Resumo de PSICOLOGIA DA EDUCACAO
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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Atualmente, a Psicologia é entendida como a ciência do comportamento, ou seja o psicólogo pode ajudar essas pessoas a se conhecerem melhor, a se comportarem de maneira a se sentirem mais realizadas, mais satisfeitas.
A compreensão do aluno se dá, quando buscamos compreensão de suas necessidades, suas características individuais e seu desenvolvimento, nos aspectos físico, emocional, intelectual e social. Já a compreensão do processo ensino-aprendizagem verifica-se que para o professor, não é suficiente conhecer o aluno. É necessário que ele saiba como funciona o processo de aprendizagem, quais os fatores que facilitam ou prejudicam a aprendizagem, como o aluno pode aprender de maneira mais eficiente, além de outros aspectos ligados à situação de aprendizagem, envolvendo o aluno, o professor e a sala de aula. No que diz respeito ao papel do professor, para o sucesso do trabalho educativo, é importante que o professor goste do que faz, acredite que está alcançando os resultados esperados e se sinta satisfeito e realizado. Na medida em que se sente realizado, o professor tem interesse em evoluir constantemente, em procurar dedicar-se efetivamente a seu trabalho.
Aprendizagem
Aprendizagem é mudança de comportamento ou seja quando repetimos comportamentos já realizados anteriormente, não estamos aprendendo. Há aprendizagem na medida em que houver uma mudança no comportamento. Aprendemos em toda parte, na escola e fora dela. Aprendemos de forma sistemática, organizada, mas aprendemos também de forma assistemática.
Para a realização do processo de aprendizagem precisamos de situaçoes estimuladoras, onde há soma dos fatores que estimulam os órgãos dos sentidos da pessoa que aprende. Também necessitamos da pessoa que aprende e finalmente da resposta que nada mais é que a ação que resulta da estimulação e da atividade.
Para se adquirir a aprendizagem precisa-se superar as seguintes etapas:
* Motivação; pois sem motivação, não há aprendizagem.
* Objetivo;
* Preparação ou prontidão.
Tipos de aprendizagem
1 - Aprendizagem de sinais
Na vida diária, as pessoas aprendem várias coisas por esse mecanismo, sem que estejam conscientes do que estão aprendendo, alguém pode passar a chorar ao ouvir determinada música pelo simples fato de estar freqüentemente entre pessoas que manifestam tal comportamento; a criança que vê um adulto gritar ou manifesta horror ao ver um rato, associa rato com esses comportamentos e aprende a manifestá-los quando vê um rato, etc.
2 - Estímulo-resposta
Neste caso, a aprendizagem consiste em associar uma resposta a um determinado estímulo: o aluno levanta quando o professor manda, o cão dá a pata quando o dono pede, o filho fica quieto quando a mãe pede.
3 - Cadeias motoras
Nenhum comportamento existe isoladamente: nadar consiste numa sucessão de movimentos, assim como andar de bicicleta, tocar piano, dançar, jogar basquete. Cada um desses comportamentos compõe-se de uma sucessão de comportamentos mais simples: forma-se uma cadeia contínua de estímulos e respostas. Em alguns casos, para que tais cadeias sejam aprendidas, é necessário que se sucedam uma à outra, sempre na mesma ordem, e que sejam repetidas muitas vezes: assim, para aprender a nadar é preciso repetir os mesmos movimentos, na mesma ordem; para aprender a tocar uma música, o pianista precisa repetir muitas vezes as mesmas notas na mesma ordem; para aprender a escrever uma palavra, a criança precisa escrever as mesmas letras, na mesma ordem, repetidas vezes; etc.
4 - Cadeias verbais
A memorização torna-se mais eficiente quando associamos as palavras, formando cadeias. Neste caso, uma palavra funciona como estímulo para a lembrança de outra: ao pensarmos em belo, recordamos um sinônimo (bonito) ou um antônimo (feio), etc
5 - Aprendizagem de discriminação
Discriminar consiste em dar respostas diferentes a estímulos semelhantes. Por exemplo, uma criança vê um passarinho e diz: “Pintassilgo”; vê outro e diz: “Andorinha”; vê um terceiro e grita: “Canário”; etc. Os três passarinhos são semelhantes: têm características iguais (duas patas, cabeça, bico, penas, etc.), mas têm também características diferentes (cor, tamanho, forma do rabo, etc.) e a criança aprende a discriminar, a distinguir essas diferenças, atribuindo nome diferente a cada passarinho.
6 - Aprendizagem de conceitos
Na aprendizagem de conceitos, o indivíduo aprende a dar uma resposta comum a estímulos diferentes em vários aspectos.
