não apenas respostas isoladas e específicas.
-Teoria de campo: É uma teoria derivada da Gestalt. Seu principal formulador foi Kurt Lewin. Seriam as forças do ambiente social que levam o indivíduo a reagir a alguns estímulos e não a outros; ou que levam indivíduos diferentes a reagirem de maneira diferente ao mesmo estímulo.
-Teoria cognitiva: Concebe a aprendizagem como solução de problemas. É por meio da solução dos problemas do dia-a-dia que os indivíduos se ajustam a seu ambiente. Da mesma forma deve proceder a escola, no sentido de desenvolver os processos de pensamento do aluno e melhorar sua capacidade para resolver problemas do cotidiano.
-Teoria fenomenológica: Dão grande importância à maneira como o aluno percebe a situação em que se encontra. Além disso, entendem que a criança aprende naturalmente, que ela cresce por sua própria natureza. O mais importante é que o material a ser aprendido tenha significado pessoal para o aluno. O material sem sentido exige dez vezes mais esforço para ser aprendido do que o material com sentido e é esquecido muito mais depressa.
A motivação é fator fundamental da aprendizagem. Sem motivação não há aprendizagem. Motivar significa predispor o indivíduo para certo comportamento desejável naquele momento. O aluno está motivado para aprender quando está disposto a iniciar e continuar o processo de aprendizagem, quando está interessado em aprender um certo assunto, em resolver um dado problema, etc.
São três as funções mais importantes dos motivos:
-Os motivos ativam o organismo. Os motivos levam o indivíduo a uma atividade, na tentativa de satisfazer suas necessidades. Qualquer necessidade gera tensão, desequilíbrio. Os motivos mantêm o organismo ativo até que a necessidade seja satisfeita e a tensão desapareça;
-Os motivos dirigem o comportamento para um objetivo. Diante de uma necessidade, vários objetivos se apresentam como capazes de satisfazê-la, de restabelecer o equilíbrio. Os motivos dirigem o comportamento do indivíduo para o objetivo mais adequado para satisfazer a necessidade; e
-Os motivos selecionam e acentuam a resposta correta. As respostas que conduzem à satisfação das necessidades serão aprendidas, mantidas e provavelmente repetidas quando uma situação semelhante se apresentar novamente. Nossas necessidades são numerosas, especialmente as psicológicas, e muitas delas continuam sempre insatisfeitas.
São quatro teorias diferentes abordam essa questão.
-A teoria do condicionamento: De acordo com a teoria do condicionamento, em sala de aula, haverá motivação para aprender na medida em que as matérias oferecidas estiverem associadas a reforços que satisfaçam certas necessidades dos alunos.
-A teoria cognitiva: Considera que, como ser racional, o homem decide conscientemente o que quer ou não quer fazer.
-A teoria humanista: O comportamento humano pode ser motivado pela satisfação de necessidades biológicas, mas rejeitou a teoria de que toda motivação humana pode ser explicada em termos de privação, necessidade e reforçamento. Quando não há alimento, o homem vive apenas pelo alimento, mas o que acontece quando o homem consegue satisfazer sua necessidade de alimento? Imediatamente surgem outras necessidades, cuja satisfação provoca o aparecimento de outras e, assim, sucessivamente.
-A teoria psicanalítica: Segundo a psicanálise, fundada por Freud, as primeiras experiências infantis são os principais fatores a determinar todo o desenvolvimento posterior do indivíduo. Geralmente, as pessoas não têm consciência, não sabem os motivos que as levam a agir de uma ou de outra forma. A maior parte dos motivos seria inconsciente.
Para Freud, o aparelho psíquico compõe-se de três partes, que estão continuamente interagindo, de forma dinâmica:
-Id, que está ligado ao organismo físico, é hereditário, e é a fonte de todos os instintos e impulsos. Os instintos básicos seriam dois: o instinto sexual, em sentido amplo, ou seja, o instinto da vida, o instinto construtivo; e o instinto da morte ou instinto agressivo. Da predominância de um ou de outro, desenvolver-se-á uma personalidade mais construtiva, cooperadora, amorosa ou uma personalidade mais destrutiva, agressiva e possessiva. O Id segue o princípio do prazer, isto é, impulsiona o organismo a fazer tudo o que traz prazer.
-Ego, que resulta da interação do Id com o meio social. É a parte racional da personalidade, que procura manter o controle sobre o Id, verificando que desejos e impulsos podem ou não ser satisfeitos. O Ego rege-se pelo princípio da realidade e tenta manter o equilíbrio entre o Id e o –
-Superego, que consiste nas normas e padrões sociais internalizados pelo indivíduo durante a vida, principalmente na infância. Aos poucos vai assimilando o que pode e não pode fazer o que convém ou não ao sistema social.
Três orientações básicas devem estar sempre presentes no trabalho do professor, em sua interação com os alunos:
-ao invés de punir o comportamento destrutivo, estimular e incentivar o comportamento construtivo;
-ao invés de forçar a criança, orientá-la na execução das atividades escolares, ouvindo o que ela tem a dizer; e
-evitar a formação de preconceitos, por meio da observação e do diálogo constantes, que permitem ao professor constatar as mudanças que estão ocorrendo com o aluno e compreender seu desenvolvimento.
Ao lado da motivação para aprender e da interação positiva entre professores e alunos, a criação de um clima de liberdade na sala de aula é, também, de suma importância para que possa ocorrer aprendizagem.
