Resumo de TEOLOGIA PASTORAL
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Psicologia Pastoral
Psicologia é a ciência dos fenômenos psíquicos e do comportamento. Entende-se por comportamento uma estrutura vivencial interna que se manifesta na conduta. O termo psicologia origina-se da junção de duas palavras gregas: psiché, "alma", e lógos, "tratado", "ciência".
A psicologia pastoral, na sua essência e na sua tarefa, é ciência auxiliar da teologia pastoral e, como esta serve diretamente à assistência espiritual e prática. A psicologia pastoral pode definir-se, noutras palavras, como ciência psicológica enquanto oferece os conhecimentos psicológicos necessários a assistência espiritual.
Como a assistência espiritual tem por objeto a alma humana, o pastor de almas agirá com tanto mais sucesso, quanto mais conhecer a alma. O pastor e o educador que não se identificarem, com a alma nas suas peculiaridades e condições e não as compreenderem, saberão bem pouco de suas profundas misérias e necessidades, para poder remediá-las; de seus defeitos e obstáculos; de suas tendências e prerrogativas, para poder realizá-las.
Para a compreensão da alma humana é de suma importância saber que cada uma delas representa algo de particular, de único. Entre tantos milhares de almas, saídas da mão criadora de Deus, não há duas sequer que sejam completamente iguais.
Ocupemo-nos primeiro da particularidade psíquica dos sexos. Aparece já na história da criação que o homem tem o primado sobre a mulher. A mulher foi destinada para companheira do homem, representa o complemento dEle e o seu aperfeiçoamento.
A capacidade criadora do homem confere o senso da grandeza, vastidão e profundidade. Daí o espírito de iniciativa, o dinamismo, o prazer de viajar, a natureza combativa a avidez de conquista. A tudo isto vem juntar-se a generosidade, a tendência a atingir o fundo das questões, dos acontecimentos da natureza e da técnica. Ao contrário, a mulher tem mais compreensão do que está próximo, recolhido, íntimo. Daí o sentimento inato de ardor, de intimidade de casa agradável e ordenada. A mulher aceita os acontecimentos como são, sem perguntar a si mesma a razão íntima, a causa motriz, a natureza e função. A mulher é capaz de servir-se de uma máquina durante anos sem nunca interessar-se pela lei de seu funcionamento, enquanto o menino desmonta a boneca da irmãzinha para descobrir o segredo da fala.
A têmpera espiritual diferente do homem e da mulher reflete-se naturalmente na tonalidade diversa da vida religiosa. Para o homem a estrada que leva a Deus é mais longa e mais cheia de dificuldades. Procura reconhecer e servir a Deus “em espírito e em verdade” (Jo 4.23). O conceito que tem de Deus é mais puro, mais espiritual.
Completamente diversos são os pressupostos naturais da mulher para a vida religiosa. A estrada para atingir a Deus é mais curta, mais simples, sem tantos problemas, porque seu conceito de Deus é mais primitivo, menos penetrado de espiritualidade e mais antropomorfo. Ela não vê tanto em Deus o ser infinito, augusto, mas o Pai cheio de bondade e misericórdia, a quem dirige o olhar confiante, procurando proteção e auxílio.
O homem sente-se senhor e coroamento da criação. Seu sentimento de superioridade baseia-se em certas qualidades em que supera a mulher. Em primeiro lugar a força física e espiritual, a independência e liberdade social. Porque não serve à vida de modo tão direto como a mulher, traz em si traço inconfundível de amor-próprio que, degenerando, pode transformar-se em egoísmo brutal.
O homem, como protetor e defensor da família, deve ser intrépido e corajoso. Como a mulher sente necessidade da proteção masculina, um homem a atrai tanto mais quanto mais possuir essas qualidades.
Consideremos agora as qualidades características da mulher na vida moral. Conforme o destino de companheira do homem, a natureza e a atividade levam-na à ajuda, ao complemento, à guarda e à assistência. Daí o sentimento inato de amor para com o próximo, cuidado, compaixão e sacrifício.
Conseqüência de todas essas qualidades da alma feminina é serem mui poucas as mulheres capazes de amizade profunda com uma representante do próprio sexo. Enquanto viver numa mulher o desejo característico de aparecer e fazer-se notar, ela só pode saciar a sede de verdadeira amizade em relação ao homem.
“Em linhas gerais, quanto à posição da mulher no campo moral, podemos afirmar: a intensidade da vida psíquica da mulher é maior que a do homem. É capaz de superar de longe o homem, tanto no bem como no mal. É verdade que o homem raramente cai tão baixo como a mulher, mas não atinge também a altura dela, salvo casos excepcionais”.
Assinalando a mentalidade masculina o pensamento sóbrio, abstrato, e, por conseguinte, a vontade resoluta e enérgica, as pregações e instruções, no cuidado pastoral dos homens, devem distinguir-se pela clareza e densidade de pensamento e claro apelo à vontade. Qualquer acentuação causada pelo sentimento, qualquer exagero afetivo e qualquer espécie de sentimentalismo desagradam ao homem dotado por natureza de menor intensidade de sentimento.
A orientação espiritual do homem para o essencial e positivo comporta a necessidade da maior brevidade possível nas conversas e nas exortações. A paciência masculina esgota-se muito mais depressa que a longanimidade e a dose de sacrifício da mulher.
O cuidado pastoral ao elemento masculino não deve esquecer que o homem, muito mais facilmente que a mulher, está sujeito a crises de fé e de moral.
A pilastra fundamental da sua vida religiosa deve consistir antes de tudo no amor entusiasta por Cristo.
A psicologia da mulher caracteriza-se antes de tudo pela força e profundeza de sentimento. Assim se explica também a inclinação que tem pela intimidade, espiritualidade, desejo ardente de ser útil ao próximo, de cuidar, de socorrer. É claro que este dote natural pode ser colocado com facilidade a serviço de sua vida religiosa.
Mas, justamente por isso, a mulher está mais exposta ao perigo da exaltação e do sentimentalismo mórbido. Assim é preciso orientar a mente da mulher para o essencial, o verdadeiro e o espiritual. O Redentor disse à samaritana que Deus deve ser adorado “em espírito e verdade” (Jo 4.23).
Carater
Pela palavra caráter em psicologia, entende-se a peculiaridade psíquica que determina o comportamento e a atuação da pessoa. É evidente que, para o conhecimento dos homens, importa antes de tudo individuar e julgar-lhe o caráter.
Para a formação do caráter de um cristão é de importância decisiva o trabalho da Graça Divina que se adapta, em geral, às disposições naturais e constrói sobre elas, mas que pode seguir também caminhos próprios, porque “para Deus nada é impossível” (Lc 1.37).