7 - Aprendizagem de princípios
Princípio é uma cadeia de dois ou mais conceitos. Para aprender um princípio é necessário ter aprendido previamente os conceitos que o formam.
Solução de problemas
Essa é a forma superior de aprendizagem, pois permite à pessoa enfrentar suas dificuldades, solucionar seus problemas, mediante a aplicação de princípios conhecidos.
1 - Teorias de aprendizagem
Teoria do condicionamento Para que ocorra o condicionamento, não é necessário dar o reforço todas as vezes em que o indivíduo manifesta o comportamento desejado. O reforçamento intermitente, às vezes sim e às vezes não, produz um condicionamento mais duradouro.
Em laboratório, o condicionamento é feito aos poucos, em pequenos passos. Skinner realizou grande parte de seus experimentos por condicionamento com um ratinho. O ratinho aprendeu a puxar um cordão que pendia do alto da gaiola, o que fazia com que caísse uma bolinha, que o rato pegava com as patinhas da frente e jogava num buraquinho existente no canto da gaiola. Ao final de toda essa série de comportamentos, o ratinho recebia o reforço - uma bolota de ração.
2 - Teoria de campo
De acordo com essa teoria, são as forças do ambiente social que levam o indivíduo a reagir a alguns estímulos e não a outros; ou que levam indivíduos diferentes a reagirem de maneira diferente ao mesmo estímulo. A influência dessas forças sobre o indivíduo dependeria, em alto grau, das próprias necessidades, atitudes, sentimentos e expectativas do indivíduo, pois são estas condições internas que constituem o campo psicológico de cada um.
3 - Teoria cognitiva
Por meio da solução dos problemas do dia-a-dia que os indivíduos se ajustam a seu ambiente. Da mesma forma deve proceder a escola, no sentido de desenvolver os processos de pensamento do aluno e melhorar sua capacidade para resolver problemas do cotidiano.
4 - Teoria fenomenológica
Como os gestaltistas e cognitivistas, os teóricos da fenomenologia dão grande importância à maneira como o aluno percebe a situação em que se encontra. Além disso, entendem que a criança aprende naturalmente, que ela cresce por sua própria natureza.
Motivação da aprendizagem
1°. Atrair a atenção do aluno para o que está sendo estudado.
2°. Possibilitar a cada aluno estabelecer e alcançar os próprios objetivos. No estudo de um assunto, os objetivos de todos os alunos não precisam ser os mesmos.
3° Criar condições para que os alunos avaliem constantemente se estão conseguindo alcançar seus objetivos.
4°. Possibilitar discussões e debates, pois essas atividades podem contribuir para despertar o interesse dos alunos.
Professores e alunos
A relação entre professores e alunos deve ser uma relação dinâmica, como toda e qualquer relação entre seres humanos. Na sala de aula, os alunos não deixam de manipular, jogar de um lado para outro. O aluno não é um depósito de conhecimentos memorizados que não entende, como um fichário ou uma gaveta. Nas escolas, quando um professor acha que um aluno é incapaz, que não sabe nada e não entende nada, ele pode tender a tratar o aluno de acordo com essa percepção. Em conseqüência, se o aluno não é nada disso, o julgamento do professor, que é uma pessoa com influência sobre ele, pode levá-lo a apresentar comportamentos de incapaz, de acordo com o que é esperado.
Essa situação acontece em sala de aula, com certa freqüência, pois o professor costuma ter muita influência sobre os alunos. Assim, se um professor espera que um aluno seja organizado, provavelmente ele o será; se um professor espera que outro aluno seja incapaz, provavelmente ele o será. É o que se chama profecia auto-realizadora.
Como conclusão, podemos afirmar que tanto a interação social depende da percepção que temos das pessoas com quem interagimos, quanto a própria percepção depende da interação que temos com essas pessoas. Percepção e interação social são interdependentes.
O professor pode criar, na sala de aula, um clima psicológico que favoreça ou desfavoreça a aprendizagem. Kurt Lewin e seus colaboradores Lippit e White
Na liderança autoritária, as crianças manifestaram dois comportamentos típicos: apatia e agressividade. Quando o líder se afastava da sala, as crianças deixavam de lado as tarefas propostas e passavam a ter comportamentos agressivos e destrutivos, manifestando muita insatisfação com a situação.