A partir de sua própria experiência e de experiências de outros professores, Rogers analisa alguns meios que contribuem para promover a liberdade na sala de aula:
-Partir da realidade do aluno;
-Providenciar recursos;
-Trabalhar com contratos;
-Trabalhar em grupo;
-Orientar a pesquisa;
-Promover simulações;
-Utilizar auto-avaliação;
A atual organização da educação escolar está longe de favorecer a criatividade: manter uma criança sentada numa carteira, durante três ou quatro horas diárias, ouvindo o professor que fala ou copiando o que ele escreve na lousa, antes de promover a criatividade, estimula o conformismo, a passividade e a imitação e a repetição do que os outros fazem.
A principal razão do esquecimento está em que a escola ensina coisas que o aluno não entende, que o aluno não usa, que não têm ligação com a vida. Em resumo: a escola está afastada da vida.
Entre as muitas explicações para o fenômeno do esquecimento, selecionamos as quatro consideradas mais importantes:
-Falta de uso ou desuso: Aquilo que não tem uma certa frequência no uso, cai no desuso; então provoca adormecimento da memória.
-Interferência: A interferência negativa tende a diminuir à medida que aumenta a aprendizagem.
-Reorganização: Nossa memória reorganiza o que aprendemos, de forma que muitas vezes nos lembramos das coisas de maneira diferente da que aprendemos.
-Repressão : As pessoas tendem a reprimir, a enviar para o inconsciente e, portanto, a esquecer as experiências desagradáveis e os fatos associados a essas experiências.
A aprendizagem eficiente significa aprender melhor, em menos tempo, e esquecer mais devagar ou mesmo nunca esquecer.
O que mais prejudica a aprendizagem livre e criativa é a própria escola e o sistema social do qual a escola faz parte. O sistema social em que vivemos produz uma escola inadequada ao desenvolvimento da criança, uma escola que procura anular a criança para adaptá-la à sociedade, uma escola que reproduz na criança a desigualdade social. A escola, ao invés de adaptar-se aos alunos, faz de tudo para que os alunos se adaptem a ela.
Geralmente a escola não leva em consideração a situação familiar de cada aluno. A escola pode, ainda, prejudicar a aprendizagem ao não levar em consideração as características do aluno: sua maturidade, seu ritmo pessoal, seus interesses e aptidões específicos, seus problemas nervosos e orgânicos. Muitos obstáculos à aprendizagem têm origem familiar e individual, mas seus efeitos negativos sobre o trabalho do aluno podem ser minimizados ou anulados, se o professor e a escola procurarem compreender e levar em consideração esses obstáculos, buscando sua superação.
O autoritarismo e a inimizade geram antipatia por parte dos alunos. A antipatia em relação ao professor faz com que os alunos associem e matéria ao professor e reajam negativamente a ambos. Muitas vezes, está nesse fator a origem de distúrbios da aprendizagem que se prolongam por toda a vida escolar.
É importante que o professor e o futuro professor pensem sobre sua grande responsabilidade, principalmente em relação aos alunos dos primeiros anos, sobre os quais, como vimos, a influência do professor é maior.
O ambiente escolar também exerce muita influência na aprendizagem. O tipo de sala de aula, a disposição das carteiras e a posição dos alunos, por exemplo, são aspectos importantes. Uma sala mal iluminada e sem ventilação, em que os alunos permanecem sempre sentados na mesma posição, cada um olhando as costas do que está na frente, certamente é um ambiente que pode favorecer a submissão, a passividade e a dependência, mas não o trabalho livre e criativo.
Quanto à estrutura familiar, nem todos os alunos pertencem a famílias com pai e mãe, com recursos suficientes para uma vida digna. Normalmente, verificam-se situações diversas: os pais estão separados e o aluno vive com um deles; o aluno é órfão; o aluno vive num lar desunido; o aluno vive com algum parente; etc. Muitas vezes, essas situações trazem obstáculos à aprendizagem, não oferecem à criança um mínimo de recursos materiais, de carinho, compreensão, amor.
Um lar em que todos os esforços são despendidos para uma sobrevivência difícil, gera tensões e conflitos para a criança, jogada entre duas realidades diferentes: de um lado, a família sem recursos; de outro, a escola que exige ordem e organização. Pode-se dizer que a escola não está adaptada à realidade da maioria de seus alunos que, por isso mesmo, não aprendem o que lhes é ensinado.
Quanto ao processo de avaliação, esta deve ser limitada ao que o aluno faz num caso específico, numa matéria específica, e não produzir efeitos sobre outros aspectos da vida.
E mesmo a avaliação específica e limitada pode ter sua utilidade posta em dúvida.
Para que serve? Ajuda o aluno a aprender mais? Não poderia ele mesmo, individualmente e em silêncio, verificar se acertou ou não a conta de somar?
Para que todos devem ficar sabendo? Para que registrar em numerosos papéis que este sabe somar e aquele não sabe? Por que convocar os pais para dizer-lhes que seu filho não sabe somar?
Mas, como até hoje a avaliação não foi abolida das escolas, vejamos algumas informações sobre como se pode fazer a avaliação escolar e interpretar seus resultados da forma menos prejudicial à aprendizagem livre e criativa.
A avaliação não é um momento, no final do processo de aprendizagem.
Nas três etapas, que são o planejamento, a realização e a verificação, é de importância fundamental o debate com os outros professores e técnicos da escola e a participação dos alunos.
Por fim, entre os vários instrumentos que podem ser utilizados para a verificação da aprendizagem, os mais empregados são os testes objetivos, as provas orais, as dissertações e os trabalhos livres.