Na liderança democrática, os meninos mostraram-se mais responsáveis e espontâneos no desenvolvimento de suas tarefas. Com a saída do líder, o trabalho continuou quase no mesmo nível em que estava antes. Por outro lado, sob a liderança democrática foram menos freqüentes os comportamentos agressivos. Sob a liderança permissiva, observou-se que as crianças não chegavam a se organizar como grupo e dedicavam mais tempo às tarefas propostas na ausência do líder. Na ausência do líder, surgiam outras lideranças no grupo e essas lideranças assumiam e conduziam as atividades dos meninos interessados em trabalhar.
Com liderança autoritária, as atividades praticamente cessavam com a saída do líder. Dessa observação é válido concluir que, sob essa liderança, os alunos não aprendem a trabalhar por si próprios, de forma independente. Só trabalham enquanto o chefe está presente, dizendo a cada um o que fazer.
A importância da liberdade
Se o professor deseja promover um clima de liberdade na sala de aula, é necessário que cultive algumas qualidades essenciais: autenticidade, apreço, aceitação, confiança e compreensão empática. A valorização do estudante, como ele realmente é e não como o professor gostaria que fosse, envolve três atitudes importantes:
• Apreço ao aluno, a seus sentimentos, opiniões, problemas e preocupações.
• Aceitação do aluno como outro indivíduo, com características próprias, diferentes, que podem não coincidir com as que o professor mais aprecia.
• Confiança no aluno, isto é, convicção de que ele merece crédito.
• Para promover a liberdade deve-se partir da realidade do aluno, providenciar recursos professor e aluno podem combinar diariamente ou a cada semana o trabalho do período. O que for combinado pode ser colocado por escrito, em forma de contrato de trabalho. Também é importante promover o trabalhar em grupo buscando a aprendizagem resultante de uma atividade em grupo parece ser muito eficiente e duradoura. Também é fundamental orientar a pesquisa e promover simulações buscando promover a aprendizagem num clima de liberdade.
• A preparação é trabalho consciente. A incubação é trabalho inconsciente. Períodos de preparação e incubação podem alternar-se no mesmo ato criador.
• A incubação consiste naquela fase em que a pessoa deixa de lado as informações colhidas, dedica-se a outras atividades, parece esquecer seu trabalho. Nessa fase, o inconsciente realiza associações, organiza idéias, trabalha sobre as questões levantadas, sobre a maneira de escrever o conto, a partir das informações colhidas.
Retenção e esquecimento da aprendizagem
A principal razão do esquecimento está em que a escola ensina coisas que o aluno não entende, que o aluno não usa, que não têm ligação com a vida. Em resumo: a escola está afastada da vida. Neste tema estuda-se as explicações para o esquecimento, os fatores que favorecem a retenção e os atributos da memória. Alguns estudiosos acreditam que tendemos a esquecer o que aprendemos, mas não usamos.
Nossa memória reorganiza o que aprendemos, de forma que muitas vezes nos lembramos das coisas de maneira diferente da que aprendemos. De acordo com essa explicação, as pessoas tendem a reprimir, a enviar para o inconsciente e, portanto, a esquecer as experiências desagradáveis e os fatos associados a essas experiências. Para favorecer a retenção da aprendizagem entre os fatores que favorecem a retenção do que é aprendido, podemos citar os seguintes: semelhança entre a situação de aprendizagem e a prova, grau de domínio da aprendizagem, superaprendizagem e revisão, intenção de memorizar.
Por uma aprendizagem mais eficiente
A aprendizagem eficiente significa aprender melhor, em menos tempo, e esquecer mais devagar ou mesmo nunca esquecer.
Os procedimentos e técnicas não são fórmulas mágicas ou milagrosas. São orientações gerais, cuja aplicação deve variar de caso para caso. Provavelmente, se você der atenção a essas práticas, sua própria aprendizagem e a de seus futuros alunos será mais eficiente.
Prontidão para aprender
A motivação é um dos fatores de prontidão para a aprendizagem. Se não quer aprender, não adianta o aluno estar amadurecido e ter experiências anteriores favoráveis: a motivação é básica para a aprendizagem. Portanto, antes do início de qualquer processo de aprendizagem, é preciso ver quais as motivações do aluno e procurar adequar a aprendizagem a tais motivações.
1 - Atitude ativa
Querer aprender e dedicar-se à aprendizagem de forma ativa e agressiva aumenta em muito o rendimento da aprendizagem. Uma atitude passiva e indiferente é prejudicial: quando o aprendiz demora para iniciar o processo de aprendizagem e, quando inicia, dedica-se a ele sem muito interesse, seus resultados serão pouco satisfatórios. Faz parte da atitude ativa a intenção de aprender. A intenção é fundamental, como
2 - Sentido da aprendizagem
Quanto mais associações fizermos em relação a uma matéria a ser aprendida, menor será o tempo necessário para aprender essa matéria.
3 - Repetições espaçadas
Pesquisas sobre a aprendizagem e a retenção do material aprendido mostraram que as repetições espaçadas, em diferentes períodos de tempo, são mais eficientes do que repetições intensas num mesmo período.
4 - Conhecimento do progresso
O conhecimento dos resultados alcançados é um fator importante para a eficiência da aprendizagem. O conhecimento do progresso alcançado não deve depender apenas do professor: o próprio aluno, se for educado para tanto, vai ter condições de auto-avaliar-se.
Superaprendizagem
Da mesma forma, para que uma aprendizagem seja eficiente e duradoura, é preciso mais do que o mínimo indispensável para o momento, para passar numa prova, para tirar uma nota, etc. É preciso que os tópicos mais importantes da matéria sejam superaprendidos, é preciso que o aluno se interesse pelo que: está estudando, compreenda sua utilidade e queira aprender.
Aprendizagem livre
A aprendizagem livre é mais eficiente do que a aprendizagem mecanicamente orientada. Exemplos: quando alguém aprende a andar de bicicleta, o melhor é montar e sair andando; quando alguém aprende a nadar, a melhor forma é entrar na água e tentar nadar; quando alguém aprende a escrever, a melhor maneira é tomar o lápis e sair escrevendo; etc.
Fatores que prejudicam a aprendizagem
1 - Fatores escolares
Certas qualidades do professor, como paciência, dedicação, vontade de ajudar e atitude democrática, facilitam a aprendizagem. Ao contrário, o autoritarismo, a inimizade e o desinteresse podem levar o aluno a desinteressar-se e não aprender. O autoritarismo e a inimizade geram antipatia por parte dos alunos. A antipatia em relação ao professor faz com que os alunos associem e matéria ao professor e reajam negativamente a ambos. Muitas vezes, está nesse fator a origem de distúrbios da aprendizagem que se prolongam por toda a vida escolar.
Os métodos de ensino também podem prejudicar a aprendizagem. Se o professor for autoritário e dominador, não permitirá que os alunos se manifestem, participem, aprendam por si mesmos. Esse tipo de professor considera-se dono do saber e por outro lado, métodos didáticos que possibilitam a livre participação do aluno, a discussão e a troca de idéias com os colegas e a elaboração pessoal do conhecimento das diversas matérias, contribuem de forma decisiva para a aprendizagem e desenvolvimento da personalidade dos educandos.
Finalmente, o ambiente escolar também exerce muita influência na aprendizagem. O tipo de sala de aula, a disposição das carteiras e a posição dos alunos, por exemplo, são aspectos importantes. Uma sala mal iluminada e sem ventilação, em que os alunos permanecem sempre sentados na mesma posição, cada um olhando as costas do que está na frente, certamente é um ambiente que pode favorecer a submissão, a passividade e a dependência, mas não o trabalho livre e criativo.
2 - Fatores familiares
Quanto à estrutura familiar, nem todos os alunos pertencem a famílias com pai e mãe, com recursos suficientes para uma vida digna. Normalmente, verificam-se situações diversas: os pais estão separados e o aluno vive com um deles; o aluno é órfão; o aluno vive num lar desunido; o aluno vive com algum parente; etc. Muitas vezes, essas situações trazem obstáculos à aprendizagem, não oferecem à criança um mínimo de recursos materiais, de carinho, compreensão, amor.
Um lar em que todos os esforços são despendidos para uma sobrevivência difícil, gera tensões e conflitos para a criança, jogada entre duas realidades diferentes: de um lado, a família sem recursos; de outro, a escola que exige ordem e organização. Pode-s dizer que a escola não está adaptada à realidade da maioria de seus alunos que, por isso mesmo, não aprendem o que lhes é ensinado.
Apesar de todos os problemas, o aluno quer aprender, vê na escola e na aprendizagem uma possibilidade de mudar de vida. Entretanto, a forma como é tratado pela escola leva-o a desistir, pois muitas vezes é reprovado, julgado incapaz, e mesmo expulso pela escola que não foi feita para ele. São poucos os que conseguem vencer o ambiente hostil: em cada cem crianças que começam a primeira série do primeiro grau, apenas dez conseguem chegar ao segundo grau! A posição da criança entre os irmãos também pode afetar o rendimento escolar.
O tipo de educação é outro fator ligado à família que afeta a aprendizagem. A educação familiar adequada é feita com amor, paciência e coerência, pois desenvolve nos filhos autoconfiança e espontaneidade, que favorecem a disposição para aprender. Entretanto, é freqüente encontrar adultos que “ensinam” às crianças exatamente o contrário do que fazem, isto é, são incoerentes: ensinam uma coisa e fazem outra. Em geral, as crianças aprendem o que os adultos fazem e não o que querem ensinar. A falta de amor pelos filhos é comum em muitas famílias. Crianças não amadas ou rejeitadas pelos pais manifestam muita necessidade de reconhecimento, de atenção e carinho. Muitas vezes, essas crianças podem sentir-se satisfeitas quando são punidas ou maltratadas, pois estão sendo alvo de alguma espécie de atenção, o que é sempre melhor que a indiferença. O professor deve ser amigável, valorizar as realizações dessas crianças, especialmente nas áreas em que prevalecem suas capacidades e seus interesses.
3 - Fatores individuais
De início, convém que o professor esteja atento ao nível de maturidade, ao ritmo pessoal e às preferências dos alunos. Cabe ao professor adequar as atividades daFatores de origem nervosa podem fazer com que as crianças apresentem comportamentos prejudiciais à aprendizagem: Problemas orgânicos podem resultar da subnutrição alimentar, condição comum à maior parte das crianças brasileiras, que traz como conseqüência o atraso ou a interrupção no desenvolvimento físico e mental.
Devemos, ainda, pensar nas crianças com deficiências físicas, que muitas vezes são discriminadas em casa, na escola, no trabalho e na sociedade. Quando conseguem superar os preconceitos e chegar à escola, o que dificilmente acontece, essas crianças enfrentam uma série de barreiras para estudar e aprender: não existem móveis adequados, materiais apropriados, professores eficientes e compreensivos.
Avaliação do aprendizado
Avaliar não é simplesmente medir. Pode-se medir o comprimento da sala de aula. Estamos falando de avaliação escolar - e avaliação escolar refere-se a aprendizagem. Isto é: o aluno aprendeu ou não aprendeu? Aprendeu do jeito que foi ensinado ou não? Sabe fazer sozinho o que aprendeu? Como se vê, a avaliação escolar é muito limitada, restringe-se aos objetivos da escola ligados a cada uma das matérias. Entretanto, muitas vezes, a questão da avaliação vai muito longe: a partir de uma nota baixa em matemática ou em ciências, o aluno passa a ser considerado incapaz de aprender, passa a ser discriminado, marginalizado pelo professor e pelos colegas e, muitas vezes, é obrigado a deixar a escola.
Às vezes, a partir de algo tão limitado quanto o rendimento numa matéria escolar, atinge-se toda a vida do estudante: suas emoções, seus divertimentos, suas relações com os amigos, com os pais, etc.
Uma avaliação escolar mais adequada deve ser limitada ao que o aluno faz neste caso específico, numa matéria específica, e não produzir efeitos sobre outros aspectos da vida. E mesmo a avaliação específica e limitada pode ter sua utilidade posta em dúvida. Para que serve? Ajuda o aluno a aprender mais? Não poderia ele mesmo, individualmente e em silêncio, verificar se acertou ou não a conta de somar? Para que todos devem ficar sabendo? Para que registrar em numerosos papéis que este sabe somar e aquele não sabe? Por que convocar os pais para dizer-lhes que seu filho não sabe somar? Tudo isso cria uma situação constrangedora para o aluno, torna a escola algo desagradável. E tudo isso mata a vontade de aprender.
Entre os vários instrumentos que podem ser utilizados para a verificação da aprendizagem, os mais empregados são os testes objetivos, as provas orais, as dissertações e os trabalhos livres. Essas provas foram muito utilizadas no passado. Atualmente foram praticamente abandonadas, por várias razoes: o exame de todos os alunos é muito demorado; o aluno tímido, com dificuldade de falar em público, leva desvantagem; a variação da dificuldade das questões apresentadas aos diversos alunos pode ocasionar graves injustiças na avaliação, etc. Dissertações são provas escritas, que podem assumir a forma de perguntas a serem respondidas ou de um tema sobre o qual o aluno deve fazer uma redação. Na verdade, as provas dissertativas permitem um trabalho mais criativo do aluno, pois não se pode, como já foi dito, dar demasiada importância aos resultados de uma prova e, a partir deles, fazer juízos de valor sobre o aluno.
Qual é o objetivo da escola, se não o de contribuir para o desenvolvimento e a realização do ser humano? E como pode a avaliação contribuir com esse desenvolvimento que torna o indivíduo mais livre e independente?
A avaliação pode prestar sua ajuda, educando a criança para o autoconhecimento e a participação: permitindo que ela desenvolva sua criatividade - tudo isso para que ela possa avaliar constantemente sua ação.